Spawn - O Justiceiro das Trevas de Mark A.Z. Dippé era, para mim, um filme totalmente desconhecido e que hoje gostaria que assim se tivesse mantido. A curiosidade por certos filmes surge muitas vezes devido a um ou outro actor que se pode admirar e seguir o seu trabalho, outras vezes pura e simplesmente por ser algo diferente daquilo que normalmente se vê. Aqui, a junção destes dois critérios funcionou. Não só é um filme com Martin Sheen como é também um filme fora do habitual nas minhas noites logo... porque não tentar?
Spawn (Michael Jai White) fora em tempos Al Simmons, um mercenário morto por Jason Wynn (Sheen) o seu traiçoeiro patrão no crime, e que regressa do Inferno através de um acordo que estabelece com o próprio cornudo...
Assim não só lhe é dada a oportunidade de vingar a sua morte como em contrapartida terá de liderar o exército do Inferno no controle de toda Humanidade. Aquilo que para Spawn foi um acordo bem pensado, rapidamente muda de contornos quando o próprio Diabo tem os seus próprios planos.
Logo desde o início comecei a suspeitar do filme. Os excessivos créditos psicadélicos iniciais fizeram-me pensar (ao final de cinco minutos) que já estava a ver o filme há horas e as imagens iniciais que mostram uns gráficos e animações tão primitivos que mais pareciam ter sido feitos por uma criança de quatro anos (ou menos) também em nada ajudaram.
Spawn é um filme maçador e aborrecido onde nem as interpretações conseguem safar nada. Martin Sheen tem um desempenho cansativo que o tenta mostrar com menos vinte ou trinta anos do que aquilo que de facto já tem e John Leguizamo que tem em Os Três Mosqueteiros do Amor o melhor desempenho de toda a sua carreira consegue aqui deitar tudo fora voltando a mostrar sem um actor medíocre com pouco gosto no que escolhe (felizmente o Moulin Rouge estava aí à porta).
A própria caracterização dos actores parece-me suficientemente forçada. A de Spawn parece que se limitou a ser um pouco de borracha colada na cara de Michael Jai White e esperamos que com tanto "fogo" ela não derreta pelo caminho... se o filme por si já parece uma lixeira, o cheiro a borracha queimada não iria ajudar em nada. Já a de Leguizamo que não está má de todo, consegue passar ao lado de tão irritante ser a prestação do actor. Em suma, o que até poderia funcionar bem neste filme caiu facilmente por terra.
Outro dos aspectos que conseguem fazer valer pela positiva nestes filmes são os efeitos especiais. Aqui nem isso. Como disse, uma criança de quatro anos poderia muito possivelmente conseguir resultados mais positivos disto. Gráficos pobres e mal conseguidos onde se distingue claramente a sobreposição à imagem real e personagens das quais se ouve voz mas que a boca não tem qualquer movimento tornam todo o seu conjunto num perfeito absurdo.
Resumindo uma longa história... pobre argumento num conjunto de más interpretações que não distraem, não divertem e não convencem... Salve-se o cão do filme que consegue ter dois ou três momentos engraçados porque tudo o resto é um perfeito e dispensável disparate.
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