Zombe Man: The Journey to Hell de George "Crane" Cruz (EUA) uma já não tão recente curta-metragem que expõe a sempre presente paranóia norte-americana face ao perigo (?) de uma potencial pandemia provocada por um dos seus opositores (aqui a Coreia do Norte) que provocou a "zombieficação" da sua população. Pelo caminho... um herói... Zombe Man que destrói todos os mortos-vivos que percorrem aquilo que resta do planeta Terra.
Comecemos pelos pontos positivos desta curta-metragem que são efectivamente muito poucos e o motivo único pelo qual atribuí uma pontuação tão alta à mesma... um dois. Ao entrar na dinâmica de Zombe Man: The Journey to Hell, reconheço-lhe a criação de um ambiente interessante através da sua direcção de fotografia - também pela mão do realizador - e da música utilizada para a dinamização da mesma que transforma toda a atmosfera em algo que para o espectador parece ter saído de um qualquer filme B - ou Z - da ida década de '70 mas... a potencial positividade que se possa encontrar... termina por aqui. Zombe Man: The Journey to Hell é desde o primeiro instante um filme que se percebe inicialmente tendencioso na medida em que encontra o inimigo num espaço político que o espectador compreende "conveniente" para a sua aceitação (nada melhor do que agora o inimigo ser a Coreia do Norte seja lá sob que perspectiva fôr), como a construção do próprio anti-herói neste "Zombe Man" se entende como uma réplica zombie de "Bane" em The Dark Knight Rises. No entanto, é no título que chega a maior surpresa ao transformar seja por erro, omissão ou um qualquer sentido de humor menos apropriado, o nome da personagem "principal" de "Zombie"... para "Zombe", como se este quisesse ser um filme sobre os mal-amados mortos-vivos mas... na realidade, nunca chegou a ser onde, tal como o protagonista, os próprios são um mero vislumbre numa história onde se assumiam (ou deveriam) como uma sua parte relevante.
Ainda que com um ritmo interessante e um exagero (esperado para o estilo) na dinâmica da vítima indefesa perseguida pelos zombies que estão sempre perto e no seu rasto, Zombe Man: The Journey to Hell é uma daquelas curtas-metragens que precisava de um pulso mais firme e um propósito mais concentrado, conferindo às suas personagens uma dinâmica tão forte e intensa como aquela tida na construção da atmosfera envolvente para que, no final, se assumisse como uma história relevante para que o espectador se recordasse dela enquanto referência no género... Para isso ajudaria que pequenos detalhes fossem também trabalhados, nomeadamente no que diz respeito ao guarda-roupa onde toda a vestimenta do protagonista - já de si preocupante pela óbvia referência que faz a outra personagem de outro filme - não fosse diminuída quando o espectador encontra um par de ténis a acompanhar que mais parece ter saído à cinco minutos da loja... Neste género de filmes é o detalhe que conta... e quando algo parece estar a correr bem... chega todo um conjunto de elementos que deita por terra tudo o que fora anteriormente construído.
No final, se existe viagem ao inferno é aquela tida pelo espectador sedento de uma história sobre "o fim" e encontra algo repleto de não duvidadas boas intenções mas muita falta de concretização que não fala... mas berra muito alto.
No final, se existe viagem ao inferno é aquela tida pelo espectador sedento de uma história sobre "o fim" e encontra algo repleto de não duvidadas boas intenções mas muita falta de concretização que não fala... mas berra muito alto.
.
.
2 / 10
.
Sem comentários:
Enviar um comentário