domingo, 24 de abril de 2011

Swoon (1992)

.
Swoon - Colapso do Desejo de Tom Kalin foi o filme vencedor do Grande Prémio da Semana dos Realizadores do Fantasporto em 1993 e conta-nos a história do casal homossexual assasino Richard Loeb e Nathan Leopold Jr..
Esta dupla de assassinos Leopold (Craig Chester) e Loeb (Daniel Schlachet) embarcaram durante a década de 20 num conjunto de crimes cada vez mais elaborados com o único e exclusivo intuito de provar se eram realmente capazes de os cometer. Por entre assaltos, incêndios e destruição de tudo por onde passavam, esta dupla resolve efectuar o rapto de uma criança judia, cujos pais eram ricos e conceituados, como forma de por ela pedirem um resgate. Aquilo que depois decidiram foi além do rapto, assassinar também a criança para que não restassem provas.
Com este filme acompanhamos não só a sórdida e doentia relação de dominador e dominado que unia estes dois homens, mais do que uma relação de amor ou de cumplicidade, e os primeiros passos que davam nos seus pequenos e crescentes crimes.
Em tom de relato ao estilo de um diário, percebemos a tensão que se acumulava entre ambos e também para com os planos que arquitectavam em nome de um cada vez melhor e mais bem executado crime até ao tão famoso rapto passando de seguida à execução do mesmo, consequente captura e processo judicial que envolveu muitos peritos que os estudaram devido ao tão hediondo crime que chocou toda a comunidade.
Finalmente temos ainda um relato novamente similar a um diário de toda a vida dos dois criminosos na prisão, o consequente assassinato de Loeb e a restante vida de Leopold que faleceu já de idade avançada e em liberdade.
O estilo de relato quase permanente deste filme não me conseguiu seduzir minimamente. É certo que temos uma dramatização dos factos a acompanhá-lo mas a divisão entre ficção e ficção/documental não consegue cativar facilmente o espectador.
As interpretações dos dois actores, praticamente desconhecidos, é francamente positiva e ambos conseguem transmitir perfeitamente a relação de dominador e dominado ao longo do filme. As tensões existentes entre ambos para elaborarem o crime perfeito, a relação de dominação bem com a excitação que ambos retiravam da mesma está presente durante todos os momentos em que representam juntos. No entanto, a falta de secundários que suportem esta dinâmica acaba por fazer o filme perder-se um pouco na interacção destes actores para com os demais. Muito quente em dados momentos para totalmente frio nos demais não estabelecendo uma uniformidade ao longo de todo o filme.
A fotografia de Ellen Kuras é francamente interessante mas, no entanto, graças à generalidade de cenários excessivamente minimalistas esta acaba por perder-se e não real potencialidade ao filme acabando no final por ser apenas um filme a preto e branco privado de cenários enriquecedores para caracterizar não só a época como as personagens.
Como apreciação final... este filme é, genericamente falando, interessante. Tem duas boas interpretações e uma história famosa da qual ainda hoje se fala mas que perde por alguns importantes aspectos negativos que acabam por tomar conta do filme.
Assim, vale a pena ver, é um facto, mas não só é de degustação dificil como no final acabamos por perceber que fica longe daquilo que poderia ter sido. Interessante mas longe de ser bom.
.
.
6 / 10
.

Sem comentários:

Enviar um comentário