Loop de Ricardo M. Leite (Portugal) é uma das curtas-metragens candidatas ao Prémio Sophia Estudante na categoria da Ficção transportando o espectador para um cenário futurista.
No ano 2113, a Humanidade está no limiar da extinção devido ao avanço da tecnologia. Raquel (Joana Africano) procura uma solução recorrendo à inteligência artificial.
Esta curta-metragem concentra nos seus breves minutos todo um imaginário e um universo que, ainda que aparentemente distante ou mesmo distópico, centra alguns dos temores da sociedade actual tal como a conhecemos. Da crise económica e o seu consequente desemprego e a forma como afecta todo um estilo de vida de um dado momento no tempo ao conhecimento como uma propriedade privada de entidades cujo único propósito terreno é a manutenção da diferenciação de classes e, como tal, de um estatuto que não querer perder. No entanto, é toda uma questão sobre a preservação humana, da sua existência física à marca de uma inteligência individual que marcam o ponto mais fascinante desta curta-metragem já de si esteticamente muito interessante mantendo um constante apelativo lado visual que a colocam numa atmosfera futurista - mesmo que já anunciada - e que cativam pela descoberta do "como será?!".
Num mundo em que a existência física não é tão segura ou garantida como o conhecimento que cada um pode adquirir durante a mesma, a grande questão levantada por este "big brother" que todos observa e que é, no fundo, presente a qualquer era ou momento prende-se com o eterno dilema de que o poder, o verdadeiro poder, existe para aqueles que têm na mão... esse mesmo conhecimento. Conhecer é poder... pensamento que nunca terá deixado de ser presente... e real.
Com um dinâmico olhar que a direcção de fotografia de Dulce Ribeiro capta na excelência transformando toda a atmosfera num dos elementos mais apelativos desta curta-metragem e um dos mais reconhecíveis da obra que facilmente capta a atenção e interesse do espectador, Loop deixa todo um mundo de perspectivas e questões em aberto ao ponto de ser questionável se esta obra não se poderia desenvolver para um trabalho mais longo mantendo, ao mesmo tempo, toda esta dinâmica "futurista" (e não só...).
.
6 / 10
.
Sem comentários:
Enviar um comentário