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El Cid - A Lenda de José Pozo é uma longa-metragem de animação espanhola vencedor do Goya na sua categoria e que nos conta a história de Rodrigo, um jovem desinteressado com as responsabilidades que a vida e a idade lhe trazem mas que pelas circunstâncias políticas palacianas acaba por ser ver afastado do seu pai e da corte.
Afastado do local onde sempre havia passado a sua vida e de todos aqueles que conhecia, Rodrigo vagueia agora pela Ibéria numa altura em que a invasão muçulmana se adivinhava. Quando Rodrigo assume naturalmente as suas responsabilidades no desterro a que fora condenado, estava longe de imaginar que se tornaria numa lenda.
Se pensarmos neste filme através de uma perspectiva histórica e se a isso juntarmos o facto de que por ser um filme de animação consegue mais facilmente chegar a um público mais jovem, a sua mensagem consegue ser transmitida de uma forma mais fácil do que propriamente se fosse um filme de ficção que dificilmente alcançaria o seu público alvo.
No entanto temos também de olhar para aquilo que este filme é na prática... uma animação. E aí ainda está a uma distância significativa daquelas a que costumamos assistir. Começando logo pela própria narrativa... cada "tópico" é aqui apresentado quase como se fosse uma história independente. Uma história dentro da História, o que faz com que durante todo o filme tenhamos vários momentos em que a narrativa é "interrompida" quase como se estivesse descontextualizada dos demais. Não perdemos o sentido à história mas percebemos facilmente que estas "interrupções" entre acontecimentos são incomodativas para o seguimento da mesma.
Quanto às animações propriamente ditas notamos também alguma desproporcionalidade das mesmas. As figuras apresentam formas pouco consistentes tanto na proporção dos corpos como na cara. Enquanto as personagens espanholas são apresentadas como fortes e musculadas (ao exagero), as árabes são, na sua maioria, figuras esguias e com um ar pouco saudável (e também elas levadas ao exagero), não se tornando assim nenhuma delas algo com quem alguém possa criar qualquer tipo de identificação.
À altura, e para a cinematografia europeia (e a espanhola neste caso particular) ainda pouco habituada à realização de animações de longa-metragem, este filme foi com certeza um avanço, e como tal justifica-se o Goya que venceu. No entanto se a compararmos com outras feitas à décadas nos Estados Unidos, percebemos que esta se encontra a uma distância considerável dessas produções que a todos nós, desde sempre, encantam.
Apesar de não fazer uma apreciação global muito positiva, não estou com tudo isto a dizer que o filme não merece ser visto. Pelo contrário, merece. Foi um avanço neste estilo cinematográfico em Espanha, e possivelmente por toda a Europa, e a sua história consegue (se não ligarmos às pequenas falhas que referi anteriormente) agarrar-nos ao ecrã através da aventura épica de Rodrigo, El Cid.
Interessante sem ser perfeito e distrái-nos sem, no entanto, conseguir criar identificação mas, ainda assim, é um filme de animação que merece ser visto.
.Afastado do local onde sempre havia passado a sua vida e de todos aqueles que conhecia, Rodrigo vagueia agora pela Ibéria numa altura em que a invasão muçulmana se adivinhava. Quando Rodrigo assume naturalmente as suas responsabilidades no desterro a que fora condenado, estava longe de imaginar que se tornaria numa lenda.
Se pensarmos neste filme através de uma perspectiva histórica e se a isso juntarmos o facto de que por ser um filme de animação consegue mais facilmente chegar a um público mais jovem, a sua mensagem consegue ser transmitida de uma forma mais fácil do que propriamente se fosse um filme de ficção que dificilmente alcançaria o seu público alvo.
No entanto temos também de olhar para aquilo que este filme é na prática... uma animação. E aí ainda está a uma distância significativa daquelas a que costumamos assistir. Começando logo pela própria narrativa... cada "tópico" é aqui apresentado quase como se fosse uma história independente. Uma história dentro da História, o que faz com que durante todo o filme tenhamos vários momentos em que a narrativa é "interrompida" quase como se estivesse descontextualizada dos demais. Não perdemos o sentido à história mas percebemos facilmente que estas "interrupções" entre acontecimentos são incomodativas para o seguimento da mesma.
Quanto às animações propriamente ditas notamos também alguma desproporcionalidade das mesmas. As figuras apresentam formas pouco consistentes tanto na proporção dos corpos como na cara. Enquanto as personagens espanholas são apresentadas como fortes e musculadas (ao exagero), as árabes são, na sua maioria, figuras esguias e com um ar pouco saudável (e também elas levadas ao exagero), não se tornando assim nenhuma delas algo com quem alguém possa criar qualquer tipo de identificação.
À altura, e para a cinematografia europeia (e a espanhola neste caso particular) ainda pouco habituada à realização de animações de longa-metragem, este filme foi com certeza um avanço, e como tal justifica-se o Goya que venceu. No entanto se a compararmos com outras feitas à décadas nos Estados Unidos, percebemos que esta se encontra a uma distância considerável dessas produções que a todos nós, desde sempre, encantam.
Apesar de não fazer uma apreciação global muito positiva, não estou com tudo isto a dizer que o filme não merece ser visto. Pelo contrário, merece. Foi um avanço neste estilo cinematográfico em Espanha, e possivelmente por toda a Europa, e a sua história consegue (se não ligarmos às pequenas falhas que referi anteriormente) agarrar-nos ao ecrã através da aventura épica de Rodrigo, El Cid.
Interessante sem ser perfeito e distrái-nos sem, no entanto, conseguir criar identificação mas, ainda assim, é um filme de animação que merece ser visto.
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