Perdidos no Espaço de Stephen Hopkins foi, em iguais proporções, muito antecipado e uma grande desilusão.
A família Robinson prestes a embarcar numa viagem de reconhecimento de um novo mundo onde os recursos sejam suficientes para começar uma nova vida, não só para a Humanidade como também para a união da própria família, rapidamente se vêem envolvidos em vários acidentes às mãos de um passageiro indesejado que queria o fim da família e o fracasso da missão.
Acidentes estes que os transportam para uma outra dimensão, que mais tarde percebemos ser o seu próprio futuro, impedindo-os não só de completarem a missão que haviam planeado como também o seu regresso a casa.
Este filme que na altura muito antecipei ver principalmente pelos seus dois actores protagonistas, um William Hurt que se desvinculava do terreno dramático, onde tantos e bons desempenhos deu, e assim tentar revitalizar a sua própria carreira, e um Gary Oldman que não era nenhum novato na ficção científica nem tão pouco nas interpretações de vilão, mas que magnífico actor como é, faz com que qualquer cinéfilo (des)espere por qualquer momento com que ele brinde o ecrã.
O filme falha naqueles dois aspectos que acabam por determinar a totalidade do bom funcionamento do mesmo... em primeiro lugar a química entre actores que, na prática, é nula. Não há uma qualquer empatia entre as personagens, nem mesmo naquelas que representam uma família, nem tão pouco na credibilidade do vilão que Gary Oldman interpreta. Tanto os diálogos como a acção que é suposto cada um deles ter acaba por "funcionar" apenas com o intuito de relatar um conjunto de segmentos previstos no argumento e não algo que tenha no fundo um seguimento lógico de acontecimentos que desencadeiam os momentos seguintes. O resultado final quase se assemelha a um conjunto de momentos filmados e colados que resultaram, por alguma obra de magia, naquilo a que se pode chamar de filme.
E isto já para não referir os dois jovens actores que basicamente são crianças, e que as suas personagens os fazem encarnar jovens cientistas especialistas nos mais complicados domínios da dita ciência e informática. Não... nada credível.
A funcionar bem, e menos não seria de esperar, estão os efeitos especiais que tanto na criação das naves espaciais como nas diversas criaturas alienigenas que aos poucos vão surgindo estão não só realistas como bem pensadas e no caso do novo amigo que esta família cria que acaba por se tornar no elemento que mais credibilidade tem no seio do conjunto de actores que aqui ficaram francamente mal aproveitados.
Pouco mais há a acrescentar sobre este filme que finda a sua duração mais nos parece ter sido a vontade de alguém de fazer algo de ficção científica com um conjunto de actores minimamente conhecidos e respeitados tentando, com isso, credibilizar algo que está francamente fraco.
Há excepção dos referidos efeitos especiais e da leve, muito leve, mensagem de esperança no futuro ou de como a esperança começa no meio envolvente e nos laços primários que criamos, a família, este filme tem muito pouco de interessante ou de marcante para o futuro.
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3 / 10
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