quarta-feira, 13 de outubro de 2010

John Rabe (2009)

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John Rabe, o Negociador de Florian Gallenberger é um filme sobre o empresãrio alemão destacado na China na década de 30 que conta com a participação de um leque internacional de actores onde se destacam Ulrich Tukur, Anne Consigny, Daniel Brühl e Steve Buscemi.
A história deste filme centra-se em acontecimentos verídicos que decorreram no final da década de 30 na China em torno da acção do empresário alemão John Rabe que no período final da administração da fábrica Siemens e na eminência da invasão japonesa do país consegue criar uma zona livre onde se refugiam e salvam mais de 200 mil chineses.
A sua acção, nunca reconhecida pela Alemanha Nazi nem mais tarde pelas forças aliadas, resultou para o próprio John Rabe na morte no esquecimento e na miséria no início da década de 50 no seu país natal. Ficaria para a História a sua acção como um herói humanitário.
Este filme de produção tripartida entre Alemanha, França e China, e filmado em Nanjing na China onde a acção real decorreu de facto é um interessantíssimo filme histórico que recria uma parte negra da História do século XX, não como é habitual na Europa mas na Ásia onde para a maioria estes acontecimentos ainda estão em muito por contar.
O argumento também da autoria de Florian Gallenberger recria muito bem tanto a intensidade dramática que é típica de uma história deste calibre e os actores que funcionam muito bem entre si recirando uma química muito interessante, dão corpo e alma às pessoas que interpretam. Recriam assim na perfeição não só os dramas com que cada um vivia mas também aqueles com que se deparavam no meio de tão grande catástrofe que, a qualquer momento, mostrava que o perigo e a morte espreitavam por todos os lados.
À semelhança de muitos dos filmes que retratam este período negro da nossa História comum, este também consegue ser um filme muito bem dirigido e interpretado, e recriar momentos intensos e de grande tensão que mostram o que na realidade deve ter sido o terror daqueles negros anos. O terror e também claro está a Humanidade que está inerente a estas épocas onde não só o pior do Homem é mostrado como também aquilo que ele consegue ter de bom e de positivo.
Dito isto, não só serve como uma interessante peça de cinema como também, e possivelmente o principal, uma importante peça e testemunho da História mundial. Um filme que não se deverá perder e que, como todos os grandes filmes, passou muito discretamente pelo nosso país.
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8 / 10
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