segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Jessye Norman

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1945 - 2019
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domingo, 29 de setembro de 2019

Globos de Ouro SIC/Caras 2019: os vencedores

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Foram há instantes revelados no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, os Globos de Ouro SIC/Caras na categoria de Cinema tendo Raiva, de Sérgio Tréfaut sido o grande vencedor ao arrecadar o troféu de Melhor Filme e Actriz.
São os vencedores:
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Filme: Raiva, de Sérgio Tréfaut
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Actor: Carloto Cotta, Diamantino
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Actriz: Isabel Ruth, Raiva
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Globos de Ouro SIC/Caras 2019: Filme

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Raiva, de Sérgio Tréfaut
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Globos de Ouro SIC/Caras 2019: Actor

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Carloto Cotta, Diamantino
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Globos de Ouro SIC/Caras 2019: Actriz

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Isabel Ruth, Raiva
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Shortcutz Viseu - Sessão #132

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Realiza-se na próxima sexta-feira dia 4 de Outubro a Sessão #132 do Shorcutz Viseu. A Sessão regressa com o tradicional segmento de Curtas em Competição onde irão ser exibidos os filmes curtos Cinzas, de Célia Fraga, A Era das Ovelhas, de Sara Augusto, Eva Mendes e Joana de Rosa e ainda Natureza Morta, de Bruno Fraga Braz.
A Sessão #132 contará ainda com o segmento Convidado Especial e com a presença de Nuno Rocha, realizador das curtas-metragens 3x3, Momentos, Vicky & Sam e da longa-metragem A Mãe é que Sabe.
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sábado, 28 de setembro de 2019

Queer Lisboa 2019: os vencedores

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Terminou hoje o Queer Lisboa 23 que decorreu desde o passado dia 20 de Setembro no Cinema São Jorge, em Lisboa por onde passaram dezenas de filmes entre Curtas e Longas-Metragens de Ficção, Animação e Documentário.
São os vencedores:
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Longas-Metragens
Filme: Sócrates, de Alexandre Moratto
Menção Especial: Greta, de Armando Praça
Prémio do Público: Carmen y Lola, de Arantxa Echevarría
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Documentários
Filme: Una Banda de Chicas, de Marilina Giménez
Menção Especial: Ni d'Ève, ni d'Adam. Une Histoire Intersexe, de Floriane Devigne
Prémio do Público: Ni d'Ève, ni d'Adam. Une Histoire Intersexe, de Floriane Devigne
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Curtas-Metragens
Filme: Parsi, de Eduardo Williams e Mariano Blatt
Menção Especial: Ant-Man, de Viet Vu
Prémio do Público: Estamos Todos Aqui, de Chico Santos e Rafael Mellim
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In My Shorts
Filme: Constanza, de Melisa Liebenthal e Dants vs Mohammed Ali, de Marc Wagenaar
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Queer Art
Filme: Normal, de Adele Tulli
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sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Luis Ospina

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1949 - 2019
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quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Estamos Todos Aqui (2018)

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Estamos Todos Aqui de Chico Santos e Rafael Mellim (Brasil) foi mais uma das curtas-metragens apresentadas neste último dia de exibição da Competição Oficial da vigésima-terceira edição do Queer Lisboa a decorrer até ao próximo Sábado no Cinema São Jorge, em Lisboa.
Rosa, que nunca se sentiu Lucas o nome que lhe havia sido dado ao nascimento, fora expulsa de casa. Na emergência de construir a sua própria casa na Favela da Prainha, a expansão do maior porto da América Latina vê não só os seus como os sonhos de toda a comunidade ameaçados privando-a de um ideal de futuro.
A dupla de realizadores, que também escreveu o argumento desta curta-metragem que se assume desde o primeiro instante como breve demais para aquilo que nos poderá oferece, enquadra o espectador naquilo que é inegável... a extrema pobreza (social, cultural e económica) do espaço e da população que o habita. Longe de qualquer juízo de valor sobre os mesmos mas sim acentuado sobre as condições que a todos obrigaram a encontrar-se naquele local, é esse mesmo espectador que é imediatamente seduzido pelos comportamentos e rituais quase mecânicos que levam a nossa protagonista a uma busca incansável por um espaço e pelos materiais que a poderão permitir construir o seu novo lar num ambiente assumidamente agressivo.
"Rosa" - personagem docuficcionada - é uma jovem mulher numa transição desconhecida para o espectador. Na prática, essa mesma transição é apenas protagonista por ser (deduzimos) a razão pela qual ela necessita procurar pelo seu espaço sem se remeter para uma mendicidade ou prostituição quase forçadas, e encontrar assim um potencial lugar ao qual chame seu... e de lar. Um lar que lhe fora privado por uma família que compreendemos ter sido abusiva, injusta e que lhe renegou o direito a ser aquilo que sempre foi... uma mulher livre. Nesta medida, aquilo que o espectador compreende é todo o seu ambiente agora "natural" centrado em todo um conjunto de adversidades que lhe são forçadamente propostas e das quais terá de escapar se lhes quiser sobreviver.
Neste contexto, "Rosa" é uma mulher personagem de um espaço que joga desde o primeiro instante contra ela própria, onde reina o perigo, a miséria, as dificuldades e sobretudo todo um conjunto de impossibilidades que a privam de viver a sua vida tal como ela deveria ser... livre. O espaço apresentado pelos realizadores não poderia ser mais adverso... todo um bairro (favela) onde reina a miséria e o empobrecimento. Habitações precárias erguidas por entre o lixo e os detritos esquecidos pelo sem fim de construções que crescem ao seu redor e "na outra margem" das suas possibilidades, fazendo criar famílias que estão, em todas as frentes, num limiar de vida digna e que para sobreviver apenas está garantido pelo recurso à ilegalidade.
É, neste mesmo meio, que "Rosa" tem não só de sobreviver como também lutar e insurgir-se contra as ameaças que se sucedem quando o próprio local está ameaçado pela expansão de um novo motor económico que irá colocar em causa toda a sua (nova) forma de sobrevivência. Atenta, lutadora e agora despertada para a realidade de toda a sua nova condição, "Rosa" terá de se insurgir contra as ameaças ou perder-se e morrer face à incerteza a que a remetem e que a espera sem qualquer piedade.
Para lá de um atento olhar sobre a transição de uma jovem mulher, Estamos Todos Aqui é um intenso relato sobre a sobrevivência humana. Sobrevivência essa que se pode assumir física, psicológica, económica, cultural ou sob uma qualquer outra forma que ameace a dignidade humana e que mais ou menos moderadamente catapulta todos os seus intervenientes a uma luta sem fim pelo seu espaço e sobretudo pela sua existência. Estamos Todos Aqui poderia, dessa forma, ser a interessante pergunta colocada ao "outro" com o fim último de compreender quem tem mais direito sobre o "espaço"... "eu"... "tu"... "o outro"?! Serão umas formas de existência mais válidas que as outras? Terei "eu" mais direito ao espaço do que "tu"? Será a minha existência mais válida do que a "tua"?
Vivida de forma intensa e quase sempre a atingir um clímax, "Rosa" e o seu grito de revolta que a obriga a incorporar esse Estamos Todos Aqui como o seu lema de vida constituíram-se como um dos mais interessantes filmes curtos a passar este ano pelo Queer Lisboa e um tubo de ensaio para aquilo que poderia ser uma história mais longa e, sem qualquer ponta de filosofia, um interessante relato sobre quanto tempo dura ou resiste a luta por essa dignidade tantas vezes perdida.
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8 / 10
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Mom's Clothes (2018)

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Mom's Clothes de Jordan Wong (EUA) é uma das curtas-metragens na Competição Oficial da vigésima-terceira edição do Queer Lisboa a decorrer no Cinema São Jorge, em Lisboa que reflecte sobre o que será estar "fora do armário" numa perspectiva apresentada na primeira pessoa sendo aqui o realizador o principal interveniente da história não-ficcionada que pretende ralatar.
À medida que o espectador observa todo um conjunto de padrões que, pela própria pista dada pelo título, se deduz serem de um roupeiro mais ou menos elaborado e exuberante da sua mãe, compreende as palavras do narrador que assume a sua diferença e individualidade e o facto destas terem sido não só de difícil descoberta como, sobretudo, tão importantes para a definição do seu próprio "eu" escondido, tal como elas, no fundo de um armário que insistia em ter as suas portas cerradas para o mundo exterior. Num sem fim de imagens que rodopiam e circulam no grande ecrã, o espectador escuta então o relato confessional do realizador e da sua auto-descoberta que se impõe ao mundo mais do que uma afirmação mas sim como uma forma de dizer que finalmente estava apto para reclamar a sua dignidade e auto-estima como uma parte integrante do seu ser e da sua personalidade.
Ainda que original pela forma como relaciona a definição de "armário" ou de roupa como camuflagem para a realidade que tanto tempo levou a aceitar e assumir, Mom's Clothes é, sobretudo, uma curta-metragem que demora tanto como a escritura de uma carta na qual se assume uma confissão... para si... talvez para o mundo mas onde principalmente se reclama a auto-valorização do "eu" e a esperança - não tácita - de que um "amanhã" pode ser mais bem vivido sendo que é esperado pelo espectador o que, ou como será, esse dia depois do qual nada se chegará a saber.
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4 / 10
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terça-feira, 24 de setembro de 2019

European Film Awards - European Achievement in World Cinema 2019

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A Academia Europeia de Cinema anunciou esta manhã o nome da homenageada deste ano com o seu troféu European Achievement in World Cinema.
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Juliette Binoche (Paris, 1964) cujo percurso cinematográfico é "rico e diverso" segundo a Academia Europeia de Cinema e onde figuram mais de sessenta longas-metragens, teve a sua primeira participação no grande ecrã no início da década de '80 com Liberty Belle (1983), de Pascal Kané tendo, no entanto, sido dois anos depois com Je Vous Salue, Marie (1985), de Jean-Luc Godard que a lançou como actriz emergente em França. No mesmo ano participaria ainda em Les Nanas, de Annick Lanoë, La Vie de Famille, de Jacques Doillon, Adieu Balireau, de Bob Decout, Le Meilleur de la Vie, de Renaud Victor e Rendez-Vous, de André Téchiné aos quais se seguiriam Mon Beau-Frère a Tué ma Soeur (1986), de Jacques Rouffio, Mauvais Sang (1986), de Leos Carax, The Unbearable Lightness of Being (1988), de Philip Kaufman que lhe conferiu a porta de entrada para um percurso internacional e Un Tour de Manège (1989), de Pierre Pradinas.
A década de '90 começaria com a interpretação de Binoche em Les Amants du Pont-Neuf (1991), de Leos Carax, Wuthering Heights (1992), de Peter Kosminsky, Damage (1992), de Louis Malle, a trilogia Trois Couleurs com Bleu (1993), Blanc (1994) e Rouge (1994), de Krzystof Kieslowski, Le Hussard sur le Toit (1995), de Jean-Paul Rappeneau, Un Divan à New York (1996), de Chantal Akerman e The Englih Patient (1996), de Anthony Minghella que lhe viria a conferir não só a sua primeira nomeação como o seu primeiro Oscar na categoria de Melhor Actriz Secundária. Alice et Martin (1998), de André Téchiné e Les Infants du Siècle (1999), de Diane Kurys viriam a encerrar a década.
O novo século iniciaria com três longas-metragens sendo elas La Veuve de Saint-Pierre (2000), de Patrice Leconte, Code Inconnu (2000), de Michael Haneke e Chocolat (2000), de Lasse Hallström que lhe viria a conferir a sua segunda nomeação a Oscar agora enquanto Actriz Protagonista. Seguir-se-lhe-iam Décalage Horaire (2002), de Danièle Thompson, Country of My Skull (2004), de John Boorman, Caché (2005), de Michael Haneke, Bee Season (2005), de Scott McGehee e David Siegel, Mary (2005), de Abel Ferrara, Paris Je T'Aime (2006), no segmento realizado por Nobuhiro Suwa, Quelques Jours en Septembre (2006), de Santiago Amigorena, Breaking and Entering (2006), de Anthony Minghella, na curta-metragem Le Monde n'est pas un Panorama (2006), de Iacopo Bedogni e Nicolò Massazza, Le Voyage du Ballon Rouge (2007), de Hsiao-Hsien Hou, Disengagement (2007), de Amos Gitai, Dan in Real Life (2007), de Peter Hedges, Paris (2008), de Cédric Klapisch, L'Heure d'Été (2008), de Olivier Assayas e Shirin (2008), de Abbas Kiarostami.
A década seguinte iniciar-se-ia com Copie Conforme (2010), de Abbas Kiarostami, The Son of No One (2011), de Dito Montiel, Elles (2011), de Malgorzata Szumowska, La Vie d'Une Autre (2012), de Sylvie Testud, Cosmopolis (2012), de David Cronenberg, À Coeur Ouvert (2012), de Marion Laine, Camille Claudel 1915 (2013), de Bruno Dumont, Tusen Ganger God Natt (2013), de Erik Poppe, Words and Pictures (2013), de Fred Schepisi, Godzilla (2014), de Gareth Edwards, Clouds of Sils Maria (2014), de Olivier Assayas, Nadie Quiere la Noche (2015), de Isabel Coixet, 7 Letters (2015), de Junfeng Boo, Eric Khoo, Jack Neo, K Rajagopal, Pin Pin Tan, Royston Tan e Kelvin Tong, The 33 (2015), de Patricia Riggen, na curta-metragem Mara (2015), de Mike Figgis, L'Attesa (2015), de Piero Messina, Ma Loute (2016), de Bruno Dumont, Polina, Danser sa Vie (2016), de Valérie Müller e Angelin Preljocaj, Ghost in the Shell (2017), de Rupert Sanders, Telle Mère, Telle Fille (2017), de Noémie Saglio, Un Beau Soleil Intérieur (2017), de Claire Denis, Vision (2018), de Naomi Kawase, Doubles Vies (2018), de Olivier Assayas, High Life (2018), de Claire Denis, Celle que vous Croyez (2019), de Safy Nebbou e finalmente La Vérité (2019), de Hirokazu Koreeda tendo ainda por estrear Le Quai de Ouistreham (2020), de Emmanuel Carrère e La Bonne Épouse (2020), de Martin Provost.
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Além do já mencionado Oscar de Actriz Secundária por The English Patient, Juliette Binoche já foi galardoada com um BAFTA e o Urso de Ouro de Berlim pelo mesmo filme, com o prémio de interpretação em Cannes por Copie Conforme, com o César da Academia Francesa de Cinema por Trois Couleurs: Bleu (num total de dez nomeações), com três European Film Awards - dois de Melhor Actriz e um prémio atribuído pelo público -, o Prémio Tributo pelo Lisbon & Estoril Film Festival e a Coppa Volpi de Veneza entre diversos outros prémios e nomeações destacando-se, entre elas, ao David di Donatello e ao Goya das Academias Italiana e Francesa respectivamente.
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A actriz, bem como os demais nomeados nas mais diversas categorias, estará em Berlim no próximo dia 7 de Dezembro, para a trigésima-segunda edição dos European Film Awards.
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sábado, 21 de setembro de 2019

Sid Haig

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1939 - 2019
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sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Jan Merlin

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1925 - 2019
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AFI Life Achievement Award 2020

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O American Film Institute anunciou a atribuição do seu do seu 48º galardão à actriz britânica Julie Andrews numa cerimónia que se irá realizar no próximo dia 25 de Abril de 2020, em Los Angeles.
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Andrews, distinguida recentemente com o Leão de Ouro Carreira pelo Festival Internacional de Cinema de Veneza é, segundo a Presidente do AFI Kathleen Kennedy "praticamente perfeita em todos os sentidos tendo deixado ao longo de décadas e gerações um sentimento de alegria, e o seu talento é um testamento ao poder da arte cinematográfica e à nossa herança cultural".
Julie Andrews, também com uma destacada presença tanto no palco como no pequeno ecrã, iniciou o seu percurso cinematográfico em 1949 ao dobrar uma personagem da longa-metragem de animação La Rosa di Bagdad, de Anton Gino Domenighini tendo sido, no entanto, a sua primeira longa-metragem Mary Poppins (1964), de Robert Stevenson que lhe granjeou não só fama internacional como o seu primeiro, e único à data, Oscar de Melhor Actriz Protagonista.
À obra de Stevenson seguiram-se The Americanization of Emily (1964), de Arthur Hiller e The Sound of Music (1965), de Robert Wise que a confirmou o seu estatuto de estrela internacional e a segunda nomeação ao Oscar enquanto Actriz Protagonista. Com três longas-metragens estreadas e uma carreira firmada, Andrews viria a participar em Torn Curtain (1966), de Alfred Hitchcock, Hawaii (1966) e Throughly Modern Millie (1967) ambos de George Roy Hill e Star! (1968), de Robert Wise que encerraria a década para a actriz.
Já na década de '70 Julie Andrews iria atravessar um período mais calmo apenas participando em quatro longas-metragens de Blake Edwards - com quem havia casado em 1969 -, sendo elas Darling Lili (1970), The Tamarind Seed (1974), The Pink Panther Strikes Again (1976) - onde daria a voz a uma das suas personagens -, e finalmente 10 (1979).
Little Miss Marker (1980), de Walter Bernstein foi a longa-metragem que viria a iniciar a nova década e à qual se seguiria um novo conjunto de colaborações com Blake Edwards entre as quais S.O.B. (1981), Victor Victoria (1982), que lhe proporcionaria a terceira e última nomeação ao Oscar de Melhor Actriz, Trail of the Pink Panther (1982), The Man Who Loved Women (1983) e That's Life! (1986) terminando a década com Duet for One (1986), de Andrey Konchalovskiy.
Andrews voltaria ao cinema seis anos depois com Cin Cin (1992), de Gene Saks naquela que seria a sua única aparição no cinema na década e regressaria con Relative Values (2000), de Eric Styles e o grande êxito junto do público em The Princess Diaries (2001), de Garry Marshall seguido por Unconditional Love (2002), de P. J. Hogan e o sucesso de animação Shrek 2 (2004), de Andrew Adamson, Kelly Asbury e Conrad Vernon ao qual regressaria em Shrek the Third (2007), de Chris Miller e Raman Hui e em Shrek Forever After (2010), de Mike Mitchell. Ainda em 2004 voltaria para The Princess Diaries 2: Royal Engagement, de Garry Marshall, Enchanted (2007), de Kevin Lima e para a curta-metragem do mesmo realizador Pip's Predicament: A Pop-Up Adventure (2008).
Tooth Fairy (2010), de Michael Lembeck, Despicable Me (2010), de Pierre Coffin e Chris Renaud, Despicable Me 3 (2017), de Kyle Balda, Pierre Coffin e Eric Guillon e Aquaman (2018), de James Wan viriam a encerrar as suas participações cinematográficas estando, no momento, em gravações da série Bridgerton.
Entre os inúmeros troféus alcançados por Julie Andrews encontram-se para lá do já mencionado Oscar, três Globos de Ouro, dois Emmy, um BAFTA, dois David di Donatello da Academia Italiana de Cinema, um Grammy e um Screen Actors Guild.
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terça-feira, 17 de setembro de 2019

Suzanne Whang

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1962 - 2019
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segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Shortcutz Viseu - Sessão #131

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É já no próximo dia 20 de Setembro - sexta-feira - que o Shortcutz Viseu regressa para a Sessão #131 e, desta vez, inteiramente dedicada ao público mais jovem numa extensão do Festival Internacional de Cinema de Curtas-Metragens de Vila do Conde.
Na sessão serão assim exibidas um conjunto de curtas-metragens de animação sendo elas Le Tigre sans Rayures, de Raul 'Robin' Morales Reyes (França/Suíça), Matches, de Géza M. Tóth (Hungria), Pouset Draka, de Martin Smatana (Rep. Checa/Eslováquia/Polónia), Kids, de Michael Frei (Suíça), Le Rêve de Sam, de Nolwenn Roberts (França) e ainda Bamboule, de Emilie Pigeard (Bélgica/França).
A Incubadora do Centro Histórico recebe assim mais uma vez uma sessão do Shortcutz Viseu e, esta semana, a partir das 14 horas da próxima sexta-feira dia 20 de Setembro.
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domingo, 15 de setembro de 2019

MOTELx - Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa 2019: os vencedores

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Terminou hoje a décima-terceira edição do MOTELx - Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa que decorreu no Cinema São Jorge desde o passado dia 10 de Setembro e pelo qual passaram dezenas de obras nas mais diversas secções.
Foram os vencedores:
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Prémio MOTELx - Longa-Metragem Europeia de Terror: Papa, Sdokhni, de Kirill Sokolev
Menção Especial: The Hole in the Ground, de Lee Cronin
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Prémio do Público: Midsommar, de Ari Aster
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Prémio MOTELx - Curta-Metragem Portuguesa de Terror: Erva Daninha, de Guilherme Daniel
Menção Honrosa: Häuschen - A Herança, de Paulo A. M. Oliveira e Pedro Martins
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Roberto Leal

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1951 - 2019
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sábado, 14 de setembro de 2019

Marco Parodi

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1943 - 2019
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Feliz Natal, Sr. Monstro (2019)

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Feliz Natal, Sr. Monstro de João Pais da Silva e André Rodrigues (Portugal) é uma das dez curtas-metragens em competição ao Prémio MOTELx de Curta Portuguesa de Terror nesta décima-terceira edição do MOTELx - Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa a decorrer no Cinema São Jorge até amanhã dia 15 de Setembro.
Na noite de Natal uma menina (Luana Lina) percorre os corredores de um centro comercial abandonado quando encontra um homem vestido de Pai Natal (Fernando Rodrigues) que ali procura algo. Mas... o que poderá estar por ali escondido?!
A atmosfera criada nesta curta-metragem consegue ser o seu elemento mais forte. Se inicialmente o espectador compreende que aquilo que observa é apenas um (mais um) espaço abandonado fruto de uma qualquer crise económica e financeira que levou a comunidade consumista a retrair os seus gastos, cedo se apercebe que aquele espaço é sim o fruto de uma outrora opulenta sociedade de consumo que, graças a um qualquer cataclismo social, se transformou num espaço de memória daquilo que outrora "foi". O mundo e os símbolos do poder económico que conhecemos hoje são aqui o espelho de um passado distante para uma jovem como a aqui representada por Luana Lima. O mundo, como o conhecemos, terminou... as causas, consequências e efeitos desconhecemos para além deste óbvio fim. O consumo terminou. A sociedade de comunicação é agora inexistente. E o conhecimento, esse... é apenas pertença dos mais velhos ou, pelo menos, daqueles que o tiveram, ainda que brevemente, na sua também já ida juventude.
Mas... a busca deste Pai Natal continua... algo poderá estar ali escondido... será algum bem desse ido passado... alguma memória... alguma esperança de encontrar alguém como ele que também recorde... ou simplesmente alguém que, tal como ele, ainda exista desse passado... na realidade o espectador nunca o saberá concretamente remetendo-se apenas para os silêncios que aquelas paredes abandonados insistem em manter e para a estranha e solitária presença daquela jovem que, tal como ele, parece perdida num espaço a que chama de casa mas que, na realidade, não sabe caracterizar ou compreender o que foi.
A presença desta jovem, ainda que relativamente enigmática até ao final, é curiosa na medida em que ela acaba por representar aquilo que aparentemente já não existe... a juventude. O tal "monstro" que se esconde solitário nas sombras de um espaço que nesse já referido passado existia e que o "povoava" como o seu habitat natural. Agora, cruzando livremente os espaços mais ou menos sombrios daqueles corredores, a sua jovem figura é representativa desse desaparecimento (desconhecido) de toda a civilização tal como fora conhecida... afinal, para lá das luzes de Natal que insistem em brilhar pelos corredores, todos os sinais de vida estão eliminados daqueles corredores ou escondidos em contentores que já ninguém reconhece ou procura.
Interessante sob uma perspectiva dada de um potencial holocausto ou fim do qual ninguém sabe ou justifica, a curta-metragem Feliz Natal, Sr. Monstro precisaria de uma maior capacidade de representar o medo (o perigo... ou o fim?!) transformando-o naquilo que, na realidade, ele será... tenebroso. Compreende o espectador que estamos perante uma sociedade que terminou... mesmo até perante o fim da Humanidade (ou de uma boa parte dela) pela ausência de vida dita "adulta" que co-habite aqueles enormes e desertos corredores mas, de facto, esta compreensão deve-se mais à dedução ou intuição do mesmo do que propriamente à constatação desse "fim" como um "acontecimento" - local... mundial?! - que transformou esta jovem (ou aquilo que ela fôr) e o seu meio nesta nova realidade desprovido de um qualquer objectivo.
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5 / 10
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Faz-me Companhia (2019)

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Faz-me Companhia de Gonçalo Almeida (Portugal) é uma das longas-metragens presentes na competição oficial do MOTELx - Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa.
Sílvia (Cleia Almeida) dirige-se para uma casa perdida no campo que alugara para se encontrar com Clara (Filipa Areosa), a sua amante. Aquilo que se fazia adivinhar com um fim-de-semana de prazer e cumplicidade cedo se revela como uma viagem ao seu subconsciente quando a casa em que se encontram parecer ter, ela própria, algo que esconder. Irá a relação entre Sílvia e Clara resistir?
Desde os primeiros instantes de Faz-me Companhia que o argumento de Gonçalo Almeida tenta recuperar o universo do "mal interior" onde os sentimentos de culpa da protagonista tendem a entrar num conflito silencioso com um qualquer mal adormecido que encontrou refúgio naquela casa onde agora ambos se cruzam. Algo existe que perturba "Sílvia" e, ainda que desconhecido para o espectador, este "mal" apresenta-se lentamente - ou assim se pensa -, prestes a afirmar-se enquanto uma personagem semi-secreta que tudo fará para ganhar uma nova vida. Desconhecemos se uma vida passada que ali se extinguiu ou mesmo se um mal sobrenatural que busca um receptáculo para dar corpo à sua alma perdida - não esquecer que "Sílvia" está grávida -, mas algo existe dentro dos limites daquela propriedade prestes a revelar-se e mesmo, pensamos, ganhar forma humana.
No entanto, esta tentativa de recuperar um fio condutor que se prenda com esse já mencionado "mal interior", Faz-me Companhia acaba por se perder na vontade de ser um The Amytiville Horror (1978), de Stuart Rosenberg assumindo-se apenas como um híbrido que vive do espírito do que poderia ter sido mas que na realidade não se consumou. Senão, vejamos... a longa-metragem de Gonçalo Almeida revela-se com a viagem rumo a... onde o espectador apenas se familiariza com a personagem interpretada por Cleia Almeida. Uma vez chegada ao seu destino, "Sílvia" inicia uma outra viagem, agora de descoberta, àquela casa que sente ter algo por revelar mas que continua a habitar numas sombras manifestando apenas a sua presença nos momentos em que os silêncios povoam o espaço... "Se bater três vezes... é porque "ele" está lá". Previsível em boa medida ignorando todos os momentos em que poderia cativar não só pelo mistério como também pela sugestão, tantas vezes mais assustadora do que aquilo que de facto se confirma numa história deste género, Faz-me Companhia limita-se à superfície do conto de horror que não se chega a confirmar.
Mais, o fim-de-semana que se pretendia de romance, cumplicidade e até eventuais metas comuns a atingir que seriam interrompidas pela terceira, e não assumida, entidade que as acompanha, acaba por ser algo explorado de forma francamente superficial não consumando nenhuma empatia entre as duas protagonistas que, à parte de nos ser revelado que mantinham um caso sentimental e amoroso em segredo, pouca cumplicidade é aqui revelada. Diz-se - do género - que o sexo é uma das portas de entrada para esse "mal escondido"... se assumirmos a sua existência entre ambas "noutros tempos", então este mal existe para lá daquele local mas sim como resultado de vivências passadas que as acompanha esperando apenas pelo momento exacto... Faz-me Companhia - enquanto título e pensamento/sentimento - seria assim o resultado de algo que se quer vincular a uma existência terrena, que existe na realidade enquanto forma em busca de uma matéria mas não algo que surge de um espaço mas sim das experiências anteriores... enquanto acompanhante de uma ou de outra (sendo Filipa Areosa a outra protagonista), está escudado do conhecimento do espectador... mas a realidade é que se encontra nesse vazio não terreno nem celestial e que a sua solidão é manifestada pela vontade de ganhar forma. A casa - ou as experiências que se pretendiam ali consumar -, será então uma espécie de útero feminino - a "Sílvia" de Almeida está grávida de uma relação heterossexual que mantém para a sociedade - prestes a confirmar forma física para algo que se esconde e que lentamente dá os primeiros passos para essa manifestação junto de "Clara" (Areosa), mais susceptível a uma realidade que está, até então, ignorada ou não tão disponível de encontrar a credibilidade que nela encontra.
Potencialmente interessante na medida em que nos encontramos perante uma das raras entregas de cinema de terror português em formato de longa-metragem - "recentemente" e neste género apenas recordo Coisa Ruim (2006), de Tiago Guedes e Frederico Serra -, Faz-me Companhia teria sido muito mais bem sucedida confirmando a essencial química entre as duas protagonistas que aqui se esbateu apenas na percepção de que ambas mantêm (mantiveram?!) uma relação que ali encontrará um destino diferente e, sobretudo, a casualidade de que os sons e as sombras conferem um melhor resultado neste género de filme quando não existe a necessidade de explicar nem a sua origem nem o seu propósito... a casualidade, essa eterna aliada do cinema de terror, confere ao espectador a compreensão de que existe algo "do lado de lá" escondido por detrás de uma qualquer porta, desesperado por se fazer anunciar mas que o próprio filme mata com a necessidade de justificar, explicar e demonstrar de onde vem... e por detrás de qual porta se esconde.
Destaque positivo para a direcção de fotografia de Alex Grigoras e para um leve - muito leve - piscar de olho ao cinema de género italiano dos anos '70 mas que como consequência de todas as fragilidades apresentadas não se deixa cumprir enquanto um desses esperadas exemplares do terror Faz-me Companhia consegue, de facto, abrir o apetite para o estilo não conseguindo, no entanto, satisfazer essa "fome" por um bom filme de terror.
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4 / 10
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Canção de Embalar (2019)

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Canção de Embalar de João Pedro Frazão (Portugal) é uma das dez curtas-metragens portuguesas nomeadas ao Prémio MOTELx nesta décima-terceira edição do festival que amanhã termina no Cinema São Jorge, em Lisboa.
Madalena (Beatriz Frazão) é odiada pela madrasta (Ana Mafalda). Madalena sempre sentiu a culpa do incêndio que matou o pai e que a madrasta não a deixa esquecer. Poderá ela continuar a resistir a uma vida onde a culpa a dominou?!
Visualmente rica e capaz de recriar tanto graças aos seus interiores como exteriores não só a atmosfera de um filme de terror como também um que centra a sua acção numa época passada, Canção de Embalar replica o esperado ambiente de um filme de terror tradicional... um acto de amor, o ciúme e a traição, um ambiente agreste e gótico onde as energias e os sentimentos desenvolvem um demónio interior que apenas espera o momento indicado para dar corpo às suas manifestações.
Uma vez confirmado este ambiente, que poderia ser romântico em boa parte graças ao espaço em que é filmado é em Sintra mas que mais se assume como medieval e gótico, Canção de Embalar reside essencialmente nas duas interpretações protagonistas a cargo de Beatriz Frazão e Ana Mafalda. Se da jovem Frazão predomina a linguagem corporal que a apresentam como uma jovem vítima dos caprichos de uma mulher mais velha a quem serve, já Ana Mafalda apresenta-se como aquela que é mais física e psicologicamente violenta fazendo do espaço e da jovem enteada aquilo que o seu sentimento de traição matrimonial a impele.
Ainda que praticamente centrada em pequenos espaços não aproveitando muito do potencial e um todo que havia sido inicialmente apresentado - a Serra de Sintra e as suas sombrias propriedades para muito poderiam contribuir -, esta curta-metragem é assim dominada pela carga emotiva apresentada pelas duas actrizes e por uma enigmática direcção de fotografia que fecha todo o ambiente numa claustrofobia quase angustiante e que não permite o espectador experimentar ou "viver" todos os pequenos recantos que são assim revelados pelo realizador. Sabemos que os espaços estão lá mas apenas a sensação da sua presença permite imaginar o que estará para "lá" daquilo que a câmara mostra.
Beatriz Frazão, inicialmente terna e uma assumida vítima nas garras de um mal maior, releva-se lentamente a um espectador curioso sobre o seu destino, uma vez que o passado acaba por ser revelado pela própria condição em que se encontra, enquanto que Ana Mafalda é a esperada vilã de um todo o mal poderá surgir a qualquer instante. No entanto, a grande surpresa desta curta-metragem reside no facto de que nem todas as vilãs o serão para sempre ou todas as vítimas tão inocentes como inicialmente se apresentam.
Curiosa pela sua dinâmica de filme gótico num claro e positivo apontamento do realizador que consegue transmitir ao espectador essa atmosfera em tão pouco tempo de duração, Canção de Embalar não consegue, no entanto, transformar-se naquele filme memorável (ou referência) do género capaz de abrir portas para uma maior exploração do mesmo ou até apresentar uma "madrasta" intensa mas mais sombria que a interpretação de Ana Mafalda pedia... sabemos que todo o potencial está lá... mas é pouco tempo para todo o seu esperado esplendor.
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5 / 10
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sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Eddie Money

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1949 - 2019
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quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Mardik Martin

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1936 - 2019
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Reverso (2019)

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Reverso de Victor Santos (Portugal) é uma das curtas-metragens em competição ao Prémio MOTELx - Curta Portuguesa de Terror desta décima-terceira edição e que nos leva numa viagem temporal ao dia 26 de Abril de 1974 quando um homem (José Eduardo Silva) entra num quarto de hotel transportando apenas uma mala. Pouco depois adormece sendo apenas interrompido pelo tocar de um telefone e pelos inesperados acontecimentos que ocorrem no espelho mesmo à sua frente.
Cedo é revelado pelo próprio argumento - também da autoria do realizador -, que este homem que agora ali se encontra é um agente da PIDE fugido das transformações de regime que Portugal testemunhara no dia anterior. Mas, a grande questão que aqui se impõe é se as transformações são apenas em Portugal ou também em si (ou no seu subconsciente) que agora trabalha no sentido da admissão de culpa daquilo que havia feito enquanto membro (activo) da polícia política.
Quando aquele telefone toca não é apenas uma chamada de alguém que procura ameaçá-lo ou vê-lo tremer face a um qualquer destino menos positivo que agora o espera. Quem lhe liga é sim o outro "ele" que, também fugido do mesmo passado e, num acto de mútuo confronto, ambos (des)conhecidos compreendem que o seu escape poderá apenas ser um. Desprovidos de uma esperada fuga ou de uma redenção com a nova realidade nacional, este(s) homem(ns) encontram no interior daquelas quatro paredes o possível futuro - ou destino? - que os espera.
Victor Santos - realizador, argumentista e director de fotografia - assina aqui uma história interessante sob o ponto de vista do "terror" ou sobrenatural que espera(va) as principais figuras de um regime então terminado. As incertezas, a noção de segurança que então equacionavam ou o escape para um futuro melhor são os principais motores destas personagens e das realidades em que se inseriam e, explorados na dinâmica do sobrenatural, permitem a criação de uma história que se (nos) questiona não só sobre a sanidade dos mesmos como principalmente até de um destino que a própria "História" lhes poderia ter reservado mas... sob uma perspectiva assumidamente sobrenatural muito ao estilo daquelas que Tarantino reserva aos seus contos onde os referidos acontecimentos históricos são alterados a favor de uma versão mais "agradável" da mesma.
No entanto, sai o espectador totalmente convencido deste conto? Não a 100%. Ainda que o destino entregue aquele agente da PIDE que, tão orgulhoso e convencido dos seus actos no agora passado permanece incólume naquele quarto de hotel, o verdadeiro Reverso que esperamos para esta sua personagem seria que a História - ou pelo menos a tal não convencional - o castigasse de uma forma mais pérfida. Compreendido que está o sentido pelo qual o realizador quis apresentar esta história (não totalmente original pois esta realidade do "eu" em dois espaços temporais distintos já nos é conhecida), aquilo que mais se destaca em toda a curta-metragem é sim uma exemplar direcção de fotografia que transforma aquele quarto num espaço perdido nos idos anos '70 e, ao mesmo tempo, numa ambiência muito característica daquilo que o espectador espera como um limbo onde a incerteza e até mesmo a incoerência parecem espreitar a todas as esquinas. É, na verdade, este jogo de luzes e sombras que dinamiza a curta-metragem e que lhe confere o esperado "estilo" do género em questão deixando o argumento um pouco ao sabor daquilo que a fotografia lhe proporciona na medida em que o espectador conhece a história mas não necessariamente o ambiente em que o realizador e director de fotografia a resolveram inserir.
Interessante sob esse ponto de vista estético e pela curiosidade que desperta em se poder observar uma história centrada num período de transição tantas vezes esquecido pelo cinema português, Reverso tem aquele potencial (adormecido) de ser uma história que se permite ir muito mais além do que os quinze minutos da competição em que se insere lhe proporcionam.
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6 / 10
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E Portugal escolheu...

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A Academia Portuguesa de Cinema anunciou hoje A Herdade, de Tiago Guedes como a longa-metragem seleccionada para representar Portugal na 92ª edição dos Oscars da Academia Norte-Americana na categoria de Melhor Filme Internacional.
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A Herdade, com interpretações de Albano Jerónimo, Sandra Faleiro, Miguel Borges, João Pedro Mamede, Ana Vilela da Costa, Ana Bustorff, Diogo Dória, Teresa Madruga, Cândido Ferreira e João Vicente, entre outros, estava na selecção juntamente com três outras longas-metragens - Parque Mayer, de António-Pedro Vasconcelos, Raiva, de Sérgio Tréfaut e Variações, de João Maia - a escolher pelos membros da Academia e irá assim continuar o seu percurso internacional iniciado com a presença na selecção oficial do Festival Internacional de Cinema de Veneza bem como no Toronto International FIlm Festival.
A primeira prova de fogo irá chegar no início do mês de Janeiro quando a Academia Norte-Americana anunciar uma lista de nove finalistas escolhidos pelo comité de selecção dos Oscars.
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A 92ª cerimónia dos Oscars irá decorrer no próximo dia 9 de Fevereiro de 2020 no Dolby Theatre em Los Angeles.
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