Aurum de Gui Mota, João Fonseca e Rúben Amado foi uma das curtas-metragem em competição na última sessão do Shortcutz Xpress Viseu em que estive presente, e um interessante trabalho com o qual podemos encontrar uma alarmante coincidência com o mundo em que vivemos.
Esta curta-metragem insere-nos numa sociedade e num futuro distantes onde um Robot recolhe materiais pobres e os tenta transformar em ouro ao mesmo tempo que o meio envolve parece degradar-se e os recursos naturais e a Natureza se extinguem com esta tentativa louca de conquistar uma riqueza sem limites.
Quanto mais ouro obtém mais a Natureza, aqui representada por uma árvore, se desgasta e morre obrigando assim o espectador a pensar na constante industrialização e mecanização presente na vida de cada um e na forma como o impacto entre ambas nem sempre é o mais eficiente ou harmonioso sendo que em muitas situações existe um claro choque frontal que nos alerta para os excessos de produção e de consumo face àquilo que é realmente necessário e sustentável para as populações actuais e futuras.
Aurum é assim uma curta-metragem desafiante que, apesar de completa e das imediatas relações que estabelecemos com a longa-metragem WALL E, de Andrew Stanton sendo que aqui no entanto é uma visão de um robot materialista ao contrário da humanidade expressa pela animação da Pixar, deixa ainda assim uma vontade de que se tornasse num filme de maior duração onde várias questões fossem respondidas, nomeadamente do que nos levou até este ponto ainda que, de certa forma, já saibamos todas essas mesmas respostas.
.
.
7 / 10
.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário