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Como Treinar o Teu Dragão de Dean DeBlois e Chris Sanders tornou-se instantaneamente um dos meus filmes preferidos do ano e um dos melhores de animação que vi nos últimos tempos e que será, seguramente, um dos candidatos a Oscar de Melhor Filme de Animação e quem sabe até ao de Melhor Filme, e que é já um forte nomeado ao Globo de Ouro de Filme de Animação do Ano.
Esta história desenrola-se numa Escandinávia povoada não só pelos seus Vikings como também por uma muito activa população de dragões que ameaçam constantemente as pequenas povoações marítimas.
Hiccup, um jovem e pouco tradicional Viking que pouco tem ou quer vir a ter com a caça aos dragões que constantemente perturbam a calma da pequena aldeia, vê-se um dia na situação de ter capturado um perigoso dragão sendo que ninguém acredita nele.
É a partir daqui que Hiccup forma através daquilo que é uma relação de suspeita entre humano e dragão, uma bela amizade que vai consistir e depender acima de tudo, na confiança que cada um deposita no outro.
E é neste âmbito que os filmes de animação são consistentes, fortes e sempre muito bem sucedidos. A componente de dar a conhecer, principalmente aos mais jovens mas atenção que não só a eles, que a amizade pode surgir vinda de qualquer parte e de qualquer pessoa é ponto fundamental.
Aqui esta amizade surge sob a forma de um humano e um dragão. Aquilo que parece impossível e inimaginável, torna-se numa realidade. Assistimos àquilo que é a desconfiança inicial entre dois seres de espécies diferentes e que com o tempo e com o hábito de se verem se transforma de uma relação de desconfiança e necessidade em respeito, admiração e cumplicidade.
Se por mais não fosse estes filmes de animação, os de qualidade claro está, são mestres em fazer mostrar os verdadeiros e bonitos sentimentos humanos... e não só.
Finalmente gostei de ver o final do filme. Não o tradicional final onde tudo acaba bem e os "maus" da fita são para sempre eliminados deixando os bons a viver em perfeita harmonia (que sim, é sempre bom que tudo acabe em bem), mas aquilo que me deixou mais espantado foi saber que mostram um "herói" sobrevivente mas... lesionado.
Sendo estes filmes tradicionalmente para as crianças, é bom de verificar que se lembram daqueles que nascem de alguma forma incapacitados e de como devem ser aceites em igualmente com todos os outros. Num tempo em que as diferenças pessoais de cada um são cada vez mais utilizadas como factor de uma diferenciação exclusiva, é reconfortante saber que há sempre alguém que se lembra de que é na aceitação das diferenças individuais e na sua inclusão que uma sociedade consegue realmente evoluir e crescer harmoniosamente.
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8 / 10
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