sábado, 5 de março de 2016

Save (2016)

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Save de Ivan Sáinz-Pardo é uma curta-metragem germano-espanhola de ficção e um interessante e intenso trabalho que une o suspense, o thriller psicológico e também o terror urbano.
Jens (Roland von Kummant) tenta trabalhar no computador enquanto a sua cansada mulher Martha (Josephine Ehlert) o deixa a cuidar do filho. No entanto Jens parece alterado com a súbita e inesperada presença de outra pessoa em casa. Presença essa que irá determinar a iminente tragédia a ocorrer naquele apartamento.
O interessante argumento de Ivan Sáinz-Pardo começa por revelar ao espectador uma história onde se sente a presença de alguma fadiga familiar por motivos que se podem equacionar poder ser graças a "Lotti", o jovem bebé do casal que provavelmente não lhes deixa grandes noites de descanso ou até por alguma preocupação profissional tida por parte de "Jens" que parece bem preocupado em conseguir terminar o seu trabalho.
Mas é rapidamente que o espectador percebe que aquele estranho ambiente se complica quando "Jens" observa que a sua mulher está onde não a espera fechando-se inicialmente num wc e aparecendo segundos depois vinda da sala. A confusão instala-se na mente de "Jens" - e do espectador - inseguro(s) daquilo que é observado e principalmente pela forma como "Lotti" ganha aqui uma presença determinante para o rumo do casal.
De thriller psicológico com severos contornos de claustrofobia, Save rapidamente se transforma no já referido filme de terror urbano ao relatar com o seu desfecho uma história presente em qualquer relato noticioso que qualquer um de nós escuta ocasionalmente. De um apartamento fechado e com problemas tão semelhantes a qualquer outra a uma história que se assume como um espelho de uma sociedade impiedosa que não esquece os seus mais frágeis, Save poderá ainda ser um interessante testemunho de um stress pós-parto tido pelos dois progenitores que o assumem de formas distintas.
Intenso pelo seu argumento e pelas duas fortes e compenetradas interpretações, fica apenas o espectador com algum desgosto por não ter recebido deste filme uma maior duração onde fossem explorados não só os limites da depressão como também as fronteiras da loucura.
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8 / 10
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