quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Wolf Creek (2005)

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Wolf Creek de Greg Mclean faz justiça à frase que o publicita... "A emoção está na caça.", deixando-nos desde o início num estado algo incómodo que apenas se agudiza à medida que o tempo passa.
Ben (Nathan Phillips), Kristy (Kestie Morassi) e Liz (Cassandra Magrath) decidem percorrer o interior australiano e passar por algumas localidades emblemáticas do país incluindo Wolf Creek, local onde há milhares de anos embateu um cometa.
Depois de um pequeno percurso pelo local, regressam a um carro avariado e percebem que têm de passar a noite naquela isolada e sinistra localidade até que surge Mick Taylor (John Jarratt), um simpático homem que se propõe ajudá-los... ou talvez não.
Wolf Creek junta-se a um conjunto de filmes que considero serem verdadeiramente assustadores. Tal como Brincadeiras Perigosas, Hostel, Irréversible, Terror na Auto-Estrada, longe de espíritos, demónios e possessões conseguem criar atmosferas de verdadeira terror. O terror provocado pelas próprias pessoas e pela sua capacidade de provocarem e fazerem mal. O mal simplesmente porque sim, sem qualquer artefício ou explicação. Simplesmente porque se pode... assim se faz.
Isto sim, é o motivo suficiente para poder ser considerado de terror. A diferença com os demais filmes é que Wolf Creek é de facto inspirado numa história verdadeira. Aquilo que vemos aconteceu... não é uma mera ficção para entreter espectadores.
E é também com estes pressupostos que a interpretação de John Jarrett é brilhante. Aquele rosto inicialmente simpático como que alguém que os vai salvar de uma noite perdida, transforma-se rapidamente no pior dos pesadelos que alguma vez poderiam ter. Há algo de muito sinistro no seu sorriso que todos eles sabiam mas pelo qual se deixaram, por necessidade, seduzir. Esta sua interpretação consegue transformar-se facilmente numa das mais "odiadas" de que tenho memória de ver em cinema. E logo eu que costumo ter uma especial empatia pelos vilões "de serviço".
Se bem que muito rápidos e quase "indolores" (para o espectador), os segmentos em que Mick tortura os três jovens são suficientemente fortes para nos conseguirem perturbar por todos os segundos de filme que ainda nos restam e conseguem igualmente deixar-nos a desejar que tudo acabe muito rapidamente.
Partilho da opinião de Tarantino que o classifica como um dos melhores filmes de terror dos últimos anos. Aqui o terror ganha uma dimensão bem grande quando percebemos logo à partida que não são personagens ficcionadas que qualquer argumentista com uma imaginação mais fértil poderia criar. Aqui não. Aqui são pessoas como qualquer um de nós que calhou estar no sítio errado e caiu nas mãos de um psicopata que dedica toda a sua vida a este tipo de "desporto".
Não há muito mais a dizer a respeito deste filme além de que é uma muito rápida viagem pelo terror. O terror físico e psicológico que ataca aqueles que menos o esperam.
Muito bom e com um clima bem stressante desde o início que qualquer apreciador do género não deve perder.
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"Mick Taylor: I could tell you. But then I'd have to kill you."
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7 / 10
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