quarta-feira, 20 de setembro de 2023

European Film Academy - Lifetime Achievement Award 2023

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A Academia Europeia de Cinema anunciou hoje quem seria agraciado com o European Lifetime Achievement Award na 36ª edição dos European Film Awards.
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Vanessa Redgrave, actriz britânica nascida a 30 de Janeiro de 1937, em Londres, e já premiada com o Oscar de Melhor Actriz Secundária em 1978 por Julia, de Fred Zinnemann - vencendo também o Globo de Ouro da Hollywood Foreign Press Association e o prémio da Crítica de Los Angeles -, tendo ainda conquistado nomeações como Actriz Protagonista em Morgan: A Suitable Case for Treatment (1967) filme pelo qual também venceu o troféu de Interpretação em Cannes, Isadora (1969), uma nova vitória no festival da Riviera Francesa, Mary Queen of Scots (1972) e The Bostonians (1985) e como Actriz Secundária em Howards End (1993). A estes troféus juntam-se ainda uma Coppa Volpi de Veneza em Little Odessa enquanto Actriz Secundária, o Sophia International Lifetime Achievement Award entregue pela Academia Portuguesa de Cinema, dois Emmy por Playing for Time (1981) e If These Walls Could Talk 2 (2000) pelo qual também venceu o Screen Actors Guild Award e o Globo de Ouro na mesma categoria, um BAFTA da Academia Britànica (em Televisão em 1967) bem como o BAFTA Fellowship em 2010, o British Independent Film Award em 2011 como Actriz Secundária por Coriolanus, de Ralph Fiennes pelo qual também venceu o troféu da Crítica de San Francisco, a Medusa de Carreira da Academia Helénica de Cinema em 2016. Em 2008 o prémio da Crítica de Londres como Actriz Secundária por Atonement, de Joe Wright, o troféu da Crítica Nova York em 1987 por Prick Up Your Ears, de Stephen Frears e os troféus da National Society of Film Critics em 1985 e 1986 por The Bostonians e Wetherby respectivamente e em 1972 o David di Donatello de Melhor Actriz Estrangeira pela sua interpretação em Mary, Queen of Scots, entre outros troféus.
Com mais de 140 filmes, um número sem fim de participações em produções televisivas e um destacado percurso nos palcos, Vanessa Redgrave tem sido ao longo da sua carreira uma "destacada voz contra a guerra e na defesa daqueles que se podem encontrar em situações precárias" tal como  destacado no comunicado da Academia Europeia de Cinema.
A 36ª edição dos European Film Awards irá decorrer no próximo dia 9 de Dezembro, no Arena Berlin, em Berlim, na Alemanha.
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segunda-feira, 18 de setembro de 2023

Cortaderia (2022)

Cortaderia de Óscar Moreno (Espanha) é um dos mais recentes exemplares mockumentary espanhóis que explora uma temática ambiental preocupante na região norte de Espanha onde, junto ao Atlântico, se faz notar a cada vez maior presença de uma espécie florestal invasora... os vulgarmente chamados "limpa-garrafas" ou "erva das pampas" de seu nome oficial cortaderia selloana.
No entanto, como um bom mockumentary, este Cortaderia apresenta o outro lado da "ameaça florestal", ou seja, aqueles que no meio dos receios ambientais observam sim os benefícios da Natureza tal como ela é onde, na qual, inserem a "erva das pampas" como um novo habitante natural do ecossistema... mesmo que este seja de uma proveniência totalmente díspar. Dos protectores ambientais aos fundadores das organizações não governamentais que valorizam as espécies sem esquecer a sua protecção para o futuro reservando-se o direito de recolher sementes para que a dita espécie nunca desapareça face às constantes ameaças, este documentário explora de forma divertida assuntos que até são demasiado sérios e actuais, se o quisermos analisar, sob uma perspectiva dinâmica da sociedade como um todo. São os elementos estranhos (ou estrangeiros) assim tão nocivos para a sociedade como a primeira (e fácil) análise quer fazer parecer? Existirá, na realidade, alguma "espécie" agressora do meio dito natural? Se a mesma resiste, e subsiste, num espaço que lhe é inicialmente considerado como sendo desfavorável, até que ponto poderão os autóctones afirmar que esta "espécie" não pertence àquele meio em concreto?
Da comédia feita à custa de assuntos sérios explorando, ou tentando, a consciencialização para a realidade de certos assuntos actuais, esta curta-metragem apenas peca por um certo distanciamento que o mesmo humor pode provocar no espectador levando-o apenas a olhá-lo como "mais um" filme cómico do que propriamente um com uma temática importante e actual que transcende a ideia de uma simples planta tida como uma "espécie invasora".
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6 / 10
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domingo, 17 de setembro de 2023

MOTELx - Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa 2023: os vencedores

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Terminou esta noite a 17ª edição do MOTELx - Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa que decorreu uma vez mais no Cinema São Jorge e, com ela, foram também anunciados os vencedores dos troféus Méliès d'Argent para Longa e Curta-Metrsagens Europeis bem como anunciado o troféu para a Melhor Curta-Metragem Portuguesa de Terror.
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Prémio Méliès d'Argent - Longa Europeia: Superposition, de Karoline Lyngbye
Menção Especial: Hood Witch, de Saïd Belktibia
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Prémio Méliès d'Argent - Curta Europeia: Gangrene, de Ignasio Gil-Toresano Fernández
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Curta-Metragem Portuguesa de Terror: De Imperio, de Alessandro Novelli
Menção Especial: Paralisia, de Inês Monteiro
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Prémio do Público: Irati, de Paul Urkijo Alijo
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sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Billy Miller


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1979 - 2023
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quinta-feira, 14 de setembro de 2023

E Portugal leva aos Oscars...

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A Academia Portuguesa revelou hoje qual o filme que irá representar o país na 96ª edição dos Oscars na categoria de Melhor Filme Internacional.
Mal Viver, a primeira entrega do chamado díptico de João Canijo foi o filme seleccionado pelos membros da Academia depois de ter estado numa lista de quatro longas-metragens pré-seleccionadas por um comité de selecção onde se encontravam ainda Viver Mal, também de João Canijo, Nayola, de José Miguel Ribeiro e Légua, de Filipa Reis e João Miller Guerra.
Esta é a terceira vez que o realizador João Canijo representa o país nesta categoria depois de Noite Escura, em 2005 e Sangue do Meu Sangue em 2012.
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A cerimónia da 96ª edição dos Oscars irá decorrer a 10 de Março de 2024 no Dolby Theatre, em Los Angeles.
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terça-feira, 12 de setembro de 2023

Les Meutes (2023)

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As Matilhas de Kamal Lazraq (Marrocos/França/Bélgica/Qatar/Arábia Saudita) foi a longa-metragem que hoje serviu de abertura não-oficial da 17ª edição do MOTELx - Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa que decorre no Cinema São Jorge até ao próximo dia 18 de Setembro.
Hassan (Abdellatif Masstouri) e Issan (Ayoub Elaid), pai e filhos nas ruas de Casablanca sobrevivem de pequenos crimes muitos dos quais associados à luta de cães em que participam contra bandos marginais rivais. É quando o chefe de Hassan o manda raptar um dos seus opositores que a vida deste homem, e do seu filho que o auxilia, muda radicalmente enfrentando muito mais do que os perigos de uma vida que a lei já abandonou há muito.
Não só filme de abertura desta edição do festival como também na secção Serviço de Quarto, Les Meutes apresenta uma abordagem algo diferente aos filmes de género. Longe de ser um conto de terror, pelo menos um dos ditos "tradicionais" onde este surge sob uma qualquer forma sobrenatural, a obra de Lazraq apresenta-nos um conto de terror urbano (se assim lhe podermos chamar) onde as sombras da noite escondem não um qualquer monstro fastasmagórico mas sim aquele que a marginalidade esconde. As lutas de gangues, a violência animal, a morte, o tráfico de favores e influências e o poder do mais forte mesclam-se num conto do qual, compreendemos a certo ponto, nenhuma das suas personagens irá sair ilesa.
As matilhas - numa clara e inteligente abordagem aos diferentes grupos que tentam e testam o poder no "outro lado" das ruas -, disputam a sua influência e o poder conquistado pela supremacia que deduzem ter sobre os demais graças a pequenos actos marginais e marginalizados que fazem vibrar as suas noites. E o primeiro de cair... é o primeiro conquistado. As lutas de cães - animal considerado impuro e até mesmo demoníaco para o Islão -, assumem aqui a forma de purificação que um acto marginal utiliza não só para se glorificar junto dos seus opositores como, ao mesmo tempo, funciona como a forma que os seus "mestres" encontram para purificar as ruas "infestadas" como estes animais desprezados na respectiva sociedade. Não é ao acaso que os cães logo de início são revelados como seres grotescos, utilizados para a matança do inimigo indesejado e, já no final, representados como seres moribundos que vagueiam pelas ruas mais sujas de uma cidade que os abandonou algures à sua sorte... e à sorte dos restos que, também eles, ficaram esquecidos.
Não existe aqui nenhum desfecho considerado melhor... a pobreza é latente na representação de "Hassan" e "Issan" bem como a matriarca da filha já envelhecida e desgastada pelo tempo mas com um elevado sentido de espiritualidade que não perde. Boa parte dos marginais tidos como imbatíveis acabam por ser alvo da sua própria arrogância revelando-se frágeis e perdidos no suposto reino que criaram e perderam. Os perdedores até então assumem a vitória sob um império destruído que, a seu tempo, irão também eles degladiar-se para poderem proclamar-se como vitoriosos sobre algo irreal e os mortos, esses partidos, acabam por ser espelho de um triste e ignóbil fim e "prato" daqueles que procuram subsistir mais um dia.
Les Meutes é, a partir de dado momento, a compreensão de que se assiste a uma história de perdedores, de derrotas e de falhanços que, associados a um inexplicável misticismo, conferem "aos pobres" aquilo que os faz aguentar mais um dia... a esperança de que na "outra vida" possa existir algo que renda os seus poucos actos de misericórdia em vida conferindo-lhes a salvação no além... Todos são perdedores e o dia de amanhã não irá ser melhor. Ainda que não o saibam. Todos lutam por resistir mais um dia... e isso compreendem reflectindo-se nos breves momentos em que se encaram olhos nos olhos.
Atípico filme de terror - se é que o poderemos considerar enquanto tal -, Les Meutes é sobretudo um filme de resistência e de sobrevivência sobre aqueles que compreenderam e aceitam no silêncio não ir ver nada de bom, ou pelo menos diferente, na sua vida mas que ainda assim resistem à esperança de ver mais um dia.
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7 / 10
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sábado, 9 de setembro de 2023

Festival Internacional de Cinema de Veneza 2023: os vencedores

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Terminou hoje a 80ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza com Poor Things, de Yorgos Lanthimos a ser coroado com o Leão de Ouro.
São os vencedores:
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Leão de Ouro: Poor Things, de Yorgos Lanthimos
Leão de Prata - Grande Prémio do Júri: Aku Wa Sonzai Shinai, de Ryûsuke Hamaguchi
Leão de Prata - Realização: Matteo Garrone, Io Capitano
Prémio Especial do Júri: Zielona Granica, de Agnieszka Holland
Coppa Volpi - Actor: Peter Sarsgaard, Memory
Coppa Volpi - Actriz: Cailee Spaeny, Priscilla
Prémio Marcello Mastroianni - Intérprete Revelação: Seydou Sarr, Io Capitano
Argumento: Guillermo Calderón e Pablo Larraín, El Conde
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sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Muy Fuerte (2022)

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Muy Fuerte de César Rios (Espanha) é um filme curto que aborda a temática das primeiras impressões. Aquelas que se tem face àquilo que não conhecendo faz com que se equacione sempre o lado negativo de uma acção tida pelos outros.
Uma mulher passa a frequentar um ginásio. As colegas, surpreendidas com esta sua nova actividade, tecem todo um conjunto de comentário sobre as suas supostas segundas intenções que estão (para elas) relacionadas com uma relação extra-conjugal da colega. Mas aquilo que desconhecem revela-se como uma trágica realidade que aquela mulher vive num silêncio desarmante.
A curta-metragem de César Rios recupera nesta história algo tão humano como a desconfiança, as segundas intenções e sobretudo a capacidade (e vontade) de falar mal do "outro" para que ninguém olhe "para mim". Assim, o boato, o rumor e o falso testemunho levantado por terceiros ganha um lugar de destaque nesta curta-metragem centrando-se em boa parte da trama ao mesmo tempo que esconde, em boa medida, o que está por detrás da acção desta mulher que só intriga o espectador por ser sistematicamente mencionado por uma das demais personagens que não treme quando decide "apontar-lhe o dedo" pelo seu novo estilo de vida até então desconhecido para as mencionadas "amigas".
Os "porquês" das suas acções são apenas revelados bem perto do final, quando todos nós espectadores poderemos (ou não) ter julgado esta personagem não pelo seu novo estilo de vida mas sim por aquilo que as demais personagens equacionam e, até mesmo, por potenciais preconceitos que nós próprios possamos ter quando encontramos "alguém" que repentinamente exibe comportamentos distintos daqueles tidos até um determinado momento. Incapazes de enfrentar a mudança - dos outros - julgando-os pelos nossos próprios parâmetros, quase somos forçados a exigir daquela personagem uma justificação que, ainda que sendo dada como elemento redentor da mesma, não nos pertence... não nos assiste perceber os seus porquês para podermos ter nos nossos ideias a compreensão dos seus actos mas, ainda assim, contentamo-nos quando o mesmo sucede.
Interessante sob o ponto de vista da perspectiva humana entre o "eu" e o "outro" comprovando que todos nós somos sofisticadas "máquinas de vigilância" daqueles que por nós se cruzam, Muy Fuerte falha apenas na execução da acção nem sempre polida acabando por cair no lugar comum que a certo momento quase se que assume (e exige) como um "justificativo" necessário para revelar o desfecho desta narrativa. Mordaz sobre a perspectiva da hipocrisia humana que (auto-)censura o que acontece ao nosso redor, esta curta-metragem pedia uma execução mais nobre e de facto "mais forte" para que pudesse finalizar com mais dignidade sobretudo para a sua protagonista que por vezes desfila sem que tenha o merecido brilho.
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4 / 10
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El Ruido de Mi Silencio (2022)

El Ruido de Mi Silencio de Aureli Vallez (Espanha) é um filme curto que reflexiona sobre as memórias que consideramos intemporais e que transformam as experiências de um dado protagonista num conjunto de sentimentos que vivem em permanente dualidade originando um conflito interior. Passado e presente. Vida e morte. Luz e escuridão. Um conflito de momentos com o objectivo de alcançar uma harmonia - sobretudo interior -, que parece nunca chegar.
Ainda que as intenções desta curta-metragem possam parecer nobres e devidamente justificadas considerando as incertezas que qualquer um de nós pode sentir em momentos específicos da sua vida (ou até ao longo da mesma), El Ruido de Mi Silencio acaba por ser um filme curto que cansa o espectador não lhe conferindo nada de novo repetindo, por sua vez, todo um conjunto de lugares comuns que já foram explorados e filmados com muito mais qualidade e rigor do que aquilo que aqui presenciamos. Entre sombras e danças coreografadas com um suposto último e intenso bailado que acabou de "descobrir a pólvora", esta curta-metragem entendo-a como um trabalho de um certo rigor profissional apenas para a sua realizadora que, para o público em geral, mais não é do que um filme que tenta ser de uma reflexão interior que não consegue chegar ao seu destino.
Prepotente, não fosse perfeitamente olvidável, El Ruido de Mi Silencio é pouco mais do que um trabalho académico com potenciais boas intenções que prometem e não cumprem levando o espectador a um estado de aborrecimento apenas compensado com um fim mais do que esperado. O silêncio tem, de facto, ruído... e aqui sentimo-lo do primeiro até ao último instante e não pelos melhores motivos.
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2 / 10
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9 1/2 (2022)

9 1/2 de Marta Llorente (Espanha) recupere a ideia da memória e do legado para uma história curta que se assume com um fundo de contornos familiares que reflectem sobre a perda e, em boa medida, sobre uma "passagem de testemunho" sentida mas não anunciada de geração em geração.
Tendo por base o ideal da construção cinematográfica é a dimensão que o cinema assume enquanto legado que aqui se tenta filmar. Sobretudo um legado que é principalmente uma forma de viver que se assume (ou assumiu) na vida de uma família como o inesperado elo de ligação entre três distintas gerações. A criação, a memória e a arte fundem-se no registo destas três gerações que, no entanto, se deixam perder entregando ao ideal (de cinema) e ao registo de luzes e sombras o papel de personagens principais esquecendo, quase no seu todo, o peso impactante que essa mesma arte teve na formação dos indivíduos ou até no registo da passagem do tempo enquanto acção "construtora" de avô, mãe e neto ou nas potenciais relações que criariam entre si.
O cinema, a família, a memória e o legado estão, de facto, lá. Presentes na intenção... na declaração de interesses não verbalizada pretendida aquando da estruturação deste filme curto que, no entanto, se deixou levar pelas intenções e não pela concretização das mesmas. Ficou não o sonho mas o "plano" abstracto que para a sua forma se construiu não deixando que ele tivesse de facto liberdade de imaginação.
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3 / 10
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5:15 (2022)

5:15 de Miguel Alcalde de la Fuente (Espanha) é uma curta-metragem que recupera elementos tradicionais do género do terror urbano colocando uma mulher numa situação problemática e ambígua sem que, no entanto, identifique o que está para lá daquilo que não consegue observar.
Laura regressa a casa. Numa noite escura onde enfrenta o caminho de forma solitária, são os pequenos recantos que a assustam. É quando já se encontra no seu prédio que, no entanto, chega o seu verdadeiro susto... Ao avariar o elevador em que ela segue, uma misteriosa figura masculina que não identifica com clareza oferece-lhe ajuda. Encontra-se Laura perante um inesperado salvador ou enfrenta a maior provação da sua vida ao recusar uma ajuda que poderá ser indesejada?
Aquilo que a curta-metragem de de la Fuente melhor não é necessariamente a originalidade do seu argumento pos qualquer um de nós mais atento poderá recordar uma ou duas obras em que esta temática específica já havia sido abordada mas, por sua vez, a forma como este género é recuperado e filmado com a classe de uma digna obra do género que recuperando todos os seus elementos tradicionais não esbarra no vulgar dando a cada uma destas personagens a esperada dimensão que permita ao espectador compreender que está perante um vilão e uma vítima da "velha guarda" não sem antes deixar presente a dúvida que... tudo poderá estar equivocado.
Encontramos de facto o vilão por detrás da porta? Será este realmente um vilão ou alguém certo no momento certo? Estará a vítima dentro daquela cabine? Existirá na verdade alguma vítima? Todas estas questões povoam a mente do espectador que, de forma inadvertida, altera o seu estado de mente perante as personagens - pelo menos perante uma delas -, lançando a suspeita sobre o "predador" - será? - que tão convenientemente se encontrava no local em que era necessário e que, rapidamente, poderá também ser visto como um bom samaritano - será? - prestes a ajudar a vizinha indefesa. Num mundo em que os perigos da urbe surgem mascarados com diversos disfarces, em que se pode realmente acreditar - ou a quem se pode realmente recorrer - quando a necessidade de auxílio surge num momento em que se está totalmente exposto, indefeso e vulnerável? Poderá existir auxílio depois daquela "porta" ser aberta?
E depois do espectador pensar sobre o que poderá estar a ser desenvolvido numa conversa sem aparente solução entre duas pessoas que, na realidade, não se conhecem e entre as quais não existe qualquer tipo de confiança ou de vontade em prestar e receber auxílio, surge ainda uma questão que se prende com a percepção de que o perigo - seja ele qual for - pode não terminar com o término daquele demorado  e inconveniente instante.
Tenso e perspicaz... actual e envolvente... 5:15 reflecte sobre todos aqueles instantes que podem ser decisivos na vida de qualquer um de nós... Esse "nós" que nem sempre dá ouvidos à chamada "voz da consciência" que tão subtilmente nos avisa daquilo que poderá estar para lá do que é perceptível.
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7 / 10
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European Film Awards - Lux Award 2024: os nomeados

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A Academia Europeia de Cinema revelou quais as cinco longas-metragens de produção Europeia nomeadas ao Lux - The European Audience Award que anualmente entrega em parceria com o Parlamento Europeu, a Comissão Europeia e a Europa Cinemas.
São elas:
  • 20.000 Especies de Ebejas, de Estibaliz Urresola Solaguren (Espanha)
  • Kuolleet Lehdet, de Aki Kaurismäki (Finlândia/Alemanha)
  • Das Lehrerzimmer, de Ilker Çatak (Alemanha)
  • Savvusanna Sosarad, de Anna Hints (Estónia/França/Islândia)
  • Sur l'Adamant, de Nicolas Philibert (França/Japão)
O vencedor será conhecido em Março de 2024 e a cerimónia de premiação irá decorrer no Parlamento Europeu em Estrasburgo, em França.
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quarta-feira, 6 de setembro de 2023

Giuliano Montaldo


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1930 - 2023
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quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Silvina Luna


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1980 - 2023
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quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Mohamed Al-Fayed


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1929 - 2023
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European Film Awards 2023: Documentários pré-seleccionados

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Foram esta tarde revelados pela Academia Europeia de Cinema os Documentários em formato de longa-metragem pré-seleccionados para a 36ª edição dos European Film Awards que este ano serão atribuídos numa cerimónia a realizar em Berlim, na Alemanha.
São eles:
  • Die Anhörung, de Lisa Gerig (Suíça)
  • Apolonia, Apolonia, de Lea Glob (Dinamarca/Polónia)
  • Ara la Llum Cau Vertical, de Efthymia Zymvragaki (Espanha/Alemanha/Itália/Países Baixos)
  • Les Filles d'Olfa, de Kaouther Ben Hania (França/Tunísia/Alemanha/Arábia Saudita)
  • Între Revolutii, de Vlad Petri (Roménia/Croácia)
  • Motherland, de Hanna Badziaka e Alexander Mihalkovich (Suécia/Ucrânia/Noruega)
  • My Ne Zgasnemo, de Alisa Kovalenko (Ucrânia/França/Polónia)
  • Notre Corps, de Claire Simon (França)
  • Orlando, Ma Biographie Politique, de Paul B. Preciado (França)
  • Paradis, de Alexander Abaturov (França/Suíça)
  • Savvusanna Sõsarad, de Anna Hints (Estónia/França/Islândia)
  • Skad Dokad, de Maciek Hamela (Polónia/França/Ucrânia)
  • Sur l'Adamant, de Nicolas Philibert (França/Japão)
  • Who I Am Not, de Tunde Skovran (Roménia/Canadá/Alemanha)
Os nomeados serão revelados no próximo dia 9 de Novembro no decorrer do Festival de Cinema Europeu de Sevilha.
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quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Grande Otelo 2023: os vencedores

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Decorreu na noite passada na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, a 22ª cerimónia dos Grande Otelo, prémio atribuído anualmente pela Academia Brasileira de Cinema, às melhores produções de cinematográficas do país. Marte Um, de Gabriel Martins foi o grande vencedor do ano ao arrecadar um total de oito troféus incluindo os de Melhor Filme, Realização, Actor e Actor Secundário. A longa-metragem luso-brasileira A Viagem de Pedro, de Lais Bodanzky também saiu vencedora ao arrecadar três troféus nas chamadas categorias técnicas.
São os vencedores:
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Filme: Marte Um, Gabriel Martins, Thiago Macêdo Correia, Maurílio Martins e André Novais Oliveira (prods.)
Comédia: Bem-Vinda a Quixeramobim, de Halder Gomes
Documentário: Kobra Auto Retrato, de Lina Chamie
Filme de Animação: Tarsilinha, de Celia Catunda e Kiko Mistrorigo
Filme Infantil: Pluft, O Fantasminha, de Rosana Svartman
Filme Ibero-Americano: Argentina, 1985, de Santiago Mitre (Argentina)
Filme Internacional: Elvis, de Baz Lurhmann (Austrália/EUA)
Curta-Metragem de Ficção: Big Bang, de Carlos Segundo
Curta-Metragem de Documentário: Território Pequi, de Takumã Kuikuro
Curta-Metragem de Animação: A Menina Atrás do Espelho, de Iuri Moreno
Realização: Gabriel Martins, Marte Um
Realização Revelação: Carolina Markowicz, Carvão
Actor: Carlos Francisco, Marte Um
Actriz: Dira Paes, Pureza
Actor Secundário: Cícero Lucas, Marte Um
Actriz Secundária: Adriana Esteves, Medida Provisória
Argumento Original: Gabriel Martins, Marte Um
Argumento Adaptado: Angelo Defanti, O Clube dos Anjos
Montagem: Thiago Ricarte e Gabriel Martins, Marte Um
Fotografia: Leonardo Feliciano, Marte Um
Música Original: Pedro Guedes, Fabiano Krieger e Lucas Marcier, Eduardo e Mônica
Som: Marcos Lopes e Tiago Bello, Marte Um
Direcção Artística: Adrian Cooper, A Viagem de Pedro
Guarda-Roupa: Marjorie Gueller, Joana Porto e Patrícia Dória, A Viagem de Pedro
Maquilhagem: Tayce Vale e Nuno Esteves "Blue", A Viagem de Pedro
Efeitos Visuais: Sandro di Segni, Pluft, O Fantasminha
Carreira: Walter Carvalho
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quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Hersha Parady


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1945 - 2023
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terça-feira, 22 de agosto de 2023

Toto Cutugno


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1943 - 2023
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sábado, 19 de agosto de 2023

Nizo Yamamoto


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1953 - 2023
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Ron Cephas Jones


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1957 - 2023
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quinta-feira, 17 de agosto de 2023

European Film Awards 2023: Curtas-Metragens pré-seleccionadas

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A Academia Europeia de Cinema revelou hoje a lista das curtas-metragens pré-seleccionadas ao European Film Award na respectiva categoria. As vinte e duas curtas-metragens surgem após uma selecção em festivais parceiros da Academia Europeia de Cinema e estão agora sujeitos a uma votação por parte dos seus membros para a escolha das cinco finalistas ao troféu a entregar em Dezembro próximo.
São as pré-seleccionadas:
  • 27, de Flóra Anna Buda (França/Hungria)
  • Airhostess-737, de Thanasis Neofotistos (Grécia)
  • Arquitectura Emocional 1959, de León Simiani (Espanha)
  • Asterión, de Francesco Montagner (Repéblica Checa/Eslováquia)
  • Been There, de Corina Schwingruber Ilic (Suíça)
  • Les Chenilles, de Michelle Keserwany e Noel Keserwany (França)
  • Il Compleanno di Enrico, de Francesco Sossai (Itália/Alemanha/França)
  • Cuerdas, de Estibaliz Urresola Solaguren (Espanha)
  • The Debutante, de Elizabeth Hobbs (Reino Unido)
  • Hardly Working, de Susanna Flock, Leonhard Müllner, Robin Klengel e Michael Strumpf (Áustria)
  • Headspace, de Aisling Byrne (Irlanda)
  • La Herida Luminosa, de Christian Avilés (Espanha)
  • I Can See the Sun But I Can't Feel It Yet, de Joseph Wilson (Reino Unido)
  • I Think of Silences When I Think of You, de Jonelle Twun (Suécia)
  • Repetitions, de Morgan Quaintance (Reino Unido)
  • Das Rotohr, de Paul Drey (Alemanha)
  • Serpehatiyên Neqewimi, de Ramazan Kiliç (Turquia)
  • Sjeti se Kako sam Jahala Bijelog Konja, de Ivana Bosnjak Volda e Thomas Johnson Volda (Croácia)
  • Un Corps Brûlant, de Lauriane Lagarde (França)
  • Las Visitantes, de Enrique Buleo (Espanha/França)
  • W Lesie sa Ludzie, de Szymon Ruczynski (Polónia)
  • Zoon, de Jonatan Schwenk (Alemanha)
Os nomeados serão conhecidos no próximo mês de Novembro no decorrer no Festival de Cinema Europeu de Sevilha.
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quarta-feira, 16 de agosto de 2023

European Film Awards 2023: Longas-Metragens pré-seleccionadas

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Foram hoje reveladas pela Academia Europeia de Cinema o primeiro conjunto de longas-metragens pré-seleccionadas para a 36ª edição dos European Film Awards que este ano serão atribuídos numa cerimónia a realizar em Berlim, na Alemanha.
São elas:
  • 20.000 Espécies de Abejas, de Estibaliz Urresola Solaguren (Espanha)
  • Anatomie d'Une Chute, de Justine Triet (França)
  • Blackbird Blackbird Blackberry, de Elene Naveriani (Suíça/Geórgia)
  • Cerrar los Ojos, de Victor Erice (Espanha)
  • La Chimera, de Alice Rohrwacher (Itália/França/Suíça)
  • Femme, de Sam H. Freeman e Ng Choon Ping (Reino Unido)
  • Firebrand, de Karim Aïnouz (Reino Unido)
  • How to Have Sex, de Molly Manning Walker (Reino Unido/Grécia)
  • Kuolleet Lehdet, de Aki Kaurismäki (Finlândia/Alemanha)
  • Das Lehrerzimmer, de Ilker Çatak (Alemanha)
  • Najsrekniot Covek na Svetot, de Teona Strugar Mitevska (Macedónia do Norte/Bósnia-Herzegovina/Bélgica/Eslovénia/Croácia/Dinamarca)
  • The Old Oak, de Ken Loach (Reino Unido/França/Bélgica)
  • Piso Apo Tis Thimonies, de Asimina Proedrou (Grécia/Alemanha/Macedónia do Norte)
  • Le Procès Goldman, de Cédric Kahn (França)
  • Rapito, de Marco Bellocchio (Itália/França/Alemanha)
  • Le Regne Animal, de Thomas Cailley (França)
  • Roter Himmel, de Christian Petzold (Alemanha)
  • Sigurno Mjesto, de Juraj Lerotic (Eslovénia)
  • Tu Man Nieko Neprimeni, de Marija Kavtaradze (Lituânia/Espanha/Suécia)
Os nomeados serão revelados no próximo dia 9 de Novembro no decorrer do Festival de Cinema Europeu de Sevilha.
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terça-feira, 15 de agosto de 2023

Léa Garcia


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1933 - 2023
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sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Darren Kent


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1987 - 2023
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quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Portugal e o Oscar de Filme Internacional 2024

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A Academia Portuguesa de Cinema anunciou esta tarde as longas-metragens pré-seleccionadas para o Oscar de Filme Internacional em 2024. Um comité de selecção composto por Ana Rocha de Sousa (realizadora), Clara Agapito (montadora), David Bonneville (realizador), Fátima Ribeiro (guionista), Frederico Serra (produtor), Isabel Abreu (actriz), José António Loureiro (director de fotografia), Manuel Mozos (realizador), Miguel Guilherme (actor) e Mina Andala (actriz) pré-seleccionou um conjunto de quatro obras portuguesas estreadas ao longo de 2023 para a posterior votação e selecção de todos os membros da Academia.
As longas-metragens seleccionadas são:
  • Légua, de Filipa Reis e João Miller Guerra
  • Mal Viver, de João Canijo
  • Nayola, de José Miguel Ribeiro
  • Viver Mal, de João Canijo
A votação entre os membros da Academia Portuguesa de Cinema irá decorrer entre os próximos dias 15 de Agosto e 12 de Setembro e a longa-metragem mais votada será anunciada pela Academia no próximo dia 14 de Setembro como a representante de Portugal para o respectivo troféu.
De relembrar que a 96ª edição dos Oscars irá decorrer no próximo dia 10 de Março de 2024 no Dolby Theatre, em Los Angeles.
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Antonella Lualdi


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1931 - 2023
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quarta-feira, 9 de agosto de 2023

Robbie Robertson


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1943 - 2023
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segunda-feira, 7 de agosto de 2023

William Friedkin


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1935 - 2023
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Aracy Balabanian


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1942 - 2023
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sábado, 5 de agosto de 2023

Maria Helena Dias


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1934 - 2023
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quinta-feira, 3 de agosto de 2023

Mark Margolis


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1939 - 2023
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terça-feira, 1 de agosto de 2023

José Mora Ramos


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1948 - 2023
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segunda-feira, 31 de julho de 2023

Angus Cloud


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1998 - 2023
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Jess Search


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1969 - 2023
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domingo, 30 de julho de 2023

Paul Reubens


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1952 - 2023
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quarta-feira, 26 de julho de 2023

Sinéad O'Connor


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1966 - 2023
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Globos de Ouro SIC/Caras 2023: os nomeados

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Foram divulgados na noite passada os nomeados à XXVII edição dos Globos de Ouro entregues anualmente pela SIC e pela revista Caras às melhores obras e profissionais nas mais diversas áreas do último ano.
Os nomeados nas categorias de Cinema e Televisão são:
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Cinema
Melhor Filme
Alma Viva, de Cristèle Alves Meira
Great Yarmouth: Provisional Figures, de Marco Martins
Restos do Vento, de Tiago Guedes
O Trio em Mi Bemol, de Rita Azevedo Gomes
Um Filme em Forma de Assim, de João Botelho
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Melhor Actor
Tomás Alves, Salgueiro Maia - O Implicado
Mauro Costa, Fogo-Fátuo
Albano Jerónimo, Restos do Vento
Pedro Lacerda, Um Filme em Forma de Assim
Nuno Lopes, Restos do Vento
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Melhor Actriz
Isabel Abreu, Restos do Vento
Beatriz Batarda, Great Yarmouth: Provisional Figures
Rita Durão, O Trio em Mi Bemol
Lua Michel, Alma Viva
Ana Padrão, Alma Viva
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Televisão
Melhor Ficção
O Ano da Morte de Ricardo Reis
Cuba Libre
Motel Valkirias
Operação Maré Negra
- 2ª Temporada
Praxx

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Melhor Actor
José Condessa, O Crime do Padre Amaro
Albano Jerónimo, El Presidente
João Jesus, Praxx
José Raposo, O Pai Tirano
Miguel Raposo, Da Mood
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Melhor Actriz
Madalena Almeida, Praxx
Bárbara Branco, Flor sem Tempo
Beatriz Godinho, Cuba Libre
Sara Matos, Sangue Oculto
Marina Mota, Motel Valkirias
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Os vencedores serão conhecidos numa cerimónia a realizar no próximo dia 1 de Outubro no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.
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terça-feira, 25 de julho de 2023

Bo Goldman


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1932 - 2023
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sábado, 22 de julho de 2023

Festival Ibérico de Cine 2023: os vencedores

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Terminou na passada noite em Badajoz a 29ª edição do Festival Ibérico de Cine cuja cerimónia de encerramento ocorreu no Teatro López de Ayala naquela cidade da Extremadura. O festival que acolhe um conjunto de produções executadas nos dois lados da fronteira premiou em grande escala este ano a produção portuguesa destacando As Sacrificadas, de Aurélie Oliveira Pernet com um total de três Prémios Onofre incluindo o de Melhor Curta-Metragem.
São os vencedores:
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Curta-Metragem: As Sacrificadas, de Aurélie Oliveira Pernet
Prémio Reyes Abades - Curta-Metragem Extremeña: Como una Aguja en un Pajar, de Max Deniam
Prémio do Público - Badajoz: Mamá, de Miguel Azurmendi
Prémio do Público - Olivenza: Yegua, de Javier Celay
Prémio do Público - San Vicente de Alcántara: La Nau, de Guillem Miró
Prémio Jurado Jovem: O Casaco Rosa, de Mónica Santos
Prémio do Público Infantil: Bottle Rocket to Pluto, de Jaime de la Hoz
Realização: Aurélie Oliveira Pernet, As Sacrificadas
Actor: Karra Elejalde, Yegua
Actriz: Tânia Alves, As Sacrificadas
Argumento: David Doutel e Vasco Sá, Garrano
Fotografia: Tiago Carvalho, Raticida
Música Original: João Gonzalez, Ice Merchants
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