quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Chéri (2009)

Chéri de Stephen Frears foi o grande regresso ao cinema dessa actriz enorme que é Michelle Pfeiffer. De novo em parceria com o realizador de Ligações Perigosas e com o argumentista Christopher Hampton, Michelle Pfeifffer volta em grande forma e estilo ao filme de época onde se insere na perfeição e o seu charme e talento estão definitivamente em evidência.
Lea de Lonval (Pfeiffer) uma cortesã já com alguma idade é encarregada por uma sua colega de "profissão" Madame Peloux (Kathy Bates) para tomar conta do seu filho Chéri (Rupert Friend) que insiste em não ser responsável, enquanto este não se casa, aproveitando assim a oportunidade para o educar para a vida adulta.
Conhecendo-se já desde que Chéri era criança, é desenvolvida entre ambos uma relação que vai para além da amizade, atingindo não só amor como também uma obsessão e vontade de viver lado a lado.
No entanto algo os separa... a idade e uma sociedade suficientemente corrosiva que não iria ver com bons olhos a relação de amor que entre ambos se iniciara.
Este filme tão aguardado quer pela comunidade cinematográfica quer como pelos milhares e milhares de fãs que Pfeiffer reuniu ao longo dos anos é, arrisco-me dizer, um regresso perfeito. A personagem Lea de Lonval tem tudo aquilo que esperamos ver numa actriz como Michelle Pfeiffer. Tem carisma, tem personalidade, tem força de carácter e acima de tudo tem romance. Tem um coração aberto e pronto a ser arrebatado sem, no entanto, se deixar render facilmente às primeiras palavras que lhe são ditas.
No papel de Chéri temos Rupert Friend que completa a dupla principal na perfeição. Existe química entre os dois actores e essa é visivel durante todo o filme onde, da nossa parte, esperamos sempre que exista mais um segmento do filme em que os dois estejam juntos.
Finalmente a completar o trio principal de actores temos a também veterana Kathy Bates como Madame Peloux que interpreta a ex-colega de Lea e mãe de Chéri. Ao contrário do que disse muita da crítica não concordo que esta consiga "roubar" as atenções do ecrã a Pfeiffer.
É certo que as suas características gargalhadas aliadas a uma dose elevada de sarcasmo fazem com que olhemos para ela com muita atenção mas não consegue "tapar" a protagonista do filme das nossas atenções.
No essencial o trio protagonista consegue completar-se e criar uma atmosfera muito interessante entre si o que é transmitido com muito agrado para nós espectadores.
A completar as brilhantes interpretações temos um guarda-roupa genial como deve ser sempre essencial neste estilo de filme elaborado por Consolata Boyle (já nomeada a Oscar), a banda-sonora do eterno mestre Alexandre Desplat que ou muito me engano ou se "arrisca" muito em breve a vencer ele um Oscar na sua categoria, e também um fenomenal trabalho de fotografia que acentua e realça em contraste a brilhante opulência e a enorme decadência que são tão característicos destas épocas e destas vivências, da autoria de Darius Khondji.
Apesar deste não ser (ainda) o regresso que possibilite a Michelle Pfeiffer ser nomeada e vencer um Oscar de Melhor Actriz (que, sejamos sinceros, está mais do que na hora que isso aconteça), verdade seja dita que é também um regresso em plena forma desta actriz que insiste em estar muito tempo afastada dos nossos ecrãs e que, a eles e a nós, muita falta faz.



"Lea de Lonval: I'm probably making a fool of myself... but then again, why not? Life is short!"


7 / 10

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