La Propina de Esteban Crespo é uma curta-metragem espanhola de ficção e o mais recente trabalho do realizador da curta-metragem vencedora do Goya e nomeada ao Oscar na sua categoria Aquel No Era Yo.
O improvável encontro entre uma diva de outros tempos (Amparo Soto) e o jovem empregado de uma florista (Alberto Ferreiro) converte-se numa história com um inesperado final quando a primeiro se recusa a assinar o recibo de entrega das flores e o jovem fica sem forma de cobrar o seu valor.
Num engenhoso e algo sentimental argumento que o próprio realizador escreve, La Propina insere o espectador em duas distintas dinâmicas entre passado e presente à semelhança do que já acontecera com a já referida Aquel No Era Yo. A primeira dessas dinâmicas surge com o conto no passado, ou seja, a dinâmica inicial (re)criada entre as duas personagens principais e que, de certa forma, é não só a central como a principal pois é a partir dela que somos levado para o segundo momento - o futuro - onde todas as não coincidências ganham forma e dimensão.
No passado o espectador observa a estranha cumplicidade formada entre a diva e o jovem, a falta de futuro sentida pela dificuldades económicas de um e, por outro lado, a distância de um passado que fora a maior glória da vida do outro. Num ardiloso plano que junta as necessidade de ambos - um de ser recordado e o outro de ser pago pelos seus serviços - Crespo e a sua La Propina perspectivam de imediato a possibilidade de um futuro através da confirmação dessa glória passada e que por algo tão simples como um autógrafo poder confirmar a satisfação - futura - do outro.
De acaso em acaso e de eventualidade em eventualidade que aos poucos se confirma, La Propina mescla harmoniosamente um certo cinema clássico com as inevitabilidades do mundo moderno onde sonhos e prazer vivem de mãos dadas confirmando que o Homem não só espera a confirmação da sua glória passada mas que tem, obrigatoriamente, de olhar para um futuro que no presente se apresenta incerto e quase impossível.
Num distinto registo daquele apresentado com Aquel No Era Yo, Esteban Crespo confirma uma vez mais o seu toque de sensibilidade para contar histórias que o próprio dirige recorrendo a sentidas homenagens àqueles que por vezes os tempos esquecem mas que se encontram sempre grandes e eternos como aquilo que em tempos foram - e são - deixando não só uma marca óbvia à interpretação de Amparo Soto como a confirmação de Alberto Ferreiro como um dos novos rostos do cinema espanhol.
.No passado o espectador observa a estranha cumplicidade formada entre a diva e o jovem, a falta de futuro sentida pela dificuldades económicas de um e, por outro lado, a distância de um passado que fora a maior glória da vida do outro. Num ardiloso plano que junta as necessidade de ambos - um de ser recordado e o outro de ser pago pelos seus serviços - Crespo e a sua La Propina perspectivam de imediato a possibilidade de um futuro através da confirmação dessa glória passada e que por algo tão simples como um autógrafo poder confirmar a satisfação - futura - do outro.
De acaso em acaso e de eventualidade em eventualidade que aos poucos se confirma, La Propina mescla harmoniosamente um certo cinema clássico com as inevitabilidades do mundo moderno onde sonhos e prazer vivem de mãos dadas confirmando que o Homem não só espera a confirmação da sua glória passada mas que tem, obrigatoriamente, de olhar para um futuro que no presente se apresenta incerto e quase impossível.
Num distinto registo daquele apresentado com Aquel No Era Yo, Esteban Crespo confirma uma vez mais o seu toque de sensibilidade para contar histórias que o próprio dirige recorrendo a sentidas homenagens àqueles que por vezes os tempos esquecem mas que se encontram sempre grandes e eternos como aquilo que em tempos foram - e são - deixando não só uma marca óbvia à interpretação de Amparo Soto como a confirmação de Alberto Ferreiro como um dos novos rostos do cinema espanhol.
8 / 10
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