Resposta Rápida de Philippe Gagnon é um telefilme canadiano recentemente exibido num canal de televisão nacional que centra a sua acção nas horas em que Gerry (Kristopher Turner) e Camilla (Dania Ramirez), dois paramédicos, são detidos contra vontade por Austin (Joris Jarsky) e Dermot (Adam Butcher), dois vulgares criminosos depois de um último golpe que correu mal.
Contrariamente ao que normalmente acontece com este género de telefilme menos conhecidos do grande público, o argumento de Doug Barber a James Phillips para First Response consegue manter o espectador em suspenso (e suspense) sobre os destinos dos dois paramédicos que são apanhados numa situação fora do seu ambiente natural colocando-os naquele sempre eterno dilema do "lugar errado à hora errada".
Se os primeiros instantes desta história parecem levar o seu público para uma habitual história de algum tiroteio e discursos banalizados, rapidamente o espectador compreende que existe um pouco mais a revelar não só sobre esta história - ainda que com os seus lugares comuns - e principalmente sobre as suas personagens que nem sempre são aquilo que aparentam. Num mundo onde a inocência não abunda e onde todos têm um passado que pretendem ver esquecido, First Response acaba por desmistificar não a ideia de que ninguém é inocente mas sim um certo paradigma de que as escolhas individuais - em momentos de uma aparente crise - não só revelam o carácter de cada um como, muito particularmente, a noção de que por detrás de um rosto podem esconder-se muitas identidades.
Não sendo o tradicional road-movie pois, afinal não existe nenhuma viagem pelo interior profundo de um país que revela as personalidades daqueles que nela embarcam, First Response consegue manter alguma dessa verve na medida em que tudo se descobre sobre as vidas daquelas quatro personagens que partilham uma pequena viagem no interior de uma ambulância. Entre vítimas e agressores, salvadores de vidas e criminosos, todos encontram uma função específica dentro daquele espaço e, à medida que o tempo avança, sem perderem a sua característica individual todos, sem excepção, acabam por se modelar às circunstâncias e revelar um pouco mais ou dos seus demónios ou do próprio "demónio" que tão habilmente conseguiram - até então - esconder.
Diverso na construção das suas personagens, interessante pela abordagem e surpresa que confere ao seu argumento mas sobretudo dinâmico na junção destes elementos, First Response consegue fazer elevar as suas personagens graças a dinâmicas interpretações dos seus actores muito em particular de Joris Jarsky como "Austin Hayes", um criminoso vulgar que sobressai pelo seu aspecto rude e linguagem mais ameaçadora mas que aos poucos revela uma inesperada conduta moral não tão diferente da maioria de nós - excepção seja feita ao lado criminal claro está - que se rege por um conjunto de valores que poderia facilmente ser manifestado por qualquer pessoa que tende a proteger o seu círculo primário de influência e ter por perto aqueles com quem partilha laços afectivos mais distintos.
Sem grandes efeitos - e eventualmente também sem um orçamento muito elevado - First Response é o tal improvável telefilme que se distingue dos demais pela qualidade e simplicidade com que se deixa construir e não sendo um daqueles filmes que recordamos anos depois, consegue manter-se vivo e seguro no "seu" lugar por toda uma conjunção de elementos de produção que, sem expectativas, o tornaram num filme capaz de mostrar qualidade e, através dela, manter o seu público interessado do início ao final.
Agradável para um bom final de tarde, First Response não deixará indiferente o seu público. Pelo contrário, deixa ainda "no ar" a sugestão de que com um maior orçamento poderia ter sido aquele filme de construção de personagens para o qual estaríamos atentos.
Contrariamente ao que normalmente acontece com este género de telefilme menos conhecidos do grande público, o argumento de Doug Barber a James Phillips para First Response consegue manter o espectador em suspenso (e suspense) sobre os destinos dos dois paramédicos que são apanhados numa situação fora do seu ambiente natural colocando-os naquele sempre eterno dilema do "lugar errado à hora errada".
Se os primeiros instantes desta história parecem levar o seu público para uma habitual história de algum tiroteio e discursos banalizados, rapidamente o espectador compreende que existe um pouco mais a revelar não só sobre esta história - ainda que com os seus lugares comuns - e principalmente sobre as suas personagens que nem sempre são aquilo que aparentam. Num mundo onde a inocência não abunda e onde todos têm um passado que pretendem ver esquecido, First Response acaba por desmistificar não a ideia de que ninguém é inocente mas sim um certo paradigma de que as escolhas individuais - em momentos de uma aparente crise - não só revelam o carácter de cada um como, muito particularmente, a noção de que por detrás de um rosto podem esconder-se muitas identidades.
Não sendo o tradicional road-movie pois, afinal não existe nenhuma viagem pelo interior profundo de um país que revela as personalidades daqueles que nela embarcam, First Response consegue manter alguma dessa verve na medida em que tudo se descobre sobre as vidas daquelas quatro personagens que partilham uma pequena viagem no interior de uma ambulância. Entre vítimas e agressores, salvadores de vidas e criminosos, todos encontram uma função específica dentro daquele espaço e, à medida que o tempo avança, sem perderem a sua característica individual todos, sem excepção, acabam por se modelar às circunstâncias e revelar um pouco mais ou dos seus demónios ou do próprio "demónio" que tão habilmente conseguiram - até então - esconder.
Diverso na construção das suas personagens, interessante pela abordagem e surpresa que confere ao seu argumento mas sobretudo dinâmico na junção destes elementos, First Response consegue fazer elevar as suas personagens graças a dinâmicas interpretações dos seus actores muito em particular de Joris Jarsky como "Austin Hayes", um criminoso vulgar que sobressai pelo seu aspecto rude e linguagem mais ameaçadora mas que aos poucos revela uma inesperada conduta moral não tão diferente da maioria de nós - excepção seja feita ao lado criminal claro está - que se rege por um conjunto de valores que poderia facilmente ser manifestado por qualquer pessoa que tende a proteger o seu círculo primário de influência e ter por perto aqueles com quem partilha laços afectivos mais distintos.
Sem grandes efeitos - e eventualmente também sem um orçamento muito elevado - First Response é o tal improvável telefilme que se distingue dos demais pela qualidade e simplicidade com que se deixa construir e não sendo um daqueles filmes que recordamos anos depois, consegue manter-se vivo e seguro no "seu" lugar por toda uma conjunção de elementos de produção que, sem expectativas, o tornaram num filme capaz de mostrar qualidade e, através dela, manter o seu público interessado do início ao final.
Agradável para um bom final de tarde, First Response não deixará indiferente o seu público. Pelo contrário, deixa ainda "no ar" a sugestão de que com um maior orçamento poderia ter sido aquele filme de construção de personagens para o qual estaríamos atentos.
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