sexta-feira, 26 de abril de 2024

Abigail (2024)

.
Abigail de Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett (Irlanda/EUA/Canadá) e com argumento de Stephen Shields e Guy Busick é uma longa-metragem que revela a acção de um grupo criminosos que resolve raptar a filha de um poderoso magnata para reclamar um elevado resgate. Mas quando Abigail (Alisha Weir) é deixada sozinha num quarto estranhos acontecimentos ocorrem pelos corredores da misteriosa mansão em que se esconderam.
Provido de um trailer que capta de imediato a atenção dos cinéfilos fãs do género em questão, este Abigail assume que não é mais do que aquilo a que de facto se propõe. Cedo o espectador compreende que vai estar perante uma história que promete alguma acção, alguns sustos, alguns cenários mais ou menos elaborados mas um argumento que, na prática, não irá muito mais além do típico "filme-pipoca" que habitualmente surgem na época mais estival. Comecemos pelo óbvio e quase enternecedor momento em que assistimos a uma jovem numa suposta "audição" de ballet enquanto uma mulher a espera numa qualquer viela por perto. O segmento tem tanto de calmo como de perturbador pois é imediatamente percebido que dali nada de tranquilo irá chegar e que estas personagens têm mais camadas do que aquelas que inicialmente se revelam ao espectador e, ainda que excessivamente tipificadas mais não sendo do que réplicas de tantas outras em longas-metragens do género, eis que nos encontramos com algum interesse em conhecer o que têm "de novo" para nos oferecer.
A estas duas personagens iniciais, a "Abigail" de Alisha Weir e a "Joey" de Melissa Barrera que se anuncia e assume como a involuntária protagonista de uma história que compreendemos ir ser a única sobrevivente - calma... não estou a revelar nada que não se consiga perceber ao fim de trinta segundos - eis que se amontam todo um conjunto de outras personagens igualmente tipificadas que serão a chamada "carne para canhão" daquilo que está porvir. O polícia caído em desgraça, o militar com os negócios escuros da praxe, a menina rica que decidiu ser hacker, o psicopata de serviço que parece estar a dar as últimas e um qualquer segurança privado que aparenta querer ter coração no mais impróprio dos locais. Todos eles sacrifícios para o banho de sangue que se espera... e que todos nós sabemos que está prestes a rebentar a qualquer momento. Mas... há custa de que sacrifício? Quais os motivos deste (in)esperado grupo de marginais estarem todos no mesmo local, à mesma hora e com o mesmo propósito? Alusões ao Rat Pack à parte - nenhum consegue ser assim tão icónico -, as suas justificações e motivos estão, também elas, ao virar da esquina e são tão óbvias ou desesperadas que qualquer um de nós a identifica nos argumentos de outras histórias do género que já foram originais noutros tempos e que conseguiam captar a atenção dos mais distraídos mas que aqui são apenas lume brando para dar continuidade a uma história que pouco sumo tem e da qual se consegue perceber o final desde que qualquer uma destas personagens disse "olá".
Sem esse grande, ou vá.. pelo menos inesperado argumento... e com um conjunto de personagens obviamente esperadas e pouco originais, Abigail apenas consegue alguma "luz" - ironia à parte - com o seu cenário e decoração bem construído e convincente para aquilo que seria de esperar para uma história deste género não conseguindo, no entanto, que seja o suficiente para se destacar enquanto uma obra de referência mesmo dentro do género... duvido que algum de nós se recorde desta longa-metragem daqui a meia-dúzia de meses sendo apenas o "suficiente" para os propósito do "agora". Não querendo elaborar grande argumento sobre a protagonista Alisha Weir ou sequer para o tão pouco convincente que é a sua interpretação e muito amadora caracterização, resta-me apenas deixar um apontamento (que será cómico quando o espectador o observar) sobre a mesma que não irá assustar ou impressionar mas sim criar a incredulidade sobre o quão pouco pensada terá sido para se deixar levar desta forma para uma obra dita "finalizada".
O trailer é interessante... o cartaz também... a premissa ainda que não seja inovadora consegue sempre atrair o seu nicho e juntar uns quantos fãs mas, no entanto, não se pode viver apenas da promessa mas sim daquilo que se consegue concretizar e aqui foi tudo muito pouco... mesmo a breve participação de um Matthew Goode que já fez mais e melhor com muito menos mas que aqui apenas conseguiu chegar ao patamar de um cómico não propositado que satisfaz para o momento e pouco mais para além disso.
.

.
6 / 10
.

Sem comentários:

Enviar um comentário