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Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo de Mike Newell é um extraordinário filme de aventuras e do fantástico que faz lembrar os bons velhos tempos em que o Indiana Jones nos fazia vibrar de emoção.
Dastan (Jake Gyllenhall) um princípe persa que acaba de invadir uma cidade sagrada do império é subitamente acusado de assassinar o seu pai. Este facto leva-o a fugir na companhia da Princesa Tamina (Gemma Arterton) que é detentora do punhal sagrado.
Este punhal detentor da extraordinária capacidade de alterar o passado é procurado por Nizam (Ben Kingsley), tio de Dastan, de forma a poder alterar o seu passado e matar o irmão, assumindo ele assim o controlo de todo o império que governaria despoticamente.
Este é o género de filmes que me deixa, logo à partida, de pé atrás. E isto tem um motivo até bem simples. Se considerarmos muitos filmes do género passados em épocas tão distintas e remotas, assistimos quase sempre a pobres exemplos que pouco argumento ou conteúdo têm e, como tal, resguardam-se apenas e só em potenciais efeitos especiais que deixem o espectador a salivar.
Esta regra é também ela suspeita na medida em que estes mesmos efeitos especiais são, quase sempre, tão óbvios e básicos que nos deixam completamente desiludidos com aquilo a que assistimos. Ou é possível notar que o actor está a representar à frente de um ecrão verde com a imagem a passar no fundo, que é como quem diz, totalmente descoordenado, ou então são de tal maneira pobres que mais paree que foram a um "garage sale" de um qualquer subúrbio para comprar roupas velhas e fogo de artifício já com cheiro a naftalina.
Aqui, felizmente, a surpresa é francamente agradável. Não só o filme tem uma história cativante que misturas aspectos históricos como é por exemplo o caso da civilização persa, como também engloba aspectos de grandes batalhas e de intensa acção com efeitos especiais soberbos que nos fazem prender a todas as imagens que passam pelo ecrã e, em alguns casos, ter de repetir para conseguir perceber toda a riqueza visual que elas nos conseguem transmitir através da enorme qualidade que os efeitos especiais têm. Não me admiraria nada que o filme conseguisse a nomeação ao Oscar na categoria de Efeitos Especiais Visuais.
De igual mérito está o excelente trabalho de caracterização dos actores que, em alguns casos (e para quem viu o filme sabe bem a quem me refiro), está feito de uma forma tão credível que parece mesmo que estamos ali presente pessoas... digamos, desfiguradas (para ser simpático), e que suspeito também poder render ao filme uma outra nomeação a Oscar na respectiva categoria.
Finalmente os actores... Todos eles sem excepção conseguem entregar desempenhos seguros e confiantes que apenas contribuem para elevar ainda mais a qualidade da narrativa e do filme na sua globalidade. Quer seja Gyllenhall, Kingsley, Arterton ou Alfred Molina, novamente aqui a fazer o papel da mau da fita, mas desta vez num registo mais cómico, pois é Kingsley que assume o vilão de serviço, todos estão de parabéns pelos seus seguros e enérgicos desempenhos.
Este é não só um filme de aventuras, de efeitos especiais e de acção, mas também um filme com alguns contornos históricos e com desempenhos seguros e altamente credíveis que, como já referi, nos fazem lembrar os melhores tempos de um Indiana Jones que desafia tudo e todos até chegar a um final onde esperamos por uma sequela que faça justiça a um grandioso filme do género.
Indispensável para todos aqueles que gostam de passar um final de noite na mais pura experiência de aventura cinematográfica.
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8 / 10
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