sexta-feira, 30 de agosto de 2013

9 Songs (2004)

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9 Canções de Michael Winterbottom é um romance que o realizador também assina, e que se apresenta acompanhado por, tal como o título indica, nove canções.
É ao seu som que conhecemos Lisa (Margo Stilley) uma estudante universitária norte-americana em Londres, e Matt (Kieran O'Brien) um investigador de glaciares que na capital britânica vão viver um conjunto de intensos encontros sexuais que apenas são alternados pelos sucessivos concertos a que assistem e que foram uma boa parte da dinâmica deste filme.
Inicialmente quando comecei a assistir a este filme, ele não me impressionou nem me conquistou pela sua forma quase documental de filmar o nascer de uma relação entre "Lisa" e "Matt" que mais não era do que um conjunto de ocasionais encontros que o par tinha que terminavam em mais uma noite bem passada numa qualquer cama.
Ainda assim, não é menos verdade que a entusiasmante banda-sonora in loco consegue prender-nos um pouco, mesmo que a narrativa deste filme seja entediante e aborrecida, e acabamos por dar mais uma oportunidade àquilo que nos é apresentado. No entanto, e quando pensamos que isto vai acabar por melhorar não poderíamos estar mais enganados e aquilo que nos é apresentado é um conjunto de imagens cada vez mais explícito e que mais não serve do que mostrar um qualquer devaneio do realizador em filmar todos os encontros sexuais do par protagonista com um crescendo de detalhes que vão, a seu tempo, ao pormenor e ao detalhe... gráfico demais.
Margo Stilley e Kieran  O'Brien que mostram inicialmente uma apetecida química de par protagonista de um filme romântico, mesmo que aparentem não ir terminar as suas vidas juntos facto que denota desde os primeiros instantes uma certa tragédia na sua relação, rapidamente se deixam levar para um caminho de soft porn que só irá entusiasmar aqueles que tenham vergonha de abertamente ver um filme pornográfico porque de resto aqui temos exactamente o mesmo disfarçado de filme "romântico".
Assim, e há excepção de algumas considerações sobre a vida, a passagem a uma idade adulta e os projectos inacabados ou que nem sequer chegaram a começar, algo em que Winterbottom deveria realmente ter apostado, este filme não consegue ser dinâmico nem sequer interessante pois perde-se pelos caminhos de uma sexualidade gráfica e mecânica que demonstra que entre os dois pode haver muito... mas química não será de certeza, centrando-se apenas no prazer momentâneo que os dois podem provocar quando juntos.
Banal, básico, rude e pouco sensível, 9 Canções é um filme que apenas conseguirá fascinar um núcleo muito reduzido de espectadores que nele vejam a forma de ter alguma sexualidade mais gráfica sem que o título do filme denuncie aquilo que ele realmente é... e há excepção das referidas canções tudo o resto passa por nós sem que deixe qualquer marca positiva e que demonstra que o realizador deu liberdade aos seus devaneios, quem sabe, por cumprir.
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2 / 10
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Cinema Bloggers Awards 2014 - 2ª edição em marcha

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Os #CBA2014, a 2ª Edição dos Cinema Bloggers Awards vêm aí, com mais novidades em relação à 1ª Edição, nomeadamente nas Categorias que vão a votos por todos os Jurados e Juradas para o que de melhor estreia em Portugal (e no Mundo) durante este ano de 2013, e eu e o CinEuphoria temos a honra e privilégio de se lhes juntar uma vez mais.
Assim, e a título informativo, aqui ficam todas as categorias que irão ser disputadas na próxima edição dos CBA2014:
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CATEGORIAS NACIONAIS (reveladas na cerimónia e com direito a prémio):
- Melhor Filme Português
- Melhor Curta Portuguesa
- Melhor Interpretação Masculina (longa ou curta-metragem)
- Melhor Interpretação Feminina (longa ou curta-metragem)
- Melhor Realização (longa ou curta-metragem)
- Melhor Argumento (longa ou curta-metragem)
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CATEGORIAS INTERNACIONAIS PRINCIPAIS (reveladas na cerimónia, excepto Melhor Filme Mundial):
- Melhor Filme Europeu (pode conter filmes portugueses)
- Melhor Filme Norte-Americano (EUA e Canadá)
- Melhor Filme Asiático (Continente Asiático)
- Melhor Filme do Resto do Mundo (América do Sul, África e Oceânia)
- Melhor Filme Mundial (será revelado depois da cerimónia): os nomeados serão o Melhor Filme Europeu; Melhor Filme Norte-Americano; Melhor Filme Asiático; Melhor Filme do Resto do Mundo e Melhor Filme Português (este último poderá não ser elegível, caso seja o mesmo que o Melhor Filme Europeu).
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RESTANTES CATEGORIAS INTERNACIONAIS (reveladas antes da cerimónia): Melhor Realizador(a), Melhor Argumento, Melhor Filme de Animação, Melhor Actor, Melhor Actriz, Melhor Actor Secundário, Melhor Actriz Secundária, Melhor Guarda-Roupa, Melhor Fotografia, Melhor Montagem, Melhor Banda-Sonora, Melhores Efeitos Especiais, Melhores Efeitos Sonoros, Melhor Caracterização e Melhor Direcção Artística.
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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Shortcutz Xpress Viseu - Sessão #05

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No próximo sábado 31 de Agosto, inserido nas actividades dos Palcos Livres, o Shortcutz Xpress Viseu irá organizar a sua segunda sessão especial. Por detrás do Museu Grão Vasco, no Largo António José Pereira no Palco Miradouro em frente à Casa do Miradouro, pelas 23 horas, serão exibidas quatro curtas-metragens convidadas: Bats in the Belfry, de João Alves, Assim Assim, de Sérgio Graciano, Momentos, de Nuno Rocha e 3x3, de Nuno Rocha, sendo que a sessão competitiva regressará no próximo dia 6 de Setembro.
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The Traveler (2010)

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Mr. Nobody de Michael Oblowitz é um dos inúmeros filmes que um apagado Val Kilmer tem protagonizado nos últimos anos e que de muito perto se assemelha a uma viagem sem retorno para uma desacreditação total do actor. E o pior é que o próprio filme tenta viver à custa da imagem do actor e está por isso mesmo condenado desde o momento em que se inicia toda a acção... ou talvez antes.
Kilmer interpreta neste filme uma dupla personagem. A primeira é um homem não identificado que entra numa esquadra de polícia no meio de uma tempestade e confessa ter cometido uma vaga de assassinatos. Detido de imediato, este homem vai aos poucos revelando a sua verdadeira identidade que para espanto de todos é menos desconhecido do que aquilo que eles inicialmente esperavam. As memórias vêm à superfície e todos eles parecem esconder no seu passado recente algo que os liga incondicionalmente a esta estranha e sombria personagem, preparando-se assim para uma noite mais longa do que aquela que esperavam alguma vez vir a ter.
O melhor, se assim se poderá dizer, que o argumento de Joseph C. Muscat tem é o facto de criar alguma tensão claustrofóbica graças ao espaço em que toda a acção decorre. Percebemos desde muito cedo que as paredes daquela esquadra vão encolhendo com o passar do tempo e que quem lá está não irá sair tão facilmente quando poderia querer. No entanto se queremos falar de aspectos positivos começamos e acabamos por aí pois tudo o resto ou peca por estar mal feito ou or ser demasiadamente previsível.
Assim através de uma hora e meia assistimos a um conjunto de assassinatos que a única coisa de positiva que se lhes pode assinalar é darem bom nome ao cinema mais gore (mas ainda assim não da sua melhor estirpe), porque de resto percebemos desde muito cedo todas as motivações e desfecho das acções deste "justiceiro" e dos polícias que irá atormentar ao ponto de percebermos quando, como e porquê que cada um deles tomba ao passar de um Val Kilmer que tem, ele próprio, uma interpretação longe do seu melhor e que se encontra apagado pelo tempo, pela falta de coerência e por um aspecto geral que mais parece ter sido retirado de um qualquer museu da cera onde há muito se encontrava alojado e empoeirado.
Graficamente The Traveler consegue ser um filme simpático e pertencer àquele lote de longas-metragens que sabemos irem ser más mas às quais estamos imposibilitados de resistir devido a uma qualquer força maior. Queremos vê-los, queremos saber o que se passa e na prática queremos ver todas aquelas pessoas serem despachadas para outro universo das mais variadas formas e feitios mas no fundo sabemos que nada disto irá permanecer na nossa memória durante muito mais tempo do que aquele que o próprio filme demora até terminar.
Básico e pouco inteligente, previsível e com pouca qualidade filmica, The Traveler mais não é do que um simpático filme de sexta à noite que todos adoramos odiar e é este talvez o seu maior e mais bem conseguido objectivo pois tudo o resto, sem excepção, consegue ser simplesmente algo que todos queremos arduamente esquecer de tão previsível que é desde o primeiro instante.
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3 / 10
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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Breu (2009)

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Breu de Jerónimo Rocha, que também assina o argumento, é uma curta-metragem portuguesa que junta harmoniosamente a ficção e a animação e, ao mesmo tempo, consegue recriar uma história que tem tanto de elementos de suspense/terror como de comédia.
Quando um Rapaz (Tiago Xavier) perde o relógio do seu pai através da fenda de um telhado em que se encontrava, todos os seus medos do escuro que mantém desde a infância voltam a despertar ao ponto de se sentir paralisado por imaginar que ali vive um monstro capaz de o eliminar.
Conseguirá este rapaz livrar-se do mal que o atormenta desde criança e enfrentar finalmente os seus receios alcançando assim não só a única memória que guardava do seu pai como também descobrir que terrível monstro é aquele que se encontra no escuro e o persegue sempre que pode?
Jerónimo Rocha consegue com esta curta-metragem não só criar uma dinâmica muito interessante na ficção com um conto sobre a coragem, os receios e os medos que criamos involuntariamente ao longo do nosso crescimento, como também existe uma perfeita junção com a comédia que torna mais ligeira a dramatização e a atmosfera de suspense que se pretende recriar com um monstro que, na prática, mais não é do que uma criação da própria imaginação daquele rapaz.
Interessantes estão também os segmentos mais informativos, narrados por um saudoso Artur Agostinho, elaborados graças à astúcia de uma animação que em muito se assemelha àquelas feitas nos anos 50 do século passado e, no final, se toda a anterior tensão e comédia foram refrescantes, aquilo que assistimos nos segundos finais não poderia ser mais arrebatador.
Tecnicamente deixo também uma nota francamente positiva para a direcção de fotografia que nos consegue fazer entrar no ambiente de um filme de terror, quando na prática não o é, bem como à música original de Filipe Lopes que contribui igualmente para a construção dessa referia atmosfera. No final, temos uma curta-metragem original e perfeita que merece ser apreciada e valorizada.
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"Narrador: Não há nada mais assustador do que aquilo que é fruto do pior de nós."
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10 / 10
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Festival Internacional de Cinema de Veneza 2013

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28 de Agosto a 07 de Setembro
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FARCUME 2013

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28 a 31 de Agosto de 2013
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domingo, 25 de agosto de 2013

Não Desistas de Mim (2012)

Não Desistas de Mim de Nuno Franco é um dos telefilme produzidos pela TVI que com base num argumento escrito por Luís Avelar e Filipa Faria nos conta a história de Catarina (Fernanda Serrano) e Vasco (João Cabral), um casal que na impossibilidade de terem o seu próprio filho decidem adoptar uma criança.
As boas notícias chegam quando o casal consegue adoptar Clara (Beatriz Laranjeiro), uma menina de oito anos que vem de um lar problemático. Quando o acontecimento que deveria modificar as vidas de todos para melhor se torna num caso difícil de resolver pelas incompatibilidades demonstradas na relação entre Catarina e Clara. Estando a primeira comprometida com a ideia de família perfeita que sempre teve, e a segunda presa à ilusão de que a sua mãe biológica vai um dia regressar, esta nova família pode estar ela própria ameaçada até ao momento em que Catarina descobre que ela própria tem um passado que desconhecia.
Com um desempenho sólido de uma cada vez mais presente Fernanda Serrano que nos consegue brindar com uma evolução espantosa das suas interpretações, aqui como uma mulher atormentada pelo facto de não conseguir ser mãe mas que deseja ardentemente poder um dia conseguir ter a família completa que sempre desejou, este telefilme conta ainda com a participação de um elenco repleto de caras conhecidas do panorama cinematográfico português nomeadamente João Cabral como o marido sempre presente de "Catarina",  Margarida Moreira como a amiga e Catarina Avelar como "Assunção", a sua mãe.
Para um telefilme que, à semelhança de tantos outros produzidos pela TVI, tem como o seu principal ponto forte (ou fraco) o argumento, a única falha maior deste telefilme acaba por se tornar no não desenvolvimento de algumas das suas personagens que mereciam um maior destaque saindo daquele "beco" da figuração dita especial, e que tornariam todo o ambiente geral do filme muito mais consistente.
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6 / 10
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sábado, 24 de agosto de 2013

Julie Harris

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1925 - 2013
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Lovelace (2013)

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Lovelace de Rob Epstein e Jeffrey Friedman é uma muito aguardada longa-metragem sobre Linda Lovelace, a actriz que participou no maior êxito do cinema pornográfico Deep Throat que em Portugal recebeu o título de Garganta Funda.
Linda (Amanda Seyfried) é uma jovem adolescente que provém de um lar profundamente católico e conservador do qual pretende escapar o mais rapidamente possível. John (Robert Patrick) o seu pai é um homem que praticamente se anula dentro de casa enquanto Dorothy (Sharon Stone) a sua mãe, a obriga a um conjunto de regras severas que não pode ultrapassar.
Quando Linda conhece Chuck (Peter Sarsgaard) um homem mais velho que a seduz e encanta com sonhos de liberdade e de uma vida livre de problemas, Linda estava longe de imaginar que o seu destino iria cruzar-se com o da indústria pornográfica que inicialmente abraça por diversão mas que rapidamente se transforma numa penitência quando ela é vista como alguém fácil e "disponível" para ser abusada, com o consentimento do marido, pela oferta mais elevada.
Esta é assim a sua história, a de uma mulher que queria a liberdade mas que na sua busca encontrou uma prisão bem mais perigosa do que aquela em que alguma vez se julgou encontrar mas da qual conseguiu escapar e fazer ouvir a sua voz.
Inicialmente muitos poderão ser levados ao engano com este filme e pensar que vamos apenas ter um conjunto de momentos estereotipados sobre a vida de uma estrela do cinema pornográfico. No entanto, Andy Bellin que escreveu o argumento, consegue fazer dele um interessante filme de época que nos conta a história de uma jovem mulher com sonhos e desejos bem maiores do que aqueles que a sua casa, família e cidade lhe poderiam alguma vez proporcionar.
Sonhos esses que a iriam trair não pela sua própria "mão", mas através daquele que a iludiu sobre a sua concretização... o marido que em nome das promessas das viagens, do conhecer pessoas e lugares e experimentar uma liberdade que até então lhe eram desconhecidos, a fez entrar num perigoso submundo onde esses desejos e os sentimentos que deles poderiam advir eram apenas uma miragem do mundo "real" em que estava colocada no qual a emergência do dinheiro rápido e fácil estarão para além de qualquer sonho.
Muito deste filme, cujos factos a maioria desconhece, reside na força que uma inesperada Amanda Seyfried tem e transmite na sua interpretação. Da menina sensível e de grande coração de Mamma Mia!, comprova aqui ser mais do que uma cara bonita a interpretar uma figura pública mais ou menos conhecida e que levou uma vida controversa que uns admiravam (não por si mas por aquilo que representou em tempos num meio muito específico) e que outros detestavam em igual medida e exactamente pelos mesmos motivos. Seyfried consegue, no entanto, mostrar aquilo que Linda Lovelace era para lá da figura mediática. A jovem mulher, a sonhadora, a vítima, a excluída e finalmente a mulher casada e mãe que possivelmente ninguém nunca se deu ao trabalho de ver e conhecer, mas que lutou pela sua dignidade.
A seu lado temos duas outras grandes interpretações... a de Peter Sarsgaard como "Chuck" o seu abusivo marido que se aproveitou do mediatismo e dela para ter uma vida fácil com um luxo constante e finalmente Sharon Stone como "Dorothy", a igualmente abusiva mãe que numa constante luta para a prender e evitar que levasse um rumo de vida complicado e fora dos limites conservadores que ambicionava, esqueceu que estava a entregá-la de braços abertos ao primeiro homem que lhe prometesse o mundo... que nunca chegaria. Se Seyfried num ano menos competitivo poderia com a dose certa de mediatismo do filme e da sua interpretação poderia ser uma eventual candidata ao Oscar, não é menos verdade que Sharon Stone merece essa nomeação na categoria secundária pela sua composição neste filme. Uma interpretação atípica e pouco comum da actriz que aqui se mostra uma mulher bem mais recatada e austera, para a qual contribui decisivamente a caracterização que lhe é efectuada, Stone demonstra que com o realizador e desempenho certo consegue fazer arte do seu trabalho. Se irá chegar a essa nomeação é algo que francamente tenho as minhas dúvidas, e reservas, pois não me parece que este seja o tipo de filme que irá no final do ano estar em destaque e na memória das pessoas mas, ainda assim, não deixa de ser verdade que é das interpretações mais sérias e bem conseguidas da actriz nos últimos largos anos.
Finalmente há ainda que destacar positivamente os aspectos técnicos que contribuem para a inserção do espectador em todo um clima e ambiente de época, nomeadamente a direcção de arte da autoria de Gary Myers e David Smith que juntamente com o guarda-roupa de Karyn Wagner nos inserem nos loucos anos 60 e 70 do século passado onde a liberdade era a palavra de ordem, e finalmente a música original de Stephen Trask que recupera muitas das melodias da referida época ou mesmo a direcção de fotografia de Eric Alan Edwards que em diversas ocasiões nos imerge no estilo de longa-metragem da época retirando-nos a perspectiva século XXI da mesma.
Não será o filme do ano... Aliás, está longe de ser uma obra memorável mas, no entanto, não deixa de ser um interessante filme com sólidas interpretações e que recupera um dos mitos do cinema pornográfico revelando-nos o que estava por detrás do ícone pondo a nu a mulher que cometeu o crime de sonhar com a liberdade... a sua.
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8 / 10
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Cinema Bioscoop 2013

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O Festival de Cinema Bioscoop dedica-se à promoção da cultura neerlandesa no estrangeiro e realizou-se pela primeira vez em Setembro de 2012 no Teatro do Bairro em Lisboa com a presença de doze longas-metragens, dois documentários e algumas curtas-metragens que contaram com um público curioso pela cultura holandesa e flamenga.
Este ano o Cinema Bioscoop volta a realizar-se em Lisboa nos dias 5, 6, 7 e 8 de Setembro, mas desta vez dividido entre duas novas casas, sendo elas o Cinema São Jorge e a Cinemateca contando uma vez mais com uma variada selecção de filmes em língua neerlandesa legendados em português, onde a temática principal dos filmes será a água e a adaptação de livros. Algumas sessões irão ainda contar com a presença de alguns realizadores, escritores e outros elementos ligados à produção dos filmes para uma troca de ideias com o público.
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PROGRAMAÇÃO
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CINEMA SÃO JORGE
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05.Setembro
20h00 - ABERTURA
22h30 - Iedereen Beroemd!, de Dominique Deruddere (2000)
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06.Setembro
19h30 - De Tweeling, de Ben Sombogaart (2002)
21h30 - DEBATE
22h30 - Taartman, de Annemarie van de Mond (2009)
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07.Setembro
19h30 - Toegetakeld Door de Liefde, de Ari Deelder (2013)
21h30 - De Zaak Alzheimer, de Erik Van Looy (2003)
00h00 - Loft, de Erik Van Looy (2008)
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08.Setembro
19h30 - Confituur, de Lieven Debrauwer (2004)
21h30 - De Helaasheid der Dingen, de Felix van Groeningen (2009)
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CINEMATECA
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06.Setembro
19h00 - De Man Die Jijn Haar Kort Liet Knipen, de André Delvaux (1965)
21h30 -  Biij De Beesteb Af, de Bert Haanstra (1972)
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07.Setembro
21h30 - Strijd Zonder Einde, de Bert Haanstra (1955)
- En de Zee eas Niet Meer, de Bert Haanstra (1955)
- Delta Phase I, de Bert Haanstra (1962)
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sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Gilbert Taylor

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1914 - 2013
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MOTELx 2013: programação

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PROGRAMAÇÃO
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SERVIÇO DE QUARTO
The ABC's of Death, de Vários Realizadores
Abductee, de Yudai Yamaguchi
The Battery, de Jeremy Gardner
Belenggu, de Upi
Byzamtium, de Neil Jordan
Chained, de Jennifer Lynch
Cheap Thrills, de E.L. Katz
The Complex, de Hideo Nakata
The Conjuring, de James Wan
Countdown, de Nattawut Poonpiriya
Dark Touch, de Marina de Van
The Desert, de Christoph Behl
Girls Against Boys, de Austin Chick
Goose Bumps, de Koichiro Miki
Hell Baby, de Thomas Lennon
Home Sweet Home, de David Morley
It's a Beautiful Day, de Kayoko Asakura
John Dies at the End, de Don Coscarelli
Kiss of the Damned, de Xan Cassavetes
The Lords of Salem, de Rob Zombie
Maniac, de Franck Khalfoun
Open Grave, de Gonzalo López-Gallego
 Painless, de Juan Carlos Medina
V/H/S/2, de Vários Realizadores
We Are What We Are, de Jim Mickle
Wither, de Tommy Wiklund
You're Next, de Adam Wingard
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CULTO DOS MESTRES VIVOS - Tobe Hooper
Eggshells
The Texas Chainsaw Massacre
Eaten Alive
The Thexas Chainsaw Massacre 2
Toolbox Murders
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DOC TERROR
Despite the Gods, de Penny Vozniak
Room 237, de Rodney Ascher
Shooting Bigfoot, de Morgan Matthews
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RETRO HIDEO NAKATA
Ring
Chaos
Dark Water
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QUARTO PERDIDO
O Crime da Aldeia Velha, de Manuel Guimarães
A Promessa, de António de Macedo
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LOBO MAU
Mighty Joe Young, de Ernest B. Schoedsack
20 Million Miles to Earth, de Nathan Juran
Jason and the Argonauts, de Don Chaffey
One Million Years B.C., de Don Chaffey
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PRÉMIO YORN MOTELx
Bílis Negra, de Nuno Sá Pessoa
O Coveiro, de André Gil Mata
Desespero, de Rui Pilão
Hair, de João Seiça
A Herdade dos Defuntos, de Patrick Mendes
Longe do Éden, de Carlos Amaral
Monstro, de Alex Barone
Nico - A Revolta, de Paulo Araújo
Sara, de Miguel Ângelo
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CURTAS INTERNACIONAIS
Alice and Lucie, de Xavier Ournac
Angst, Piss & Shit, de Fredrik S. Hana
Baskin, de Can Evrenol
Bite Horse, de Sam Walker
The Body, de Paul Davis
The Dark, de Justin P. Lange
Dédalo, de Jerónimo Rocha
Eat, de Moritz Krämer
Fable of a Blood-Drained Girl, de Alejandro Iglesias Mendizabal
O Facínora, de Paulo Abreu
Flytopia, de Karni and Saul
Game, de Josh MacDonald
The Gloaming, de Sean Smith
Happy B-Day, de Holger B. Frick
Herrmann, de Gerd Reda
The Horizon Project, de Scott Belyea
Horizon, de Aitor Uribarri
Isosceles, de Michelle Garza
Membro Decaído, de Lucas Sá
Metaxu - Seq.01, de Kapel Furman
Perfect Drug, de Toon Aerts
La Ricetta, de Jason Noto
O Sol Nasce Sempre do Mesmo Lado, de Nuno Matos
Strangers, de Philippe Geus
The Tree, de David Freyne
Yellow, de Ryan Hayson
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R.I.G.I.D. (2011)

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R.I.G.I.D. de Bruno Simões é uma curta-metragem portuguesa de ficção que nos faz avançar no tempo para um mundo pós-apocalíptico onde não através de um qualquer conflito mas sim pela invasão da Terra, a sua população desapareceu na sua quase totalidade, raptada pelo invasor desconhecido.
É então que um último sobrevivente (Jacob Woods) protege uma cientista (Lenka Horakava) que tenta encontrar um antídoto que impossibilite estes raptos mas, antes de o encontrar, desencontram-se e esta não o consegue levar ao laboratório onde desenvolve a cura.
Está agora nas mãos deste sobrevivente conseguir encontrá-la e tentar assim escapar a estes misteriosos raptos que dizimaram toda a população terrestre... Irá ele consegui-lo?
Bruno Simões, Bruno Fernandes e Jacob Woods escrevem o argumento desta curta-metragem e conseguem captar um interessante ambiente para uma curta-metragem de ficção científica onde sem se perceber qual a apocalipse pelo qual a Terra passou sabemos pelo ambiente geral das ruas desertas e prédios abandonados que o momento está longe daquele que em tempos conhecemos, para o qual muito contribuem os efeitos sonoros da autoria de Bruno Oliveira.
No entanto, o mesmo sucesso já não se pode aplicar à trama em si onde a busca desde sobrevivente e da cientista ficam longe de ser aquilo que o seu potencial determina, e apenas temos uma miragem do seu conteúdo total, terminando esta curta cedo demais para assistir a um qualquer desenvolvimento aceitável... ou pelo menos não aquele que esperamos ver considerando o argumento que tem, deixando-nos assim com uma generalizada sensação de insatisfação e de missão pouco cumprida.
R.I.G.I.D. vale pela sua premissa inicial, pelo potencial que tem deixando-nos num limbo quanto ao seu inesperado e muito rápido final.
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5 / 10
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Porque Tu Respiras (2012)

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Porque Tu Respiras de Pedro Almeida é uma curta-metragem portuguesa que em tom de narração nos leva numa viagem de reflexão sobre o nosso "eu".
Passado, presente e futuro conjugam-se em escassos minutos desta curta-metragem elaborada como um exercício universitário, mas que contém a proeza de não só ter a sua origem com acontecimentos pessoais do realizador, tal como o próprio deu a conhecer quando a apresentou na última sessão do PFShortsFest no Teatro Rápido em Lisboa, como também o faz de forma a que pareça ser uma carta de apresentação do estado de espírito do mesmo que assim se revela ao espectador.
E é esta a sua mais valia... a apresentação que de si faz e que contém alguns pensamentos que são, à partida, desconhecidos dos demais mas que nestas circunstâncias podem também eles encontram pontos de semelhança e identificação.
Ao estilo de narração vamos assim encontrando ideias soltas e pensamentos sobre o "eu" e a sua relação para com o mundo que fluem, tal como o título dá a conhecer, porque o próprio (ou o "outro") tão naturalmente respiram e existem.
Para um exercício está perfeito, enquanto curta-metragem não só é cativante como poderia ser o princípio de um qualquer bem sucedido filme filosófico.
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7 / 10
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Fogo & Prata (2013)

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Fogo & Prata de Afonso Nunes é uma curta-metragem portuguesa de ficção que nos insere num mundo de fantasia que num ambiente muito semelhante ao medieval nos apresenta Ignis (Diana Santos), uma jovem simpática e comunicativa que se sente sózinha e sem ninguém com quem partilhar a sua boa disposição.
Toda a sua comunidade é pouco participativa e fechada no seu próprio espaço, impedindo com que a jovem Ignis encontre outros que, como ela, queiram conhecer um pouco mais do mundo imediato e levado-a a encontrar refúgio no topo de uma pequena colina onde desabafa para as estrelas e para o céu sempre a fitar a lua.
É numa destas viagens escondidas rumo à colina que Ignis conhece Argentum (André Figueira), um jovem rapaz que, tal como ela, se assemelha a um espírito livre e que misteriosamente parece conhecê-la muito bem assim como a todos os segredos que ela jamais havia confessado a alguém.
Apesar de denotar vários elementos de um Stardust de Matthew Vaugh nomeadamente no que diz respeito à paixão de um terrestre inadaptado ao seu meio, aqui "Ignis", o fogo pela sua vivacidade, por uma entidade extraterrestre que inicialmente não revela a sua identidade, neste filme através da personagem "Argentum/Lua", a prata pela sua palidez e necessidade de viver uma vida diferente com outra identidade que lhe permita relacionar-se com a sua alma gémea, ou mesmo pelo próprio espaço temporal que se assemelha a uma Idade Média com tiques de excentricidade, Afonso Nunes escreve um argumento daquele que pode ser considerado um moderno conto medieval ambientado num mundo de uma estranha e invulgar fantasia à qual não estamos familiarizados no cinema português, e que nos mostra assim a potencialidade do género ainda por explorar, ao mesmo tempo que estamos frente a uma história que pela magia e fantasia do seu conteúdo, nos fala sobre uma invulgar história de amor onde os dois intervenientes encontram na sua impossibilidade de ter a sua alma gémea, um por ser o único da sua "espécie" e o outro por viver num lugar onde a comunicabilidade é inexistente, conseguem encontrar-se e ver um no outro o par que sempre procuraram para colmatar a sua solidão.
Não sendo este anterior aspecto um factor negativo, bem pelo contrário pois abre portas para um género cativante e sem grande história a nível nacional, o aspecto mais frágil desta curta-metragem prende-se com as suas interpretações. Não por serem negativas, porque na prática são fiéis ao género e à energia que se espera das suas personagens, mas sim por não serem espontâneas e por denotarem uma excessiva teatralidade que não se espera ver numa obra cinematográfica.
No entanto, há também que destacar a moderna e entusiasmante direcção de fotografia que nos coloca exactamente num mundo de fantasia através das suas cores quentes e vibrantes que transformam muitos segmentos em deslumbrantes imagens que muito se assemelham a quadros em movimento, um guarda-roupa de época muito bem executado, assim como alguns efeitos visuais que mereciam um maior destaque e desenvolvimento pois são eles que fazem muito do ambiente esperado desta curta-metragem que, a ser mais polida e com alguma mais duração se poderia afirmar como uma referência do género no cinema português. Ainda assim consegue ser uma boa porta de entrada e uma referência positiva na carreira de Afonso Nunes.
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7 / 10
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Shortcutz Xpress Viseu - Sessão #04


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Esta sexta-feira, inserido nas actividades dos Palcos Livres, o Shortcutz Xpress Viseu irá organizar uma sessão especial. Mesmo atrás do Museu Grão Vasco, no Largo António José Pereira, às 22h30, serão exibidas três curtas-metragens convidadas: Um Dia Longo, de Sérgio Graciano, Vicky and Sam, de Nuno Rocha e Conto do Vento, de Cláudio Jordão e Nelson Martin. No dia 31 de Agosto o Shortcutz Xpress Viseu volta com outra sessão especial às 23 horas nos Palcos Livres, sendo que a sessão competitiva apenas regressará no próximo dia 13 de Setembro.
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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

O Segredo Segundo António Botto (2012)

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O Segredo Segundo António Botto de Maria Azevedo e Rita Filipe é uma curta-metragem portuguesa de ficção que nos conta a história de uma relação entre os poetas Fernando Pessoa e António Botto.
Quando um dia António Botto (Tiago Ortis) sugere a Fernando Pessoa (Tiago Manaia) uma troca de cartas de amor fictícias, longe estava de imaginar que Manuel de Andrade, um dos muitos heterónimo deste último as assinasse, lançando assim a incerteza sobre a real motivação e sentimentos de Pessoa sobre este amor que parecia crescer para além de um conjunto de cartas ficcionadas.
Rita Filipe, Maria João Freitas e João Rebelo Pinto escrevem um argumento em torno de um hipotético romance da relação amorosa proibida e das escolhas de vida dos dois poetas, tudo isto enquadrado numa época conturbada e de marcados valores ultra-conservadores que se faziam sentir em Portugal.
Somos assim transportados para um momento particular na vida destes dois homens que sentindo necessidade de declarar o amor que sentiam um pelo outro, encontraram na escrita a forma perfeita de o proclamarem escondidos mas, ao mesmo tempo, para que estivesse acessível a todos aqueles que os rodeavam a à própria sociedade que ao pouco os repudiava por esses mesmos sentimentos proibidos para os demais. Assim, e independentemente da veracidade, ou falta dela, dos factos, estes três argumentistas conseguem criar uma história que é não só cativante por nos inserir na mente de um dos mais complexos e admirados escritores portugueses como também tornar a sua já secreta vida num mistério interessante de desvendar, quando percebemos que podemos ter um pouco da vida amorosa e sentimental do mesmo, principalmente se pensarmos que à sua época, e ainda hoje, é uma figura que gera sempre curiosidade como foi Pessoa.
Ao mesmo tempo não podemos esquecer aquele que dá o nome ao título a esta curta-metragem, e reflectir um pouco sobre a vida de António Botto, poeta homossexual que escandalizou a sociedade Lisboeta de então, e a sua curiosa forma de se aproximar daquele de quem gostava mesmo mantendo as aparências oficializando um casamento que sempre foi de mera conveniência. Mas, como nos é referido no final deste filme, as cartas que ambos os poetas trocaram (supostamente), nunca apareceram porque nunca existiram, mistificando assim esta história e relação sendo que, no entanto, há sentimentos e palavras maiores que fazem evidenciar o amor sem que este tenha necessidade de ser escrito. A evidente cumplicidade que se sentia entre ambos era (é) o motor suficiente para fazer pensar que existia mais do que uma simples amizade, e que um poderia completar, mesmo que há distância física e dos olhares alheios, o outro.
É por este mesmo motivo que é utilizado um revelador excerto durante esta curta-metragem quando nos é evelado que "condenados, hirtos, a vida sem estímulo, sem fé, sem convicção", era para ambos algo penoso de viver pois sabiam que o verdadeiro amor, aquele que jamais alguém poderia controlar, era o que sentiam mesmo que as convenções e a moral o impedissem. Estavam condenados, seriam perseguidos e como tal teriam de negar o que sentiam vivendo sem o afecto mútuo e por isso sem qualquer estímulo para o futuro que os esperava mais ou menos longo.
"Anda, Vem... Porque Te Negas" referia-se Pessoa ao seu amado... ou à morte, a única que poderia realmente amar, pois seria ela que finalmente o iria libertar de uma vida vivida sem paixão e entrega aos seus verdadeiros sentimentos.
Ficcionado ou não nunca saberemos na realidade, os três argumentistas conseguem criar uma perfeita história de um amor impossível que baseado em diversos textos dos poetas permitem uma livre interpretação do seu real significado, afinal "o amor não precisa ser escrito para ser sentido", tornando esta curta-metragem num trabalho claramente bem sucedido e ao qual vêm contribuir pela positiva as sentidas e cúmplices interpretações de Tiago Manaia como um "Pessoa" apático que apenas se revela em dois muito concretos momentos. O primeiro quando presenciamos o único afecto entre os dois poetas, e finalmente no momento da sua morte onde esta o libertou de qualquer convenção, permitindo-lhe declamar o seu verdadeiro amor. E a acompanhá-lo temos Tiago Ortis como "Botto", um homem aparentemente mais forte e emocionalmente contido que cedeu às imposições da sociedade esquecendo aquilo que o seu coração lhe pedia, não só devido a uma moral imposta como também pela incerteza da reciprocidade dos seus sentimentos. Manaia e Ortis completam e complementam as respectivas interpretações onde se denota uma grande dedicação à alma e à essência destas duas importantes figuras da primeira metade do século XX.
E se na essência temos um filme forte e bem estruturado, não é menos verdade que tecnicamente apresenta diversos factores de excelência nomeadamente no seu requintado guarda-roupa de época da autoria de Ana Rita Antunes que é complementado por uma perfeita caracterização de Raquel Laranjo e uma direcção de arte de Mariana Neto que, em harmonia, nos inserem na polida e aparentemente perfeita época em questão.
Finalmente deixo ainda um apontamento muito positivo à emocionante música original da autoria de Leonardo Mascarenhas que nos consegue fazer embrenhar pelos meandros dos sentimentos proibidos sentidos por estes dois vultos, e a exímia direcção de fotografia de André Mendes e Miguel Reis que transformam uma luminosa cidade de Lisboa num ambiente opaco e sem variações distintas de cor ou luz que reflectem à sua maneira a falta de expressividade que se fazia sentir nos corações destes dois homens.
Temos assim O Segredo Segundo António Botto que se afirma, muito para além de um trabalho universitário, como uma curta-metragem que foge aos clichés do género e que se assume como um dos mais fortes filmes dos últimos tempos não só pela sua história como também pela sua perfeita execução, facto este que me deixa a pensar sobre o que seria esta história com mais recursos para ser transformada numa longa-metragem pelas mãos destes profissionais.
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"Fernando Pessoa: Anda, Vem... Porque te Negas... (António)..."
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10 / 10
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Som do Silêncio (2012)

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Som do Silêncio de Paulo Grade e João Lourenço é uma curta-metragem portuguesa de ficção que conta com Fernanda Serrano na interpretação principal.
Encontramo-nos numa sociedade onde aparentemente a ordem é apenas alcançada através de uma lei totalitária... a lei do silêncio. Todas as pessoas estão assim impedidas de falar e toda a comunicação verbal é apenas uma lembrança na memória dos mais velhos.
É quando Joana (Serrano), investigadora de um museu (o de Arte Antiga) descobre um pequeno grupo dentro do museu onde discutem as variadas obras de arte que vêem a falar sobre as mesmas, que percebemos que afinal existe uma pequena elite a quem são permitidas infracções à lei.
Existirá ordem onde a liberdade não sobrevive? Ou será o desejo de ouvir a sua própria voz mais forte do que o medo em desobedecer a uma lei que todos sabem ser punitiva?
Paulo Grade, que além de realizar esta curta-metragem escreve igualmente o seu argumento, entrega-nos uma história que ironicamente está bem mais actual do que aquilo que poderíamos à partida imaginar. A lei do silêncio aqui aprovada mais não é do que, ela própria, um irónico retrato dos dias que vivemos onde existe uma estranha vontade de silenciar a "voz interior" de cada um de nós. Este momento socialmente conturbado onde as vozes que se insurgem contra uma qualquer "ordem" que oprime a criatividade se tentam silenciar, são aqui representadas pela "lei do silêncio" aprovada e como único garante dessa estabilidade bem como pelas obras de arte misteriosamente avaliadas por uma qualquer ordem que as tenta decifrar. Numa análise mais profunda a lei aprovada (pelo governo), impede o comum cidadão de comunicar, impedindo-o de contrariar abertamente qualquer medida que lhe pareça incorrecta, e dando apenas a uma pequena elite, que pode ou não ter os próprios planos dúbios e pouco claros, a liberdade (ou uma miragem dela) de analisar as mensagens secretas que a arte (a voz de alguém) em tempos quis transmitir.
Mas o argumento de Grade vai mais longe quando nos relata, através das suas próprias pequenas mensagens enviadas ao espectador ao longo desta curta-metragem, que o silêncio é ele próprio, a única solução para uma qualquer época de uma qualquer sociedade mais ou menos contemporânea onde as liberdades se foram aos poucos perdendo. Actual? Demasiado, se pensarmos no estado em que se encontram as artes, a educação e a cultural no Portugal de 2013.
Sendo a arte uma forma de questionar o que não se percebe ou expôr um pensamento e uma ideia sobre aquilo que achamos ser representativo e ilustrativo do mundo em que vivemos, como fica essa mesma sociedade ao ser silenciada e impedida de questionar aquilo que à sua volta acontece, e onde a sua sobrevivência depende de um conjunto de elementos presentes mas não participativos numa trilogia de ver, calar e esquecer nunca questionando ou colocando a dúvida sobre aquilo que consideramos ser menos correcto?!
Fernanda Serrano que tenho vindo a apreciar desde as suas participações quase figurativas em programas televisivos e que me conquistou em absoluto com a sua personagem na telenovela Amanhecer, confirmando-se como um valor forte e seguro na representação, tem aqui mais uma das suas personagens consistentes como "Joana", a mulher que questiona a sociedade em que vive e que para se sentir presente, e principalmente viva, ousa fazer ouvir a sua voz... a "física" e a interior, e que por isso acaba por pagar com a sua própria liberdade (será que a tinha antes?), demonstrando assim que o seu corpo pode ser fisicamente aprisionado, mas nunca a sua mente e o seu pensamento, onde realmente reside a sua própria liberdade.
De destacar ainda a participação de Virgílio Castelo como o vilão (polido) e líder da tal elite que controla os destinos "culturais" daquilo que é próprio (ou não) de ver, e finalmente Pedro Pernas como "Miguel", marido de "Joana", também ele com os seus próprios segredos que esconde inclusivé da sua mulher.
Forte pela sua mensagem que, como referi, é infelizmente bem actual e pela segura interpretação de uma Fernanda Serrano que se afirma nesta produção cinematográfica, Som do Silêncio é uma curta-metragem que nos deixa vontade de ver mais, não só dos perniciosos caminhos de uma sociedade que se tornou totalitária como principalmente pelos desejos e segredos que a liberdade acarreta e que movem os poucos resistentes que nela vão sobrevivendo... em seu nome... e em nome de uma arte que afirma esses mesmos desejos.
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9 / 10
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Utopia (2012)

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Utopia de Joana Maria Sousa é uma curta-metragem portuguesa de ficção que nos conta a história de uma jovem anónima (Ana Luísa Costa) que corre sem conseguir parar por entre um enigmático bosque que parece não ter fim.
Naquilo que parece uma assustadora alucinação, esta jovem passa de imediato para dentro de uma casa aparentemente abandonada, vazia e assustadora. Percebemos então que estamos perante um reflexo da sua própria mente e que nos encontramos num pesadelo tenebroso de Madalena (Io Franco) e que todas as representações que nos foram anteriormente mais não são do que a instabilidade em que se encontra a sua mente.
Joana Maria Sousa que além de realizar esta curta-metragem também escreveu o seu argumento, faz assim uma análise sobre os melindrosos caminhos da mente onde uma jovem receosa de uma liberdade que não tem sente dela medo e por isso corre sem parar num espaço que a sua mente retrata como um bosque amplo e livre, enquanto que dentro de uma casa sinistra, escura e abandonada se sente protegida, confortável e segura numa clara demonstração de como não há liberdade ou prisão maiores do que aquelas proporcionadas pela mente.
Interessante é também o facto da direcção de fotografia de Francisco Barbosa fazer realçar estes dois distintos universos através de uma exuberante captação de luz e cor em exteriores como imagem da liberdade da qual ela foge, e a quase total ausência de luz dentro da casa onde apenas funcionam os contrastes e variações de um azul sem expressão que nos mostram o quão confortável se sente aquela mente, independentemente de ser ou não um pesadelo que ela "vive", numa prisão que ela própria constrói enquanto dorme.
Merecedora de uma exploração e desenvolvimento mais aprofundados esta Utopia é, ainda assim, um interessante exercício sobre os limites auto-impostos por uma mente que receia a liberdade que lhe é inerente.
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7 / 10
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Asas (2012)

Asas de Maria Adriana Ventura, que também escreve o argumento, é uma curta-metragem portuguesa de ficção que nos conta a história de Inês (Francisca Candeias) uma jovem adolescente apaixonada que estando confinada ao seu quarto por ordem dos pais, deseja ardentemente poder sair e encontrar-se com Pedro (Gonçalo Melo), o seu namorado.
No entanto, os pais de Inês impedem-na de realizar o seu desejo controlando todas as tentativas da jovem contactar com o mundo exterior que, no entanto, a incentivam a prosseguir com as suas pinturas que aparentemente lhe conferem alguma tranquilidade.
Asas é uma interessante curta-metragem pela suspensão em que nos consegue manter sobre o real e o irreal que têm como elemento base o profundo desejo de uma jovem alcançar a sua liberdade e que está retratado em todos os momentos desta curta. No seu desejo em sair... em namorar... e até mesmo nas suas constantes pinturas cujas imagens se prendem com um par de asas que tenta desesperadamente aperfeiçoar. No entanto, e apesar de alguma previsibilidade sobre o destino da jovem e sobre o facto que a leva a estar dentro daquele quarto de onde nunca sai, esta curta-metragem consegue cumprir a sua função e assumir-se como um interessante relato sobre o desejo maior de alcançar a liberdade que está inerente a todos os seres humanos, aqui retratada pela vontade sem fim de "Inês", numa interpretação composta pela jovem e segura Francisca Candeias.
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7 / 10
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Velho é o Bidé (2012)

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Velho é o Bidé de Tânia Simões é uma curta-metragem portuguesa de ficção que num argumento escrito pela realizadora e com muita comédia à mistura nos relata o dia-a-dia de uma família que se vê obrigada a conviver num mesmo e muito pequeno espaço.
Tudo se complica quando o pequeno bidé da casa, que tem mais utilidade doméstica do que aquela que alguma vez lhe pensamos atribuir, se entope provocando o caos por todo aquele minúsculo apartamento que aos poucos parece cada vez mais claustrofóbico.
Com um elenco sólido e digno de um filme de comédia do qual se denotam pequenos detalhes típicos da família prestes a "explodir", e um ambiente muito alternativo que nos prepara para momentos hilariantes, esta curta-metragem acaba, no entanto, por apenas nos abrir o apetite sem depois conseguir concretizar boa parte do potencial que mostra ter, limitando-se a ficar pelas margens daquilo que poderia ter feito e aproveitado de todo o clima que prepara com a situação de toda a família estar agora em casa da avó que os recebe de braços abertos, ficando assim muito longe daquilo que poderia ter sido... enquanto filme e também enquanto comédia.
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4 / 10
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quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Potasio (2013)

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Potasio de Pedro Moreno del Oso, que também assina o argumento, é uma curta-metragem espanhola de ficção que retrata em tom de comédia agri-doce, muitos dos problemas que afectam a sociedade e os nossos dias.
Pablo (Rodrigo Sáenz de Heredia) e a sua mulher Inés (Elisa Lledó), viagem para o casamento da irmã desta naquele que deveria ser uma viagem descontraído não fosse ele escutar num misto de atenção e pânico as notícias que a rádio faz chegar sobre a crise e as perdas económicas que afectam a actualidade.
É no momento em que Pablo percebe que toda a sua vida está prestes a mudar que resolve demonstrar que se sente perdido num mundo que parece querer engoli-lo e ao qual pensa não pode escapar.
Del Oso assina um argumento que consegue reter em escassos minutos todos os problemas que afectam todos aqueles que (sobre)vivem nesta sociedade contemporânea. Se por um lado nos entrega através de uma comédia ligeira e bem disposta a dinâmica entre um casal que parece inicialmente conter apenas elementos de mais uma viagem "social" onde um deles, o marido, aparenta não ter muita disposição para estar presente, cedo percebemos pelas notícias que nos faz chegar que há algo mais por detrás de todo aquele incómodo.
Assim, Del Oso faz-nos pensar sobre a forma como estas perdas económicas do casal podem afectar a sua dinâmica, bem como somos obrigados também a encarar a relação destes com o mundo actual onde o status e a aparência tanto contribuem para uma vida dita "estável" em sociedade.
No entanto, esta curta-metragem está longe de querer ser "séria" mas sim abordar todos estes temas de forma ligeira e com isso falar sobre os nossos dias mas num tom menos drástico. E este aspecto é bem sucedido a partir do momento imediato em que olhamos para os magníficos desempenhos de Lledó e Sáenz de Heredia que sendo levados ao extremo e são transformados em momentos descontraídos e muito dinâmicos que, no final, nos revelam que tudo pode ser uma fase passageira desde que se consiga encontrar um ponto de união e encarar todos os bens como não sendo essenciais, passageiros e passíveis de ser recuperados... um dia... desde que essa mesma cumplicidade entre os dois não esteja perdida. Assim, e acima de tudo o demais, o essencial é que "Pablo" e "Inés" consiga olhar-se e encontrar a mesma cumplicidade que tinham no primeiro dia que se conheceram.
Elisa Lledó e Rodrigo Sáenz de Heredia estão numa química perfeita e como tal entregam-nos duas fortes e calorosas interpretações que oscilam entre o cómico e o dramático (este último mantendo sempre elementos do primeiro) e que denotam uma acentuada cumplicidade que nem sempre é visível em pares protagonistas, e conseguem fazer de todo aquele espaço de passagem e desértico num local onde eles se conseguem finalmente olhar e encontrar após anos em que viveram segundo as aparências de uma vida economicamente abastada. Local esse onde, ao seu jeito, lhes proporcionou a paz que tinham perdido.
Finalmente deixo ainda um breve, mas merecido, destaque à direcção de fotografia de Paco Cintado que consegue captar cores fortes e a perfeita luz do pôr-do-sol,  e assim transformar todo um espaço e ambiente num momento que apesar de denotar uma tragédia familiar, num ambiente caloroso e reencontro que deixa o espectador tranquilo quanto ao final destas duas tão fortes personagens.
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9 / 10
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Douro Film Harvest 2013: selecção oficial

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SELECÇÃO OFICIAL
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FOOD FILMS
18 Comidas, de Jorge Coira
Dive! Living Off America's Waste, de Jeremy Seifert
Jiro Dreams of Sushi, de David Gelb
Menú Desgustació, de Roger Gual
Perfect Sense, de David Mackenzie
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WINE FILMS
Red Obsession, de Warwick Ross e David Roach
Somm, de Jason Wise
Tesouro, de Gonçalo Silva e Marcantónio Del Carlo
The Wine of Summer, de Maria Matteoli
A Year in Burgundy, de David Kennard
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terça-feira, 20 de agosto de 2013

Ted Post

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1918 - 2013
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Elmore Leonard

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1925 - 2013
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Shortcutz Xpress Viseu - um novo jurado

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As boas notícias continuam a chegar. É com muita honra e orgulho que anuncio que aceitei o convite para ser um dos jurados do Shortcutz Xpress Viseu, juntando-me assim a Alexandre Magno da Silva (Artista Plástico e Prof. de Artes Visuais), Anabela Gesteiro (Directora da galeria ArteG), André Cardoso ( Director da ZunZum (Associação Cultural)), Cristovão Cunha (Produtor, Designer de luz), Joaquim Alexandre Rodrigues (Cineclubista), Jorge Humberto (Radiofonista), José Crúzio (Fotógrafo, Videasta e Professor de Artes Visuais), José Fernandes (Director Administrativo do Teatro Viriato), L Filipe Santos (Artista Plástico, Ilustrador), Nuno Rodrigues (Designer), Paulo Nabais (Coordenador do Curso de Multimédia na E.P.M.S.), Paulo Neto (Director do Jornal do Centro), Rodrigo Francisco (Director do Cineclube de Viseu), Rui Macário (Investigador (Arte Contemporânea)), Sónia Barbosa (Actriz e Encenadora), e a Victor S Melo (Jornalista e Crítico de Cinema).
O Shortcutz é um movimento internacional de curtas-metragens que teve a sua origem em Lisboa no ano de 2010, estando em actividade nas cidades do Porto, Londres, Berlim, Madrid, Barcelona e Amsterdão. Em 2013, o conceito chega a Viseu na versão XPRESS que pretende assim assumir-se como uma mais-valia no âmbito cultural e artístico da cidade de Viseu.
A versão “Xpress” não obriga a uma regularidade semanal, nem à fixação do evento a um determinado local como acontece com a realização das outras cidades. Desta forma o projecto será iniciado com uma periodicidade quinzenal e com uma ‘residência’ de Verão, podendo no entanto 'visitar' diferentes espaços da cidade, assumindo um carácter nómada que o conceito Xpress permite.
Assim, de 15 em 15 dias, às sextas-feiras, pelas 21h30, o SHORTCUTZ XPRESS VISEU exibe três curtas-metragens, sempre que possível apresentadas por membros das suas equipas de produção, sendo uma das curtas convidada, nacional ou estrangeira, e as restantes duas parte da competição para a melhor curta-metragem do mês e, sempre que possível, fará parte da programação uma curta seleccionada entre toda a programação das outras cidades internacionais desta 'network'.
Em cada sessão poderão estar também presentes convidados especiais e profissionais reconhecidos do meio cinematográfico de forma a partilhar as suas opiniões e conhecimentos estando, desta forma, a estimular a discussão entre todos os presentes.
Para saber como participar no Shortcutz Xpress Viseu podem sempre visitar a sua página no Facebook aqui, ou através do seu mail aqui.
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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Lee Thompson Young

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1984 - 2013
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Tres en un Cuarto (2013)

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Tres en un Cuarto de Federico Calabuig é uma curta-metragem espanhola de ficção que numa comédia divertida e original nos apresenta três distintos amigos que entre si partilham um amor muito especial.
Um quarto. Uma cama. Três amigos. Ana (María Blesa Guigó), Teo (Nacho López Murria) e Suso (David Matarín) apresentam-se ao espectador mesmo no final de um ménage à trois do qual gostaram mas que, aparentemente, lhes incutiu um enorme sentimento de culpa.
Enquanto Teo está apaixonado por Ana que se sente atraída por Suso que está perdidamente apaixonado por Teo, o que lhes vai trazer alguns dissabores se não encontrarem a solução ideal para resolverem aquilo que parece ser um complicado triângulo amoroso.
A tradicional história das complicadas relações amorosas onde os amores não correspondidos podem na maior parte das situações fazer terminar com amizades de anos, é aqui transformada numa divertida e por vezes reveladora história que Federico Calabuig tão habilmente nos sabe contar. Argumento este que ultrapassa algumas barreiras normalmente instituídas pelas típicas histórias sentimentais, abordando assim algumas novas "tendências" que são normalmente felizes tabus no cinema.
As interpretações a cargo de Guigó, Murria e Matarín formam um perfeito triângulo que não se atropela mas sim complementa e que nos faz divertir durante os escassos minutos desta inteligente e mordaz curta-metragem, fazendo com que esses já referidos tabus sejam ultrapassados, revelando-nos assim uma nova perspectiva sobre a forma como cada um pode (ou consegue) encontrar a sua própria felicidade.
Calabuig deixa-nos assim com esta sua nova curta-metragem duas importantes questões... a primeira questiona-nos sobre o que é o amor e a felicidade e segunda questão deixa-nos a pensar sobre como atingi-los verdadeiramente. E tudo isto ao sabor de uma divertida comédia que nos contagia.
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8 / 10
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