quinta-feira, 31 de março de 2016

Douglas Wilmer

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1920 - 2016
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Sonderkommando (2015)

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Sonderkommando de Nicola Ragone é uma curta-metragem italiana presente na secção Il Corto da Festa do Cinema Italiano que decorre até ao próximo dia 7 de Abril no Cinema São Jorge, em Lisboa.
Um comboio. Uma viagem com um fim anunciado. Emanuele (Tommaso Lazotti) olha para Leone (Marcello Prayer) e sente uma vontade crescente de se aproximar e retribuir o sentimento que se afirma. No mesmo vagão várias outras pessoas amontoam-se em desespero e silêncios ruidosos que timidamente os separam da loucura.
O comboio pára... Encontram-se em Auschwitz.
Desde este preciso instante que adianto a todo e qualquer leitor e espectador que estamos perante um dos mais fortes filmes curtos da última década. Sonderkommando encontra pela direcção e argumento de Nicola Ragone, o espaço próprio para se afirmar como uma obra símbolo não só dos tenebrosos anos das décadas de 30 e 40 do século passado como tece, ao mesmo tempo, uma elaborada reflexão sobre a discriminação, a perseguição e a própria essência do Homem e da Humanidade... nos nossos dias.
No primeiro momento desta curta-metragem o espectador assiste a uma tenebrosa viagem de comboio. Conhecidas que são pelos inúmeros relatos já disponíveis sobre este macabro percurso, o espectador é levado para o interior de uma carruagem... Uma qualquer carruagem dos milhares de comboios que percorreram o mesmo caminho e que no seu interior viu vidas sem conta a definhar lentamente não sem antes passarem por períodos de um silencioso desespero e viagens pelos infernos e pela loucura. Desmaios, gritos, choro, desespero. Todos escutados como uma presença de fundo mas que os nossos olhares apenas brevemente testemunham encontrando, por sua vez, duas presenças que se observam. Dois homens que encontraram nas respectivas figuras um potencial encanto e compaixão que os aproxima brevemente de um último acto de amor... do qual seriam também privados.
O segundo momento leva o espectador para uma breve mas desarmante viagem pelo interior do campo de concentração onde tudo está privado de vida, de cor, de luz. O espectador é invadido pela noite e pela escuridão, pelo sofrimento, pela agressão e pela desumanização da alma, do espírito e da mente. A sobrevivência - ou aquilo que a ela se assemelha - torna-se crua e violenta e a única coisa que separa "Leone" - que acompanhamos desde o primeiro instante - é o breve vislumbre de "Emanuele" por quem se deixou encantar. Ele é a sua sobrevivência... o potencial amor que poderiam ter concretizado e que fora interrompido pelo acto bárbaro e violento do seu cativeiro.
"Leone" é imediatamente desumanizado... Retiram-lhe as suas roupas, a sua harmonia, rapam-lhe o cabelo e marcam-no com uma roupa igual a todos os demais. A sua nova "tarefa" não poderia ser mais brutal ao forçarem-no a acompanhar os presos para a câmara de gás e de seguida retirar os seus corpos já extintos. O espectador nunca o observa... À excepção de um único cadáver transportado como que uma introdução ao local - como se esta fosse necessária - tudo aquilo que é retido pelo espectador de Sonderkommando é tido pelos olhares e expressões de um "Leone" petreficado com o horror daquilo que observa.
Se a descida ao inferno pudesse ser retratada não pela perspectiva daquilo que o próprio espectador observa mas sim pela forma como ele é olhado por aqueles que a ele chegam, então Sonderkommando entrega essa perspectiva na perfeição. Aqui pouco precisamos de ver para lá do lugar lúgubre em que percebemos se encontrarem ou até mesmo pelas condições em que todos parecem definhar já desumanizados e meros "números" de um registo. Ali nada vive... nem o pensamento - "Leone" é alertado por outro preso que deve deixar de pensar para conseguir sobreviver - nem a luz que se auto-impede de surgir, nem a própria Humanidade pois todos estão, de uma ou outra forma, isentos de pensar para lá daquilo que os fará,  a título individual, sobreviver. O mundo parou e enlouqueceu... A bárbarie instalou-se e transformou-se numa norma selvagem e implacável. A sobrevivência é efémera... vã... curta... incerta.
Poucos são os comentários que temos em Sonderkommando e os diálogos inexistentes. Aqui apenas o olhar comunica e transmite toda e qualquer emoção que ainda ousa existir neste espaço de morte. O mesmo olhar que denuncia o amor, que assiste à morte e à desumanização... O mesmo olhar que sente e percebe perder a sua razão de existir e que vê escapar o único sentimento que percebe ter vivido num local onde todos estão proibidos... o amor.
Nicola Ragone parece, no entanto, querer ainda mais longe estabelecendo através da sinopse e do seu comentário ao próprio filme, uma mordaz observação ao amor entre pessoas do mesmo sexo quando cita Primo Levi... "Se já aconteceu... pode voltar a acontecer". O extermínio que nunca cessa de existir seja em que parte do globo fôr, o amor que é impedido e que - provavelmente - levou à detenção destes dois homens que, nos seus mundos eventualmente opostos, foram presos pelo crime de amar. Estaremos tão distantes deste momento nos dias em que nos encontramos - pergunta-se o espectador - enquanto se questiona também a real dimensão de "Leone"... Uma simples vítima de um acontecimento louco e desumano ou, por sua vez, um seu executante e implacável carniceiro? Até que ponto se distancia a dimensão de uma vítima daqueles que, para sobreviver, cumpriram um conjunto de tarefas contra os seus? Não seria a recusa o assinar de uma auto-sentença que os levaria à sua própria extinção? Ao mesmo tempo, sobrevivendo a este inferno na Terra... poderia - poderá - ou conseguiria a sua consciência - Humanidade - sobreviver?
A desumanização do Homem filmada tantas e sucessivas vezes nos mais diversos títulos e obras cinematográficos encontra em Sonderkommando não a forma como as vítimas pereceram mas sim a forma como foram levadas para a sua morte através dos olhares daqueles que lhes sobreviveram - mesmo que momentaneamente - e que viram, viveram e conviveram com o horror sem lhe poder ou conseguir fazer frente. E apenas no momento final em que "Leone" observa pela última vez "Emanuele", percebe o espectador que nem o amor - principalmente o amor - poderia alguma vez sobreviver num espaço que tudo e todos condenou indiscriminadamente e pelo único sórdido prazer de poder eliminar o "outro"... fosse qual fosse a sua condição, língua e nacionalidade - aqui sempre desconhecidas - numa história da História que se repete ciclicamente diferenciando apenas os locais e as vítimas mantendo vivo aquilo a que chama de "motivos".
Tecnicamente excelso e com uma soberba interpretação de um Marcello Prayer que faz do seu "Leone" um homem em franca degradação física e psicológica que nem no mais nobre dos sentimentos se consegue sustentar para poder sobreviver, Sonderkommando e a sua descida aos infernos é em duas cruas palavras... assustadoramente sublime.
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10 / 10
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Bellissima (2015)

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Bellissima de Alessandro Capitani é uma curta-metragem italiana de ficção e o filme curto vencedor do David di Donatello da Academia Italiana de Cinema deste ano na respectiva categoria.
Veronica (Giusy Lodi) é uma jovem de vinte anos que tenta divertir-se numa discoteca quando alguém goza com ela por causa do seu peso excessivo. Com vergonha, Veronica esconde-se no wc masculino enquanto, na cabine ao lado, três rapazes fumam.
Quando Diego (Emanuele Vicorito), o alcoól e algumas drogas fazem-no conversar com ele e seduzi-la a revelar-se para lá das desconhecidas mentiras que ambos revelam por detrás de uma parede.
No meio do encanto, e do desencanto, Veronica prepara-se, inadvertidamente, para uma grande surpresa.
Não foi na Festa do Cinema Italiano a primeira vez que vi esta obra de Capitani mas sim aquando da programação para o Piélagos en Corto que irá decorrer no início do próximo mês de Maio na Cantábria, em Espanha para o qual a seleccionei como uma das vinte da competição internacional. A história da autoria de Capitani e Pina Turco que começa como um conto de desilusão e desgosto consegue, a seu tempo, transformar-se numa história de encantamento, de sonho, de imaginação, fantasia e finalmente de uma inesperada realidade mas não da forma como "Veronica" - ou o próprio espectador - a vão delineando inicialmente.
Qualquer pessoa que tenha um mínimo de sensibilidade consegue rapidamente simpatizar e criar um elo de identificação com a personagem interpretada por uma maravilhosa Giusy Lodi. As suas expressões e o desgosto transportado na sua voz rouca entregam ao espectador aquelas imagens de uma adolescência eventualmente difícil onde as mais ou menos voluntárias discriminações fizeram parte do quotidiano de muitos. O peso, uns óculos, as borbulhas, um sinal ou um qualquer aspecto físico diferente daquele que é tipo como "normal" - a norma - provocaram o desgosto e o auto-isolamento de muitos que viram assim as suas ilusões desfeitas em instantes. No entanto, Lodi entrega à sua "Veronica" uma força desconhecida e uma genuinidade à mesma que criam no espectador aquela vontade de poder entrar naquele ecrã - ou voltar atrás no tempo - e dizer ao seu "eu" que tudo irá correr bem.
Involuntariamente deixamo-nos entrar na fantasia que "Veronica" cria para validar a sua presença naquele espaço, e secretamente desejamos - se bem que com sérias reservas - que "Diego" seja diferente e olhe para ela com olhos de quem realmente é diferente da "norma" e não se afaste como, percebemos, já ser habitual para esta jovem que apenas quer ser ela própria... feliz... e divertir-se como tantos outros da sua idade.
Mas quando os seus desejos - dela e nossos - não se confirmam e no momento em que o espectador se prepara para sentir mais uma desilusão como se a estivesse a viver na sua própria pele, eis que "Veronica" encontra - sem saber - o que espera... não na forma como esperou ter... mas seguramente aquele alguém que a conseguirá fazer feliz.
Uma invulgar história de amor - pelo local em que se desenrola - que cativa pela forma como Lodi se expõe enquanto actriz que dá uma bonita alma a uma "Veronica" que (des)espera poder ser amada, respeitada e feliz, num conto que se inicia com um vivo preconceito mas que termina com a esperança de que em boa hora... ainda existem pessoas diferentes.
Alessandro Capitani - de quem auguro um bom futuro se continuar a dirigir histórias deste calibre - dirige assim uma história dramática com acentuados contornos de comédia sem esquecer de fazer o espectador pensar que por detrás de todas as noções iniciais que se estabelecem sobre o "outro"... é nesse mesmo outro que existe um mundo de histórias e sentimentos por contar e sempre alguém disposto a ouvi-las.
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9 / 10
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Ronnie Corbett

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1930 - 2016
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quarta-feira, 30 de março de 2016

Il Racconto dei Racconti (2015)

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O Conto dos Contos de Matteo Garrone é uma longa-metragem italiana com doze nomeações aos David di Donatello da Academia Italiana de Cinema e o filme escolhido para a abertura da Festa do Cinema Italiano que hoje começa no Cinema São Jorge, em Lisboa.
Com três histórias paralelas, esta longa-metragem começa por nos apresentar a história da Raínha de Longtrellis (Salma Hayek), uma mulher orgulhosa e infeliz por não conseguir dar um herdeiro ao trono e capaz de tudo - mesmo de sacrificar a morte do Rei (John C. Reilly) - para ver o seu desejo concretizado.
Paralelamente temos ainda a história do Rei de Highhills (Toby Jones), incapaz de amar a sua filha Violet (Bebe Cave) e que entrega a respectiva mão num jogo de sorte e de azar, mas que dedica toda a sua dedicação a uma pulga gigante que mantém secretamente.
Finalmente temos ainda a história do Rei de Strongcliff (Vincent Cassel), um homem apenas concentrado nas suas paixões e prazeres sexuais fugazes, que desdenha aqueles que mantém por perto apenas para se deixar apaixonar por quem outrora rejeitara.
Debutante no Festival Internacional de Cinema de Cannes em 2015, Il Racconto dei Racconti - a mais recente obra do realizador de Gomorra (2008) e Reality (2012) - distancia o espectador das referidas histórias contemporâneas para inseri-lo num mundo de fantasia e do fantástico onde o desamor, a vingança e o sacrifício extremo são os motes comuns a todos os contos.
A primeira história que nos é apresentada revela o reino de Longtrellis governado por um Rei dedicado a uma Raínha que se sente impotente e desamada. Tudo o que está à sua volta são meros prazeres que não aprecia enquanto todos os demais parecem conseguir viver uma vida feliz que ela despreza. Os seus desejos mais profundos, presos com assuntos de uma maternidade que não consegue ver concretizada, ganham corpo quando o Rei enceta uma demanda para matar um dragão marinho possibilitando à Raínha o seu fértil coração. Só assim os seus desejos serão concretizados mas reclamando a vida do seu "herói". Com uma gravidez de apenas um dia que será partilhada com outra mulher, a sua felicidade continua a ser ameaçada pela dedicação do seu filho ao seu... "gémeo", facto que a levará a exigir a concretização de mais um capricho e, como tal, mais uma morte inesperada. Tudo se paga no reino onde os desejos são facilmente realizados.
Em Highhills temos uma "Princesa Violet" mal-amada por um pai (Toby Jones) que apenas tem olhos - e coração - para um invulgar animal de estimação que dedicadamente alimenta e esconde do mundo à sua volta. Quase como um fetiche oculto, este Rei ignora tudo e todos - mesmo a sua filha e a sua vontade de casar e ver o mundo - encetando uma improvável tarefa que julga ser impossível de ultrapassar. Mas nos mundos de fantasia, todos os impossíveis são possíveis. Assim, de vulnerável princesa a destemida guerreira que exige ser levada a sério, "Violet" é eventualmente a personagem com a transformação mais radical ao cosneguir destronar o mais inesperado dos noivos.
Já no reino de Strongcliff, onde a frivolidade e o banal co-existem e primam como valores maiores, todos aqueles que perdem a beleza e o vigor da juventude são ignorados por um rei (Cassel) que deseja gozar todos os seus prazeres carnais. É a renúncia e repulsa para com uma "Dora" (Hayley Carmichael) envelhecida e repleta das marcas do tempo que a faz, por estranhos caminhos, dar continuidade a um plano de poder um dia ser uma "Dora"... bem mais nova (Stacy Martin).
É no seio destes inuendos e planos maquiavélicos de que vivem os futuros monarcas. Aqueles que nascidos e criados no seio de ambientes inóspitos e que de uma ou outra forma os marcaram como naturalmente (in)desejados irão - poderão vir a ser... - os veículos de uma bondade transformadora não só nas suas vidas como também nos reinos que mais tarde chefiarão. Mas é este processo que se torna avassalador em Il Racconto dei Racconti na medida em que nenhum deles conseguiu viver uma infância ou juventude tranquila... Se uns foram indesejados por aqueles que os fizeram vir ao mundo, outros foram amados de uma forma que os impedia de conhecer livremente o que os rodeava condenando a sua existência a um espaço melancólico e triste... a uma existência infeliz quase como que de sobrevivência num mundo que tanto os quer (Longtrellis) como os trata de forma indiferente (Highhills) ou até mesmo despreza (Strongcliff).
Assim, o denominador comum a todas estas histórias acaba por ser a luta e a vingança pela sua afirmação como monarcas - eventualmente melhores - de reinos nos quais não se inserem... ou pele menos não sob a forma meio corrupta meio frívola como até então os conheceram. No fundo, todas estas histórias de príncipes e princesas mais não relatam do que a sua vitimização pelos caprichos dos seus pais ou de sociedades que preferem olhar para eles enquanto detentores de um título ou de uma "qualidade" (a beleza) e não pelo potencial humano que podem conferir ao reino. Todos eles atravessaram percursos onde um ou outro pecado capital - ira, vaidade, luxúria... - marcaram presença e tal como as bíblicas Sodoma e Gomorra, os seus reinos - vibrantes nos referidos pecados - necessitam de uma redenção e de uma expiação graças ao "sangue novo" que aos poucos chega ao trono. Mas se "Elias" (Christian Lees) alcança esse trono através da morte de um monstro desconhecido - a "Raínha" em mais um dos seus caprichos - ou se "Violet" comanda Highhills depois de se tornar numa guerreira inquestionada - eliminando o seu potencial marido -, não é menos verdade que o efeito de encantamento que levou "Dora" ao trono cedo irá terminar, como todas as histórias de encantar... mas não num registo de "e viveram felizes para sempre".
Em Il Racconto dei Racconti temos então presente um denominador comum não só com entre as respectivas histórias mas também com aquelas que já conhecemos desde a nossa infância... Perante encantamentos e histórias de príncipes e princesas, a realidade é que todos eles firmam os seus reinos através de sangue, da violência, intrigas e caprichos fazendo com que as tais histórias de "encantar" sejam desde o primeiro instante manchadas pela corrupção do poder - sempre mais apetecível do que qualquer ideia de harmonia.
Garrone que já havia entregue os fortíssimos Gomorra e Reality, opta aqui por uma história diferente, algo alternativa em comparação com o seu anterior registo, que se torna num claro marco pelas suas componentes técnicos nomeadamente o guarda-roupa, direcção artística e caracterização nomeadas aos David mas que eventualmente não terá o mesmo impacto que as suas anteriores obras. A uni-los apenas a violência... Em Gomorra a violência urbana de uma cidade caída às mãos das mafias locais, em Reality a violência de uma vontade extrema de "ser alguém" no mundo e finalmente em Il Racconto dei Racconti a violência a que a vontade de um poder consumado obriga, que destrói o encantamento de uma vida perfeita revelando-se a passagem dos seus intervenientes de um mundo de fantasia para aquele adulto... onde tudo se pode, tudo se faz e principalmente tudo se quer.
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7 / 10
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Festa do Cinema Italiano 2016

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Festa do Cinema Italiano
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20 de Março a 07 de Abril
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Cinema São Jorge
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terça-feira, 29 de março de 2016

Patty Duke

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1946 - 2016
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segunda-feira, 28 de março de 2016

James Noble

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1922 - 2016
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sexta-feira, 25 de março de 2016

Paolo Poli

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1929 - 2016
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Batman v Superman: Dawn of Justice (2016)

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Batman v Super-Homem: O Despertar da Justiça de Zack Snyder é a mais recente longa-metragem de super-heróis a estrear e eventualmente um dos filmes - do género e não só - mais antecipados do ano colocando, frente a frente, dois dos mais emblemáticos ícones do género no mesmo filme. Refiro-me claro a Batman aka Bruce Wayne e Super-Homem aka Clark Kent.
Divididos e com receio sobre as reais intenções de Super-Homem (Henry Cavill), cujas acções não são controladas, os representantes da cidade de Metropolis exigem que as mesmas estejam em concordância com os princípios pelos quais se regem. Desconfiado da presença de um "deus" na Terra, Batman (Ben Affleck) enfrenta-o tentando dominar as suas capacidades sobrenaturais.
Enquanto o mundo se questiona sobre que tipo de herói realmente precisa, Lex Luthor (Jesse Eisenberg), liberta Doomsday, o maior terror para a segurança de Metropolis fazendo com que os dois heróis até então oponentes se concentrem na luta contra um mal maior com a ajuda de uma inesperada Super-Mulher (Gal Gadot) que se revela ao mundo.
Chris Terrio e David S. Goyer escrevem o argumento deste Batman v Superman: Dawn of Justice que mantendo-se fiel ao género de justiceiros implacáveis que pretendem e lutam pelo bem do planeta e da Humanidade são agora o alvo principal de uma sociedade com sérios problemas de confiança moral em entidades "superiores" num mundo com poucas referências que possam prezar pela sua idoneidade e valor moral. Se pensarmos em todos aqueles humanos que dotados de capacidade física, intelectual e financeira que podem ajudar o seu semelhante e não o fazem... é no mínimo "justo" questionar o porquê daqueles que com destreza física sobrenatural se preocupam em fazê-lo mesmo que nunca tenham colocado em questão a segurança da Humanidade e do Planeta no processo.
O mundo - vulgo Planeta Terra - está como o encontramos em qualquer noticiário deste século XXI. Crise de valores morais, crises financeiras, guerra, jogos de interesses políticos e económicos e muitos jogos de bastidores onde vence aquele que ou tem mais poder ou mais influência estando - estas duas - num passeio de mãos dadas. As mafias - ou elites num sentido mais lato da coisa - dominam pela sua influência - dinheiro - e as suas vontades não questionadas controlam os destinos de todos os demais porque querem, e podem, manter-se no poder protegendo-se mutuamente.
É então neste mundo desumanizado, sem líderes ou qualquer conforto moral que estes mesmos super-heróis vêem os seus papéis questionados não só por todos os demais como, principalmente, por eles próprios... Valerá a pena existirem num espaço que os questiona e às suas acções vendo neles potenciais perigos quando, na realidade, este já co-habita silenciosamente nas mesmas ruas?
Indo mais longe ainda, Batman v Superman: Dawn of Justice consegue ser ainda uma tranquila - ou talvez não - reflexão sobre os nossos dias quando se questiona como o homem mais poderoso do "Universo" - pelo menos aquele que ficcionalmente é conhecido - ser tão controverso... como é possível serem questionadas as intenções de alguém que sempre quis e fez bem - por outro lado... porque não questionar quem sempre quis e fez mal apenas porque tem poder financeiro que ninguém pretende ver desaparecer - estando ainda presente a velha dicotomia de que este planeta (terra... país) é "nosso" sendo o estrangeiro (alien) um elemento indesejado.
É então que no meio de muitos efeitos especiais visuais e sonoros e um conjunto de momentos dignos do mais interessante dos filmes de acção que o espectador mais atento percebe que afinal está perante uma história que, afastadas as questões "fantásticas", pretende claramente ser uma crítica - ou pelo menos apontar o dedo - ao maravilhoso mundo novo que teima em negar os princípios mais básicos questionando as intenções do "outro"... Uma sociedade que insiste em questionar aqueles que chegam vindos de outros locais mas que voluntariamente se esquece de conferir as intenções daqueles que diariamente cruzam os mesmos locais vendo nos seus actos pequenas "normalidades" de uma vida quotidiana e não um potencial ou crescente perigo que espreita e espera a primeira oportunidade de danificar tudo aquilo que foi lenta e cautelosamente construído com o passar dos anos. Um mundo que prefere questionar o bem que é feito em vez do mal que insiste em proliferar mesmo debaixo das suas "barbas" e que se reveste de inocentes - mas maléficas - vontades que apenas visam explorar, dissecar e eliminar todo o bem que existe. No fundo, é para nós humanos mais fácil aceitar um mal bem vestido do que aqueles que lutam pelo bem comum... Afinal, estamos tão habituados a que tudo seja tão mau que quando algo de bom aparece... esse sim, é que é de suspeitar.
Com um elenco de luxo onde se destacam nomes como o de Jeremy Irons, Diane Lane ou Amy Adams é, no entanto, os de Ben Affleck e Henry Cavill que se destacam pelo óbvio. Se de Cavill é agradável presenciar que volta a um desempenho enquanto protagonista numa carreira que parecia ter estagnado foi, no entanto, a presença de Affleck como o novo "Batman" que mais curiosidade suscitava visto que depois de Christian Bale esta personagem estava literalmente "colada" a um actor que a ela deu corpo e alma. Ainda que não seja - de momento - um fã absoluto de Affleck neste desempenho, os receios maiores de que não fizesse honra à personagem dissiparam-se e o benefício da dúvida está instalado. Coerente - e competente - Affleck surpreendeu como "Bruce "Batman" Wayne" e tanto a sua personagem como a de Cavill acabam por ser maiores do que eles próprios não lhes conferindo o devido desenvolvimento num filme que se arrasta durante tempo demais sem que as suas personagens sejam devidamente enquadradas. No fundo, aquilo que fica presente em Batman v Superman: Dawn of Justice é que este mais não é do que o aperitivo para as sequelas que se avizinham e que o franchise está vivo e de boa saúde... Afinal, quem é que arrisca dizer que não (des)esperou pela sua estreia?
Não tem o brilho ou o entusiasmo de Batman Begins, The Dark Knight ou The Dark Knight Rises - na prática apenas foi a apresentação de cortesia de todas estas personagens no mesmo espaço - mas, ainda assim tem o estofo suficiente para "abrir" mais uma série de títulos do género fantástico / super-heróis que agrada a qualquer fã. Fã este que - assumidamente - espera muito mais dos próximos títulos que irão dar continuidade a estes Batman v Superman.
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"Alfred: That's how it starts. The fever, the rage, the feeling of powerlessness that turns good men... cruel."
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7 / 10
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quinta-feira, 24 de março de 2016

Earl Hamner Jr.

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1923 - 2016
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Garry Shandling

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1949 - 2016
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Jussi Awards 2016 - Academia Finlandesa de Cinema: os vencedores

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Filme: Miekkailija, de Klaus Härö
Documentário: Ompelijatar, de Ville Suhonen
Realizador: Aleksi Salmenperä, Häiriötekijä
Actor: Tommi Korpela, Häiriötekijä
Actriz: Krista Kosonen, Kätilö
Actor Secundário: Pirkka-Pekka Petelius, Kätilö
Actriz Secundária: Mari Rantasila, Henkesi Edestä
Argumento Original: Karoliina Lindgren,  Armi Elaää!
Montagem: Samu Heikkilä, Häiriötekijä
Fotografia: Tuomo Hutri, Miekkailija
Música Original: MikaVainio e Ilpo Väisänen, Atomin Paluu
Guarda-Roupa: Marjatta Nissinen, The Girl King
Direcção Artística: Otso Linnalaakso, Armi Elää!
Caracterização: Salla Yli-Luopa, Lovemilla
Som: Timo Anttila e Tuomas Seppänen, Big Game
Jussi Carreira: Kari Sohlberg
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10 Cloverfield Lane (2016)

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10 Cloverfield Lane de Dan Trachtenberg é uma longa-metragem norte-americana que passaria despercebida do grande público não fosse o seu elegantemente editado trailer que nada revela suscitando, no entanto, uma enorme curiosidade e o seu título que remete o mais atento dos espectadores para a obra Cloverfield (2008), de Matt Reeves.
Aqui encontramos Michelle (Mary Elizabeth Winstead) que se encontra numa encruzilhada... Partir ou ficar para uma eventual relação e casamento com os quais parece não se identificar?
Depois de partir sem olhar para trás, Michelle vê-se envolvida num acidente de automóvel apenas para acordar algum tempo depois dentro de uma cave isolada e sem saber o que lhe aconteceu. Com ele estão Howard (John Goodman) e Emmett (John Gallagher Jr.) que afirmam que naquelas instalações estão seguros de um mundo "lá fora" que sofre as consequências de um ataque químico.
Num ambiente que se vai deteriorando lentamente, Michelle tem de fazer uma escolha... ficar ou tentar partir!
10 Cloverfield Lane e o dúbio argumento da autoria de Josh Campbell, Matthew Stuecken e Damien Chazelle - este último realizador e argumentista de Whiplash - remetem o espectador para um cenário diferente daquele que se espera se cruzarmos o seu título com o já referido de 2008. No fundo, se inicialmente se espera uma sequela ou prequela dos acontecimentos de devastaram a cidade de Nova York, a realidade é que aqui o que nos é apresentado enquanto espectadores é sim uma história de cativeiro, demência e sugestão que conquistam pela incerteza e por um aparente estado de loucura e alucinação que aos poucos vai tomando conta das suas personagens.
Quase sempre fiel a um comportamento de liberdade - ou libertação - a "Michelle" de Winstead afirma-se como uma mulher livre e de ideias fixas que, no entant, vive num permanente  conflito emocional. Se nos primeiros instantes a temos como uma mulher decidida a seguir um rumo mas que não esquece que está a deixar para trás todo um passado em comum com um "Ben" (voz de Bradley Cooper) que na prática nunca conhecemos, é também real que este comportamento a persegue aquando do seu cativeiro naquele misterioso e claustrofóbico bunker no qual se vê detida contra sua vontade. Numa constante incerteza, "Michelle" parece habituar-se àquele espaço tal como se habituou a uma relação da qual - aparentemente - não tinha tanta certeza se iria resultar, deixando passar a ideia de que apenas por "ali" se mantém por constituir uma segurança máxima de algo que pode estar "lá fora". Incerta sobre o que realmente deseja, as suas fugas ocasionais denotam alguma verve que pretende manter acesa e uma desconfiança latente no espaço que a rodeia.
No entanto são os seus dois companheiros de bunker que mais denotam um comportamento sintomático do clima em que vivem. "Emmett" é um tipo do campo, sem grandes experiências de vida ou confiança em si próprio, deixa-se levar - pelo que nos é revelado pelo próprio - por histórias de uma ameaça química que destruir o ar e a possibilidade de sobrevivência no exterior. No entanto, é o seu convívio com "Michelle" e o efeito de novidade que esta transporta que o fazem despertar lentamente para uma eventual "outra realidade" que desconhece. Mas é em "Howard" que reside o maior conflito não só entre as personagens como também por parte do espectador que nutre por ele sentimentos ambíguos e incertos nos quais residem, eventualmente, um dos pontos fortes deste argumento. Se inicialmente o espectador desconfia de imediato deste homem, pois afinal ele levou "Michelle" para aquele espaço de uma forma arbitrária e sem pedir o seu consentimento, provocando assim uma imediata repulsa por um potencial raptor, é também certo que aos poucos - e por entre alguns espasmos de violência - que "Howard" se revela como um tipo potencialmente pacato mas... desde que as suas regras sejam respeitadas. Domínio forçado graças a um mundo caótico ou simplesmente um potencial paranóico que detém duas pessoas contra sua vontade?
É nesta constante dualidade e incerteza que o espectador "vive" tentando perceber quem e quando irá despoletar o primeiro grito de liberdade mesmo num suposto mundo desfeito por um qualquer extermínio colectivo, no seio de um conjunto de personagens que percebem não só ter de conviver entre si como aprender a sobreviver a si próprios... Afinal, qualquer passo em falso pode determinar o final daquilo que conhecem como o que resta da Humanidade. E com esse medo - já denotado em "Michelle" -, os comportamentos de todos parecem aos poucos cair numa aparente rotina e numa repetição de hábitos que, por conformidade, aceitam sem questionar... Executam pequenas tarefas de manutenção de um pequeno espaço partilhado, comem, jogam, vêem televisão e conversam sem pensar no mundo que deixaram para trás.
Num misto de raptor e raptado - "Howard" e "Michelle" - com a presença (in)voluntária de uma visita - "Emmett" - 10 Cloverfield Lane instala uma constante dúvida sobre o que se passa "lá fora" e que só nos é revelado já bem perto do final da sua narrativa. Existirá ainda um mundo? Existirão as pessoas que anteriormente conhecemos? De que forma passa o tempo que - ao espectador - nunca é revelado? E principalmente... existirá uma escapatória de um espaço que parece tornar-se cada vez mais pequeno?
Sem qualquer relação temporal ou geográfica com Cloverfield, a longa-metragem de Dan Trachtenberg não será uma prequela ou sequela mas sim uma potencial linha temporal idêntica com acontecimentos que se desencadeiam - percebemos - um pouco por todo o mundo (ou pelo menos pelos Estados Unidos), e que dão a conhecer ao espectador que o planeta vive um conjunto de sérias alterações populacionais sem, no entanto, serem explicadas as questões base... como e porquê!
Ainda que competente no que diz respeito à sua capacidade de criar suspense, 10 Cloverfield Lane consegue ser interessante durante praticamente todo o segmento em que se estabelece e afirma como um potencial relato de cativeiro onde vítima(s) e raptor convivem mais ou menos alegremente desconfiando, no entanto, sempre das intenções dos seus companheiros. Pelo final, e dando uma continuidade de incerteza ao desfecho da sua personagem principal, assume-se como uma eventual porta aberta para aquilo que este género de filmes de melhor tem... a capacidade de se propagar sem final à vista mantendo o espectador num fio suspenso sem saber quando e como irá surgir a próxima "entrega" Cloverfield que poderá - ou não - trazer consigo algumas respostas.
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7 / 10
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Brendemühl (2016)

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Brendemühl de Cesc Gay é uma curta-metragem espanhola de ficção feita no âmbito do Jameson Notodofilmfest e que surge como uma sequela - não formal - de Àlex (2011) do mesmo realizador.
Se nesta última o espectador acompanha um telefonema feito ao actor espanhol por parte do seu realizador e amigo Cesc Gay no qual este pedia uma oportunidade de voltar a trabalhar com ele no seu novo projecto não tendo, no entanto, muita receptividade por parte do actor, é em Brendemühl que o espectador assiste ao reverso da medalha. Agora, cinco anos depois é Àlex Brendemühl que faz um inesperado e não muito desejado telefonema a um Cesc Gay recém saído de uma vitória nos prémios Goya com o recente Truman e que não tem muito tempo para escutar os infortúnios do actor.
Brendemühl é portanto o outro lado da fama não sob uma perspectiva de alguém que a procura mas sim de um actor proeminente que se vê sem trabalho, sem o estrelato de outros tempos, com um casamento que termina ou os amigos que noutras alturas pouco estimou. Brendemühl - o actor - aparenta ser um homem acabado, martirizado por uma vida de recentes e sucessivos insucessos, que abandona a casa em que vivera e empacota tudo dentro de um pequeno carro e que graças à indiferença anteriormente tida para com os seus colegas e amigos é agora alguém que não tem a quem recorrer.
Em tom irónico e algo cómico - sempre mordaz - Brendemühl transforma-se portanto num inesperado retrato de como as certezas nem sempre se têm e que as portas, uma vez fechadas, o são para os dois lados das divisões que separam. E tudo... tudo através de um simples, curto e impessoal telefonema.
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7 / 10
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Álex (2011)

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Álex de Cesc Gay é uma curta-metragem de ficção espanhola criada no âmbito do Jameson Notodofilmfest aquando da participação do realizador no júri do mesmo e que conta com a participação do actor catalão Àlex Brendemühl.
Durante as suas tarefas domésticas, Brendemühl recebe uma inesperada - e provavelmente indesejada - chamada do realizador Cesc Gay que o tenta convencer a participar no seu novo filme.
Com pouca vontade de aceder ao seu pedido, Brendemühl vai lentamente descartando as ofertas e propostas do realizador tentando, muito rapidamente, encaminhá-lo para outras paragens.
Dirigida de forma bastante pessoal e descontraída, facto que se pode verificar pela forma como um actor dá corpo a si mesmo e se deixa filmar nas tarefas mais banais do dia-a-dia como tratar da roupa ou das suas necessidades fisiológicas, Álex é uma breve mas interessante reflexão sobre o outro lado da fama... Aquele lugar em que os amigos tentam um favor da "tua" parte para poderem - também eles - encontrar dias melhores e mais descontraídos mas, para o qual, "tu" não estás disposto a fazer grandes favores ou sacrifícios.
De uma cumplicidade que se faz transparecer pelo argumento e pela forma como Brendemühl se deixa - e é - filmado, Álex confirma que a simplicidade para contar histórias é, essencialmente, o principal motor para as fazer chegar ao público, e ainda o estatuto de um grande actor espanhol com o qual - estranhamente - os espectadores internacionais ainda não estão devidamente familiarizados.
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7 / 10
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Luiz Pavão

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1954 - 2016
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Ken Howard

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1944 - 2016
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quarta-feira, 23 de março de 2016

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terça-feira, 22 de março de 2016

Prémios Autores 2016 - Cinema: os vencedores

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Numa cerimónia decorrida hoje na Sala Garrett do Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, os premiados na categoria de Cinema dos Prémios Autores foram:
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Cinema
Filme: Yvone Kane, de Margarida Cardoso
Actor: José Mata, Amor Impossível
Actriz: Joana de Verona, As Mil e Uma Noites
Argumento: Margarida Cardoso, Yvone Kane
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Prémio Autores 2016 - Actor

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José Mata, Amor Impossível
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Prémio Autores 2016 - Actriz

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Joana de Verona, As Mil e Uma Noites
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Prémio Autores 2016 - Filme

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Yvone Kane, de Margarida Cardoso
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Prémio Autores 2016 - Argumento

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Yvone Kane, Margarida Cardoso
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Rita Gam

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1927 - 2016
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David di Donatello 2016 - Accademia del Cinema Italiano: os nomeados


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Melhor Filme
Fuocoammare, de Gianfranco Rosi
Non Essere Cattivo, de Claudio Caligari
Perfetti Sconosciuti, de Paolo Genovese
Il Racconto dei Racconti, de Matteo Garrone
Youth - La Giovinezza, de Paolo Sorrentino
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Melhor Documentário
I Bambini Sanno, de Walter Veltroni
Harry's Bar, de Carlotta Cerquetti
Louisiana (The Other Side), de Roberto Minervini
Revelstoke, Un Bacio nel Vento, de Nicola Moruzzi
S is for Stanley - Trentanni Dietro al Volante per Stanley Kubrick, de Alex Infascelli
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Melhor Filme Europeu
45 Years, de Andrew Haigh (Reino Unido)
The Danish Girl, de Tom Hooper (Reino Unido)
A Perfect Day, de Fernando León de Aranoa (Espanha)
Saul Fia, de László Nemes (Hungria)
Le Tout Nouveau Testament, de Jaco van Dormael (Bélgica)
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Melhor Filme Estrangeiro
Bridge of Spies, de Steven Spielberg (EUA)
Carol, de Todd Haynes (EUA)
Inside Out, de Pete Docter e Ronnie Del Carmen (EUA)
Remember, de Atom Egoyan (Canadá)
Spotlight, de Tom McCarthy (EUA)
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Melhor Curta-Metragem
A Metà Luce 2016, de Anna Gigante
La Ballata dei Senzatetto, de Monica Manganelli
Bellissima, de Alessandro Capitani - já anunciada como a vencedora
Dove l'Acqua con Altra Acqua si Confonde, de Gianluca Mangiasciutti e Massimo Loi
Per Anna, de Andrea Zuliani
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Melhor Produtor
Gabriele Mainetti para Goon Films, RAI Cinema, Lo Chiamavano Jeeg Robot
21Uno Film, Stemal Entertainment, Istituto Luce-Cinecittà, RAI Cinema, Les Films d'Ici avec ARTE France Cinema, Fuocoammare
P. Bogna, S. Isola e V. Mastandrea para Kimerafilm, RAI Cinema e Taodue Film, Prod.Associado P.O Valsecchi em colaboração con Leone Film Group, Non Essere Cattivo
Archimede, RAI Cinema, Il Racconto dei Racconti
Nicola Giuliano, Francesca Cima e Carlotta Calori para Indigo Film, Youth - La Giovinezza
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Melhor Realizador
Gianfranco Rosi, Fuocoammare
Claudio Caligari, Non Essere Cattivo
Paolo Genovese, Perfetti Sconosciuti
Matteo Garrone, Il Racconto dei Racconti
Paolo Sorrentino, Youth - La Giovinezza
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Realizador Revelação
Carlo Lavagna, Arianna
Piero Messina, L'Attesa
Adriano Valerio, Banat - Il Viaggio
Gabriele Mainetti, Lo Chiamavano Jeeg Robot
Fabio Bonifacci e Francesco Micciché, Loro Chi?
Alberto Caviglia, Pecore in Erba
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Melhor Actor Protagonista
Alessandro Borghi, Non Essere Cattivo
Marco Giallini, Perfetti Sconosciuti
Luca Marinelli, Non Essere Cattivo
Valerio Mastandrea, Perfetti Sconosciuti
Claudio Santamaria, Lo Chiamavano Jeeg Robot
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Melhor Actriz Protagonista
Àstrid Bergès-Frisbey, Alaska
Juliette Binoche, L'Attesa
Paola Cortellesi, Gli Ultimi Saranno Ultimi
Sabrina Ferilli, Io e Lei
Anna Foglietta, Perfetti Sconosciuti
Valeria Golino, Per Amor Vostro
Ilenia Pastorelli, Lo Chiamavano Jeeg Robot
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Melhor Actor Secundário
Giuseppe Battiston, La Felicità è un Sistema Complesso
Fabrizio Bentivoglio, Gli Ultimi Saranno Ultimi
Valerio Binasco, Alaska
Alessandro Borghi, Suburra
Luca Marinelli, Lo Chiamavano Jeeg Robot
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Melhor Actriz Secundária
Sonia Bergamasco, Quo Vado?
Claudia Cardinale, Ultima Fermata
Elisabetta De Vito, Non Essere Cattivo
Piera Degli Esposti, Assolo
Antonia Truppo, Lo Chiamavano Jeeg Robot
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Melhor Argumento
Nicola Guaglianone e Menotti, Lo Chiamavano Jeeg Robot
Claudio Caligari, Giordano Meacci e Francesca Serafini, Non Essere Cattivo
Filippo Bologna, Paolo Costella, Paolo Genovese, Paola Mammini e Rolando Ravello, Perfetti Sconosciuti
Edoardo Albinati, Ugo Chiti, Matteo Garrone e Massimo Gaudioso, Il Racconto dei Racconti
Paolo Sorrentino, Youth - La Giovinezza
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Melhor Montagem
Andrea Maguolo e Federico Conforti, Lo Chiamavano Jeeg Robot
Jacopo Quadri, Fuocoammare
Consuelo Catucci, Perfetti Sconosciuti
Patrizio Marone, Suburra
Cristiano Travaglioli, Youth - La Giovinezza
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Melhor Fotografia
Michele D'Attanasio, Lo Chiamavano Jeeg Robot
Maurizio Calvesi, Non Essere Cattivo
Peter Suschitzky, Il Racconto dei Racconti
Paolo Carnera, Suburra
Luca Bigazzi, Youth - La Giovinezza
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Melhor Música Original
Michele Braga e Gabriele Mainetti, Lo Chiamavano Jeeg Robot
Ennio Morricone, La Corrispondenza
Paolo Vivaldi e Alessandro Sartini, Non Essere Cattivo
Alexandre Desplat, Il Racconto dei Racconti
David Lang, Youth - La Giovinezza
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Melhor Canção Original
"Torta di Noi", por Niccolò Contessa (música, texto e interpretação), La Felicità è un Sistema Complesso
"A Cuor Leggero", por Riccardo Sinigallia (música, texto e interpretação), Non Essere Cattivo
"Perfetti Sconosciuti", por Bungaro e Cesare Chiodo (música) e Fiorella Mannoia (texto e interpretação), Perfetti Sconosciuti
"La Prima Repubblica", por Luca Medici (música e texto), e Luca Medici (Checco Zalone interpretação), Quo Vado?
"Simple Song #3", por David Lang (música e texto) e Sumi Jo (interpretação), Youth - La Giovinezza
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Melhor Direcção Artística
Massimiliano Sturiale, Lo Chiamavano Jeeg Robot
Maurizio Sabatini, La Corrispondenza
Giada Calabria, Non Essere Cattivo
Dimitri Capuani e Alessia Anfuso, Il Racconto dei Racconti
Paki Meduri, Suburra
Ludovica Ferrario, Youth - La Giovinezza
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Melhor Guarda-Roupa
Mary Montalto, Lo Chiamavano Jeeg Robot
Gemma Mascagni, La Corrispondenza
Chiara Ferrantini, Non Essere Cattivo
Massimo Cantini Parrini, Il Racconto dei Racconti
Carlo Poggioli, Youth - La Giovinezza
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Melhor Maquilhagem
Giulio Pezza, Lo Chiamavano Jeeg Robot
Enrico Iacoponi, La Corrispondenza
Lidia Minì, Non Essere Cattivo
Gino Tamagnini, Valter Casotto, Luigi D'Andrea e Leonardo Cruciano, Il Racconto dei Racconti
Maurizio Silvi, Youth - La Giovinezza
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Melhor Cabelo
Angelo Vannella, Lo Chiamavano Jeeg Robot
Elena Gregorini, La Corrispondenza
Sharim Sabatini, Non Essere Cattivo
Francesco Pegoretti, Il Racconto dei Racconti
Aldo Signoretti, Youth - La Giovinezza
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Melhor Som
Valentino Giannì, Lo Chiamavano Jeeg Robot
Angelo Bonanni, Non Essere Cattivo
Umberto Montesanti, Perfetti Sconosciuti
Maricetta Lombardo, Il Racconto dei Racconti
Emanuele Cecere, Youth - La Giovinezza
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Melhores Efeitos Digitais
Chromatica, Lo Chiamavano Jeeg Robot
EDI - Effetti Digitali Italiani, Game Therapy
Makinarium, Il Racconto dei Racconti
Visualogie, Suburra
Peerless, Youth - La Giovinezza
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David Giovani
Alaska, de Claudio Cupellini
La Corrispondenza, de Giuseppe Tornatore
Non Essere Cattivo, de Claudio Caligari
Quo Vado?, de Gennaro Nunziante
Gli Ultimi Saranno Ultimi, de Massimiliano Bruno
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segunda-feira, 21 de março de 2016

#Lingo (2015)

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#Lingo de Vicente Niro é uma curta-metragem portuguesa de animação presente na terceira edição do Leiria Film Fest.
Lingo é um solitário. Para ultrapassar a sua solidão e encontrar novas amizades, liga-se a todas as redes sociais onde "encontra" diversos amigos. No entanto, nos momentos em que mais necessita, Lingo irá compreender que estas amizades nem sempre trazem amizade e que aqueles dos quais se "desliga" são os únicos que sempre estiveram ao seu lado.
Com uma acentuada crítica às redes sociais e às novas formas de socialização inter-pessoal, o argumento de #Lingo, também da autoria de Vicente Niro, reflecte sobretudo sobre um dos graves problemas da sociedade contemporânea... a solidão. Numa era em que o mundo se encontra à pequena distância de um click, um fenómeno que se vai acentuando é o distanciamento das redes tradicionais de amizades onde os contactos pessoais e frequentes são substituídos por uma "aproximação" virtual onde, na prática, nunca se conhece ninguém e na qual os diversos intervenientes se afastam e isolam num pequeno e recluso espaço que pode ir desde a sua casa - num seu todo - a uma pequena divisão na qual tecem todas as "redes" imaginárias que vão estabelecendo.
Em #Lingo, aquilo que o espectador verifica é a virtualidade da amizade e dos conhecimentos que se "estabelecem" - na prática não são mais do que meros "pedidos de amizade" que não o são - onde o individualismo se (des)virtualiza do pensar no "eu" para dar lugar a um seu novo significado que se prende exclusivamente com o isolamento do indivíduo que deixa de conhecer o exterior, aquilo que o rodeia e, no fundo, todo o mundo que "lá fora" continua a girar.
No final Vicente Niro lança três grandes questões... a primeira que se prende com a noção real do "eu" em sociedade... quando preciso de amigos com quem criar e partilhar momentos ou histórias... será que as centenas ou milhares de rostos anónimos de uma qualquer rede social são, de facto, alguns desses intervenientes ou meros desconhecidos dos quais observamos e admiramos fotografias? Estarão eles realmente dispostos a ver o nosso "eu"?
A segunda grande questão colocada em #Lingo vem, de certa forma, como uma imediata conclusão da anterior... estará o "eu" a dar real atenção àqueles que sempre estiveram do "meu" lado e independentemente de todas as adversidades ali se colocaram sem fazer questões ou insinuações bastando um pouco da nossa atenção para se sentirem felizes? (o momento em que um animal doméstico percebe e sente a indiferença de quem ama é desarmante...).
Finalmente, e como um resultado lógico - ou talvez não - de tudo o que foi anteriormente mencionado... se uma segunda oportunidade fosse oferecida... estaria o indivíduo em questão disposto a enveredar por uma nova "estrada" e dar primazia aos contactos sociais estabelecidos in loco ou, por sua vez, voltaria a repetir todos os mesmos erros e criar ligações e redes virtuais que, na prática, nunca se materializam enquanto reais e verdadeiras?
Nesta dualidade entre o real e o virtual, o desejado e o imaginado, #Lingo - filme e personagem - são então a reflexão sentida e honesta de uma nova era e de um novo século onde tudo (imaginado) está realmente à distância de um "click"... e aquilo que temos à distância de um toque é ignorado e desprezado em nome de algo que de concreto pouco (ou nada) afirma ter.
Já vencedora de um prémio nos Caminhos do Cinema Português em 2015 e um dos mais fortes filmes deste Leiria Film Fest, #Lingo é uma assertiva e bem real história sobre os tempos modernos e novas realidades de uma individualidade habituada à praticabilidade de "conhecer" pessoas que nunca se conhecem de facto.
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9 / 10
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Prodigal (2015)

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Prodigal de Livia Ungur e Sherng-Lee Huang é uma curta-metragem documental norte-americana que através de cenas e momentos urbanos banais retrata a vida de uma cidade da qual a sua realizadora abandonara.
Numa viagem de regresso ao seu passado, o espectador percebe que esta não é apenas uma viagem física mas também psicológica na qual a realizadora enfrenta uma cidade - a sua - que agora parece um espaço distante daquele de onde havia inicialmente partido.
Existe uma frase - ou pensamento - que reflecte na perfeição o sentimento geral para com este filme, ou seja, como voltar a um espaço depois de ter experimentado tudo o resto? No exacto momento em que cada um de nós se sente "incomodado" pela pequenez - geográfica, dimensional, cultural, económica, social, ... - de um dado local onde nascemos ou crescemos, perspectivamos o imediato abandono do mesmo procurando, dessa forma, um local que no qual nos consigamos enquadrar e sentir que não só é o nosso espaço como também a nossa "casa".
Desta forma, este documentário que é apresentado como "o registo de um conflito da sua realizadora com o seu lar", indicia que existe uma relação de tensão ou talvez até desagrado para com a Bucareste natal que a realizadora abandonou rumo a um "mundo melhor", cidade à qual regressa para poder expiar os seus antigos fantasmas para com a mesma.
Prodigal apresenta-nos portanto um conjunto de momentos e situações banais da vida diária de uma cidade aqui captados na "ilegalidade" e colados numa interessante e curiosa montagem que representam a vida de um espaço que parece pretender retratar algo com o qual a realizadora fez as suas "pazes" mas com a qual já não se identifica enquanto a sua "casa". Entre cómico e trágico, Prodigal celebra portanto essa redenção e aceitação de que o espaço pode ser uma parte do indivíduo mas não necessariamente o "eu" em absoluto.
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6 / 10
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Não-Humano (2015)

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Não-Humano de Hugo Magro é uma curta-metragem documental portuguesa que esteve presente - e venceu - a competição nacional na sua categoria na recente edição do Leiria Film Fest que terminou no passado dia 19 em Leiria.
No Hospital de Bonecas, em Lisboa, são diariamente recebidos vários pacientes à espera de recuperação e de uma nova vida. Este documentário acompanha portanto todo o processo desde a chegada ao Hospital, respectiva triagem e identificação bem como alguns instantes da sua recuperação - e também abandono - durante a sua permanência no mesmo enquanto vislumbramos também alguns instantes das ruas circundantes da capital.
Num estilo de narração com acompanhamento visual, o espectador assiste a momentos do processo de recuperação dos "pacientes" - como são honestamente referenciados - e percebe um pouco do mesmo, desde algumas das suas dificuldades bem como também do abandono a que alguns destes bonecos estão vetados quando o desinteresse do seu "familiar" sucede a uma eventual falta de material para o recuperar.
Se um documentário tem como propósito final o registo de uma vida, então Não-Humano fá-lo de forma honesta não sob uma perspectiva da vida de "alguém" mas sim de um objecto que a acompanhou numa importante fase do seu desenvolvimento - a infância - e que agora através de um espaço simbólico como o é o Hospital de Bonecas, devolve alguma da vitalidade perdida àqueles que foram, em tempos, os melhores amigos de tantas crianças. É neste hospital no centro da cidade de Lisboa, e que tantos de nós desconhecem principalmente por falta de informação, que é devolvida a estes bonecos repletos de silenciosas memórias e alegrias do passado, a vida que perderam, tentando sempre manter o "espírito" e a "personalidade" que lhes fora reconhecida quer através dos seus trajes, cabelo ou olhos, enquanto "lá fora" para lá das suas paredes, tantos Lisboetas - e não só - vagueiam as ruas da capital no seu habitual ritmo mais ou menos alucinante.
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7 / 10
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Empire Awards 2016: os vencedores

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Filme: The Revenant, de Alejandro González Iñárritu
Filme Britânico: Spectre, de Sam Mendes
Documentário: Amy, de Asif Kapadia
Filme de Animação: Inside Out, de Pete Docter e Ronnie Del Carmen
Comédia: Spy, de Paul Feig
Sci-Fi/Fantasia: Star Wars: The Force Awakens, de J.J. Abrams
Terror: The Hallow, de Corin Hardy
Thriller: Spectre, de Sam Mendes
Série TV: This is England '90, de Shane Meadows
Curta-Metragem: World of Tomorrow, de Don Hertzfeldt
Realizador: J.J. Abrams, Star Wars: The Force Awakens
Actor: Matt Damon, The Martian
Actriz: Alicia Vikander, The Danish Girl
Actor Revelação: John Boyega, Star Wars: The Force Awakens
Actriz Revelação: Daisy Ridley, Star Wars: The Force Awakens
Argumento: The Big Short, Adam McKay e Charles Randolph
Música Original: Mad Max: Fury Road
Design de Produção: Mad Max: Fury Road
Guarda-Roupa: Mad Max: Fury Road
Caracterização: Mad Max: Fury Road
Efeitos Visuais: Mad Max: Fury Road
Empire Inspiration: Paddy Considine
Empire Legend: Alan Rickman
Empire Hero: Stanley Tucci
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domingo, 20 de março de 2016

The Weather Report (2014)

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The Weather Report de Paul Murphy é uma curta-metragem irlandesa de ficção com um contexto histórico verídico.
Blacksod Lighthouse, Irlanda 1944. Ted Sweeney (Edward MacLiam) é o responsável por enviar os boletins meteorológicos a partir de Mayo. Maureen (Marie Ruane), a sua mulher, recebe misteriosos telefonemas para que o relatório do estado do tempo seja, uma vez mais, enviado com dados actualizados.
Incerta sobre o porquê desta insistência, Maureen questiona(-se) Ted sobre o que se estará a passar por detrás daquele telefonema enquanto os bombardeiros continuam a atravessar os céus.
O espectador cedo percebe que está perante uma história que tem como pano de fundo um qualquer acontecimento ocorrido durante a Segunda Guerra Mundial estando, no entanto, incerto sobre se aquele faroleiro estará do lado Aliado ou a encobrir alguma missão ou ofensiva inimiga nas águas territoriais irlandesas. Em cinco breves minutos de duração desta curta-metragem, conhecemos portanto as origens de um dos mais importantes e emblemáticos momentos de todo o conflito... aquele que deu origem ao Dia D a 6 de Junho de 1944 que graças aos boletins meteorológicos de "Ted" não ocorreu um dia antes, determinando assim o início do fim da guerra.
Tendo ainda como apontamento histórico o facto de Vincent - filho de Ted e Maureen - manter ainda os destinos de Blacksod, The Weather Report consegue graças a um cativante argumento de Paul Murphy, manter o espectador em suspenso e na incerteza, sobre o que estará realmente por detrás de misteriosos telefonemas sendo, ao mesmo tempo, um pequeno mas importante elemento histórico do mais sangrento conflito mundial do século passado.
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7 / 10
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Piélagos en Corto - Festival Internacional de Cortometrajes de Ficción 2016: Melhor Caracterização

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Depois de na semana passada ter divulgado as curtas-metragens presentes nas diversas secções competitivas, o Piélagos en Corto - Festival Internacional de Cortometrajes de Ficción - no qual voltei a ser programador oficial - divulga hoje os nomeados nas diferentes categorias em competição - Realizador, Actor, Actriz, Argumento, Montagem, Fotografia, Música e Caracterização - a premiar na sua sétima edição.
Os nomeados na categoria de Melhor Caracterização, são:
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  • Diinfarto Asesores, El Aspirante
  • Claudia Sanz, Huésped
  • María Manuela Cruz, Mañana no es Otro
  • Día Laia López e Tamara García, Vida y Reflejo
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Todos os vencedores serão conhecidos na gala de encerramento do festival que irá ocorrer no próximo dia 7 de Maio.
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Piélagos en Corto - Festival Internacional de Cortometrajes de Ficción 2016: Melhor Música Original

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Depois de na semana passada ter divulgado as curtas-metragens presentes nas diversas secções competitivas, o Piélagos en Corto - Festival Internacional de Cortometrajes de Ficción - no qual voltei a ser programador oficial - divulga hoje os nomeados nas diferentes categorias em competição - Realizador, Actor, Actriz, Argumento, Montagem, Fotografia, Música e Caracterização - a premiar na sua sétima edição.
Os nomeados na categoria de Melhor Música Original, são:
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  • Florent Paris, Plumés
  • Eivind Aarset, Respite
  • Valentin Féron, Tronc
  • Iris Azquinezer, La Voz del Agua
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Todos os vencedores serão conhecidos na gala de encerramento do festival que irá ocorrer no próximo dia 7 de Maio.
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Piélagos en Corto - Festival Internacional de Cortometrajes de Ficción 2016: Melhor Fotografia

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Depois de na semana passada ter divulgado as curtas-metragens presentes nas diversas secções competitivas, o Piélagos en Corto - Festival Internacional de Cortometrajes de Ficción - no qual voltei a ser programador oficial - divulga hoje os nomeados nas diferentes categorias em competição - Realizador, Actor, Actriz, Argumento, Montagem, Fotografia, Música e Caracterização - a premiar na sua sétima edição.
Os nomeados na categoria de Melhor Fotografia, são:
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  • Uwe Dietrich, 6400 Asa
  • Manu Álvarez, Algo que Decir
  • Teddy Boulangée, Plumés
  • Eugen Gritschneider, Revolution
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Todos os vencedores serão conhecidos na gala de encerramento do festival que irá ocorrer no próximo dia 7 de Maio.
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Piélagos en Corto - Festival Internacional de Cortometrajes de Ficción 2016: Melhor Montagem

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Depois de na semana passada ter divulgado as curtas-metragens presentes nas diversas secções competitivas, o Piélagos en Corto - Festival Internacional de Cortometrajes de Ficción - no qual voltei a ser programador oficial - divulga hoje os nomeados nas diferentes categorias em competição - Realizador, Actor, Actriz, Argumento, Montagem, Fotografia, Música e Caracterização - a premiar na sua sétima edição.
Os nomeados na categoria de Melhor Montagem, são:
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  • Juan Gautier e Guillermo Villar, El Aspirante
  • Frank Brandstetter, Revolution
  • Valentin Féron, Tronc
  • Miguel G. Garví, The Walker
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Todos os vencedores serão conhecidos na gala de encerramento do festival que irá ocorrer no próximo dia 7 de Maio.
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Piélagos en Corto - Festival Internacional de Cortometrajes de Ficción 2016: Melhor Argumento

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Depois de na semana passada ter divulgado as curtas-metragens presentes nas diversas secções competitivas, o Piélagos en Corto - Festival Internacional de Cortometrajes de Ficción - no qual voltei a ser programador oficial - divulga hoje os nomeados nas diferentes categorias em competição - Realizador, Actor, Actriz, Argumento, Montagem, Fotografia, Música e Caracterização - a premiar na sua sétima edição.
Os nomeados na categoria de Melhor Argumento, são:
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  • Juan Gautier, El Aspirante
  • José Luis Santos Pérez, Homónimos Anónimos
  • Aitor Oñederra, I Said I Never Talk About Politics
  • Markus Erhart, Revolution
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Todos os vencedores serão conhecidos na gala de encerramento do festival que irá ocorrer no próximo dia 7 de Maio.
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