
A Maria de Medeiros, que não me surpreende de todo como sendo uma boa actriz, surpreendeu-me no entanto por ter dirigido este filme. Não o digo negativamente, bem pelo contrário. Simplesmente não o esperava. E depois de saber o conteúdo do filme, esperava um daqueles filmes muito "parados" e pouco dinâmicos que perpetuasse este acontecimento da nossa História recente como mais um enigma pouco compreensível. O resultado foi, felizmente, o oposto. A Maria de Medeiros conseguiu fazer com que este filme fosse não só visível para os mais velhos, como também para os mais novos e uma aposta, a meu ver segura, para as escolas que pensem numa forma original de ensinar História aos seus alunos.
A história do que se passou é escusada, claro, de ser aqui referida pois todos nós a sabemos, e ainda bem, pois caso contrário seria impossível se calhar deste mesmo blog existir escrito pelas minhas mãos. Quanto aos actores, não vou ser como muitos dos nossos críticos e demais na altura fizeram pela opção da realizadora em escolher um actor italiano, Stefano Accorsi, para o papel de Salgueiro Maia. Acho que foi uma boa aposta e o actor esteve à altura do papel que desempenhou.
O único reparo que a meu ver acho "dispensável" em todo o filme é o momento em que Rita Durão e Duarte Guimarães resolvem ir dar, a meio da Revolução, uma "hanky-panky" para dentro do tanque... Simplesmente dispensável, mas compreendo a intenção "cómica" para aligeirar o filme. E uma salva de palmas ao Luís Miguel Cintra... esse actor superior que é sempre brilhante por muito pequeno que seja o seu papel.

E tal como prometido, aqui fica uma pequena amostra do filme que podem ver hoje, 25 de Abril, na RTP:
8 / 10
Sem comentários:
Enviar um comentário