Massacre no Texas de Marcus Nispel é uma longa-metragem norte-americana e mais um dos muitos remakes da história que fez sucesso na década de 70 aquando da estreia do seu título original.
A caminho de um festival de música, cinco amigos perdidos numa estrada do interior do Texas encontram uma mulher perdida e confusa. Depois de lhe darem boleia e do seu suicídio à sua frente, os cinco vêem-se envolvidos numa perseguição de gato e do rato por parte de uma estranha família e que os irá levar à sua morte.
Numa contínua necessidade - de bilheteira talvez! - de recriar o clássico de terror The Texas Chainsaw Massacre (1974), de Tobe Hooper, o realizador alemão (re) adapta-o com algumas variantes lavando-o com algumas caras mais ou menos conhecidas e esperando que o seu sucesso junto de um público mais jovem o conseguisse transformar naquele novo clássico do género. No entanto, e há excepção de um ou outro momento mais tenso, The Texas Chainsaw Massacre não consegue criar aquele estatuto de culto que a obra da década de 70 conseguiu mantendo-se, de uma forma geral, como aquele filme-pipoca que agrada por breves momentos a um público mais jovem sedento de uns bons noventa minutos na sala de cinema.
A fórmula, já gasta pela renovação sucessiva de uma história que nunca conseguiu ser "fechada", é aquela que todos conhecemos... Um grupo de jovens supostamente "hippie" e muito avançados para os seus dias percorrem uma estrada deserta... Depois de um breve encontro que os lança numa estranha encruzilhada em rota de colisão dos seus valores e propósitos com aquilo que está ou será moralmente aceite, encontram-se face a um momento complicado e determinante para com a continuação (ou não) das suas vidas. Temos ainda uma família francamente disfuncional que parece ter parado no tempo e um psicopata que é acarinhado pela mesma como se os seus actos fossem justificados e compreendidos e, como tal, aceites e também eles "alimentados". Entre suposições de quem realmente será de confiança e uma qualquer modernidade - para a época - que é fortemente reprimida pela morte, The Texas Chainsaw Massacre consegue apenas assustar os espectador graças aos arranjos musicais versus previsibilidade do momento que provocam não suportando, em nenhum deles, algo de novo ou esclarecedor deste que é apresentado como um dos mais chocantes casos da já referida década.
Entre actores propositadamente colocados para serem o oposto do grande vilão - deformação versus beleza - que há excepção de Jessica Biel pouco aparecem ou contribuem para a dinamização do mesmo (e mesmo assim Biel fica a léguas daquilo que de melhor já conseguiu apresentar), este The Texas Chainsaw Massacre aproveita ainda o género found footage para tentar credibilizar a história e modernizar-se face aos tempos em que o mesmo ganhou uma interessante - para alguns - linha condutora graças a The Blair Witch Project (1999), de Daniel Myrick e Eduardo Sánchez apelidado como o "pai" do found footage para o bem e para o mal que isso possa representar de e com esta obra.
No final o espectador limita-se às mesmas grandes incertezas... Como terá tudo começado? Como terá de facto tudo terminado? E a grande pergunta... para onde terá escapado tão sinistra família da qual ninguém nunca mais conseguiu obter qualquer tipo de informação? Num misto de incertezas e de uma constante capitalização daquilo que todos já conhecem sem nunca conseguirem obter respostas extras ao já filmado vezes sem conta, The Texas Chainsaw Massacre é um - mais um - daqueles filmes cujo propósito final não consegue ultrapassar o óbvio... bilheteira... bilheteira... e mais bilheteira... Mantendo-se fiel ao género e aos seus fãs mas, na prática, sem grandes elementos inovadores que expliquem os factos desta história verídica claramente inspirada em Ed Gein, este The Texas Chainsaw Massacre está longe de conseguir o estatuto de culto que a obra de Hooper ainda hoje mantém.
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