quinta-feira, 3 de julho de 2014

The Little Mermaid (2011)

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The Little Mermaid de Nicholas Humphries é uma curta-metragem de ficção canadiana que leva o espectador até um misterioso pântano.
Numa tenda de circo perdida num qualquer pântano, Grigori (Trevor Gemma) exibe para os inúmeros espectadores a sua mais recente presa: uma Sereia (Jovanna Huguet).
Desejosa de uma liberdade que Grigori jamais lhe entregará, afinal ela é uma forma fácil de ganhar dinheiro, esta Sereia tem apenas uma de duas opções... ou rende-se à ideia de ser uma eterna atracção de feira ou lutar para conquistar a sua liberdade.
Megan Hotz escreve um original argumento cujo ponto mais forte reside na sua mensagem a ler entre-linhas; quando alguém é retido por ter entregue o seu coração, que melhor forma de reconquistar a sua própria liberdade senão agir pelos mesmos métodos? É com base nesta premissa que esta curta-metragem se desenvolve ainda que o espectador não o saiba até assistir ao seu trágico final.
No meio de um local deserto e perdido no tempo, o espectador é levado a uma história que vai para além da privação da liberdade de alguém. The Little Mermaid toca em assuntos tão sensíveis como a referida reclusão mas também em aspectos que se prendem com o amor, a auto-anulação e a forma como alguns indivíduos se deixam levar por outros bem falantes que depois vivem à custa dos seu bom coração. Coração este que parece estar sempre presente ao longo da história pois percebemos pela interacção recriada entre a "Sereia" e "Grigori" que algo mais existiu entre ambos que os liga. Existe uma cumplicidade, uma entrega e uma quase admiração da primeira para com o segundo que em tempos não explicados a levaram à condição em que se encontra.
É então que no seio desta mesma "captura" consentida (em tempos idos) que se desenvolve um plano de vingança que, não sendo estruturado ou planeado mas sim o fruto de um impulso de momento, mais não é do que um momento poético e de auto-libertação há muito ansiado.
Ainda que o seu argumento traga de volta a vingnça poética ao cinema (aquela que é fruto de um acto passional) e que poderia ser muito melhor desenvolvido numa longa-metragem que seria, arrisco dizer, um interessante filme de fantasia, The Little Mermaid tem uma componente técnica e artística muito relevante que passa pela música original de Kim Oxlund que nos transporta para uma qualquer outra dimensão, o guarda-roupa de época de Benjamin Larose e Megan Leson, a magnífica caracterização de Sarah Elizabeth, Susan Manning e Krysten Merrick que conferem a Jovanna Huguet um look verdadeiramente credível e ainda a direcção artística da autoria de Sean Gibson Young que aliado à direcção de fotografia de Vince Arvidson nos colocam num espaço que de terreno pouco parece ter... afinal, quem se lembraria de colocar um circo que supostamente deve divertir e levar-nos para lugares distintos da nossa imaginação no seio de um pântano onde tudo parece já ter parado de viver?!
A falha maior (se assim se puder dizer) de The Little Mermaid prende-se única e exclusivamente com a sua escassa duração pois esta história tem muito por onde pode ser desenvolvida mas que, infelizmente, não o é.
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7 / 10
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