La Piel y el Alma de Marc Nadal é uma curta-metragem espanhola de ficção que retrata um cenário de um amor proibido.
As irmãs Mar (Núria Molina) e Celia (Montserrat Ocaña) conversam. Tudo parece uma estranha despedida que se confirma quando Mar se expõe à sua irmã mais velha. Conseguirá uma relação entre duas irmãs sobreviver a uma invulgar e inesperada revelação?
Marc Nadal constrói toda uma atmosfera de terror interno não só pela difícil questão que aqui coloca sobre um eventual amor romântico e sentimental entre duas irmãs como também pela densa atmosfera que a direcção de fotografia - também da sua autoria - cria num pequeno espaço que se sente enclausurado e reprimido.
Dividida em dois claros segmentos, esta curta-metragem apresenta-se inicialmente como uma história de duas irmãs cúmplices nos seus desabafos e sentimentos sendo "Celia" - a irmã mais velha - a eterna confidente de "Mar" até que esta última revela ter um segredo constrangedor. O segundo momento apresenta-se então na revelação de que este segredo poderá por um lado comprometer esta amizade como, por outro, se não o conseguir revelar a irá consumir de forma devastadora.
Sem tréguas ou atenuantes, o espectador é forçado a entrar nesta dinâmica semi-labiríntica quando a partir de um certo momento se torna impossível regressar e onde todas as evidências têm de ser expostas. De forma fria e avassaladora - para as personagens e para o espectador que cedo percebe não existir qualquer tipo de condescendência ou retorno - La Piel y el Alma retrata de forma crua o incesto não cometido - mas desejado - e a quebra de um elo ao qual jamais irão regressar.
Sem pudor Marc Nadal cria assim uma interessante e tensa curta-metragem que esquece os tabus apresentando-se como uma filme desafiante e com duas fortes e intensas interpretações que (se) consomem toda a réstia de uma esperança... não no amor/desejo sentido por uma das personagens mas sim pela forma como se percebe que a ideia da família perfeita cedo desmorona em favor de um afastamento que se torna anunciado.
.
.
7 / 10
.
Sem comentários:
Enviar um comentário