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Veneno de Todd Haynes com o qual o realizador venceu o Teddy no Festival Internacional de Cinema de Berlim, resume-se a três distintas histórias que são relatadas na duração do filme num misto de sexo, violências, marginalidade e repulsa.
Dividido em três histórias que se vão contando simultaneamente, sendo a primeira "Herói", que nos relata em estilo documentário, a história de uma criança que após assistir à agressão da sua mãe por parte do pai o mata e desaparece a voar pela janela da sua casa. A segunda história é "Horror", que em abiente de filme anos 50 no relata a história de um cientista que fabrica um elixir da sexualidade humana mas que tem efeitos bem mais complicados do que aqueles que ele imaginara. E finalmente "Homo", que nos relata, tanto na "actualidade" como em flashbacks do passado, a história sexual/sentimental entre dois homens que se reencontram numa prisão.
Estas três estranhas e independentes histórias conseguem ter uma ainda mais estranha relação entre si. Relação essa que se baseia essencialmente em elementos grotescos e que a dado momento conseguem fazer-nos ter repulsa por aquelas bizarras personagens.
Enquanto a história de "Herói" nos dá a conhecer um conjunto de personagens que parecem ter acabado de chegar de uma qualquer outra dimensão, as de "Horror" e a sua condição física afectada pela lepra ou mesmo os comportamentos sociais desviantes que "Homo" nos relata são, no mínimo, tão grotescos como as próprias personagens. É esta mesma repulsa e o grotesco que conseguem interligar as várias personagens. Não que as histórias se relacionem em si, bem pelo contrário mas, no entanto, é este elemento grotesco juntamente com o desejo subjacente em todas elas, que estabelecem o elo condutor de história para história que alternadamente se vai contando.
Esteticamente bem contado, quer através dos cenários de época quer através da própria fotografia que consegue distanciar na perfeição a época em que o filme foi feito em relação àquela em que as diversas histórias ocorrem, mas com interpretações que, àparte da imagem de desejo que retratam, não conseguem trasmitir muito mais relativamente a outras emoções ou sensações.
O desejo, mais concretamente o desejo sexual, aqui tão desejado que seja explícito acaba, em muitos momentos, por estar apenas sugerido através daquilo que nos é contado do que propriamente através daquilo que é relatado com as diversas histórias. Se por um lado é assumida a vontade de fazer deste assunto o principal no filme criando até em dados momentos algumas situações choque, sim que também as tem igualmente provocadas pelo grotesco que representam, por outro parece haver um certo "pudor" (não será a palavra mais adequada pois de pudor este filme pouco tem), em chegar às vias de facto.
Não me convenceu enquanto filme que pretendia recriar o desejo e o desejo sexual, a posse e a violência, mas convence no entanto por ser o filme-"nojo" pois todos os momentos em que se atingem os limites do decente, estes não só são atingidos como até ultrapassados.
Filme choque, para a altura, que além de ter vencido o Teddy no Festival Internacional de Berlim,venceu também o Prémio da Crítica no Fantasporto mas que, aos olhos de hoje, já foi por muitos ultrapassado e de forma que considero ser muito mais bem conseguida.
Dividido em três histórias que se vão contando simultaneamente, sendo a primeira "Herói", que nos relata em estilo documentário, a história de uma criança que após assistir à agressão da sua mãe por parte do pai o mata e desaparece a voar pela janela da sua casa. A segunda história é "Horror", que em abiente de filme anos 50 no relata a história de um cientista que fabrica um elixir da sexualidade humana mas que tem efeitos bem mais complicados do que aqueles que ele imaginara. E finalmente "Homo", que nos relata, tanto na "actualidade" como em flashbacks do passado, a história sexual/sentimental entre dois homens que se reencontram numa prisão.
Estas três estranhas e independentes histórias conseguem ter uma ainda mais estranha relação entre si. Relação essa que se baseia essencialmente em elementos grotescos e que a dado momento conseguem fazer-nos ter repulsa por aquelas bizarras personagens.
Enquanto a história de "Herói" nos dá a conhecer um conjunto de personagens que parecem ter acabado de chegar de uma qualquer outra dimensão, as de "Horror" e a sua condição física afectada pela lepra ou mesmo os comportamentos sociais desviantes que "Homo" nos relata são, no mínimo, tão grotescos como as próprias personagens. É esta mesma repulsa e o grotesco que conseguem interligar as várias personagens. Não que as histórias se relacionem em si, bem pelo contrário mas, no entanto, é este elemento grotesco juntamente com o desejo subjacente em todas elas, que estabelecem o elo condutor de história para história que alternadamente se vai contando.
Esteticamente bem contado, quer através dos cenários de época quer através da própria fotografia que consegue distanciar na perfeição a época em que o filme foi feito em relação àquela em que as diversas histórias ocorrem, mas com interpretações que, àparte da imagem de desejo que retratam, não conseguem trasmitir muito mais relativamente a outras emoções ou sensações.
O desejo, mais concretamente o desejo sexual, aqui tão desejado que seja explícito acaba, em muitos momentos, por estar apenas sugerido através daquilo que nos é contado do que propriamente através daquilo que é relatado com as diversas histórias. Se por um lado é assumida a vontade de fazer deste assunto o principal no filme criando até em dados momentos algumas situações choque, sim que também as tem igualmente provocadas pelo grotesco que representam, por outro parece haver um certo "pudor" (não será a palavra mais adequada pois de pudor este filme pouco tem), em chegar às vias de facto.
Não me convenceu enquanto filme que pretendia recriar o desejo e o desejo sexual, a posse e a violência, mas convence no entanto por ser o filme-"nojo" pois todos os momentos em que se atingem os limites do decente, estes não só são atingidos como até ultrapassados.
Filme choque, para a altura, que além de ter vencido o Teddy no Festival Internacional de Berlim,venceu também o Prémio da Crítica no Fantasporto mas que, aos olhos de hoje, já foi por muitos ultrapassado e de forma que considero ser muito mais bem conseguida.
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