O Nevoeiro de Rupert Wainwright é um remake do título homónimo da década de 80 realizado então por John Carpenter.
O filme, que não difere do original, conta-nos a história de uma cerimónia que vai homenagear os fundadores da pequena cidade costeira e, nesse exacto momento, ocorrem uma série de hediondos crimes que assolam a sua tranquilidade.
Aquilo que o pequeno grupo de protagonistas, composto por Tom Welling, Maggie Grace e Selma Blair vêm depois descobrir é que esses mesmos fundadores de quem são descendentes, elevaram a pequena cidade com base no crime, na traição e na morte de William Blake (Rade Serbedzija) aquele que era o seu real proprietário.
A partir daqui já sabemos o que sucede... Envoltos num misterioso nevoeiro as suas almas torturadas regressam para literalmente exterminar os descendentes dos fundadores da cidade e assim obterem a tão desejada vingança.
Este filme que por breves momentos consegue recriar alguns interessantes sustos fica, no entanto, a milhas marítimas da versão original que com muito menos meios, especialmente no que a efeitos visuais diz respeito, conseguiu recriar um verdadeiro clássico de terror que ainda me lembro de ver e de ficar praticamente colado ao sofá com medo daquilo que o televisor passava.
Talvez por esse mesmo aspecto de aqui o terror vir sob máscara de grandes efeitos especiais se perca muito daquele terror que de facto metia medo, ou seja, enquanto que aqui a dado momento vemos tudo, na versão original muito ficava à nossa imaginação e à sugestão que as imagens iriam aos poucos criar na nossa mente bem como, é óbvio, ao excelente trabalho de caracterização que havia e que aqui se perde, uma vez mais, em favor de efeitos especiais computorizados.
Muitas das situações são previsiveis e esperadas não só pelo facto de ser um remake como possivelmente também pelo facto de não ser suficientemente convincente, basta pensarmos no segmento em que Elizabeth (Maggie Grace) cai à água e descobre o diário de um dos fundadores da vila ou, pior ainda do que isso, o segmento perto do final em que o absurdo roça o desfecho de um filme que se quer de terror.
Assim, este remake perde bastante e foi, a meu ver, praticamente desnecessário mas no entanto há que admitir que os segmentos em que o nevoeiro surge e ameaça cobrir toda a cidade conseguem, ainda assim, provocar alguma sensação de pânico e claustrofobia mas não o suficiente para pensarmos sequer em colocar este filme ao nível do original.
Interessante e vê-se com bastante facilidade mas acaba por ser mais um daqueles filmes pipoca que se vão ver ao cinema e que depois se esquecem muito rapidamente. Para os fãs do género, e eu sei que sou um deles, desilude mais do que convence mas ainda assim serve pelo entretenimento.
..
3 / 10
.
Sem comentários:
Enviar um comentário