sexta-feira, 26 de abril de 2024

Abigail (2024)

.
Abigail de Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett (Irlanda/EUA/Canadá) e com argumento de Stephen Shields e Guy Busick é uma longa-metragem que revela a acção de um grupo criminosos que resolve raptar a filha de um poderoso magnata para reclamar um elevado resgate. Mas quando Abigail (Alisha Weir) é deixada sozinha num quarto estranhos acontecimentos ocorrem pelos corredores da misteriosa mansão em que se esconderam.
Provido de um trailer que capta de imediato a atenção dos cinéfilos fãs do género em questão, este Abigail assume que não é mais do que aquilo a que de facto se propõe. Cedo o espectador compreende que vai estar perante uma história que promete alguma acção, alguns sustos, alguns cenários mais ou menos elaborados mas um argumento que, na prática, não irá muito mais além do típico "filme-pipoca" que habitualmente surgem na época mais estival. Comecemos pelo óbvio e quase enternecedor momento em que assistimos a uma jovem numa suposta "audição" de ballet enquanto uma mulher a espera numa qualquer viela por perto. O segmento tem tanto de calmo como de perturbador pois é imediatamente percebido que dali nada de tranquilo irá chegar e que estas personagens têm mais camadas do que aquelas que inicialmente se revelam ao espectador e, ainda que excessivamente tipificadas mais não sendo do que réplicas de tantas outras em longas-metragens do género, eis que nos encontramos com algum interesse em conhecer o que têm "de novo" para nos oferecer.
A estas duas personagens iniciais, a "Abigail" de Alisha Weir e a "Joey" de Melissa Barrera que se anuncia e assume como a involuntária protagonista de uma história que compreendemos ir ser a única sobrevivente - calma... não estou a revelar nada que não se consiga perceber ao fim de trinta segundos - eis que se amontam todo um conjunto de outras personagens igualmente tipificadas que serão a chamada "carne para canhão" daquilo que está porvir. O polícia caído em desgraça, o militar com os negócios escuros da praxe, a menina rica que decidiu ser hacker, o psicopata de serviço que parece estar a dar as últimas e um qualquer segurança privado que aparenta querer ter coração no mais impróprio dos locais. Todos eles sacrifícios para o banho de sangue que se espera... e que todos nós sabemos que está prestes a rebentar a qualquer momento. Mas... há custa de que sacrifício? Quais os motivos deste (in)esperado grupo de marginais estarem todos no mesmo local, à mesma hora e com o mesmo propósito? Alusões ao Rat Pack à parte - nenhum consegue ser assim tão icónico -, as suas justificações e motivos estão, também elas, ao virar da esquina e são tão óbvias ou desesperadas que qualquer um de nós a identifica nos argumentos de outras histórias do género que já foram originais noutros tempos e que conseguiam captar a atenção dos mais distraídos mas que aqui são apenas lume brando para dar continuidade a uma história que pouco sumo tem e da qual se consegue perceber o final desde que qualquer uma destas personagens disse "olá".
Sem esse grande, ou vá.. pelo menos inesperado argumento... e com um conjunto de personagens obviamente esperadas e pouco originais, Abigail apenas consegue alguma "luz" - ironia à parte - com o seu cenário e decoração bem construído e convincente para aquilo que seria de esperar para uma história deste género não conseguindo, no entanto, que seja o suficiente para se destacar enquanto uma obra de referência mesmo dentro do género... duvido que algum de nós se recorde desta longa-metragem daqui a meia-dúzia de meses sendo apenas o "suficiente" para os propósito do "agora". Não querendo elaborar grande argumento sobre a protagonista Alisha Weir ou sequer para o tão pouco convincente que é a sua interpretação e muito amadora caracterização, resta-me apenas deixar um apontamento (que será cómico quando o espectador o observar) sobre a mesma que não irá assustar ou impressionar mas sim criar a incredulidade sobre o quão pouco pensada terá sido para se deixar levar desta forma para uma obra dita "finalizada".
O trailer é interessante... o cartaz também... a premissa ainda que não seja inovadora consegue sempre atrair o seu nicho e juntar uns quantos fãs mas, no entanto, não se pode viver apenas da promessa mas sim daquilo que se consegue concretizar e aqui foi tudo muito pouco... mesmo a breve participação de um Matthew Goode que já fez mais e melhor com muito menos mas que aqui apenas conseguiu chegar ao patamar de um cómico não propositado que satisfaz para o momento e pouco mais para além disso.
.

.
6 / 10
.

quinta-feira, 25 de abril de 2024

Laurent Cantet


.
1961 - 2024
.

domingo, 21 de abril de 2024

Festa do Cinema Italiano 2024: os vencedores


.
Termina hoje a Festa do Cinema Italiano que tem decorrido no Cinema São Jorge, no Teatro Turim e na Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema, em Lisboa com a habitual premiação das longas-metragens em competição e da divulgação do Prémio do Público. O júri, composto por Francesco Giai Via (programador), João Pedro Rodrigues (realizador) e Olga Roriz (coreógrafa) decidiu premiar três longas-metragens que estão inclusive nomeadas aos David di Donatello anualmente entregues pela Academia Italiana de Cinema.
São elas:
.

.
Prémio do Júri - Filme: Disco Boy, de Giacomo Abbruzzese
.

.
Menção Honrosa: Felicità, de Micaela Ramazzotti
.

.
Prémio do Público: C'è Ancora Domani, de Paola Cortellesi
.

sábado, 20 de abril de 2024

Ricardo Peres


.
1973 - 2024
.

sexta-feira, 12 de abril de 2024

Roberto Cavalli


.
1940 - 2024
.

Eleanor Coppola


.
1936 - 2024
.

Sophia 2024: os nomeados

.
Terminou há instantes na Sala Fernando Lopes, em Lisboa, o anúncio dos nomeados para a 13ª edição dos Sophia entregues anualmente pela Academia Portuguesa de Cinema. The Nothingness Club - Não Sou Nada, de Edgar Pêra foi o filme que reuniu o maior número de nomeações - quinze - entre as quais aquela para o Melhor Filme do ano. Ainda a disputar o troféu máximo dos Sophia encontramos as longas-metragens Great Yarmouth - Provisional Figures, de Marco Martins - com um total de 13 nomeações -, Mal Viver, de João Canijo - com 8 nomeações - e Nação Valente, de Carlos Conceição - com um total de 10 nomeações. Destaque ainda para a vitória de Cerrar los Ojos, de Victor Erice como o Melhor Filme Europeu, a primeira vitória nesta categoria para uma longa-metragem espanhola.
São os nomeados:
.
Melhor Filme
Great Yarmouth - Provisional Figures, Filipa Reis (prod.)
Mal Viver, Pedro Borges (prod.)
Nação Valente, Leonor Noivo, João Matos e Carlos Conceição (prods.)
The Nothingness Club - Não Sou Nada, Rodrigo Areias (prod.)
.
Melhor Documentário
Águas do Pastaza, de Inês T. Alves (real. e prod.) e Ico Costa (prod.)
O Que Podem as Palavras, de Luísa Marinho (real.) e Luísa Sequeira (real. e prod.) e Ana Almeida (prod.)
Super Natural, de Jorge Jácome (real.) e Pandora da Cunha Telles e Pablo Iraola (prods.)
Viagem ao Sol, de Ansgar Shaefer (real. e prod.) e Susana de Sousa Dias (real.) e Elsa Sertório e Rui Ribeiro (prods.)
.
Filme Europeu: Cerrar los Ojos, de Victor Erice (Espanha)
.
Melhor Curta-Metragem de Ficção
2720, de Basil da Cunha
Corpos Cintilantes, de Inês Teixeira
As Gaivotas Cortam o Céu, de Mariana Bártolo e Guillermo García López
Monte Clérigo, de Luís Campos
.
Melhor Curta-Metragem de Documentário
A Arte da Memória, de Rodrigo Areias
Body Buildings, de Henrique Pina
Coney Island - As Primeiras Vezes, de Joana Botelho
As Nossas Primaveras Passadas Não Voltam Mais, de Joel Cartaxo Anjos
.
Melhor Curta-Metragem de Animação
Algo que Eu Disse, de Sara Barbas
Ana Morphose, de João Rodrigues
Foxtale, de Alexandra Allen
Sopa Fria, de Marta Monteiro
.
Sophia Estudante
Défilement, de Francisca Miranda
Kintsugi, de Martim da Cunha
Praia da Aguda, de Salvador Gil
Seres Vivos, de Margarida Fonseca
.
Melhor Série/Telefilme
Cavalos de Corrida, de André Santos e Marco Leão (real.) e Pandora da Cunha Telles e Pablo Iraola (prods.)
Emília, de Filipa Amaro (real.) e Maria João Mayer (prod.)
Rabo de Peixe, de Augusto Fraga (real.) e Pandora da Cunha Telles e Pablo Iraola (prods.)
Salgueiro Maia - O Implicado, de Sérgio Graciano (real.) e José Gandarez (prod.)
.
Melhor Realização
Marco Martins, Great Yarmouth - Provisional Figures
João Canijo, Mal Viver
Carlos Conceição, Nação Valente
Edgar Pêra, The Nothingness Club - Não Sou Nada
.
Melhor Actor
João Arrais, Nação Valente
Miguel Borges, The Nothingness Club - Não Sou Nada
Rafael Morais, Amadeo
Rui Morisson, Sombras Brancas
.
Melhor Actriz
Beatriz Batarda, Great Yarmouth - Provisional Figures
Joana Bernardo, A Noiva
Carla Maciel, Légua
Anabela Moreira, Mal Viver
.
Melhor Actor Secundário
Victor Correia, The Nothingness Club - Não Sou Nada
Albano Jerónimo, The Nothingness Club - Não Sou Nada
Matamba Joaquim, Pátria
Romeu Runa, Great Yarmouth - Provisional Figures
.
Melhor Actriz Secundária
Madalena Almeida, Mal Viver
Rita Cabaço. Great Yarmouth - Provisional Figures
Victória Guerra. The Nothingness Club - Não Sou Nada
Anabela Moreira, Nação Valente
.
Melhor Argumento Original
Filipa Reis, João Miller Guerra, Sara Morais, José Filipe Costa e Letícia Simões, Légua
João Canijo, Mal Viver
Carlos Conceição, Nação Valente
Edgar Pêra e Luísa Costa Gomes, The Nothingness Club - Não Sou Nada
.
Melhor Argumento Adaptado
Júlio Alves, A Arte de Morrer Longe
Virgílio Almeida, Nayola
Eduardo Brito, A Síbila
Rui Cardoso Martins e Fernando Vendrell, Sombras Brancas
.
Melhor Montagem
Mariana Gaivão, Marco Martins e Karen Harley, Great Yarmouth - Provisional Figures
João Braz, Mal Viver
António Gonçalves e Carlos Conceição, Nação Valente
Cláudio Vasques, The Nothingness Club - Não Sou Nada
.
Melhor Fotografia
Rui Poças. Amadeo
João Ribeiro, Great Yarmouth - Provisional Figures
Leonor Teles, Mal Viver
Vasco Viana, Nação Valente
.
Melhor Música Original
Manuel Riveiro e Gaiteiros de Lisboa, Os Demónios do Meu Avô
Jim Williams, Great Yarmouth - Provisional Figures
Jorge Prendas, The Nothingness Club - Não Sou Nada
Wojtek Urbanski, Vadio
.
Melhor Canção Original
"Caretos", por Possidónio Cachapa (letra), Carlos Guerreiro (música) e Gaiteiros de Lisboa (interpretação), Os Demónios do Meu Avô
"Casinha", por Fábio Soares (letra, música e interpretação), A Minha Casinha
"What is Fame After Death", por Fernando Pessoa (letra) e Jorge Prenda (música e interpretação), The Nothingness Club - Não Sou Nada
"Lápis Azul", por José Cardoso Pires (letra), Eduardo Raon (música e interpretação) e Rita Redshoes (interpretação), Sombras Brancas
.
Melhor Som
Pedro Melo, Elsa Ferreira e Pedro Góis, Amadeo
Miguel Martins e Rafael Cardoso, Great Yarmouth - Provisional Figures
Rafael Cardoso e Xavier Thieulin, Nação Valente
Pedro Marinho e Pedro Góis, The Nothingness Club - Não Sou Nada
.
Melhor Direcção Artística
Artur Pinheiro, Amadeo
Sara Lança e Chris Barber, Great Yarmouth - Provisional Figures
Nádia Henriques, Mal Viver
Ricardo Preto, The Nothingness Club - Não Sou Nada
.
Melhor Guarda-Roupa
Joana Cardoso, Amadeo
Isabel Carmona, Great Yarmouth - Provisional Figures
Patrícia Dória, Nação Valente
Susana Abreu, The Nothingness Club - Não Sou Nada
.
Melhor Maquilhagem e Cabelos
Sandra Pinto e Natália Bogalho, Amadeo
Maria Almeida (Nini), Great Yarmouth - Provisional Figures
Bárbara Brandão, The Nothingness Club - Não Sou Nada
Bárbara Brandão, A Síbila
.
Melhor Caracterização/Efeitos Especiais
Jorge Carvalho, Amadeo
Arnauld Chelet, Great Yarmouth - Provisional Figures
João Rapaz, José André, Ivo Francisco, Carlos Almeida, Luís Martins, Mathieu Jussreandot, Colin Journée, Adam Bachiri e Filipe Pereira, Nação Valente
Bárbara Brandão, Carlos Amaral e Júlio Alves, The Nothingness Club - Não Sou Nada
.
Cartaz: Cristina Reis, A Noiva
Trailer: Karen Levy, O Último Animal
Prémio Arte e Técnica: Hélder Filipe Gonçalves, "O Som e a Música no Cinema Português Contemporâneo - Processos Criativos seguido de Entrevistas"
Carreira: Luís Cília e Rui Simões
.
Os vencedores da 13ª edição dos Sophia serão conhecidos numa cerimónia a realizar no próximo dia 26 de Maio no Casino Estoril.
.


.

quinta-feira, 11 de abril de 2024

Revolução Sem Sangue (2024)


.
Revolução Sem Sangue de Rui Pedro Sousa (Portugal/Espanha) é a primeira longa-metragem do realizador de Tsintty (2013), Limbo: A Small Measure of Peace (2016) e Insanium (2018) inspirada em acontecimentos reais da Revolução dos Cravos de 25 de Abril de 1974, mais concretamente sobre as últimas horas daqueles que foram mortos às mãos da PIDE/DGS, a polícia política da ditadura.
João Arruda (Rafael Paes) é um estudante de Filosofia vindo dos Açores da Lisboa e cuja grande aspiração é a liberdade que o regime não permite. Fernando Giesteira (Lucas Dutra) é um jovem de 17 anos que trabalha num clube nocturno na capital. Fernando Reis (Diogo Fernandes) é um soldado de férias em Lisboa. António Lage (Manuel Nabais) é um dos secretários da PIDE. José Barneto (Miguel Monteiro) um activista de 38 anos e pai de quatro filhos. Todos estariam ligados pelos acontecimentos inicialmente vividos em alegria e euforia e tragicamente desaparecidos pelos últimos sinais de vitalidade daquela que foi uma terrível polícia política cuja intervenção em Portugal durante quase cinco décadas. A história da "revolução sem sangue" tráz, afinal, factos que muitos de nós desconhecemos.
No ano em que o 25 de Abril - a Revolução dos Cravos - cumpre os seus cinquenta anos, o realizador Rui Pedro Sousa estreia esta que é a sua primeira longa-metragem e o tema não poderia ser mais pertinente. Primeiro porque celebramos um dos - senão o - mais importantes factos da História Contemporânea de Portugal que terminou com uma das mais longas ditaduras fascistas da Europa nos últimos cem anos. Em segundo lugar porque conferiu ao seu povo não só a Liberdade - não fosse ela por si motivo suficientemente maior para ser celebrado - como também impôs um fim a uma guerra civil (e colonial) que durou treze anos nas então Colónia Portuguesas em África onde toda uma geração foi destruída através da sua morte física e psicológica. E finalmente pois, com o finalizar desta ditadura, Portugal encontrou o seu caminho e rumo face à Europa e à modernidade terminando portanto um isolamento que durou 48 anos.
Enquadramento histórico à parte, não obstante a sua elevada importância para o nosso conhecimento de forma geral como sobretudo para nos inserirmos enquanto espectadores na realidade que esta longa-metragem nos propõe retratar, aqui encontramos um conjunto de personagens reais ficcionadas que, desta forma, têm finalmente a sua voz escutada e a sua história contada para um público que, de forma geral, desconhece quem eram e foram. As personagens - e vou aqui referir-me a "personagens" num sentido lato pois tenho presente e bem consciente em todos os momentos que nos encontramos perante uma ficção que, no entanto, se baseia em factos verídicos - são aliciantes e envolventes desde o primeiro instante. Em cada momento em que não se cruzando conseguem preencher o ecrã dando-se assim a conhecer ao espectador, faz com que este se envolva nos seus enredos, nas suas histórias, nos seus sonhos e ambições e sobretudo na sua Humanidade para "um dia melhor" que tarda em chegar. Todos eles, sem o saber, testemunhavam os últimos instantes de um regime que findava impossibilitando-lhes a concretização de pequenos grandes desejos que esperavam ao virar de uma qualquer esquina. É, nesta medida, que o espectador se apaixona por estas pequenas histórias (cada uma delas capaz de suportar a sua própria longa-metragem) e querer saber mais e mais sobre cada um deles... independentemente de compreender que o (seu) fim estará para breve. Começando pelos mártires (que o foram) do 25 de Abril. O primeiro de todos, e que acaba por ser como um não assumido protagonista desta longa-metragem, é "João Arruda" (Rafael Paes), um jovem idealista com sonhos e ideais da tal libertas que tão intensamente descreveu como um bem maior e que por entre os sustos da ditadura e da sua polícia política e os anseios de um dia vivido em liberdade revela a sua humanidade e aspirações de um jovem de vinte anos. Com um ainda muito recente percurso em cinema, Paes demonstra com o seu "Arruda" uma sensibilidade extrema ao conseguir dar corpo e vida a este jovem idealista representando os seus desejos de liberdade através de pequenos traços e expressões corporais aos quais o seu olhar dá uma intensa vida e finalmente, quando a liberdade está à porta, deixa transparecer pela vivacidade da sua voz e da afirmação que impõe no seu percurso por uma Lisboa em transformação. Rafael Paes, jovem de idade e enquanto actor, afirma-se tranquilamente como um silencioso protagonista cujos gestos e dinamismo em Revolução Sem Sangue o transformam num rosto que (espero) veremos em muitas mais produções de destaque e dignas do seu talento.
Outra das personagens de Revolução Sem Sangue é o "Fernando Giesteira", de Lucas Dutra. O mais jovem dos mártires do 25 de Abril ao dar corpo a um jovem de 17 anos que trabalhava num clube nocturno e que, apesar da sua muito jovem idade, revelava todo um sentido de preocupação com uma eventual relação sentimental com uma colega como também para com a sua irmã grávida de um pai mais ou menos ausente a quem ele exigia a responsabilidade que não sentia do mesmo. Dutra dá corpo a um tipo de idealista diferente daquele interpretado por Paes fazendo do seu "Giesteira" um rapaz pacato com anseios de vida não diferentes dos outros mas que os manifestava de uma forma mais tranquila que preponderante. Dutra consegue captar toda a atenção para si, e para a sua personagem, no instante em que se encontra com a sua irmã "Ana" (Catarina Siqueira) no restaurante e falam sobre relacionamentos, sobre a vida, sobre a família e sobre a maternidade não sabendo, no entanto, que aquela haveria de ser a última conversa que iriam ter. Nós, espectadores, ao presenciarmos este seu instante - e que acaba também por ser nosso -, assistimos a todo um comovente momento de uma não compreendida despedida que simboliza uma forte união que nem a morte poderá separar.
Passando já ao terceiro protagonista foi o "Fernando Reis" de Diogo Fernandes que me deixou a marca mais forte de todo o filme. Qualquer um de nós facilmente associa o 25 de Abril aos militares, â Guerra Colonial, aos tanques que a cidade de Lisboa viu cruzar as suas ruas e, nesta medida, sedo a sua personagem a única que era, de facto, militar, a atenção está imediatamente virada para si. Fernandes que chega aqui à sua primeira longa-metragem cativa de imediato pela ambiguidade que a sua personagem acarreta. É militar acabado de chegar a Lisboa e cruza-se com uma mulher - "Inês" (Teresa Vieira) numa soberba interpretação de uma mulher posteriormente torturada pela PIDE - que acaba por ignorar aquando da abordagem dos inspectores da PIDE à mesma num Terreiro do Paço deserto. De militar despreocupado e com pouca vontade de ter problemas seguimo-lo para a sua casa onde vive com a mãe desavinda ou "separada" (não oficialmente pois não era permitido) de um pai pouco preocupado e descobrimos que o próprio não está junto com a mulher (ou mãe dos filhos?!) deixando-lhes apenas uma gravação da sua voz quando chega de uma noite de bebedeira com os amigos. Aos olhares da época facilmente seria apelidado como o eterno bon vivant sem responsabilidades ou preocupações de maior... aos parâmetros de hoje podemos analisar que o seu "Fernando" era um jovem homem (não esquecer que ainda estava nos 20 e poucos anos de idade), já pai e militar de carreira num período em que a qualquer momento poderia ser enviado para África onde a taxa de sobrevivência era mínima. O trauma que potencialmente poderemos atribuir à sua personagem existe, está presente e manifesta-se nestes pequenos momentos apenas deles despertando quando encontra um amigo regressado da guerra - e do qual falarei dentro de momentos -, assimilando todas as palavras que dele escuta e finalmente quando compreende que o seu destino está prestes a mudar ao presenciar em plena pessoa que a Revolução chegou e que a sua vida acabara de mudar. Diogo Fernandes tem, entre estes três protagonistas, aquele que considero ser o desempenho mais transformador, mais subtilmente marcado pelas "curvas" da vida, pela junção de um passado e um presente e até mesmo aquele em que os momentos históricos vividos, ou porvir, ganham uma mais sentida notoriedade fazendo dele um mártir silencioso. Alguém que compreende de facto que a sua vida não tem sido boa, que testemunha o momento em que tudo vai mudar e pode ser para melhor mas que, pela fatalidade dos acontecimentos, vê o seu destino interrompido em nome da Liberdade. Dele destaco dois momentos; o primeiro quando fala "para a posteridade" - os seus filhos - com uma emotiva esperança de que ele possa "estar lá" sempre que eles precisarem. O espectador sente também aqui uma trágica despedida entre ele e os seus filhos... entre ele e o futuro... entre ele e esse tal "porvir" que ninguém saberia o que seria. Emotividade essa, vivida por ele em silêncio quando reencontra "Tomás", o "camarada" acabado de chegar de África e que tanto física como sobretudo emocionalmente revela os traumas de uma guerra desumana - não o serão todas?! - que lhe deixou as suas marcas. É através da forte interpretação do "Tomás" de João Bettencourt que Fernandes revela um segundo grande momento na sua composição enquanto todo um silencioso desespero se apodera das suas expressões conferindo-lhe de imediato um desejo de viver, de sentir e de experimentar o que os seus "últimos" momentos de liberdade lhe pudessem facultar na companhia dos amigos. Dutra, Fernandes e Paes compõem assim um trio forte e dinâmico que apesar de não se cruzar muito (ou não nos momentos do seu desenvolvimento enquanto personagem) ao longo da acção desta longa-metragem, conseguem complementar e centralizar o drama e a emotividade desta história e, com uma notória harmonia, estabelecem todo o centro dinâmico e dramático de Revolução Sem Sangue. Existem, claro, outras personagens de relevo nesta longa-metragem. A já mencionada "Inês" (Teresa Vieira) como uma mulher brutalmente torturada pela PIDE e que assume também um destaque nos fatídicos acontecimentos não sem antes de testemunharmos alguns duros instantes do que acontecera por detrás das paredes do edifício da António Maria Cardoso, o idealista e revolucionário "Nelson" (João Arrais) melhor amigo de "Arruda" que assiste tanto â sua morte como ao despertar da liberdade que não foi permitido a todos, o ideologicamente conflituoso "Lage" (Manuel Nabais) como secretário da PIDE que revela aos poucos estar incapaz de continuar aquele trabalho e assistir a tudo o que decorre nas salas escondidas daquele edifício desejando, nos instantes finais, que tudo termine perante um regime que acaba de desabar e finalmente a brutalmente intensa torturadora "Leninha" (São José Correia) que tanto inicialmente parece esconder um ar maternal e característico da época mas que rapidamente se revela como uma brutal e insana mulher capaz das mais atrozes humilhações físicas e psicológicas e incapaz de sentir qualquer tipo de empatia perante os demais que, para ela, nem humanos eram. Brutalmente honesto nas emoções que pretende passar ao espectador, Revolução Sem Sangue capta alguns dos melhores momentos do sentimento que penso - enquanto curioso da História Contemporânea de Portugal - serem os experienciados por aqueles que viveram esse tal "antigamente", conferindo-nos não só esse tal olhar de época como principalmente um que é visto por um jovem realizador filho dessa liberdade de Abril, incapaz de esquecer os que foram esquecidos pelo despertar da Liberdade e agora recuperados no exacto momento em que a mesma cumpre cinquenta anos. Abril cumpre-se. Lentamente por vezes, mas cumpre-se. É cumprido não esquecendo a História. Não esquecendo factos. Não esquecendo lugares mas, sobretudo, nunca esquecendo os nomes. Os nomes dos que viveram mas também os nomes daqueles que morreram vítimas da ditadura mas com a certeza de que assistiram ao nascimento da Liberdade. Símbolo máximo dessa Liberdade é a capacidade que então a todos foi conferida de poder dizer NÃO. Não à ditadura. Não à tortura. Não à guerra. Não ao fascismo. Um NÃO sem justificações... sem motivos... sem porquês. Um NÃO que existe simplesmente porque todos conseguiram e puderam passar a existir. "Eles não sabem nem sonham... Que o sonho comanda a vida...", assim ditava o final desta longa-metragem pela letra da Pedra Filosofal cantada por Manuel Freire e agora pela voz de Paloma del Pillar (também actriz na longa-metragem) enquanto assistimos aos familiares dos que a longa retrata aqui representados uma última vez pelos actores que lhes deram vida... Não souberam, mas imaginaram. Que a imaginação também comandou o sonho e este a vida. A vida do tal porvir. Do desejado. Da capacidade de decidir. De fazer. De negar. De impôr. De saber. De poder fazer esta longa-metragem tão importante, tão importante, especialmente nos dias que hoje perigosamente vivemos e onde assistimos novamente à privação dessa mesma Liberdade e Direitos por tantos cantos do mundo. Mas sobretudo, e sobretudo, de poder Viver.
.

.
8 / 10
.

quarta-feira, 10 de abril de 2024

O. J. Simpson


.
1947 - 2024
.

domingo, 7 de abril de 2024

Prémio Curtas 2024: os vencedores

 

.
Decorreu ontem no Teatro Turim, em Lisboa, a segunda edição dos Prémios Curtas entregues às melhores produções cinematográficas de formato curto. A Rapariga de Olhos Grandes e o Rapaz de Pernas Compridas, de Maria Hespanhol foi o grande vencedor da noite arrecadando um total de quatro troféus incluindo o de Curta-Metragem de Animação sendo que foi Monte Clérigo, de Luís Campos o premiado com o título de Melhor Curta-Metragem de Ficção do ano.
São os vencedores:
.
Curta-Metragem de Ficção: Monte Clérigo, de Luís Campos
Curta-Metragem de Documentário: Défilement, de Francisca Miranda
Curta-Metragem de Animação: A Rapariga de Olhos Grandes e o Rapaz de Pernas Compridas, de Maria Hespanhol
Realização: Mónica Lima, Natureza Humana
Actor: Isac Graça, Heitor sem Nome
Actriz: Teresa Sobral, Sagrada Família
Actor Secundário: António Mortágua, A Febre de Maria João
Actriz Secundária: Maria Leite, O Abafador
Interpretação Infantil: Gabriel Pêra, Capa de Honras, La Cuonta de L Garotico I L Bielho
Argumento: Maria Hespanhol, A Rapariga de Olhos Grandes e o Rapaz de Pernas Compridas
Montagem: Vera Lúcia Rita, Maria José Maria
Fotografia: Faraz Fesharaki, Natureza Humana
Música Original: Pedro Marques, A Rapariga de Olhos Grandes e o Rapaz de Pernas Compridas
Som/Efeitos Sonoros: Pedro Marinho, Bernardo Bento e Vasco Carvalho, Ana Morphose
Direcção Artística: Ana Bossa, A Rapariga de Olhos Grandes e o Rapaz de Pernas Compridas
Guarda-Roupa: Patrícia Dória e Inês Peres, A Febre de Maria João
Caracterização: Olga José, Maria José Maria
Efeitos Visuais: João Rodrigues, Sandra Neves e Carlos Amaral, Ana Morphose
.

sexta-feira, 5 de abril de 2024

Cole Brings Plenty


.
1998 - 2024
.

quarta-feira, 3 de abril de 2024

Premi David di Donatello 2024: os nomeados

.
Foram há instantes anunciados os nomeados para a 69ª edição dos David di Donatello, os prémios anualmente entregues pela Academia Italiana de Cinema às melhores produções cinematográficas do último ano. C'è Ancora Domani, de Paola Cortellesi com 19 nomeações é a longa-metragem mais citada este ano competindo para todos os troféus principais incluindo o de Melhor Filme do ano. À obra de Cortellesi a concorrer a melhor filme juntam-se La Chimera, de Alice Rohrwacher (13 nomeações), Io Capitano, de Matteo Garrone (15 nomeações), Rapito, de Marco Bellocchio (11 nomeações) e Il Sol dell'Avvenire,  de Nanni Moretti (7 nomeações).
São os nomeados:
.
Melhor Filme
C'è Ancora Domani, Mario Gianani e Lorenzo Gangarossa por WILDSIDE - FREMANTLE, Vision Distribution - SKY em colaboração com SKY e NETFLIX, Paola Cortellesi (real.)
La Chimera, Carlo Cresto-Dina com RAI Cinema e Alice Rohrwacher (real.)
Io Capitano, ARCHIMEDE, RAI Cinema, PATHÉ e Tarantula, Matteo Garrone (real.)
Rapito, Beppe Caschetto por IBC Movie, Simone Gattoni por KAVAC Film e Paolo Del Brocco por RAI Cinema e Marco Bellocchio (real.)
Il Sol dell'Avvenire, Domenico Procacci com RAI Cinema e Nanni Moretti (real. e prod.)
.
David Giovani
C'è Ancora Domani, de Paola Cortellesi
Comandante, de Edoardo De Angelis
Io Capitano, de Matteo Garrone
Stranizza d'Amuri, de Giuseppe Fiorello
L'Ultima Volta che Siamo Stati Bambini, de Claudio Bisio
.
Melhor Documentário
Enzo Jannacci Vengo Anch'io, de Giorgio Verdelli
Io Noi e Gaber, de Riccardo Milani
Laggiù Qualcuno Mi Ama, de Mario Martone
MUR, de Kasia Smutniak
Roma, Santa e Dannata, de Daniele Ciprì
.
Melhor Filme Internacional
Anatomie d'Une Chute, de Justine Triet (França)
As Bestas, de Rodrigo Sorogoyen (Espanha)
Killers of the Flower Moon, de Martin Scorsese (EUA)
Kuolleet Lehdet, de Aki Kaurismäki (Finlândia)
Oppenheimer, de Christopher Nolan (EUA)
.
Melhor Curta-Metragem
Asterión, de Francesco Montagner
Foto di Gruppo, de Tommaso Frangini
In Quanto a Noi, de Simone Massi
The Meatseller, de Margherita Giusti --> já anunciada como vencedora
We Should All Be Futurists, de Angela Norelli
.
Melhor Produtor
C'è Ancora Domani, Mario Gianani e Lorenzo Gangarossa por WILDSIDE - FREMANTLE, Vision Distribution - SKY em colaboração com SKY e NETFLIX
La Chimera, Carlo Cresto-Dina com RAI Cinema
Comandante, Nicola Giuliano, Francesca Cima, Carlotta Calori e Viola Prestieri por INDIGO Film, Pierpaolo Verga e Edoardo de Angelis por O'GROOVE, Paolo Del Brocco por RAI Cinema, Attilio De Razza por TRAMP Limited, Mariagiovanna de Angelis por VGROOVE e Antonio Miyakawa por WISE Pictures
Disco Boy, Giulia Achilli, Marco Alessi, Lionel Massol, Pauline Seigland e André Logie
Io Capitano, ARCHIMEDE, RAI Cinema, PATHÉ e Tarantula
.
Melhor Realização
Matteo Garrone, Io Capitano
Alice Rohrwacher, La Chimera
Marco Bellocchio, Rapito
Nanni Moretti, Il Sol dell'Avvenire
Andrea Di Stefano, L'Ultima Notte di Amore
.
Realizador Revelação
Paola Cortellesi, C'è Ancora Domani
Giacomo Abbruzzese, Disco Boy
Micaela Ramazzotti, Felicità
Michele Riondino, Palazzina LAF
Giuseppe Fiorello, Stranizza d'Amuri
.
Melhor Actor Protagonista
Antonio Albanese, Cento Domeniche
Pierfrancesco Favino, Comandante
Valerio Mastandrea, C'è Ancora Domani
Josh O'Connor, La Chimera
Michele Riondino, Palazzina LAF
.
Melhor Actriz Protagonista
Linda Caridi, L'Ultima Notte di Amore
Paola Cortellesi, C'è Ancora Domani
Isabella Ragonese, Come Peccore in Mezzo ai Lupi
Micaela Ramazzotti, Felicità
Barbara Ronchi, Rapito
.
Melhor Actor Secundário
Giorgio Colangeli, C'è Ancora Domani
Elio Germano, Palazzina LAF
Adriano Giannini, Adagio
Vinicio Marchioni, C'è Ancora Domani
Silvio Orlando, Il Sol dell'Avvenire
.
Melhor Actriz Secundária
Barbora Bobulova, Il Sol dell'Avvenire
Emanuela Fanelli, C'è Ancora Domani
Romana Maggiora Vergano, C'è Ancora Domani
Alba Rohrwacher, La Chimera
Isabella Rossellini, La Chimera
.
Melhor Argumento Original
Furio Andreotti, Giulia Calenda e Paola Cortellesi, C'è Ancora Domani
Alice Rohrwacher, La Chimera
Matteo Garrone, Massimo Gaudioso, Massimo Ceccherini e Andrea Tagliaferri, Io Capitano
Maurizio Braucci e Michele Riondino, Palazzina LAF
Francesca Marciano, Nanni Moretti, Federica Pontremoli e Valia Santella, Il Sol dell'Avvenire
.
Melhor Argumento Adaptado
Giorgio Diritti e Fredo Valla, Lubo
Emma Dante, Elena Stancanelli e Giorgio Vasta, Misericordia
Armando Festa e Sydney Sibilia, Mixed by Erry
Marco Bellocchio e Susanna Nicchiarelli, Rapito
Pietro Marcello, Maurizio Braucci e Maud Ameline, Le Vele Scarlatte
.
Melhor Montagem
Valentina Mariani, C'è Ancora Domani
Nelly Quettier, La Chimera
Marco Spoletini, Io Capitano
Francesca Calvelli e Stefano Mariotti, Rapito
Giogiò Franchini, L'Ultima Notte di Amore
.
Melhor Fotografia
Davide Leone, C'è Ancora Domani
Hélène Louvart, La Chimera
Ferran Paredes Rubio, Comandante
Paolo Carnera, Io Capitano
Francesco Di Giacomo, Rapito
.
Melhor Música Original
Subsonica, Adagio
Lele Marchitelli, C'è Ancora Domani
Andrea Farri, Io Capitano
Franco Piersanti, Il Sol dell'Avvenire
Santi Pulvirenti, L'Ultima Notte di Amore
.
Melhor Canção Original
"Adagio", por Subsonica (Samuel Umberto Romano, Massimiliano Casacci, Davide Dileo, Enrico Matta e Luca Vicini) (música, letra e interpretação), Adagio
"Baby", por Andra Farri (música e letra) e Seydou Sarr (interpretação), Io Capitano
"O DJ (Don't Give Up)", por Liberato (música, letra e interpretação=, Mixed By Erry
"La Mia Terra", por Antonio Diodato (música, letra e interpretação), Palazzina LAF
"La Vita Com'è", por Brunori Sas (música, letra e interpretação), Il Più Bel Secolo della Mia Vita
.
Melhor Som
Filippo Porcari, Alessandro Feletti, Luca Anzellotti e Paolo Segat, C'è Ancora Domani
Xavier Lavorel, Marta Billingsley e Maxence Ciekawy, La Chimera
Valentino Gianni, Alessandro Feletti, Mirko Perri e Giancarlo Rutigliano, Comandante
Maricetta Lombardo, Daniela Bassani, Mirko Perri e Gianni Pallotto, Io Capitano
Alessandro Zanon, Marta Billingsley, Fabrizio Quadrou e Paolo Segat, Il Sol dell'Avvenire
.
Melhor Direcção Artística
Paola Comencini e Fiorella Cicolini, C'è Ancora Domani
Emita Frigato e Rachele Meliadò, La Chimera
Carmine Guarino e Iole Autero, Comandante
Dimitri Capuani e Roberta Troncarelli, Io Capitano
Andrea Castonina e Valeria Vecellio, Rapito
.
Melhor Guarda-Roupa
Alberto Moretti, C'è Ancora Domani
Loredana Buscemi, La Chimera
Massimo Cantini Parrini, Comandante
Stefano Ciammitti, Io Capitano
Sergio Ballo e Daria Calvelli, Rapito
.
Melhor Design de Cabelo
Teresa Di Serio, C'è Ancora Domani
Daniela Tartari, La Chimera
Massimo Gattabrusi, Comandante
Stefano Ciammitti e Dalia Colli, Io Capitano
Alberta Giuliani, Rapito
.
Melhor Maquilhagem
Michele Salgaro Vaccaro, Francesca Galafassi, Antonello Resch e Lorenzo Tamburini, Adagio
Ermanno Spera, C'è Ancora Domani
Paola Gattabrusi e Lorenzo Tamburini, Comandante
Dalia Colli e Roberta Martorina, Io Capitano
Enrico Iacoponi, Rapito
.
Melhores Efeitos Especiais Visuais
Stefano Leoni e Flaminia Maltese, Adagio
Kevin Tod Haug e Stacey Dodge, Comandante
Fabio Tomassetti e Daniele Tomassetti, Denti da Squalo
Laurent Creusot e Massimo Cipollina, Io Capitano
Rodolfo Migliari e Lena Di Gennaro, Rapito
.
Os vencedores serão conhecidos no decorrer da cerimónia da 69ª edição dos David di Donatello a decorrer no próximo dia 3 de Maio na Cinecittà, em Roma.
.
.