sexta-feira, 31 de agosto de 2012

The Dark Knight Rises (2012)

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O Cavaleiro das Trevas Renasce de Christopher Nolan foi uma das estreias mais antecipadas do ano. Talvez mesmo desde o início das suas filmagens que foi antecipado por milhares, senão milhões, de fãs não só do super-herói como da trilogia que agora seria encerrada.
Regressamos a Gotham City oito anos depois dos trágicos acontecimentos perpetrados à cidade por Joker e que mancharam para sempre a imagem de Batman, elevando a herói Harvey Dent, o verdadeiro criminoso, como o justiceiro que se sacrificou em nome da mesma e dos seus cidadãos.
Bruce Wayne (Christian Bale) é agora um homem retirado dos olhares da sociedade. Isolado na sua mansão e sem contacto com o mundo exterior, à excepção do seu fiel mordono Alfred (Michael Caine) até ao dia em que alguns dos accionistas das suas empresas o pretendem destituir e que Bane (Tom Hardy), um novo e muito mais perigoso vilão surge para arruinar com os destinos de Gotham City, altura em que não só Wayne como o esquecido Batman têm de ressurgir e defender não só a cidade como a sua população.
Independentemente de gostarmos ou não do género de filme onde a temática passa por histórias de super-heróis com poderes sobrenaturais, penso que quase ninguém fica indiferente a este caso em particular. Quer seja esta nova trilogia quer seja a anterior que já data de há mais de dez anos, é justo dizer que ninguém lhe fica indiferente. Talvez pelo seu ambiente de fundo e universo muito particular ou talvez pelo próprio conjunto de personagens que consegue de uma ou outra forma captar o melhor e o pior do ser humano, que é como quem diz... de qualquer um de nós.
E este argumento tem sido bem real ao longo desta trilogia, muito concretamente nos últimos dois títulos nos quais este O Cavaleiro das Trevas Renasce se enquadra. Ao assistir a este filme deleitei-me com alguns moomentos nos quais não consegui deixar de tecer paralelos entre a sua história (ficcionada claro está), com a sociedade actual onde todos nós vivemos. Mais ou menos conscientes para com o que se passa à nossa volta as semelhanças, se pensarmos bem no que vemos, são por demais evidentes. Desde a corrupção política, económica e social até aos momentos em que por viver numa crise extrema qualquer um se deixa levar pelo primeiro "justiceiro" que aparece, estas semelhanças são assustadoramente reais, e conseguimos perceber que para além de um filme de super-heróis, este é um filme francamente "real".
Outra curiosidade deste filme, e que já tinha sido "iniciada" com O Cavaleiro das Trevas, reside no facto de nesse título o caos ser fruto das acções de um único homem. A destruíção pelas mãos da ditadura e dos actos loucos e quase difíceis de punir de "um". Em O Cavaleiro das Trevas Renasce, por sua vez, graças a uma vontade de destruíção maior através das mãos de lunáticos que possuem agora uma hipótese de atingir o poder representam a destruíção e ditadura de "todos". Uma quase anarquia total onde a justiça passa a ser popular e sem qualquer regra de punição mas antes de uma aniquilação de todas as regras sociais existentes e claro, de todos aqueles que, até à data, a representaram.
Este filme torna-se assim, e à luz dos acontecimentos que têm surgido um pouco por todo o lado nos últimos tempos, demasiadamente actual e com uma "leve" semelhança à realidade que todos os dias nos afecta.
É impossível falar deste filme sem falar daqueles que lhe deram corpo e alma. Não duvidei das competências de Christian Bale desde o primeiro instante. Para quem acompanhava a sua carreira, brilhante que se diga, desde os tempos em que surpreendeu tudo e todos com a sua adulta e inocente participação em Império do Sol, percebe que daqui só poderia vir um grande actor e que se entregaria de alma às personagens que iria interpretar, fossem elas homens reais, ficcionados ou até mesmo vindos de banda-desenhada que criaram legiões de fãs. Bale é, do início ao fim, aquilo que interpreta. Não seria de espantar que encarnasse Bruce Wayne/Batman com tanta intensidade como qualquer outra personagem que até à data havia interpretado. No entanto julgo que mesmo para ele o sucesso alcançado com esta sua interpretação seja surpreendente. Confesso-me fã incondicional dos dois títulos que no final dos anos 80 e início dos anos 90 do século passado deram vida a este herói. No entanto, julgo que entre esses filmes, e os dois que se seguiram, em comparação com esta nova trilogia, Bale consegue ser o Wayne/Batman mais credível e competente de todos os filmes. Sabemos que é o fim (?) da trilogia e percebemos que vamos sentir saudades de ver mais títulos em que ele participe e volte a presentear-nos no ecrã com a sua composição. Sabemos que vai ser difícil ser superado por outro actor ou mesmo que venha mais algum título desta temática que não o apresente como um dos actores. Christian Bale será, nos próximos largos tempos, os verdadeiros "corpo e alma" deste super-herói.
E é também impossível não falar naqueles que o acompanharam... Desde um competente e comovente Michael Caine como o seu fiel mordomo Alfred ou o seu braço direito, sempre na sombra, Lucius Fox composto por Morgan Freeman ou o Comissário Gordon de Gary Oldman, passando por um conjunto de brilhantes novos actores que vieram enriquecer este último título, todos eles são aqui simplesmente perfeitos.
De Anne Hathaway confesso que tinha as minhas reservas para a sua composição enquanto Selina Kyle/Catwoman. Para mim esta personagem será sempre, e sem qualquer reserva, uma interpretação de Michelle Pfeiffer. As comparações tornam quase obrigatoriamente inevitáveis, e esta última actriz (lamento para os fas), ganha por muitos pontos de vantagem a Hathaway. No entanto, sou igualmente obrigado a dar o braço a torcer e assumo que fiquei rendido a esta nova composição e assumo que Hathaway me conseguiu conquistar. Para o filme, e esquecendo o universo muito particular que Tim Burton conseguiu recriar nos seus títulos, Hathaway está simplesmente divinal. Afastados que estão os elementos simbólicos da Catwoman de Burton, aqui o que temos é uma vigarista e ladra que através dos seus dotes de sedução a homens ricos, muito ricos, tenta comprar a vida a que nunca teve direito. Pouco sabemos dela no passado além de pequenos detalhes que nos são fornecidos ao longo do filme, e dali percebemos que surgiu esta mulher que faz o que faz não porque gosta, mas sim porque sabe ser a única forma que tem de sobreviver num mundo que é tantas vezes injusto para a maioria das pessoas. E quando o mundo nos priva de algo que sabemos ser de nosso inteiro direito, o "animal" que existe dentro de cada um de nós nasce e luta pela sua própria sobevivência... Puro darwinismo... a sobrevivência dos mais aptos.
A grande surpresa surge, no entanto, dos outros dois novos actores que se juntam a este filme. Joseph Gordon-Levitt como Blake, um jovem polícia que se torna num dos maiores defensores de Batman e de Gotham City e que tem uma pequena surpresa mesmo no final do filme, é ele também um elemento bem positivo e talvez depende dele a continuidade de Gotham nos grandes ecrãs. E finalmente há que falar naquela que constitui a que para mim foi a maior revelação, pela positiva, de uma interpretação neste filme... Marion Cotillard. A Miranda Tate a quem dá vida é desde o primeiro instante uma personagem que nos deixa pouco à vontade. Não sabemos bem como defini-la e nos momentos em que aparece fica-nos uma sensação de que algo não é tão "glamouroso" como a sua imagem pretende que seja. E algo que confirmamos bem perto do final quando descobrimos finalmente quem ela é, e onde nos é revelada uma verdadeira personificação do mal. De um mal absoluto... e ela fá-lo com maestria.
E falando em mal absoluto... nada como este perfeito vilão Bane que Tom Hardy interpreta e que, sem vermos o seu rosto na totalidade, e apenas com expressões do seu olhar e a sua voz medonha, consegue compôr um dos melhores vilões que o cinema viu nos últimos tempos.
Logo no início deste comentário disse que este foi um dos filmes mais antecipados do ano... e com razão. Para um desfecho de trilogia não poderia haver um melhor filme. É um filme tecnicamente perfeito desde os seus efeitos especiais (quer visuais quer sonoros) bem como pela sua excelente fotografia que desmistifica a verdadeira identidade de Gotham City para claras referências à cidade de Nova York, dando-lhe uma luz muito própria, à igualmente brilhante banda-sonora da autoria de Hans Zimmer que é, ela própria, uma personagem do filme. Forte, comovente e doseada da intensidade perfeita para ser ela própria grande... muito grande e fazer deste filme um dos trunfos maiores do ano cinematográfico que transforma qualquer um num fã, mesmo que este não seja, à partida, o filme de eleição de muitos.
Depois de o ver percebo o porquê de tanto furor à sua volta e subscrevo que é realmente um dos filmes maiores do ano e que sem fugir ao essencial conteúdo de super-herói que é Batman consegue humanizar e fazer dele um homem que que justiça e segurança para todos. E se alguém questiona esta humanidade... que fique muito atento àquele que é um dos finais mais comoventes de sempre de um super-herói que consegue fazer de um filme muito bom... magnífico.
Simplesmente imperdível.
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"Selina Kyle: There's a storm coming, Mr. Wayne. You and your friends better batten down the hatches, because when it hits, you're all gonna wonder how you ever thought you could live so large and leave so little for the rest of us."
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10 / 10
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quinta-feira, 30 de agosto de 2012

A Flor Máis Grande do Mundo (2007)

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A Maior Flor do Mundo de Juan Pablo Etcheverry é uma curta-metragem espanhola de animação baseada no conto homónimo de José Saramago que foi nomeada para o Goya na respectiva categoria.
Como contar uma história de criança? Contá-la de forma a que ela percebam as palavras de um adulto... Ou melhor ainda, como contar uma história de criança aos adultos?
Quando uma nova urbanização se ergue, a vida natural e a floresta que se encontram perto fica ameaçada às mãos não só da construção como dos novos habitantes que ali se estabelecem. Ao aparecer uma interessada e curiosa criança na vida animal que tão perto está, encontra uma flor a morrer lentamente que decide salvar custe o que custar.
Uma história simples, mas não simplista, que nos ilustra o crescimento de um jovem rapaz. O seu amadurecimento e compreensão daquilo que o rodeia. Do mundo e do seu espaço. Das suas responsabilidades e daquilo que pode fazer para contribuir para um mundo um pouco melhor.
Outro curioso aspecto desta curta-metragem é o facto de ser uma produção espanhola falada em português. Quem disse que os dois "mundos" estão longe...
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7 / 10
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quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Echoes (2012)

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Ecos de Callum Woodbridge e Harry Hughes é uma curta-metragem pós-apocalíptica onde nos é dado a conhecer que o mundo é agora liderado por uma poderosa organização que instalou um regime tirânico.
É este mesmo regime que comanda um grupo de homens cuja única missão é eliminar os infectados que povoam o planeta e destruído todos os locais que possam estar contaminados, não sem antes recolher os recursos que possam ser considerados essenciais à manutenção do seu controlo.
Os "ecos" do passado encontrados mais não são do que escassas memórias de uma vida de outros tempos presentes em pequenos objectos pessoais ou fotografias que são encontrados nestas buscas mas que permanecem esquecidos nos mesmos locais por não serem "relevantes". Nada mais perfeito para um regime que se pretende perpetuar do que ignorar esses mesmos registos que possam mostrar aos sobreviventes que, em tempos, eles foram livres.
Interessante pela premissa e pelo excelente trabalho de fotografia que sem retirar na totalidade a cor que "povoa" o planeta, a torna opaca e desprovida de grande vida ou sentido relevante. Novamente, e tal como muitas outras do género, não possui um argumento suficientemente original para se distinguir mas abre ao mesmo tempo o "apetite" para poder ver um pouco mais do passado desta nova Terra e para onde caminham realmente aqueles que, aos poucos, ainda resistem.
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6 / 10
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terça-feira, 28 de agosto de 2012

Ruin (2012)

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Ruína de Wes Ball é uma extraordinária curta-metragem de animação cujos direitos já foram adquiridos pela FOX para dar lugar a uma longa-metragem, que se desenrola num mundo pós-apocalíptico e despovoado onde, por um lado a Natureza já tomou conta das outrora grandes cidades, e por outro naves muito ao estilo de um Matrix ou Terminator, tentam controlar a pouca vida humana que aparece ocasionalmente.
Digo extraordinária pois o argumento da autoria de Kevin Riepl foge ao tradicional apocalipse onde tudo está destruído e devastado, dando aqui um certo ambiente de que a recuperação existe através de um certo "green-power". Já noutro filme se dizia... "nature will find it's way"... É aqui que reside a sua originalidade e que me faz pela primeira vez desde há muito tempo, ansiar por uma longa-metragem de animação visto que esta tens pernas, e boas, para andar.
Quer se seja, ou não, apreciador de animação (quem não é?!) é impossível ficar indiferente a esta simplesmente brilhante obra.
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8 / 10
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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Remnant (2010)

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Restos de Thanos Kermitsis é cuma curta-metragem grega onde um homem com sede (George Ktistakis) procura desesperadamente por um local onde a água ainda exista num mundo devastado por um qualquer apocalipse e onde as pessoas são uma miragem.
Um dia chega a umas ruínas e aí encontra outro homem (Aris Kaplanidis) que também procura algo. Procura algo para comer. Aquilo que um detém o outro procura, e vice-versa... poderão estes homens num mundo devastado e onde reina a desconfiança unir esforços e satisfazer as suas necessidades mais básicas de (sobre)vivência?
Não sendo uma curta brilhante dentro do género, consegue no entanto ser filmado num local que transpira desolação e decadência, tanta quanto as que as suas duas personagens tentam transmitir através dos seus comportamentos, retratanto assim que quanto mais selvagem o ambiente... mais selvagem o Homem.
Consegue ao mesmo tempo capturar belas imagens que compõem o ambiente apocaliptico transmitindo uma verdadeira sensação de desolação e solidão. Afinal, nada mais solitário do que um enorme espaço despovoado.
Não original mas interessante, esta curta tem uma triste e trágica coincidência entre a sua história e os dias pelos quais passa o seu país de proveniência... independentemente do extremismo que ali é narrado.
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6 / 10
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domingo, 26 de agosto de 2012

Encontro (2012)

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Encontro de Diogo Jourdan é uma simpática curta-metragem que nos apresenta um encontro entre dois jovens. Já se conheciam... ter-se-ão reencontrado... ou pura e simplesmente foi um primeiro encontro que aproximou duas pessoas que parecem já ter uma grande cumplicidade e mútua entrega.
Uma boa escolha para a banda-sonora e uma interessante abordagem à manifestação de sentimentos entre duas pessoas faz esperar mais desta curta curta-metragem, para perceber um pouco melhor quem são estas personagens e o que as moveu para se (re)encontrarem naquele local.
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6 / 10
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sábado, 25 de agosto de 2012

Zombies & Cigarettes (2009)

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Zombies & Cigarros de Iñaki San Román e Rafa Martínez é uma curta-metragem espanhola que nos leva para um centro comercial onde uma epidemia zombie ameaça os visitantes que por ali passam.
Nada sabemos sobre a origem desta epidemia, das suas origens ou do que se passa no mundo "exterior". A única coisa que sabemos é que sobreviventes são poucos, muito poucos e caem literalmente que nem tordos às mãos de tão violentos zombies. Mas até eles têm um ponto fraco que acabamos por saber já bem perto do final desta curta.
A história desta curta-metragem acaba por não trazer nada de francamente novo para o género, afinal já todos nós sabemos como isto se processa e como, à partida, irá acabar. No entanto, sejamos francos em admitir que a caracterização destes zombies é francamente positiva e deveras intimidatória. Poucos deles se conseguem ver claramente, sendo que na sua maioria se limitam em dar saltos bem grandes e correr que nem uns desalmados mas, dos poucos que nos são bem "apresentados", há que assumir que estão francamente assustadores.
A originalidade criada para o ponto fraco destes mortos-vivos também está inovador, no entanto, o rápido desfecho desta curta-metragem deixa-nos com algum amargo de boca pois esperamos que ele pudesse ser mais prolongado e garantir-nos assim mais alguns sustos com este filme. É aqui que reside aquele que posso apontar como único ponto fraco... os seus escassos (mas bons) dezassete minutos.
Interessante, bem executada, com a história de amor não correspondido sempre implícita e com doses suficientes de humor corrosivo... "Zombies?! En España?!", esta curta merecia ser um pouco mais longa, conseguindo assim seguramente uma maior legião de fãs.
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6 / 10
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sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Heartbeat (2012)

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Heartbeat de Paulo R. Dias é uma interessante curta-metragem efectuada como trabalho final de uma cadeira universitária mas que tem enormes semelhanças a uma outra curta de 2008 chamada Love Language podendo dizer que foi seguramente inspirada nela, apesar de conter uns quantos detalhes que não se verificam na curta original.
A história é simples... uma rapariga passa o tempo a ouvir música alheada do mundo que a rodeia. Conhece um rapaz que está interessado nela e, depois de um dia problemático, resolvem conhecer-se. Estará ela tão distante assim do mundo, ou tem um segredo que "utiliza" para se proteger daquilo que a rodeia?
Como já referi, esta curta-metragem consegue manter-se interessante sem, no entanto, prezar pela originalidade. Mesmo a forma dos dois jovens comunicarem quando se encontram pela primeira vez repete aquilo que já foi visto em Love Language mas, ainda assim, consegue sobreviver sem perder o seu encanto.
E dito isto... vale a pena ver um trabalho que, se formos a pensar bem, é feito por estudantes com a mesma qualidade filmica que a outra curta-metragem que tanto encantou o público por esse mundo fora.
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6 / 10
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quinta-feira, 23 de agosto de 2012

E.T.A. (2008)

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E.T.A. de Henrik Bjerregaard Clausen é uma extraordinária curta-metragem de animação dinamarquesa que nos transporta literalmente para o espaço onde encontramos Marvin, um tipo solitário que conduz uma nave, que por vezes tem as suas falhas, e que como única companhia tem o café, muita pizza e televisão.
Mas se a vida de Marvin é solitária, não se pode dizer que seja aborrecida pois apesar de ainda lhe faltar algum tempo para chegar à Terra, o que é certo é que aparentemente ele tem uma companhia muito especial que o ajudará a tornar os seus dias bem mais... "intensos".
Bastante original, com uma animação bem conseguida e muito característica bem doseada com muito humor, esta é uma curta-metragem que me surpreendeu bastante e que recomendo para que todos a vejam.
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8 / 10
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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Lovefield (2008)

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Lovefield de Mathieu Ratthe é uma curta-metragem canadiana que mistura vários estilos desde o suspense ao terror passando pelo drama, conseguindo terminar com uma surpreendente twist final que é, assumo, completamente inesperado depois daquele que é um ambiente bastante tenebroso.
Um campo cultivado. Um homem. Uma mulher. Uma faca. Sangue. Os elementos essenciais para antevermos um pequeno filme de terror que nos pode gelar de medo pois não é uma qualquer ficção. Mas, será que tudo aquilo que aparentemente vemos é mesmo a realidade, ou será que estamos automaticamente preparados para esperar o pior?
Interessante pela sua premissa que nos leva a suspeitar de imediato de tudo o que se passa, e pelo ambiente que tensão e suspeita que consegue recriar bem como pelo próprio espaço onde a acção se desenrola, esta curta-metragem é uma agradável surpresa que não se deve deixar passar sem ver.
E os excelentes momentos finais valem por todo o trabalho que vemos antes. Uma daquelas curtas que é imperdível.
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8 / 10
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terça-feira, 21 de agosto de 2012

Orfã do Passado (2012)

Orfã do Passado de Artur Ribeiro é um dos novos telefimes produzidos pela TVI que nos conta a história de Sara (Sandra Santos) uma mulher problemática e com um passado misterioso que depois de se envolver vezes sem conta nas mais conturbadas situações é sentenciada a trabalho comunitário, nomeadamente a fazer limpezas em casa de pessoas necessitadas.
É no âmbito deste trabalho que chega à casa de Artur (Nicolau Breyner), um homem paralisado e que vive com as memórias de um passado também ele misterioso.
Conseguirão estas duas pessoas alguma vez comunicar e darem-nos a conhecer o que escondem as suas vidas de tão complicado que lhes conseguiu marcar para sempre o destino?
Ainda com as interpretações secundárias de Pedro Lima, Isabel Medina e Philippe Leroux, este telefilme acaba por tocar nos mesmos aspectos negativos que tantos outros telefilmes da TVI. A história da autoria do próprio Artur Ribeiro consegue ser interessante e adivinhar não só alguma intriga como personagens ricas graças ao seu passado algo obscuro, no entanto a realização ainda ligada a alguma "escola" de telenovela que o impede de brilhar tal como ele é (ou deveria ser), um filme.
O mesmo se poderá dizer pelo não esperado mas quase "arrematado" final que até consegue surpreender mas seriam necessários mais alguns desenvolvimentos pelo meio para nos convencer de que sim, está tudo no seu devido lugar.
A TVI aposta, e bem, no campo dos telefilmes, mas deveria deixá-los brilhar por si só, e onde não seja necessário terminar de repente com uma explicação que apesar de esperada pareça que foi ali "colada". Vale a pena pelo investimento que se percebe estar a melhorar aos poucos nesta aposta do quarto canal.
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5 / 10
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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Phyllis Diller

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1917 - 2012
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Gilberto Gonçalves

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1921 - 2012
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As Noivas de Maio (2008)

As Noivas de Maio de André Cerqueira foi mais um dos telefilmes que a TVI produziu no segmento Casos da Vida, o qual abordou neste filme, um tema que muitos querem ainda ignorar como é o caso da violência doméstica.
Acompanhamos assim a história de três mulheres. Vítória (Maria João Bastos) que nos preparativos para o casamento com Afonso (Nicolau Breyner), acaba por se apaixonar pelo filho deste Marco (Marco d'Almeida), para a fúria do seu futuro marido que não deixará que tal romance avance. Alice (Paula Neves), vítima da violência de Tó (Joaquim Nicolau), o seu marido abusivo, chegará ao ponto em que quase enlouquece. E finalmente Diana (Rita Pereira) uma modelo famosa que vive um relacionamento com Jorge (José Wallenstein) que abandona Antónia (Vera Alves) a sua mulher e que depois vive uma relação desprendida com Diana quando esta descobre sofrer de um cancro.
Todas estas mulheres se encontram, de uma ou outra forma, na loja As Noivas de Maio, propriedade de Anabela (Marisa Cruz), onde acabam por saber das suas histórias e onde todas irão encontrar um desfecho mais ou menos feliz para as suas vidas.
Com um argumento de Alexandre Borges, Melissa Lyra, Ana Vasques e Rui Vilhena, promissor em termos de conteúdo, não deixa de ser igualmente verdade que pela quantidade de histórias inter-cruzadas e nem todas elas desenvolvidas da melhor forma, aquele que poderia ter sido um dos melhores telefilmes produzidos por este canal, acaba por se limitar a ser apenas interessante e com desempenhos que vão muito acima da média daquilo que as suas personagens poderiam, à partida, permitir. Exemplo disto está o claro notável desempenho de Paula Neves que demonstra uma vez mais ser um actriz capaz de ir muito mais além do habitual registo de telenovela a que nos habituou.
Interessante mas claramente um trabalho que poderia ter ido mais longe tanto devido aos actores que tem como pela própria história e que, se tivesse reduzido o número de tramas paralelas limitando-se apenas à central teria sido um telefilme bem mais conseguido e eficaz que, ainda assim, vale a pena ver.
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6 / 10
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domingo, 19 de agosto de 2012

Tony Scott

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1944 - 2012
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Começar de Novo (2008)

Começar de Novo de Carlos Dante é um dos telefilmes da TVI pertencentes ao segmento Casos da Vida, que retrata a vida de Ana Isabel (Rita Salema) uma gestora de sucesso que se encontra de repente no desemprego e cuja vida leva uma volta radical, onde os seus princípios, hábitos e costumes são todos postos em causa.
Quando alguns dos seus até então amigos se afastam, nomeadamente o seu caterer Alberto (Igor Sampaio), e Ana Isabel se vê obrigada a repensar o rumo que irá dar à sua vida, as novas oportunidades surgem de onde menos se esperam, nomeadamente vindo daqueles que até então eram os anónimos do seu dia-a-dia.
Se retirarmos alguns clichés sobre o como triunfar após os quarenta anos de idade e depois de perder o emprego, que são mais líricos do que propriamente reais, numa clara mensagem irónica ao estilo de "yes we can", tanto a interpretação de Rita Salema como dos demais actores secundários onde se destacam Luís Esparteiro, Rita Seguro, Mina Andala, Ângelo Torres, Augusto Portela ou Igor Sampaio, são consistentes e coerentes com esta história de uma difícil segunda oportunidade de começar uma vida independente e de sucesso.
Ainda assim e mesmo com os seus clichés sempre presentes e uma realização algo telenoveleira que o impede de se afirmar como um telefilme de facto, não deixa de estar bem estruturado e ser simpático de se assistir.
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6 / 10
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sábado, 18 de agosto de 2012

Scott McKenzie

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1939 - 2012
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Pandemic (2010)

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Pandemia de Stirling Rank é uma curta-metragem australiana que dá continuidade ao já longo universo de virus assassino que dizima uma boa parte da população, aqui não sabendo se apenas australiana se do mundo.
Acompanhamos dois amigos que são dos poucos sobreviventes ainda não infectados e a sua demanda pelas ruas desertas em busca de alguém que, como eles, continue a resistir. Após estabelecerem contacto com outros sobreviventes via rádio, os dois separam-se violentamente. Resistirá algum deles a este virus mortal?
Se a originalidade de argumento já falha nestes filmes que tendem a repetir sistematicamente este universo, e onde os aspectos inovadores que destaquem o género já vão faltando, é igualmente justo dizer que aqui não só falta esta mesma originalidade como também o pouco que é feito deixa algo a desejar.
Vamos esquecer por momentos os aspectos técnicos que falham, nomeadamente o som que se torna em diversos momentos quase imperceptível e até mesmo os efeitos especiais utilizados que mostram os poucos cadáveres que se vêem como evidentes sobreposições de emagem computorizadas, e passemos sim aos aspectos básicos com os quais se deve ter bastante cuidado, nomeadamente o facto de um dos sobreviventes estar a registar tudo por onde passa com uma câmara num mundo onde a energia já se foi há muito... Ora... gostava de perceber onde é que ele consegue pôr a bateria a carregar... E finalmente, um dos mais flagrantes, quando os dois sobreviventes se sentam a contemplar a cidade e ao fundo vemos diversos carros a passear pela avenida principal da cidade. Pequenos detalhes que trabalhados podem dar alguma credibilidade a um trabalho mais amador mas que assim ainda o tornar mais falível.
Finalmente, sejamos honestos... ambos não ultrapassam os quinze anos de idade... e já falam como se percebessem de virus e de biologia e contra-procedimentos como se de dois médicos reputados se tratassem. Percebo que o trabalho seja amador e que se queira dar alguma credibilidade ao mesmo, mas não será através destes argumentos copiados de grandes produções do género que se chega lá... a simplicidade e a credibilidade dos momentos conseguem-se por vezes a partir de pequenos detalhes que são quase inerentes a qualquer um de nós. Aqui... até estes falham.
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1 / 10
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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

A Última Aposta (2008)

A Última Aposta de Lourenço de Mello é um dos telefilmes do segmento Casos da Vida produzidos pela TVI e que nos conta a história de Vasco (Rogério Samora), um homem com uma vida profissional e pessoal de sucesso, na companhia da sua filha Isabel (Júlia Belard) e da namorada Laura (Sylvie Rocha), mas que esconde uma terrível dependência do jogo.
Este homem que é aparentemente um boémio e bom coração muda repentinamente de comportamento quando descobre que Isabel namora com António (Sabri Lucas), manifestando o seu racismo até então desconhecido para todos.
No entanto, o rumo da vida surpreende todos quando é diagnosticado um cancro a Vasco que o faz mudar radicalmente os comportamentos pelos quais tem regido a sua vida. Uma vez recuperado, o mundo fará realmente sentido... ou talvez não.
Se pensarmos que A Última Aposta, à semelhança de outros títulos desta saga Casos da Vida, é um telefilme, dá que pensar na quantidade de sub-temas que regem o seu argumento. Em vez de seguirmos uma linha condutora de uma história temos diversos momentos pelos quais podemos seguir e, consequentemente, perdermo-nos. A certa altura damos por nós a pensar o que terá acontecido nos primeiros cinco minutos do filme pois... já não nos lembramos tal é o emaranhado de elementos que entretanto fazem parte desta história.
O potencial do argumento, mais limitado a um único fio condutor, e claro do conjunto de actores que dele faz parte, é mais do que seguro. Sabemos bem pela continuidade dos anos em que acompanhamos a carreira destes actores, que eles são capazes do melhor. No entanto, aquilo que vemos aqui é que até eles, por muito potencial que tenham, se perdem no meio de uma teia tão grande de historietas que preenchem este (e outros) filme(s).
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3 / 10
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quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Waking Up to Hell (2006)

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Acordar no Inferno de Matthew Bankhead, Jason Geigerman, Evans Wilson e Kody Wynne é uma curta-metragem que interliga, de certa forma, três pequenas histórias de sobreviventes de uma epidemia zombie, centrada numa pequena localidade do Estado da Georgia.
O mais simpático que poderei dizer desta curta-metragem é que não provocou o menor susto mas, no entanto, provoca algumas risadas pelo tão mau espectáculo que é. Não só falta às histórias uma linha condutora que as una de facto, com a realização a quatro torna quase desastroso o que de aproveitável poderia existir.
E como se tecnicamente falando isto já é um desastre, não esquecendo claro a pobre e muito manhosa caracterização dos actores, há que referir que as interpretações dos actores é mais hilariante que todo o restante desastre. O ataque zombie final onde o suposto médico se sacrifica, deixa as suas dúvidas se de facto o queriam comer ou o queriam ver nu... é que tiveram mais trabalho a rasgar-lhe a roupa do que propriamente a desfazê-lo à dentada.
Um perfeito desastre... não se consegue perceber se foi feito para assustar ou se foi para rir.
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1 / 10
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terça-feira, 14 de agosto de 2012

Phyllis Thaxter

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1921 - 2012
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Into the Valley (2011)

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Into the Valley de Richard Foster é uma curta-metragem cuja acção se desenrola num mundo pós-holocausto nuclear. Os poucos sobreviventes que se encontram são, tal como a própria paisagem, meras figuras esbatidas daquilo que foram em tempos.
A sobrevivência faz-se de pequenas buscas e pilhagens a casas que estão aparentemente abandonadas e aos bens alimentícios que elas poderão ainda esconder fruto da vida de outros tempos. O problema surge quando dentro de uma destas casas se encontra algo mais do que um outro aparente sobrevivente. A questão está no dilema moral que depois se encontra fruto das acções que se tomam. Aceitar a responsabilidade ou seguir em frente sem olhar para trás.
Excelente e desoladora fotografia, perfeita para o ambiente que se pretende recriar. Interpretações pouco desenvolvidas mas suficientes para dar vida a um lugar que parece já não a possuir. Desfecho que, não sendo totalmente original não deixa de ser interessante, conseguindo ainda assim dar um final esperado e de esperança para um futuro um pouco "melhor".
Não se deixem enganar pelos créditos finais pois as imagens continuam durante toda a duração desta curta-metragem.
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7 / 10
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domingo, 12 de agosto de 2012

Local Hero (1983)

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Local Hero de Bill Forsyth - longa-metragem britânica - conta com a participação de Burt Lancaster numa das interpretações principais enquanto Happer, um magnata do petróleo que pretende comprar uma pequena localidade na Escócia para a transformar num estaleiro e aumentar o seu poder económico.
Para estudar o terreno e a população Happer envia para a Escócia Mac (Peter Riegert), um dos seus funcionários, que rapidamente faz parceira com Danny para assim iniciar aquelas que se adivinham como umas difíceis negociações pelos direitos de propriedade da terra que, afinal, não será assim tão complicada quando perceber que os locais apenas querem a sua oportunidade de lucro fácil rapidamente revelado por Urquhart (Denis Lawson), o seu contabilista e representante.
Mac quer o regresso à sua Houston natal e voltar à sua vida, Danny está encantado com Marina (Jenny Seagrove), uma estranha bióloga com guelras, Happer vive encantado com astronomia e os direitos da propriedade não serão assim tão facilmente vendidos graças a Ben (Fulton MacKay), aquele que é realmente o dono daquela terra.
Todo o argumento deste filme, premiado pela crítica de Nova York e nomeado para o BAFTA da Academia Britânica de Cinema, reflecte sobre duas distintas vertentes. Na primeira delas temos uma análise ao mundo empresarial e dos negócios, nem sempre claros, como forma a obter mais lucro e quase sempre fácil, mesmo que para isso sejam colocados de lado todos os valores morais que são facilmente abafados em nome do mesmo. Normalmente aquilo que temos como sua directa consequência é um enorme levantamento popular que em nome do seu espaço, das suas terras e dos seus costumes se recusa a ceder face a um iminente aumento deste poderio económico que se impõe tendo como objectivo uma mudança nem sempre favorável a esse savoir faire instaurado. Aqui, pelo contrário, temos expressa a clara vontade dessa mesma população que (des)espera por ter a sua própria parte neste lucro, podendo assim alcançar outro tipo de vida mas que, até então, lhe tinha sido negada, esquecendo definitivamente as suas origens, costumes e claro, a sua própria terra.
Do outro lado temos esse mesmo poder económico, aqui representado na figura de "Happer", o multimilionário que tudo fará para alcançar os seus objectivos mas que, na prática, apenas está interessado em obter o maior prazer que a natureza - e os seus infinitos recursos - lhe pode(m) proporcionar, estando para isso disposto a alterar todos os seus planos financeiros iniciais que o opunham ao espaço que se preparava para descaracterizar.
Assim, e dada esta estranha e improvável equação temos uma comunidade que se deixou "corromper" pelo provável lucro fácil e pelas perspectivas que o mesmo lhe poderia proporcionar enquanto que o dito poder económico parece querer preservar o que resta de um não tocado ecossistema que muito terá para dar ao futuro da Humanidade - e também ao seu -, e finalmente aquele que funcionou como intermediário entre ambos que se encontra num verdadeiro dilema sobre o que será realmente importante para a sua vida retirado desta experiência que o coloca como um "aluno" em constante aprendizagem e compreendendo que nem tudo é tão simples ou tão "natural" como as noções pré-concebidas que retinha daquele para quem trabalhava ou sobre aqueles que seriam (supostamente) as vítimas desta comunidade - e sociedade - em transformação.
Um filme que reflecte assim sobre a sociedade e as suas prioridades e como estas podem ser redireccionadas - ou deturpadas - para caminhos que inicialmente não seriam concebidos tanto pela origem como pelo seu destinatário deixando brilhar, ainda que não como um directo protagonista, um eterno e lendário Burt Lancaster mas que, ainda assim - e assumidamente infelizmente -, não consegue criar uma total empatia com o espectador que seguramente aqui "chegou" para o poder ver mais uma vez, não desenvolvendo mais a sua personagem limitando-se, na sua essência, a caracterizar não um (uns) mas sim um todo que sabe - o espectador - nem sempre ser tão linear ou lírico como aqui se pretende transformando não só esta longa-metragem como o seu presumível herói como alguém banal e longe de ter um objectivo moral superior que pudessem conferir a Local Hero alguma dinâmica social mais presente e intensa.
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5 / 10
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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Pecados de Família (2008)

Pecados de Família de Hugo de Sousa é mais um dos telefilmes produzidos pela TVI no segmento Casos da Vida, e que desta vez aborda o tema da violência doméstica efectuados a idosos pelos seus filhos.
Isabel (Sofia Grilo) regressa a casa vinda do Canadá, após uma longa e turbulenta separação de casa do pai quinze anos antes.
Com o receio natural de uma longe separação encontra finalmente Pedro (Renato Godinho) o seu irmão, e Armando (Luís Alberto), o pai com quem se encontrava quase de relações cortadas. Após um início atribulado e com alguns afazeres, Isabel alertada por algumas amigas desconfia do comportamento que Pedro mostra ter sobre Armando e confronta-o com os factos.
Um telefilme com uma temática ainda escondida mas muito presente na sociedade actual e que consegue ser muito bem captado através do argumento de Nuno Duarte, consegue também ser um dos mais bem dirigidos desta fase inicial de trabalhos produzidos.
Ainda com as interpretações de Sandra Celas, Cristina Cavalinhos e Lourdes Norberto (por favor alguém que se lembre de dar mais trabalho a esta extraordinária actriz), este telefilme consegue ser mais factual do que sentimental não perdendo, ainda assim, a sua principal linha de orientação.
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6 / 10
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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Holdout (2012)

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Holdout de Calvin Sang é uma curta-metragem neo-zelandesa que dá continuidade àquela que já é a interminável saga de filmes sobre mortos-vivo.
Aqui estamos em Auckland no ano de 2024 onde dois adolescentes sobrevivem numa casa à praga zombie que aparentemente assolou o planeta. Depois de todos os dias emitirem uma comunicação na esperança de que alguém os escute, têm como sua única ocupação matar zombies que, curiosamente, também chegam sempre à mesma hora como se de alguma pontualidade britânica se tratasse.
Sem qualquer propósito na vida um deles rende-se às evidências e à aparente solidão na altura em que uma nova sobrevivente chega para fazer companhia a este duo. Até que uma fatalidade os atinge...
Na prática e além de uma clara vontade de deixar como mensagem que a esperança é de facto a última a morrer, esta curta-metragem de uma já tão exaustiva temática, não consegue trazer nenhum factor novo, limitando-se a reproduzir muitos dos momentos que já vimos em outros filmes do género, limitando-se apenas a ser um trabalho bem construído e sem grandes falhas aparentes, à excepção de uma pobre e muito mal executada caracterização dos actores que interpretam os mortos-vivos.
Para os apreciadores do género nunca é demais... para todos os outros... já foi visto.
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4 / 10
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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Comfort and Joy (2003)

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Comfort & Joy - Uma Nova Vida de Maggie Greenwald é um simpático mas algo mal executado filme que aborda as oportunidades que a vida nos coloca à frente.
Jane (Nancy McKeon) é uma mulher com uma vida profissional completa em oposição à sua vida sentimental na qual apenas mantém uma relação ocasional com um homem igualmente bem sucedido profissionalmente.
Quando tudo lhe parece correr bem e chegado o tradicional encontro de Natal onde a família se reune, Jane tem um acidente de automóvel onde vislumbra aquilo que poderia ser a sua vida... sob uma perspectiva mais sentimental e afectiva do que profissional. Será apenas um sonho ou existirá um fundo de realidade naquilo que ela sonha?
A premissa deste telefilme já é algo que vimos em diversos filmes do género "o que seria da minha vida se...", portanto se é por aí que esperamos novidades, não as iremos ver. No entanto, este filme poderia ter explorado melhor toda a dinâmica da família disfuncional e saíria muio melhor executado.
Dito isto, e à excepção de alguma simpatia que acabamos por criar com algumas das personagens, estranhamente pois apesar de terem química esta não é convenientemente desenvolvida, nomeadamente com a "Jane" de Nancy McKeon, actriz que continuo a afirmar precisar de um realizador que arrisque seriamente nela, e teremos todo um novo potencial em aberto, e também com a personagem de "Sam", interpretada por Steven Eckholdt, este filme não consegue ser dinâmico ou interessante o suficiente para se conseguir manter na nossa memória por muito tempo.
Assim, deste filme posso dizer que é ligeiro demais ao ponto de achar que foi feito quase como uma "colagem" de momentos, não conseguindo sequer ser um interessante telefilme para a família. Vemos,  sem deixar saudades.
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3 / 10
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terça-feira, 7 de agosto de 2012

Alma (2009)

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Alma de Rodrigo Blaas é uma curta-metragem de animação de origem espanhola e que foi nomeada ao Goya na sua categoria, que nos conta a história de uma menina que ao percorrer as ruas cobertas de neve de uma pequena povoação, encontra uma loja de brinquedos onde está uma misteriosa boneca igual a si.
Com a curiosidade natural de qualquer criança, tenta entrar dentro da loja de qualquer forma e poder tocar naquela misteriosa boneca que tanto a intriga. Conseguirá ela chegar mais perto?
Uma curta bastante interessante tanto do ponto de vista da própria execuçao da animação como, especialmente, pela mensagem que se encontra escondida por detrás de uma aparentemente inocente história.
O roubo da Alma, que tanto pode ser a nome daquela jovem criança como da sua própria alma, através daquilo que todas as crianças adoram e ao qual não conseguem resistir: os brinquedos que o serão... ou talvez não.
Se a curta-metragem já está bastante bem executada, esperemos agora pela longa-metragem que irá estrear, em princípio, no ano de 2015. A não perder!
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8 / 10
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segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Marvin Hamlisch

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1944 - 2012
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Contágio (2011)

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Contágio de Rafael Nani é uma curta-metragem de suspense que se tivesse sido mais explorado teria sido bem forte no género.
Esta curta-metragem decorre na íntegra no interior de uma casa onde percebemos, até devido ao próprio título, ter existido uma propagação e contágio de algum vírus. Os traços de sangue e de destruíção estão por toda a parte e quase se poderia dizer quea epidemia conseguiu levar a melhor face à Humanidade.
O cenário perfeitamente adequado e a caracterização do infectado que vemos estão perfeitos e as filmagens que se centram apenas num único ponto durante toda a sua duração fazem aumentar uma enorme sensação de claustrofobia que nos acompanha do primeiro ao último segundo.
O único ponto negativo (se assim poderá chamar) de todo o filme é a sua escassa duração e a falta de momentos de maior intensidade que contribuiriam para o suspense que o género pretende ter. Ainda assim está um trabalho muito bem conseguido e do qual queremos ver mais.
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6 / 10
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domingo, 5 de agosto de 2012

Illegal Activity (2012)

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Actividade Ilegal de Sebastian Thiel é uma interessante curta-metragem britânica que nos leva para um qualquer subúrbio britânico onde as vidas daqueles que o habitam estão longe de serem pacíficas e normais.
Aqui encontramos um conjunto de indivíduos que poderiam ser a vizinhança de qualquer um de nós mas que parecem, todos eles, sofrer da dependência de uma qualquer substância ilegal.
Se durante a maior parte do tempo pensamos ir assistir a uma conclusão moralista sobre a dependência das drogas, a realidade é que ficamos a meio caminho. E porquê? Estamos certos quando pensamos que vamos ter uma conclusão não direi moralista mas sim se alerta, mas ao mesmo tempo falhamos quando pensamos que esta será sobre o uso e dependência de drogas.
O twist final que esta curta tem consegue ser o seu ponto mais forte e assim tornar credíveis e válidos os comportamentos de todas aquelas, até então, estranhas personagens.
Interessante e inovadora pela sua conclusão e com uma interessante fotografia da autoria de Amarjeet Singh que torna todo o ambiente envolvente de dependência mais acentuado ao ponto de nos levar a pensar exactamente aquilo que "queremos" pensar, esta curta é um ponto alto dentro do género e que merece a nossa atenção e curiosidade.
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7 / 10
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Chavela Vargas

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1919 - 2012
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sábado, 4 de agosto de 2012

MacGruber (2010)

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MacGruber - Licença para Estragar de Jorma Taccone é o estilo de filme que adoramos ver mesmo sabendo que não vai ser nada de especial.
Depois de um trágico acontecimento no seu casamento, MacGruber (Will Forte) refugia-se num mosteiro até ao dia em que é contactado pelo Coronel Jim Faith (Powers Boothe) e por Dixon Piper (Ryan Phillippe) um jovem tenente do exército que o avisam do ressurgimento de Dieter Von Cunth (Val Kilmer), o seu arqui-inimigo.
Se inicialmente MacGruber recusa voltar ao activo, o que é certo é que os fantasmas do passado o atormentam, e o desejo de vingança àquele que destruiu a sua vida são mais fortes fazendo com que regresse para o eliminar.
Naquela que poderia ser considerada a maior desastrosa operação secreta (ou talvez não) conseguirá MacGruber vigar a morte dos seus e livrar o mundo de um criminoso tão perigoso como Von Cunth?
Apesar de ser uma premissa já bem conhecida de filmes de acção, este filme é na realidade uma comédia. Bom, chamar-lhe comédia também é estar a ser simpático, uma vez que momentos que nos dêem real vontade de rir são muito poucos. E mesmo aqueles que nos dão vontade de rir... bom... são pelo mais grosseiro, grotesco ou mesmo clichés refundidos em tantos e tantos filmes do passado que na prática, se pensarmos bem neles, mais não provocam do que um simples bocejo.
As interpretações também falam por si. Will Forte enquanto a personagem que dá nome ao filme, mais parece um MacGyver fora do seu tempo. O discípulo mais ou menos perfeito do mítico herói dos anos 80 que consegui salvar as vítimas de um qualquer terrorista internacional das mais complicadas situações apenas com uma pastilha elástica e um cotonete. Perfeita a sua interpretação mas ao mesmo tempo aborrecida e não o suficiente satisfatória para conseguir salvar o filme a que dá corpo... e alguma alma.
E se o actor principal não consegue fazer valer o filme, os actores que o secundam menos ainda. Kristen Wiig aparece como uma das suas antigas agentes mas que, nos nossos tempos, se dedica com mais coração à música do que propriamente a salvar o mundo da próxima ameaça nuclear. Ryan Phillippe, alguém do nosso tempo e sem qualquer conhecimento de como funcionavam as antigas operações militares secretas, tão pouco consegue ser dinâmico na sua interpretação limitando-se, tal como os demais, a recorrer aos típicos clichés brejeiros que tão sustentam este e outros filmes do género.
E concluindo com a encarnação do mal... bom... qual encarnação... Val Kilmer é apenas uma imagem quase desfocada daquilo que em tempos tentou ser... um actor. Não só o encontramos na sua fase decadente como não consegue ter qualquer graça ou enquadramento num filme de comédia. Deambula por ali a exibir o seu excesso, quase disforme, de peso e a tentar encarnar algo para o qual percebermos não estar minimamente interessado. Quase arrisco dizer que há excepção de algum salário mais ou menos chorudo que lhe deram, estar ali ou não terá sido para ele a mesma coisa.
Se retirarmos alguns momentos icónicos dos anos 80 como a presença constante do auto-rádio nas mãos de MacGruber, o seu carro e algumas das tentativas de piadola, bem como a sempre presente roupa característica do já referido herói MacGyver, este filme acaba por ser algo sem qualquer sabor ou graça que pouco nos entretém e distrái ao longo dos seus oitenta minutos de duração. Temos o (pseudo) herói, a sua nova paixão, as piadolas sexuais que não se enquadram lá muito bem e um vilão que faz mais um frete para dar continuidade ao filme mas nenhum deles suficientemente forte ou consistente para percebermos que alguma coisa de boa vai dali resultar.
É mais um filme, mas não é por isso que se torna interessante de ver. Quando acabamos apenas pensamos "viu-se", e com isto não quero dizer nada de positivo.
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2 / 10
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sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Il Dolore della Bambola (2012)

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A Dor da Boneca de Simone Caridi é uma curta-metragem italiana que nos transporta para um universo relativamente alternativo onde encontramos uma jovem que vive literalmente num mundo que se pode considerar de fantasia.
Num quarto repleto de bonecas vestidas tão exuberantemente como o próprio quarto onde se percebe ele passar todo o seu tempo, esta jovem é fisica e psicologicamente igual às bonecas que a "acompanham". Inerte e quase sem expressão, veste-se e pinta-se tal e qual uma delas num ritual que sem ser típico de um filme de terror está muito próximo de assustar tanto como o género.
A sua indiferença e apatia perante tudo o que a rodeia são não só por demais evidentes neste seu ritual diário como também no único momento em que a vemos sair daquele quarto e deambular pelo castelo como se de uma figura fantasmagórica se tratasse. Desprovida (ou talvez não) de sentimentos, expressões ou reacções a tudo aquilo que a rodeia.
Jessica Zambellini, a única interpretação viva desta curta-metragem está, ao interpretar esta jovem, indiferente para com o que a rodeia, simplesmente perfeita. O seu olhar e comportamentos estão numa aparente atitude mecânica, perfeitos.
Tecnicamente bastante positiva tem um guarda-roupa exuberante, uma caracterização que faz a actriz estar quase desprovida de emoções, e uma banda-sonora e fotografia que tornam toda a curta-metragem num ambiente fantasmagórico e sombrio dignos de um filme que facilmente poderia ser de terror.
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6 / 10
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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Os Monstros (2012)

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Os Monstros de João Lameira foi uma das curtas-metragens não seleccionadas ao MOTELx 2012 mas que consegue ser uma agradável surpresa.
Um jovem casal fica apeado no meio do nada quando o seu carro avaria. Depois de caminharem durante algum tempo chegam a uma aparentemente isolada casa. Quando decidem entrar são confrontados com um estranho proprietário que, apesar da sua aparente disponibilidade, parece esconder algo por detrás das paredes da sua casa.
Depois de alguns sustos e de uma premissa interessante que nos surpreende com um twist final, esta curta-metragem tem alguns aspectos mais sensíveis nomeadamente no que diz respeito ao som deficitário que percorre quase todo o filme tornando difícil a compreensão de alguns dos seus diálogos.
Uma interessante curta-metragem que, um pouco mais polida, poderia ter ido um pouco mais longe na sua perfeição enquanto filme do género.
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6 / 10
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