Sexo e Pequeno Almoço de Miles Brandman relata a história de dois jovens casais e os seus problemas de adaptação a uma vida a dois. Por um lado o espectador encontra James (Macaulay Culkin) e Heather (Alexis Dziena) e, por outro, Ellis (Kuno Becker) e Renee (Eliza Dushku) que, na incapacidade de sentirem um estímulo com a relação que recentemente haviam começado, decidem procurar aconselhamento junto de uma terapeuta que os aconselha a procurarem casais que, tal como eles, considerem a hipótese de swing para apimentar aquilo que, até ao momento, julgam estar adormecido pela rotina dos dias.
Sendo o típico filme para jovens casais que procuram uma noite de sexta bem passada, Sex and Breakfast é, no entanto, um retrato repleto de banalidades e lugares comuns que desapontam em todas as frentes. Dos problemas rotineiros que, na realidade, nunca chegam a ser uma questão real aos pequenos arrufos e ciúmes típicos de quem está saturado do dia-a-dia que leva, o espectador poderia pensar que um conjunto de jovens actores entre os quais se destacam os já referidos Dushku e Culkin que se esperava poderem revitalizar as suas carreiras, conseguisse elevar esta longa-metragem a um patamar mais distinto. No entanto, nem estes actores com interpretações banais nem tão pouco a história conseguem por um momento dinamizar uma história que parece enrolar e enrolar... sem nunca chegar a bom porto.
Inicialmente o espectador conhece estes dois casais e percebe as suas dinâmicas. Os mais jovens - supostamente Culkin e Dziena - vivem aquela relação descomprometida entre o "cromo" de serviço e a "matadora" que segurou o rapazola enquanto se diverte com flirt's inconsequentes que vai estabelecendo por onde passa ignorando (in)voluntariamente os sentimentos do pobre rapaz perdido de amores por ela. Do outro lado, temos o casal mais velho e supostamente mais estabelecido - Becker e Dushku - que se sentem francamente conformados com uma relação sem expectativas e onde os limites (inexistentes) parecem ser uma certeza... Ele pouco preocupado com ela... ela aparentemente pouco preocupada com a passividade do dia-a-dia. Se o argumento de Brandman é, por si só, o retrato desastroso de uma nova imagem do ideal de casal - nem quero pensar o que seria um casamento... - e de um conjunto de jovens que nem sequer se deram ao trabalho de se conhecer e menos ainda perceber quem é o "outro" que com eles vive, não será menos correcto afirmar que todas estas personagens sem alma são mal dirigidas pelo realizador e incapazes de "personificar" uma alma que ou nunca os "habitou" ou muito cedo deixou aquelas "carcaças". Dito isto... onde é possível encontrar algum "sumo"? Não é... Não é possível reter grande coisa de positivo a respeito desta longa-metragem na medida em que tudo parece apenas querer responder a um conjunto de lugares comuns, banalidades e ideias pré-formatadas sobre o que são as relações modernas incapazes de (sobre)viver apenas com a dedicação ao outro necessitando urgentemente de encontrar algo mais em cada esquina que se cruza. Assim, e por entre um conjunto de trivialidades, lugares comuns, vontades e arrependimentos temos um filme que se perda no potencial do que poderia ter sido e na mediocridade daquilo em que acabou por se transformar.
Sem grandes apontamentos dignos de registo, sem interpretações exemplares - justiça seja feita, no entanto, a Kuno Becker que acaba por ser o único actor capaz de demonstrar algum potencial e profundidade dramática através dos conflitos interiores da sua personagem - Sex and Breakfast resume-se ao já apontado... um filme que serve de aperitivo para jovens casais que pensam viver os mesmos dramas (imaginados) vividos numa peça que tem menos impacto no "eu" do que uma noite mal dormida e que se esquece mais rapidamente do que aquilo que se comeu ao pequeno almoço.
Banal, por vezes irreflectido e sem grande alma, espírito ou curiosidade pela exploração que estas personagens poderiam - nunca o saberemos - ter, o espectador vê Sex and Breakfast e esquece-o com mais rapidez ainda... Talvez seja na capacidade de ser facilmente ignorado que resida, para os seus actores, o tal grande bónus... na prática poucos - ou nenhum - de nós o irá recordar mais tarde.
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