sábado, 2 de abril de 2011

Coeurs (2006)

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Corações de Alain Resnais reune um elenco de luxo onde bilham nomes como Laura Morante, Lambert Wilson, André Dussolier, Sabine Azéma, Pierre Arditi e Isabelle Carré.
Este filme de Alain Resnais cuja acção decorre numa Paris fria, apesar de ser a cidade do amor, revela-nos um conjunto de personagens que procuram desesperadamente o afecto e o amor mesmo que este lhes esteja temporariamente indisponível.
Por muito que tentem e por muito que procurem, os afectos e as ligações sentimentais com outras pessoas não parecem querer nada com os mesmos, deixando-os sós, isolados consigo próprios e distantes daquilo que anseiam... o amor.
O filme, que é interessante e tem as suas várias histórias interligadas de uma forma inteligente e muito coerente, tem ao mesmo tempo algo que me "aflige" um pouco nos filmes... a sua demorada e algo extensa "passada" em diversos momentos.
Se por um lado as histórias que versam sobre as inúmeras complexidades das relações humanas desde as relações frustradas e que não conseguem avançar, a solidão, a exteriorização de certos e determinados fetiches ou até mesmo a incapacidade que se tem de poder amar quem "nos" ama perde-se, para mim, um pouco na por vezes demorada explanação dos vários segmentos individuais de cada uma das personagens.
Temos disto exemplo o caso de Charlotte, a personagem brilhantemente interpretada pela actriz Sabime Azéma de quem percebemos muito prontamente onde irá terminar mas que, no entanto, demora três ou quatro segmentos até isso ser de facto confirmado.
De todo o filme, que me agradou não conseguindo no entanto espantar-me, destaco os segmentos entre Nicole (Morante) e Dan (Wilson) que não só aprecio como actores, como conseguem aqui dar um perfeito retrato do que é estar numa relação e sentir-se por um lado só (Charlotte) e por outro incapaz de amar a cara-metade da forma como realmente se pretende devido à incapacidade de expressar os seus reais sentimentos (Dan).
Apenas como uma curiosidade... Um factor "positivo", e disso é impossível dizer coisa diferente, é a capacidade que Resnais teve de transformar Paris, a eterna cidade do amor, numa cidade fria e desprovida de sentimentos mais fortes entre as pessoas.
Temos um filme relativamente bom mas que peca um pouco pela sua excessiva duração, especialmente se pensarmos em alguns lugares comuns e sequências previsíveis que retiram muito do brilho que este filme poderia, no final, ter. Ainda assim, um obrigatório de Resnais.
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6 / 10
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