sexta-feira, 24 de junho de 2016

Independence Day: Resurgence (2016)

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O Dia da Independência: Nova Ameaça de Roland Emmerich é a esperada sequela do êxito de 1996 que, vinte anos passados, recupera a já esperada re-invasão do Planeta Terra pelas mãos de uma horde alienígena que pretende capturar os recursos do mesmo para a sua subsistência eliminando, dessa forma, toda a vida conforme os humanos a conhecem.
Num mundo transformado pelo património tecnológico deixado após a invasão de 1996, o Planeta Terra recebe novos indícios de um novo ataque está iminente. O antigo Presidente Whitmore (Bill Pullman) é agora um homem atormentado física e psicologicamente por todos os traumas de uma guerra então desconhecida. Vetado a um auto-isolamento onde vive atormentado pelos pesadelos dos trágicos dias de há vinte anos, Whitmore "acorda" para a dura realidade de que os factos se vão repetir... e em maior escala.
David Levinson (Jeff Goldblum), agora um enviado do governo norte-americano aos locais onde existem indícios extra-terrestres volta, também ele, a pressentir que algo se prepara enquanto toda uma nova força de jovens ases militares composta por Jake Morrison (Liam Hemsworth), Dylan Hiller (Jessie T. Usher) - filho de "Steve Hiller" interpretado por Will Smith aqui não presente - e Patricia Whitmore (Maika Monroe) vão enfrentar o perigo uma vez que este chegue finalmente ao planeta.
Já sem a presença de Will Smith ou de Margaret Colin que teve uma presença secundária mas determinante na trama de Independence Day (1996) e com uma Jasmine Hiller (Vivica A. Fox) com uma participação especial e meramente figurativa, o argumento de Independence Day: Resurgence da autoria do realizador em colaboração com Dean Devlin, Nicolas Wright, James A. Woods e James Vanderbilt centra-se quase exclusivamente num novo desfile de dispendiosos efeitos especiais, na introdução de uma "segunda geração" de guerreiros que pressupõe de igual forma a despedida da primeira, e num ideal de um planeta unido em torno de um bem comum - a sua própria segurança - graças a uma sociedade tecnologicamente avançada às custas dos despojos de guerra deixados na Terra em 1996.
Resumindo, do elenco original já faltam alguns actores cujas personagens ou desapareceram por força das circunstâncias ao longo do título original ou que, por sua vez, a passagem dos tempos e dos riscos que lhe estavam inerentes, os fez "desaparecer" sem deixar rasto - ou por outra forma de o dizer... alguns não quiseram voltar a fazer parte deste capítulo das suas carreiras profissionais - e, desta forma, existem (vinte anos depois), toda uma nova geração de actores (então crianças ou adolescentes) que poderão agora tomar o controle dos destinos do nosso planeta sacrificando e inovando os seus desempenhos a cada dia que passa. Simpática - ainda que relativamente previsível - a recuperação de "Dylan" e "Patricia" para Independence Day: Resurgence agora como jovens adultos e combatentes num mundo que ainda que pacificado, não pode esquecer os duros dias do Verão de '96 em que tudo e todos foram ameaçados. Com os seus próprios dramas pessoais - ainda que pouco explorados - onde a amizade e a fidelidade à família (antiga e futura) em causa, estas personagens como, na prática, todas as demais ficam muito aquém do respectivo e merecido desenvolvimento que poderia de melhor forma ilustrar como passaram esses tais vinte anos e como lidaram - ou lidam - com as perdas pessoais que os mesmos lhes granjearam destacando apenas, e ainda que de forma muito tímida, o cada vez mais cómico e excêntrico "Dr. Okun" de Brent Spiner que não tendo registado grande evolução na sua personagem (por motivos que apenas irá perceber que fôr ver este filme) consegue, no entanto, ser aquele que se destaca de todos os demais mesmo que com uma participação pontual. Como o desenvolvimento da personagem é, normalmente, colocado para segundo plano neste género de filmes onde o caos e a desordem reinam, Independence Day: Resurgence centra-se basicamente naquilo em que se espera que seja bom... os seus efeitos especiais. Não sendo especialista no infindável mundo que os sustenta, a única coisa que posso dizer enquanto espectador é que foi uma prova superada e não só os temos para todos os gostos como presentes do primeiro ao último instante. Mas, mesmo aqui, poderia ter existido um melhor aproveitamento do mesmo começando pela exploração de todo um mundo novo - o interior da gigantesca nave-mãe - não o remetendo para pequenos segmentos que são, também eles, francamente esperados e previsíveis. Simpáticos para a dinâmica de acção de Independence Day: Resurgence mas... previsíveis.
Previsível também - e algo que começa por se tornar numa "tendência" do género - é a simpática aliança sino-americana naquela que é uma clara piscadela de olho ao público chinês. Certo, já percebemos... este filme tem mais hipótese de recuperar tudo aquilo que foi gasto na sua concepção apenas com o público chinês mas... sejamos honestos, existem formas menos óbvias de o fazer sem que o líder de toda a estação lunar seja chinês e uma das mais experientes pilotos seja a sua sobrinha... também ela chinesa. Estamos em 2016, e com certeza todos nós sabemos que a China não é um canto isolado do mundo pelo qual a inovação e o progresso não passaram...
Assim, com momentos mais ou menos empolgantes que na prática foram mais bem sucedidos no título do século XX do que aqui, Independence Day: Resurgence é aquilo que dele se espera... um blockbuster pronto a fazer dinheiro nas bilheteiras durante este Verão... um sem número de elaborados efeitos especiais que tentam - e alguns conseguem - surpreender pela sua qualidade... uma história sem grande novidade na história (?) para além do envelhecimento e desaparecimento de algumas das suas personagens e a clara apresentação da "nova geração" que, como o próprio filme deixa adivinhar, esteve em treinos para o eventual terceiro e derradeiro título onde "all bets are off"...
Será de esperar ver algo diferente? Obviamente que não... Estamos perante alguns lugares comuns e piadas forçadas do estilo "eles gostam de locais históricos para destruir"?... sim! Consegue Independence Day: Resurgence distrair, divertir e cumpre a função enquanto filme de acção?! Sem dúvida alguma... não deixa o impacto que teve o seu predecessor mas, ainda assim, cumpre a sua missão enquanto um bom filme de entretenimento que irá fazer sucesso na próxima gala dos MTV Awards...
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"President Whitmore: We convinced an entire generation, that this is a battle that we could win. We sacrifice for each other no matter what the cost. And that's worth fighting for."
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7 / 10
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