Glüeckskind de Samuel Auer é um documentário em formato de curta-metragem presente na secção competitiva do Leiria Film Fest que ontem terminou na cidade beirã e que nos dá a conhecer o trabalho do artista Kolja Kugler em Berlim que através do lixo deixado para trás pelos habitantes da cidade constrói esculturas de tamanho real e, muitas das quais, dotadas de movimento.
Naquilo que poderia ser apelidado como um simples documentário ambientalista graças à forma como Kugler aproveita os detritos dos demais para construir as suas obras é também facilmente apelidado de uma obra artística na medida em que retrata todo um processo criativo de um homem que (se) expõe ao mundo através da sua arte. Com reminiscências muito próximas a Chappie, de Neill Blomkamp - é preciso ver este documentário para perceber a comparação - Glüeckskind é uma breve mas pertinente obra que valida os ideais de ambientalismo, de arte e principalmente da marca de um homem pelo espaço e pelo planeta.
Interessante, pertinente e curioso Glüeckskind merecia ir além da sua breve duração enquanto curta-metragem para conhecermos melhor o homem e a arte (que produz), o seu destino e principalmente as suas motivações num mundo artístico onde - por vezes - parece que a criatividade foi abandonada e se respondem apenas a padrões estilísticos já produzidos e vistos.
.
6 / 10
.
Sem comentários:
Enviar um comentário