Cinéma du Réel - Festival International de Films Documentaires homenageia o 25 de Abril

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O Cinéma du Réel - Festival International de Films Documentaires a realizar no Centro Georges Pompidou, em Paris entre os dias 20 e 30 de Março próximos divulgou a sua programação oficial onde, na secção de curtas-metragens internacionais estará presente o filme Metáfora ou a Tristeza Virada do Avesso, de Catarina Vasconcelos juntamente com obras da Argentina, Brasil, Chile, Cuba, Estados Unidos, Irão e Itália.

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No entanto a presença portuguesa neste certame não termina por aqui. No ano em que se comemoram os quarenta anos passados sobre o 25 de Abril de 1974, o Cinéma du Réel anuncia a exibição de um conjuntos de obras representativas da época num ciclo intitulado Uma Tentativa de Amor que tem como principal objectivo dar a conhecer como o cinema português registou a Revolução de Abril, o fim do Estado Novo e a transição democrática em Portugal.

A intenção do Cinéma du Réel é "relembrar e ver hoje filmes extraordinários, que tentaram dar corpo à revolução e também dar-lhes uma voz para nos despertar do sono profundo em que a crise nos mergulhou", citando a nota de intenções do festival.

Nota de intenções que avança ainda que à época "uma geração de jovens realizadores portugueses que finalmente encontravam um país que correspondia à sua criatividade e vitalidade, enquanto realizadores de todo o mundo filmavam em Portugal, onde tudo parecia possível".

Entre os filmes seleccionados para este ciclo estão Adeus, Até ao Meu Regresso, de António-Pedro Vasconcelos (1974), Deus, Pátria, Autoridade, de Rui Simões (1975), Que Farei Eu Com Esta Espada?, de João César Monteiro (1975), Barronhos: Quem Tem Medo do Poder Popular?, de Luís Filipe Rocha (1976), Torre Bela, de Thomas Harlan (1977), Terra de Pão, Terra de Luta, de José Nascimento (1977), Nós Por Cá Todos Bem, de Fernando Lopes (1976) e ainda os filmes colectivos Caminhos da Liberdade, pela Cinequipa (1974) e A Lei da Terra, pelo Grupo Zero (1977).

Destaque ainda para Cenas da Luta de Classes em Portugal, do realizador norte-americano Robert Kramer (1977) e Terra de Abril (Vilar de Perdizes), de Philippe Costantini e Anna Glogowsky (1977).

O ciclo, com curadoria de Federico Rossin, conta com a parceria da Cinemateca Portuguesa e da Apordoc - Associação pelo Documentário.

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Numa nota pessoal é curioso verificar como enquanto por um festival de cinema documental em França existe uma comemoração e homenagem ao 25 de Abril para que a memória não se perca e relembrar os complicados dias pelos quais esta nossa Europa atravessa, por Portugal o silêncio a respeito desta data tão importante mantém-se quase absoluto como, e cito, se de um sono profundo (e consentido) se tratasse.

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