Multiverso de Nacho Sánchez e Guillermo Sevillano é mais uma das curtas-metragens espanholas presentes na secção Cantabria da quinta edição do Piélagos en Corto - Festival Internacional de Cortometrajes de Ficción que decorreu na passada semana em Espanha.
Esta curta-metragem, cujo argumento é também da autoria do realizador Nacho Sánchez, apresenta-nos a Jorge (David López) que recebe a visita de duas improváveis figuras, ou seja, o seu eu mais velho (Kepa Gallego), que o advertem para o peso das suas próprias escolhas num futuro mais distante.
É desta forma que fica a saber que o acto de atender o telefone que está prestes a tocar irá determinar se o seu futuro será junto de Clara (Leive López) ou se, por sua vez, a sua relação está condenada a desaparecer com o passar do tempo.
Ainda que o argumento de Sánchez seja uma clara referência ao peso das responsabilidades e das decisões com as quais temos de lidar, assim como sobre a forma como as mesmas quando irreflectidas podem determinar de forma irreversível todo o futuro a partir desse exacto momento, não é menos verdade que Multiverso assenta, no seu todo, num conjunto de desenvolvimentos já esperados e que não trazem nada de novo à premissa do "futuro" e como ele está condenado (ou não) graças às nossas próprias decisões.
Esta curta-metragem, provavelmente a mais frágil da secção em que estava inserida, prima pela interpretação de Kepa Gallego enquanto o homem do futuro que fala sobre a importância da relação que perdera, assim como pela já referida vontade de abordar o futuro enquanto uma incerteza que "hoje" construímos. Ainda assim, e talvez também pela sua escassa duração que impossibilita a exploração das duas possíveis escolhas com que "Jorge" se encontra, Multiverso acaba por terminar e deixar o espectador com uma sensação de que algo (importante) ficou por contar.
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4 / 10
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Moito obrigado.
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