sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Saam Gwok Dzi Gin Lung se Gap (2008)

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Os Três Reinos: O Renascer do Dragão de Daniel Lee é uma longa-metragem de produção asiática que nos conta a história de Zhao (Andy Lau), um homem de origens modestas e que vindo de uma terra devastada por uma prolongada guerra civil consegue através dos seus heróicos actos militares não só ascender aos mais altos cargos no exército como tornar-se ele próprio numa lenda perante os seus aliados como também perante a população.
É quando se percebe que a aparentemente interminável guerra só poderá ter um fim com a derrota dos chefes revoltosos que Zhao, então já de uma idade avançada, se tornará definitivamente no símbolo que todos reconhecem.
Se a nível de interpretações este filme não é essencialmente rico, pelo contrário e há excepção de uma sempre magnífica Maggie Q. os demais intérpretes demonstram uma quase inexistente compreensão das motivações e do "espírito" da personagem que incorporam limitando-se na sua quase totalidade a entregar uma abordagem muito ao estilo das artes marciais, não deixa de ser igualmente verdade que nestas produções históricas asiáticas os seus aspectos técnicos são no mínimo surpreendentes e deslumbrantes. Os cenários naturais de uma China de há séculos atrás não deverão ser dificeis de encontrar num país tão gigante, e o mesmo se poderá dizer no conjunto admirável de figurantes que este tipo de produção consegue reunir naquele país. A grandiosidade do filme está assim, quase sempre garantida e visualmente este é rico ao ponto de nos conseguir abstrair em diversas ocasiões da história propriamente dita. Se por um lado este aspecto poderia ser suficiente para nos fazer rever o filme, não deixa de ser verdade que na prática aquilo que de pouco retiramos da mesma não nos motiva para o rever.
No entanto, e seguindo o referido no parágrafo anterior há ainda que reconhecer a qualidade artística do mesmo. Vamos pôr de parte por momentos (ou na totalidade até) as inúmeras acrobacias que preenchem este filme. Vamos "fazer de conta" que elas não existem em nenhuma ocasião... Concentremo-nos em aspectos que dão a este filme, e a outros do género, a tal referida riqueza visual... O guarda-roupa da autoria de Thomas Chong que tanto em cenário de guerra como nos ricos conjuntos a que Maggie Q. dá "forma", demonstram ser uma das componentes mais importantes do filme, bem como a fotografia de Tony Cheung que graças aos seus tons esbatidos e uma grande ausência de luz e cor dão vida a uma paisagem natural que ilustra a devastação da guerra sem que sejam necessárias visualizações de uma qualquer destruíção. Esta assume-se pela ausência de um cenário "man-made" que reflecte sobre o afastamento da civilização ou de espaços que glorifiquem a acção e obra do Homem.
Este filme é essencialmente para apreciadores do género ou da filmografia asiática que sendo tecnicamente rica e muito "visual" tem neste estilo de produção ainda um caminho longo para percorrer para um espectador dito "ocidental" mais distante desta realidade, heróis ou mitos, sendo assim um filme feito essencialmente para o espectador asiático que consegue identificar-se com os mesmos.
Interessante é sendo que, no entanto, a sua história deveria ser mais trabalhada para cativar uma audiência mais vasta. Isto dito, com a clara consciência de que um público chinês é vasto o suficiente.
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5 / 10
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