terça-feira, 6 de setembro de 2011

Presunto Culpable (2008)

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Presumível Culpado de Roberto Hernández e Geoffrey Smith é um filme documentário mexicano que nos mostra as enormes falhas nomeadamente aquela apresentada aqui.
Toño é acusado de ter morto um homem, detido, julgado e sentenciado a vinte anos de prisão sem que fossem apresentadas provas concretas da sua culpa. Habitualmente todos somos considerados inocentes até prova em contrário. O sistema judicial mexicano aqui abordado considera todos culpados até uma prova em que a inocência de um indivíduo seja considerada.
O mundo em que vivemos e as transformações que os últimos dez anos nos têm apresentado poderiam justificar este sistema que considera todos culpados. No entanto há que refletir sobre um aspecto demasiadamente importante para nos passar "ao lado". Pensemos então na facilidade com que um determinado indivíduo pode ficar com o seu nome manchado tão facilmente e mesmo "um dia" provada a sua inocência terá ele o seu nome reabilitado ou, em continuidade, será sempre o tal "homem que foi suspeito de...".
A incerteza gerada por uma acusação débil e sem provas pode ser bem mais penalizadora do que uma certeza inegável. Afinal a dúvida pode estabelecer laços bem mais fortes do que uma simples confirmação. A dúvida é, em última análise, aquela que determinará para sempre aquilo que cada um de nós quiser pensar, e também julgar, sobre aquilo que nos foi apresentado.
Este documentário feito por dois advogados que tomaram conhecimento deste caso e o investigaram, feito de uma forma simples mas bem abrangente e esclarecedora, especialmente os momentos da repetição do julgamento de Toño bem como a forma como ele é feito praticamente em sala "aberta" são reveladores de um sistema judicial e penal com muitas falhas que dificilmente, apesar das boas intenções, será resolvido e modificado.
Digno de ser visto por todos os que se preocupam com Direitos Humanos bem como por aqueles que pretendem obter sempre maior conhecimento este documentário não sendo uma obra-prima do género é, no entanto, uma obra que não deve ser perdida.
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8 / 10
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