Filhos Paralelos de John G. Young considerado pelo que me deu a entender pelo que li sobre o filme, como um dos melhores filmes independentes da última década do século XX é daqueles filmes que, afirmo sem reservas, mais valia a pena não terem sido feitos.
A história centrada na vida de um adolescente em viragem de idade que se encontra numa pequena e desinteressante cidade de um interior ultra conservador dos Estados Unidos e que quer conhecer o mundo e abandonar tão retrogrados costumes.
A vida, dentro e fora de casa, resume-se ao ódio. Percebemos isso quando Seth (Gabriel Mann) revela em conversa a Knowledge (Laurence Mason) que a sua homossexualidade é reprimida e escondida bem como qualquer aceitação de pessoas de outras raças, expresso na proibição que o seu pai auto-impôs de entrar no quarto do filho onde estão espalhados pelas paredes graffitis e textos sobre escravatura por exemplo.
O filme tem alguns aspectos relativamente ao argumento que poderiam ser aproveitados para intensificar uma narrativa mais dramática com que o espectador se pudesse identificar. Quer fosse pela relação entre pai e filho que se nota ser tensa e muito agreste devido às ideias mais inovadoras do filho bem como à crença de velhos valores pelo pai ou mesmo pela homossexualidade do filho ou até do aspecto de ser um lar sem uma presença materna, esta história poderia ter explorado ou todas ou uma dessas vertentes. Infelizmente tudo é abordado de uma forma pouco desenvolvida não chegando nunca a ser explorado qualquer aspecto do filme que o enquadre num rumo com sentido.
As interpretações, de qualquer um dos actores, também não são brilhantes. Tudo muito forçado chegando por vezes ao cúmulo de parecer que se assiste a uma novela mexicana mal dobrada, o que só faz dos seus desempenhos algo muito superficial e sem interesse.
De resto, desde a banda-sonora ao trabalho de fotografia e mesmo edição, todo o filme parece-me muito fraco, independentemente da quantidade de prémios que possa ter ganho por um ou outo festival. Fica, verdadeiramente, aquém daquilo que poderia ter sido caso houvesse concentração em determinados aspectos do filme e não aquela vontade exacerbada de falar em tudo e acabar por não dar em nada.
Globalmente pobre como filme que tem, como único factor "positivo", o facto de abordar muito ao de leve várias temáticas que poderiam ter contribuído para um filme dramático simpático.
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2 / 10
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