terça-feira, 30 de junho de 2009

Titus (1999)

Já alguém alguma vez teve a sensação de "este filme vai ser uma seca" mas depois não são capazes de tirar os olhos do ecrã? Se SIM, então este Titus NÃO É de todo o caso!

A primeira ideia que temos quando alugamos este filme é que é mais uma adaptação de uma obra de Shakespeare e pronto, vamos assistir a não sei quanto tempo de um filme com diálogos em inglês de outros tempos difícil de perceber sem as respectivas legendas, um vestuário à época muito bem concebido e o decorrer de alguma acção quase "parada". Rapidamente percebemos que não tem nada a ver.

A adaptação que aqui nos é proposta é sim de uma obra de Shakespeare mas como se fosse passada nos dias de hoje, ou que pelo menos tenha muitos elementos e dicas aos dias de hoje, tais como a presença de automóveis, um vestuário demasiado moderno e especialmente uma genial banda sonora que demonstra bem, MUITO BEM, cada momento de intensidade pelo qual a acção do filme passa. Quando nos querem passar a ideia de loucura... ela está lá.... quando nos querem dar raiva... ela está lá muito bem... e quando nos querem dar a decadência, ela aparece perfeita. Elliot Goldenthal esteve no seu melhor.
Quanto aos desempenhos propriamente ditos afirmo que o leque de secundários esteve fantasticamente bem escolhido. Todo e qualquer um deles entregam interpretações de querer ainda mais de tão boas estarem. Quanto às principais... as duas principais... De Hopkins nunca tive qualquer reclamação... Ele conquistou-me com o seu chianti há largos anos, no entanto (e já sei que é possível que alguém me critique negativamente por isto) nunca tive um feedback muito positivo da Jessica Lange apesar de simpatizar com a grande maioria dos filmes que já vi com ela. Mas este... este sim... é daqueles papéis que dá gosto (a mim dá) ver uma actriz fazer. Um papel que lhe dá o devido destque e a coloca em igual circunstância e importância ao actor principal do mesmo filme sem que dele dependa como mais um "elemento" que enriquece o seu trabalho. Temos aqui DOIS pilares, e não apenas um com um suporte.
162 minutos de filme ? Acreditem que poderiam ser bem mais... não cansa e esperamos mais e mais filme. Como espectador somos absorvidos para o filme e tentamos devorar todos os pequenos grandes detalhes que nos são oferecidos. As interpretações, o argumento, a banda sonora, o guarda roupa, a fotografia e toda a decadência que cada momento do filme nos dá, só sabemos esperar por MAIS. Para quem aprecia extraordinárias surpresas este é sim um filme a ver.
Quanto à realizadora Julie Taymor, basta ver o seu reportório para perceber que está aqui arrisco a dizer, um génio da realização. Pouco me importa se por aí concordam, mas os seus filmes são absolutamente geniais e extremamente bem construídos. Aguardo ansiosamente pelo próximo que pelo que já li vai ser igualmente grandioso e um dos potenciais candidatos a Oscar.


"Tamora: I'll find a day to massacre them all and raze their faction and their family, the cruel father and his traitorous sons, to whom I sued for my dear son's life, and make them know what 'tis to let a queen kneel in the streets and beg for grace in vain."

10 / 10

And the Academy invites...

Através da "fonte" habitual chega a notícias de mais membros convidados para integrar as bases da AMPAS. Entre os muitos, MUITOS convidados, destaco claro aqueles que mais conhecemos, os actores, e são eles:
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Casey Affleck
Emily Blunt
Michael Cera
Viola Davis
James Franco
Brendan Gleeson
Anne Hathaway
Taraji P. Henson
Emile Hirsch
Hugh Jackman
Melissa Leo
Jane Lynch
Eddie Marsan
James McAvoy
Seth Rogen
Paul Rudd
Amy Ryan
Michael Shannon
Michelle Williams
Jeffrey Wright
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Sangue novo como é desejado. Com muitas notícias nos tem prendado a Academia ultimamente. Um destes dias acordamos e ainda dizem que os nomeados às categorias de representação também aumentam para DEZ.

Quando é que alguém se lembra III

Ora... Para quem se lembra é escusado dizer que esta era a menina bonita do cinema, televisão e teatro português há cerca de dez anos... Ela estava em TUDO... literalmente TUDO! E de repente, sem que ninguém desse por isso "desapareceu", tendo apenas uma ou outra aparição aqui e ali em papéis pequenos quase a passar despercebida.
Como exemplo da rubrica que tenho efectuado este mês a actriz Ana Bustorff é mais um exemplo perfeito de uma excelente actriz que deveria rapidamente voltar ao grande ecrã para nos presentear com as suas EXCELENTES representações.
Sou só eu ou há por aí mais alguém que acha que ela ficaria perfeita no papel de Martha numa adaptação portuguesa ao cinema de Quem Tem Medo de Virginia Woolf? ?

segunda-feira, 29 de junho de 2009

And now for the Actors...

Uma vez já cumprida uma pequena reflexão às vencedoras do Globo de Ouro de Melhor Actriz, os de Portugal claro, estava também na altura de fazer uma igual aos de Melhor Actor, os quais passo a referir desde o primeiro vencedor no ano de 1996:
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1996 -- Joaquim de Almeida (Adão e Eva)
1997 -- Diogo Infante (Mortinho por Chegar a Casa)
1998 -- Joaquim de Almeida (Tentação)
1999 -- Diogo Infante (Pesadelo Cor-de-Rosa)
2000 -- Vítor Norte (Tarde Demais)
2001 -- Vítor Norte (A Sombra dos Abutres)
2002 -- Joaquim de Almeida (O Xangô de Baker Street)
2003 -- Vítor Norte (O Gotejar da Luz - Paixão em África)
2004 -- Nicolau Breyner (Os Imortais)
2005 -- Nicolau Breyner (Kiss Me) e (O Milagre Segundo Salomé)
2006 -- Nuno Lopes (Alice)
2007 -- José Afonso Pimentel (Coisa Ruim)
2008 -- Ivo Canelas (Call Girl) e (O Mistério da Estrada de Sintra)
2009 -- Nuno Lopes (Goodnight Irene)
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À primeira vista aquilo que podemos de imediato verificar é que durante 1996 e 2005, ou seja, durante os primeiros dez anos da cerimónia, apenas QUATRO actores saíram vencedores do galardão, tendo assim a vitória rodado entre uns e outros. Estão lá presentes quatro nomes bem representativos do nosso panorama. Nicolau Breyner, um digno representante da velha guarda da representação. Joaquim de Almeida o mais internacional actor português. Vítor Norte um dos rostos mais significativos dos anos 80 que firmou uma forte presença no grande ecrã. E finalmente Diogo Infante que por sua vez assumiu o papel do rosto dos anos 90.
O segundo factor que podemos verificar é que nos últimos quatro anos desta cerimónia se encontram três dos novos rostos e da nova geração de actores nacionais; Nuno Lopes duplo vencedor neste período, Ivo Canelas e José Afonso Pimentel. E de todos guardo o papel do Nuno Lopes no Alice como um dos meus preferidos (há outros), e para o qual futuramente farei aqui a minha respectiva crítica ao filme.
Finalmente deixo tal como o fiz no comentário às actrizes, uma referência àqueles que poderão (ESPERO) fazer parte deste grupo para os próximos anos... Espero CLARO pelo nome do Filipe Duarte. Pelo do Ruy de Carvalho. Pelo Rogério Samora. Pelo Adriano Luz. Espero pelo Miguel Guilherme. Gostava de ver o Raul Solnado. Espero pelo Rui Morrison. Espero pelo José Pedro Gomes. Espero pelo Gonçalo Waddington. Espero pelo Pedro Efe. E sim, gostava BASTANTE que alguém se lembrasse de convidar o Herman José para um filme que lhe desse asas suficientes para nos brindar com uma daquelas representações magníficas de comédia como não muitos nos sabem oferecer.

domingo, 28 de junho de 2009

Baaria para abrir Veneza

A mais recente produção do realizador italiano Giuseppe Tornatore passado na ilha da Sicília, Baaria, irá abrir a próxima edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza em Setembro próximo. A história centra-se na passagem do tempo por três gerações da mesma família. Considerando as obras anteriores do realizador italiano confesso estar entusiasmado e interessado nesta nova produção que conta com a participação entre muitos outros de Raoul Bova e de Monica Bellucci.

sábado, 27 de junho de 2009

Still Life (2005)



Uma viagem... Cansaço... Comprimidos... Café... Há que manter acordado a todo o custo e aguentar para que a viagem passe rápido...

Entramos numa pequena vila... Não há vida... Apenas... Manequins! Um atropelamento. Que é que se está a passar aqui?! Há que fugir... Eles não param de aparecer!

Still Life é uma interessante e muito boa curta-metragem de Jon Knautz sobre as dependências e ao ponto de abstracção e de alheamento da realidade a que elas nos podem levar.

Esta é sem dúvida uma daquelas que não se pode, ou deve, perder. Muito boa em termos de ideia, de argumento e de realização.

10 / 10

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Reportagem sobre Quinze Pontos na Alma

de Vicente Alves do Ó

Já alguém por cá se terá apercebido...

... que a Daniela Ruah está a ter um grande sucesso nos Estados Unidos em série televisiva, e que vai também fazer uma grande produção que trata sobre a Segunda Guerra Mundial ? Porque será que por cá ela só fazia papéis em novelas e não a dinamizaram para ir mais além ?

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Michael Jackson

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1958 - 2009
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Farrah Fawcett

1947 - 2009

E por cá se filma... América!

América de João Nuno Pinto

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Portugal goes to Toronto

E recomeçam as andanças... Anunciado que está o programa do Festival Internacional de Cinema de Toronto, e tal como nos dá a conhecer o site do ICA, dois filmes portugueses estão seleccionados para o certame, sendo eles Morrer Como Um Homem de João Pedro Rodrigues

e Singularidades de Uma Rapariga Loura, o último trabalho de Manoel de Oliveira.


Curioso como sendo ele mais ou menos a gosto do nosso público, o nosso cinema lá vai sendo seleccionado e participando nos festivais de cinema por este mundo fora.

And the Oscar goes to... TEN

Tal como divulgado aqui, vai existir pelo menos uma grande mudança na próxima edição dos Oscars em Março do próximo ano.
Habitualmente, e à excepção da categoria de caracterização, cada uma delas apresenta-nos cinco nomeados sendo que na próxima edição, a categoria de Melhor Filme terá não cinco mas DEZ nomeados anunciados, alargando assim o leque de nomeados a filmes que à partida estariam afastados do prémio, medida esta relembrando as origens da cerimónia onde os nomeados a esta categoria ultrapassavam largamente os cinco nomeados.
Se por um lado uns se queixavam que apenas cinco nomeados deixava filmes considerados sucesso não só pelo público como pela crítica em geral de fora, exemplo claro disso foi The Dark Knight este ano, por outro lado há quem se queixe que estando assim mais alargada esta categoria e podendo dar oportunidade a outros tantos filmes, não será também uma forma de empobrecer a mesma visto que ao alargar para dez os nomeados... qual será o tipo de filmes agora escolhidos... Sucessos de bilheteira ? Filmes de qualidade que ficavam de lado por certos lobbies apostarem mais nuns do que em outros ?
Na minha opinião o cinema deve ser reconhecido e premiado... De preferência o de qualidade, sendo isto discutível pois há sempre qualidade dependendo dos gostos, por isso a única dúvida que me resta é... Será que é só aqui que vão haver novidades na próxima cerimónia, ou será que também vão alargar o leque de nomeados para os Actores e Actrizes ?

The Ten (2007)

Os Novos Dez Mandamentos, de David Wein pode à partida parecer um filme interessante! A ideia de reflectir sobre os 10 Mandamentos com histórias modernas e actuais torna-se assim um desafio.
O grupo de actores, uns mais conhecidos outros menos, parece interessante e capaz de fazer um bom trabalho e, a abordagem inicial deste tema fica assim com a porta aberta para nos surpreender.
Ao começar a ver o filme e a associação que fazem dos mandamentos aos dias de hoje, conseguimos ver algumas histórias bem conseguidas e bem pensadas que nos fazem esperar pela próxima com ainda mais vontade, no entanto, ao chegar a meio do filme já se começa a pensar "isto está a decair na qualidade". Não que o filme não tenha graça, porque tem, e consegue entregar alguns momentos mais divertidos em que se solta uma gargalhada (já não gosto de ventríloquos e de seus respectivos bonecos, mas depois desta é de ter realmente medo... note-se... MEDO), mas o calibre e força com que o filme começa, rapidamente se vai esmorecendo com o decorrer do mesmo. As histórias que à partida são bem pensadas depressa parecem ser atiradas contra a parede para que se interliguem com os 10 Mandamentos e pronto... tomem lá disto que também serve, o que faz com que depressa aquilo que pareça divertido acabe por ser "apenas mais um filme de comédia".
Não bastasse isto, para o final do filme a coisa estraga-se ainda mais com a história em animação (mais uma vez bem pensada mas rápida demais apenas para tapar mais um buraco), piora de novo com o momento musical dos senhores que não querem ir à missa de domingo... E finalmente espalha-se ao completo e de vez com o momento musical final que é, sejamos honestos, totalmente DESNECESSÁRIO e para o qual dou um sinal BEM VERMELHO!
Uma vez visto o filme aquilo que me resta dizer é que pela ideia em si ele vence... Seria interessante ver uma abordagem moderna à ideia dos 10 Mandamentos, mas à medida que o filme passa rapidamente se percebe que ainda não é desta vez que isso vai acontecer, pelo menos como deveria.



3 / 10

terça-feira, 23 de junho de 2009

CinEuphoria Awards'09

Uma vez que chegámos praticamente a meio do ano, e que muitos filmes já estrearam nas nossas salas (e não só), eis que chega a altura ideal para poder editar este post.
Como tantos outros blogs da especialidade resolvi também eu criar uma entrega anual de prémios para os filmes que ao longo deste espaço temporal vi. As categorias estão também, desde já, pensadas. Assim sendo, nas duas primeiras semanas do novo ano serão anunciados aqueles que serão considerados os melhores do ano anterior pelo CinEuphoria. As categorias a premiar são assim as seguintes:
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Filme
Filme Português
Realizador
Realizador Português
Actor
Actor Português
Actriz
Actriz Portuguesa
Actor Secundário
Actor Secundário Português
Actriz Secundária
Actriz Secundária Portuguesa
Argumento
Fotografia
Banda Sonora
Guarda-Roupa
Caracterização
Efeitos Especiais Sonoros e Visuais
CinEuphoria Carreira
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No que diz respeito às categorias de Actores e Actrizes, é de referir ainda que qualquer actor ou actriz português pode concorrer à categoria em que se inserem os actores de outras nacionalidades assim como na de Realizador.
Em qualquer das categorias poderá ainda ser atribuída uma Menção Honrosa ou Especial a um trabalho considerado de categoria superior.
Finalmente o CinEuphoria Carreira será atribuído a uma ou mais individualidades cujo trabalho ao longo dos anos se tenha destacado e dignificado a indústria cinematográfica.
Os filmes elegíveis para qualquer uma das categorias são aqueles que se enquadrem nas categorias de Cinema, Televisão ou Internet, Ficção, Animação ou Documentário em Curta, Média ou Longa-Metragem, estreados entre 1 de Janeiro e 31 de Dezembro do corrente ano, à excepção deste primeiro ano onde começaram a contar todos os filmes estreados após 1 de Julho de 2008 e que só terminará a 31 de Dezembro de 2009.
Todos os filmes considerados para os prémios a entregar em Janeiro de 2010 vão sendo registados na coluna à direita, é só irem consultando quais os que se encontram seleccionados, e em breve anunciarei também quais as categorias em que os leitores do blog poderão igualmente votar.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Meryl Streep Day

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for Sophie's Choice

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When is the NEXT ONE coming ?

Kutoja (2005)

Curta-metragem de animação de origem finlandesa e realizada por Laura Neuvonen, Kutoja é na minha opinião uma muito interessante reflexão sobre quão louco, e lavado ao limite, pode ser um desejo ou um objectivo mesmo que tão "absurdo" como fazer um cachecol. Interessante como à semelhança de outra curta sobre a qual já aqui falei (Kiwi! de Don Permedi) também esta se passa junto a um abismo. Serão estas criaturas a imagem de um mundo no limite?

6 / 10

domingo, 21 de junho de 2009

Sobre os Sorrisos do Destino

O novo filme do realizador Fernando Lopes.

sábado, 20 de junho de 2009

Análise às Melhor Actrizes..

...As que saíram com o Globo de Ouro desde 1996, o que descobrimos? Dois importantes factores, sendo que o primeiro é que pela lista das vencedoras está o nome de algumas das mais representativas figuras femininas do nosso cinema dos últimos anos. A ver:

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1996 -- Maria de Medeiros (Adão e Eva)

1997 -- Inês de Medeiros (Pandora)

1998 -- Ana Zanatti (Porto Santo)

1999 -- Ana Bustorff (Sapatos Pretos) e (Zona J)

2000 -- Ana Bustorff (Inferno)

2001 -- Maria de Medeiros (Capitães de Abril)

2002 -- Rita Blanco (Ganhar a Vida)

2003 -- Alexandra Lencastre (O Delfim)

2004 -- Beatriz Batarda (Quaresma)

2005 -- Beatriz Batarda (A Costa dos Murmúrios) e (Noite Escura)

2006 -- Ana Moreira (Adriana)

2007 -- Isabel Ruth (Vanitas)

2008 -- Soraia Chaves (Call Girl)

2009 -- Sandra Barata Belo (Amália)

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Aqui podemos ver o nome de Maria de Medeiros, Ana Zanatti, Ana Bustorff, Rita Blanco.. Dos rostos representativos mais recentes como o caso de Beatriz Batarda ou Ana Moreira ou já aos históricos como é o caso de Isabel Ruth. Passam também pelas vencedoras rostos mais mediáticos como o de Alexandra Lencastre ou Soraia Chaves, ou aquelas que ganharam notoriedade graças ao filme que representam como o caso evidente da vencedora deste ano Sandra Barata Belo com o excelente papel no filme Amália, sendo também como é claro justas e merecedoras vencedoras do mesmo.

Tenho as minhas preferências não o nego, e no ano de 2003 o Globo de Ouro deveria ter sido entregue sem qualquer dúvida a Margarida Marinho pelo seu brilhante desempenho no filme Aparelho Voador a Baixa Altitude, se bem que todos sabemos que o poder mediático e o tempo de antena que alguns rostos têm faz com que a atenção (e o voto do público) sejam desviados para aqueles que mais se vêem e estão mais presentes na memória.
Não escondo que o único destes papéis que reune menos as minhas simpatias é exactamente o da Alexandra Lencastre, não por estar nomeada no mesmo ano uma das minhas actrizes preferidas, que referi anteriormente, mas porque honestamente me pareceu dos quatro papéis nomeados (Custódia Callego em Esquece Tudo o que te Disse, Lia Gama em António Um Rapaz de Lisboa e Margarida Marinho em Aparelho Voador a Baixo Altitude) aquele que foi o mais fraco.
Dou uma salva de palmas àquela que me parecia, à partida, o elo mais fraco da interpretação, a Soraia Chaves, até ter visto o filme e ter gostado dele. É na minha opinião ela mesma que domina todo o filme e venceu justamente na sua categoria. Desejo também por um rápido regresso da Ana Bustorff ao cinema em papéis como o que tem em Sapatos Pretos ou no Inferno, e por uma Rita Blanco sempre magnífica.
Como uma nota para o futuro, não seria agradável ver junto a estes nomes o da Suzana Borges ? O da Lourdes Norberto ? O da Simone de Oliveira ? O da Fernanda Serrano ? CLARO, o da Margarida Marinho ? O da São José Lapa ? Fernanda Lapa ? São José Correia ? E porque não apostar em papéis tão bons no cinema como na televisão para a Ana Bola ou para a Maria Rueff ? E por esta net fora... Quais seriam os nomes indicados para esta categoria para os próximos anos ?

sexta-feira, 19 de junho de 2009

quinta-feira, 18 de junho de 2009

La Marche de l'Empereur (2005)

Encontrei este A Marcha dos Pinguins através de uma qualquer revista que se vende por aí, e como o preço foi convidativo decidi-me pela sua compra sendo que já havia algum tempo que tinha curiosidade em tomar conhecimento deste filme, se bem que por ser um documentário, também me foi travando o seu visionamento.
Sendo um documentário feito com animais poderia à partida ser um factor que me levasse a ficar algo distante do filme, no entanto conseguiu ter exactamente o efeito oposto. Desde o momento em que se começa a ver o filme, algo nos chama cada vez mais a atenção. Começando pela sua imagem extremamente "limpa" nos tons de azul e branco, misturados com todo o silêncio que se pode imaginar existir no mesmo espaço, para com as descrições que os narradores nos vão oferecendo, aliado a uma banda sonora muito bem conseguida para o filme, são vários os ingredientes que conseguem fazer desta obra algo de diferente e muito interessante.
Tem é um facto um ou dois lugares comuns... Tem a morte... Tem o sacrifício... Mas também tem, especialmente, a vida.. A vontade de sobreviver... A entrega... O amor... A continuidade.
O documentário de Luc Jacquet, vencedor do Oscar de Melhor Documentário em Longa-Metragem quebra a tradicional corrente de documentários históricos, principalmente sobre a Segunda Guerra Mundial que vencem esta categoria, dando assim lugar a um acontecimento do presente, sobre uma espécie animal que está em risco não só pelas adversidades da Natureza como também em risco pelas atrocidades que o Homem provoca para com a Natureza.
Gostei bastante deste documentário e é de minha opinião que é refrescante (que ironia) esta nova abordagem para com questões actuais do nosso Planeta. É sem dúvida um filme a ver e a reter.



8 / 10

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Players' Club (2006)

Michael A. Goorjian é o realizador desta curta Players' Club, que podem visionar aqui, e que relata os encontros que um grupo de amigos tem onde falam da sua vida e especialmente dos seus engates. Até aqui tudo simples, até que a namorada de um deles fica grávida e ele deixa de achar piada aos enganos de que todos falam e se quer afastar daquele tipo de vida.
Apesar dos "ataques de moral", é um filme que está bem feito e para o estilo bem interpretado, não deixando de ser um conceito já muito visto.
5 / 10

terça-feira, 16 de junho de 2009

How to Draw... by Marco Martins

How to Draw a Perfect Circle é o novo filme de Marco Martins que já nos presenteou com Alice. Tomei conhecimento da existência deste filme através de uma pesquisa aos trabalhos recentes da grande Lourdes Norberto, e fiquei também a saber que estaria prevista a sua presença em Cannes, o que não chegou a acontecer.

No entanto, parece que estreia no final de 2009, e confesso o meu interesse em tomar conhecimento com ele. Que chegue então rapidamente a data deste filme que está descrito como sendo sobre uma história de incesto entre dois irmãos gémeos. Aguardo...

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Wind (2004)

Wind de seu nome, realizado por Kevin Callies, e que poderão ver aqui, retrata a história de um casal que se encontra em casa quando um tornado vai passar pela zona.
É óbvio e, no início apercebemo-nos que o casal tem problemas, e é a situação de risco que os irá aproximar. Comum a tantos outros filmes Americanos que, ao contrário dos Europeus, a tragédia faz com que a união e a comunidade se unam dando um final quase sempre feliz a uma história trágica. É esta a mensagem a retirar daqui, pouco haverá a mais!
4 / 10

sábado, 13 de junho de 2009

Quando é que alguém se lembra II

Já num post anterior confessei que a Margarida Marinho é sem qualquer sombra de dúvidas umas das minhas actrizes de eleição.
Eis que hoje através de uma pesquisa na internet algo demorada (sim que é dificil encontrá-la por lá), encontro uma foto de outra actriz (note-se que dedico esta rubrica do "Quando é que alguém se lembra" apenas a actrizes portuguesas) que bastante aprecio... Suzana Borges.
Aqui fica um muito simples post para que aqueles que poderão não a conhecer, comecem a estar atentos ao seu trabalho. Eu sei que FICAREI!

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Lovecraft's Pillow (2006)

Uma curta metragem algo interessante pelo seu conceito, o que poderão confirmar aqui no link, este Lovecraft's Pillow de Mark Steensland peca por uma coisa... o tão pouco tempo que dura.
Não me adianto em nada da sua história, pois assim não a iriam confirmar, no entanto tal como referia, a sua curta, muito curta, duração faz com que exista alguma simpatia pela história, mas ao mesmo tempo esse interesse dissipa quando nos deparamos com algo tão pouco desenvolvido, e para quem aprecia o género (o terror) espera-se sempre algo MAIS.
3 / 10

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Quando é que alguém se lembra....

... de convidar a Margarida Marinho para voltar a fazer bom cinema? Já está mais do que na altura de a vermos de novo no grande ecrã...

quarta-feira, 10 de junho de 2009

The Queen (2006)


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A Raínha de Stephen Frears e interpretado por uma imensa Helen Mirren. No ido ano de 1997 com um governo trabalhista encabeçado por um recentemente eleito Tony Blair, a raínha Elizabeth II, o Reino Unido e o mundo deparam-se com a inesperada e trágica morte da Princesa Diana. Nos dias que se seguem, a relação entre Blair e a Raínha e desta para com o povo britânico revelam uma inesperada modificação; no primeiro desenvolve-se um surpreendente respeito pela mais antiga monarca do mundo e nesta, uma compreensão de que os tempos mudaram e que o poder da monarquia junto do povo havia adquirido uma nova dinâmica.
Peter Morgan adapta ao cinema - supomos que muito livremente - a dinâmica entre Downing Street e Buckingham na medida em que ninguém saberá de facto o que aconteceu naquele turbulenta semana que sucedeu a morte da Princesa Diana. Assim é deixado ao espectador o seu igualmente livre juízo sobre a sua crença - e empatia - pessoal para com as figuras históricas, a credibilidade que cada um dos actores confere às mesmas. Acreditamos que o Príncipe Carlos (Alex Jennings) teve realmente tanta preocupação com a morte de Diana? Acreditamos que a Raínha se viu reticente à adopção de procedimentos que a classificassem como uma figura merecedora de tão proeminentes cortejos fúnebres? Será o Príncipe Philip (James Cromwell) uma figura tão... intragável? E, em igual proporção... serão Tony Blair (Michael Sheen) e a sua mulher (perdoem-me os puristas mas apenas me recordo da expressão "pata-choca") figuras que facilmente qualquer um de nós poderia considerar como... "parolos"?
Enriquecido com alguns momentos de imagens de arquivo - e enriquecido literalmente uma vez que são dos melhores segmentos de toda esta história - The Queen é um filme que dificilmente permanecerá na memória do espectador para lá da sua imediata duração na medida em que o espectador se encontra perante uma obra que vive exclusivamente da suposição tendo por base um acontecimento real e a dramatização emocional da reacção dos intervenientes reais que, na realidade, não confere nenhuma sustentação àquilo que esta longa-metragem pretende "comprovar". Assim, e comprovado através das já referidas imagens da época, o espectador compreende que a morte da Princesa Diana foi um choque a nível mundial para todos aqueles que admiravam o seu percurso e obra social e humanitária mas todo o demais registo ficcionado dos acontecimentos acaba por ser mais uma representação do que propriamente registo factual efectuado pela aguçada imaginação do argumentista e posta em prática pelo realizador de obras como My Beautiful Laundrette (1985), Dangerous Liaisons (1988) ou The Grifters (1990).
De Helen Mirren para lá da já conhecida entrega a todas as personagens que interpreta, resta-nos apenas a imagem da representação de uma monarca em franca rota de colisão com o povo que rege e que, percebemos, já não conhece como pensara, da mudança dos tempos que não acompanhou na medida em que em pleno final de milénio ainda não aceita que as exigência por parte do seu povo sejam diferentes daquele que conhecera quase cinquenta anos antes e, como tal, regista-se a demarcação de um conflito, de uma zona de ruptura digamos, que a coloca em causa como monarca de um país cuja população claramente já não "conhece". E este é o registo de toda a interpretação desta magnífica actriz... a permanência num conflito e num limbo tentando não só compreende como acompanhar e até mesmo modelar(-se) a uma nova realidade garantindo a sempre admiração do seu povo então momentaneamente perdida pela inoperância de uma reacção face à catástrofe que todos pareciam reconhecer e enfrentar. Se os tempos foram duros quando, ainda Princesa, acompanhara o seu pai face a uma guerra mundial que devastou a Europa e que também afectou o seu país e garantiu resistência ao seu povo, agora deparando-se com um evento que apelava a um lado mais conciliador da sua personalidade ou, até mesmo, reconfortante para quem se sentia perdido, esta "Elizabeth II" de Helen Mirren revelou-se incapaz de se tornar na "mãe" de todo o seu povo. Realidade ou não... ficará ao critério de todos aqueles que se recordam e acompanharam aquele semana do mês de Agosto de 1997.
De um "Príncipe Philip" quase tirânico de James Cromwell a um "Príncipe Charles" bonacheirão e muito "humano" interpretado por Alex Jennings, é o "Tony Blair" de Michael Sheen que se destaca ao lado de Mirren como aquele inexperiente que chega à grande cidade para ocupar o cargo mais importante do país depois de anos de governos conservadores que, também eles à sua forma, modelaram décadas da História Contemporânea do Reino Unido. Incapaz de se afirmar perante o dito "establishment", fora preciso esta dinâmica entre Primeiro-Ministro e Raínha durante a mais tensa semana dos últimos anos do país - à altura - para que ambos ganhassem real compreensão do seu papel num país em notada transformação... mas tal como diria a raínha a uma determinada altura... "tudo muda... e mais cedo ou mais tarde vai compreendê-lo Sr. Blair"... como viria... poucos anos depois.
Desprovido de grandes momentos memoráveis, aquele que mais se aproxima de tal prende-se com uma das saídas da Raínha pela sua propriedade de Balmoral quando, retida junto a um riacho, encontra um cervo que "não deveria estar ali"... A dinâmica de comparação entre o mesmo e a Princesa Diana, uma estranha em terras ditas de difícil passagem, ganha não só um estatuto de lenda ou de misticismo, colocando não só a raínha em plena compreensão de que por vezes os ditos "outsiders" surgem para abanar o que se tem por garantido não sendo, por isso, alvos fáceis de abater e necessário impedi-los de existirem com todas as suas diferenças.
É já perto do final que o espectador compreende que o único e favorável elemento desta longa-metragem seja, de facto, a sua protagonista. Mirren é exemplar na composição da sua personagem e na forma como humaniza uma figura que é, na prática, mítica... pelos períodos da História que ultrapassou, pela forma como encarou todas as perdas e transformações dos tempos mas sobretudo pela dita postura com que sempre se manteve, distante dos escândalos mas presente em todos (ou quase) os momentos mais transformadores da História e da sociedade britânica. No entanto, o mesmo espectador questiona-se sobre a durabilidade não só desta longa-metragem - claramente não uma das melhores do Frears - como também da própria composição de Mirren que se encontra a milhas do seu melhor... Se pensarmos em Teaching Mrs. Tingle (1999), de Kevin Williamson encontramos uma interpretação muito mais desafiante - e desafiadora - da actriz e seguramente uma pela qual será mais imortalizada junto de, por exemplo, um público mais jovem desconhecedor do seu percurso cinematográfico. Ainda que o género - comédia - não seja amplamente reconhecido pela Academia, questiono-me se este não seria um desempenho pelo qual o seu Oscar ficaria mais bem "entregue". Em The Queen, Mirren fica pelo agradável, seguro e até mesmo confortável... não se distingue pela excelência mas sim personificação da figura histórica que interpreta... entre excelência e conforto... em The Queen assume-se pelo último.
Numa apreciação geral, The Queen, como tantas outras obras, merece sempre uma consideração global por parte do grande público mas, na realidade a emotividade da obra resume-se aos momentos em que, na longa-metragem, são englobados segmentos de imagens reais da época... a consternação da população, das reacções das pessoas reais captadas e aqui habilmente inseridas sim, conseguem apelar ao lado mais sentimental do espectador... tudo o demais resulta apenas pela presença de Mirren que controla o filme com uma calma e tranquilidade apenas comparáveis àquelas tidas pelo silêncio da família real na semana aqui retratada, sendo que a actriz merece mais e muito melhor para ficar registada na memória do espectador.
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(dados pela Helen Mirren) --> 6 / 10
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segunda-feira, 8 de junho de 2009

Será que isto resulta como campanha ?

E porque não pensar:

=

2009
?

Legenda (E porque não pensar que Entre os Dedos poderá ser um bom candidato aos European Film Awards, que é como quem diz os Prémios do Cinema Europeu em 2009?)

sábado, 6 de junho de 2009

99 Balloons (2007)

Foi há dias a ver o programa da Oprah que tomei conhecimento desta curta-metragem (ao estilo documental) sobre uma criança que nasce com Trissomia 18 e do seu pai que escreve um diário a contar o que se passa durante cada dia da sua vida.

MUITO intima... MUITO pessoal... E um enorme acto de amor dos pais para com o seu filho. Apesar de não ser uma peça de cinema propriamente dita (não o será?), não deixa de ser um video extremamente bem conseguido, e que pela sua mensagem e valor humano, achei por bem colocá-la cá.

10 / 10

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Journey to the Center of the Earth (2008)

A ideia de um remake do Viagem ao Centro da Terra é sempre interessante. Esperamos sempre por um imaginário de um mundo perdido onde encontramos coisas do género de civilizações perdidas, dinossauros, um mundo desaparecido que mostra o que poderá ter sido isto tudo há milhares de anos atrás.
Dito isto... esperamos claro por um filme recheado de bons efeitos especiais e aventuras do princípio ao fim. Este filme quanto a esse respeito entrega o que esperamos... talvez um pouco corrido porque só há hora e meia de filme mas até consegue corresponder ao estilo de filme que se espera.
Podia ser um pouco mais longo onde vários aspectos levariam mais tempo a ser explorados e mais da nossa atenção para com o filme a desejar ainda mais (ao estilo da Múmia com o mesmo actor) e, apesar de tudo, com uns desempenhos um pouco mais consistentes e sem os clichés habituais onde todos de certa forma já sabemos o que vai acontecer no momento a seguir, algo que pode ser sempre evitado.
De forma geral é um filme que distrai e entretém, do qual como manda também a praxe tem de haver a sequela (que me parece estar já na forja), e como tal talvez existam mais desenvolvimentos (será?). É aguardar lá por 2010.


6 / 10

quinta-feira, 4 de junho de 2009

David Carradine

1936 - 2009
(foto via Awards Daily)

Jaume Balagueró y Paco Plaza otra vez pero ahora con REC 2 (el teaser)

Eles estão de volta com o teaser mais esperado do cinema espanhol, pelo menos para mim assim o é, e realmente é o que se esperava e se calhar mais, o que me deixou agora com uma vontade assumo que ENORME de que o filme estreie por terras lusas para poder finalmente ir ver.

Entretanto cá fica o teaser para aguçar o apetite daqueles que como eu foram (e são) fãs do primeiro filme. Que vos guste!

Jungle Jitters (1938)

Bem feita esta curta da Warner, mas de facto a Jungle Jitters não é de todo das minhas preferidas. Apesar dos momentos iniciais até se verem bem, chega a um ponto que começa a fartar de a estar a ver chegando quase a ser "sem graça" o que é de desconfiar considerando a qualidade da sua animação em geral.

De uma forma geral adianto que se pode ver descontraidamente mas só até certo ponto. Facilmente nos cansa.

5 / 10

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Ele está quase a chegar...

... em Julho, Brüno, de Sacha Baron Cohen

terça-feira, 2 de junho de 2009

Temos A Felicidade

Fernando Lopes, realizador de filmes como O Delfim, 98 Octanas ou o inarrável Lá Fora, foi o vencedor do Prémio de Melhor Actor no Festival de Curtas-Metragens de Badajoz com a curta A Felicidade, de Jorge Silva Melo, no passado mês de Maio, na qual participam também os actores Miguel Borges e Pedro Gil.

segunda-feira, 1 de junho de 2009