Juno de Jason Reitman é uma comédia que conta com a participação de Ellen Page no principal papel, que lhe valeu uma nomeação ao Oscar de Melhor Actriz, e Allison Janney e Jennifer Garner como secundárias.
Sendo uma comédia, e principalmente uma em que os actores de destaque são adolescentes num liceu, a ideia que à partida se mantém é que é mais uma daquelas aborrecidas e previsíveis comédias onde tudo acaba no baile de finalistas. Considerando também que a Ellen Page não é propriamente uma actriz que me desperte um interesse assim tão grande, apesar de ter o espantoso Hard Candy no seu curriculum, ia com francas reservas antes de ver este filme. No entanto e felizmente, o cinema trás sempre umas quantas agradáveis surpresas.
A história de uma adolescente, Juno (Ellen Page) que engravida de um amigo no liceu e que decide não abortar mas sim entregar o bébé a um casal que esteja disposto a constituir família. Parece simples? E é. Acho mesmo que é esta simplicidade que transforma o filme em algo agradável e diferente e não em mais um daqueles que acaba tudo no baile de finalistas já tão visto e repisado.
Temos então aqui uma história de adolescentes onde a gravidez não acaba por ser encarada como um problema assim tão grande, mas sim como uma forma de poder fazer feliz uma família que esteja preprada para acolher uma criança, sem que a mãe seja uma tradicional mãe de aluguer paga para o fazer.
Toda a naturalidade existente nos filmes deve-se também a um brilhante argumento da autoria de Diablo Cody, vencedora do Oscar de Melhor Argumento Original, que transforma não só a história como também os diálogos numa ritmada conversa que poderia ser feita por qualquer um.
E depois é um filme com pequenos grandes momentos. A primeira ecografia em que Juno se faz acompanhar da sua melhor amiga e da madrasta é um dos melhor conseguidos de todo o filme. O primeiro encontro com a família adoptante é também algo de genial onde os embaraços existentes quando se deparam com uma nova situação são automaticamente desfeitos com a naturalidade e genuidade de Juno. Ellen Page conseguiu aqui um papel que não lhe trás grande simpatia para com o público mas que lhe confere um grau de uma jovem actriz em potência e com muito ainda por dar.
Gostei também da suave banda-sonora que o filme tem. Foge aos também tradicionais temas de filmes adolescentes não sem, no entanto, lhe conferir um estilo jovem e actual.
Temos então um filme actual, divertido mas comovente em momentos e com uma história humana de amor e de devoção que acaba na felicidade de todos... mas de uma forma diferente. Sem dúvida um filme a ver e a reter.
"Mac MacGuff: Look, in my opinion, the best thing you can do is find a person who loves you for exactly what you are. Good mood, bad mood, ugly, pretty, handsome, what have you, the right person is still going to think the sun shines out your ass. That's the kind of person that's worth sticking with."
Em Território Inimigo de Simon Fellows conta com a participação de Jean-Claude Van Damme e isto de certo forma denuncia logo todo o filme.
Colocado como adido militar num país da Europa de Leste, Keenan (Van Damme) chega exactamente no momento em que se sentem perturbações políticas no país e claro, vai ser ele o centro de todas as atenções como o defensor de todos aqueles que se encontram retidos na embaixada dos Estados Unidos.
Os revoltosos como não poderia deixar de ser, aparentam todos ter ar de gente da montanha com grandes caparros mas qb broncos para não verem nada à frente a não ser a possibilidade de rebentar com mais umas quantas paredes e emitirem o conjunto habitual de grunhidos que não se percebe se é disfunção ou se é simplesmente porque não sabiam o que escrever para eles dizerem. Como acrescente a este trágico factor, o armamento parece abundar nas suas mãos, e tantam puxam de uma espingarda como de uma metralhadora ou até de um lança mísseis. Não lhes falta de nada. Muito menos a vontade e o gosto por arrasar e exterminar.
No entanto, há sempre um "mas", e esse "mas" é que à espera de todos eles está como já é bem óbvio, Van Damme. Ele mata, esfola, extermina, salva, salta, protege e acaba no final sentado a apreciar o cenário como se nada se tivesse passado ali e muito menos com ele.
Resumo geral deste filme ? É fraco... é óbvio que é muito fraco... Muito murro, muito pontapé, muito morto, muito grito e muita explosão. De resto absolutamente mais nada é de facto produtivo ou novo aqui, e é daqueles filmes que apenas vale pela distracção que nos provoca durante pouco mais de hora e meia, assumindo-se assim como mais um filme à la Van Damme que tem muito pouco conteúdo, que tem uns efeitos especiais em geral meio rascas e desconexos que tão depressa é visto como ainda mais rápido é esquecido.
. Crank - Veneno no Sangue de Mark Neveldine e Brian Taylor é uma longa-metragem norte-americana e mais um dos inúmeros filmes de acção - com algumas tonalidades de comédia - que conta com a interpretação de Jason Statham como protagonista.
Ao acordar e depois de descobrir que lhe injectaram uma droga letal no corpo, Chelios (Statham) entra numa corrida contra o tempo para descobrir o seu rival para tentar o seu ajuste de contas final. Numa corrida contra o tempo em que todas as doses de adrenalina são fundamentais, Chelios tem de proteger a sua mais recente conquista amorosa Eve (Amy Smart) e eliminar os seus opositores.
À excepção de um ou outro apontamento de comédia como cenas de sexo ao vivo para "turista ver" - literalmente falando - desenganem-se aqueles que julgam que aqui vão encontrar uma qualquer preciosidade cinematográfica (dentro do género) que o marque como "o tal" filme inesquecível. Pelo contrário, sem considerar a já referida cena em plena Chinatown, Crank é apenas mais um daqueles filmes cujo propósito fundamental é apimentar umas noites frias de Inverno com alguns momentos interessantes, muita adrenalina - necessária ao protagonista - e um desfecho que sendo esperado, surpreende pela sua relativa originalidade e algum "bom humor".
Após algumas sequências de acção e as respectivas cenas de comédia já mencionadas onde predomina o politicamente incorrecto que caracterizam e definem este estilo de filme sem grandes ambições o que nos resta de Crank? Pouco. As paisagens habituais de uma cidade em constante movimento - mas que o espectador hesita em compreender se é do rebuliço da cidade em si ou do ritmo frenético que o realizador entrega à sua câmara, sem esquecer os diálogos da praxe que são apenas "enriquecidos" (sejamos generosos) pelas próprias situações de acção que conseguem ser para lá de interessantes, relativamente dinâmicas e enquadradas neste pseudo frenesim e que, no fundo, são o propósito fundamental deste filme cujo argumento treme... treme... e treme... vacilando até nas banalidades habituais. Na prática, muito sumo retirado de uma uva muito pequena e que não fossem as cenas de acção... o espectador percebia de imediato que pouco existe neste filme de Statham.
Crank entretém - há que ser honesto - e, apesar do seu protagonista ser um assassino a soldo que ganhou consciência no menos esperado momento e pelo qual o espectador até nutre alguma empatia, a realidade é que retirados os segmentos de perseguições e de maior intensidade que depositam algum humor e relativa disposição no mesmo, Crank seria apenas mais uma daquelas obras que não deixa grandes memórias ou grandes empatias sendo apenas um - mais um - de uma longa e extensa lista de longas-metragens nas quais Statham volta a ser o "durão" de serviço agora... com alguma consciência social e moral para com a sua "próxima" vítima.
Enérgico e um simpático exemplar do género mas... that's it! Entretém, distrai e diverte mas não espere o espectador ir retirar daqui "aquele" grande filme que iremos, mais tarde, recordar sendo que, ainda assim, serve o seu propósito. .
Elenco:Inglourious Basterds Actor: Jeff Bridges, Crazy Heart Actriz: Sandra Bullock, The Blind Side Actor Secundário: Christoph Waltz, Inglourious Basterds Actriz Secundária: Mo'Nique, Precious