quinta-feira, 20 de março de 2014

In Their Room: Berlin (2011)

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In Their Room: Berlin de Travis Mathews é um documentário centrado nos quartos de um conjunto de homens homossexuais e nos quais estes falam sobre as relações, a intimidade, a vida numa grande cidade neste caso concreto em Berlim ou até mesmo onde os vemos em actos sexuais explícitos desprovidos de qualquer barreira ou tabu.
De uma trilogia que para além de Berlim apresenta o mesmo conteúdo nas cidades de San Francisco e de Londres, In Their Room apresenta-se como um documentário sobre os dilemas da vida um um variado conjunto de homens que partilham única e exclusivamente a sua orientação sexual mas, na prática, mais não é do que um registo quase forçado daquilo que ocorre dentro dos seus quartos.
Exibicionista quanto baste e muito pouco documental sobre aquilo que poderá ser uma vida real, pois afinal poucos ou nenhuns serão aqueles que passam dias e dias sem fim dentro de um único quarto, In Their Room perde-se num deambular exibicionista e pouco documental que o realizador efectua durante pouco mais de uma hora e que na prática mais não é do que um registo pessoal do seu ideal sexual e erótico e com o qual pretende obrigar o espectador a acompanhá-lo nos seus devaneios libidinosos.
Pouco conhecemos dos intervenientes para além da sua necessidade quase extrema de viverem solitários livres de qualquer intimidade cúmplice, no entanto, aqueles que Mathews decide acompanhar mais detalhadamente são exactamente os que declaram abertamente não pretender estabelecer grandes laços de intimidade para além daqueles necessários para a satisfação da sua própria sexualidade momentânea e que satisfazem graças aos mais variados canais virtuais, e que são, esses sim, detalhados com uma precisão algo desnecessária para quem afirma pretender "registar o que acontece na individualidade de cada quarto".
Assim, In Their Room: Berlin, e possivelmente os outros dois documentários que formam a trilogia, mais não é do que um registo exibicionista e de certa forma voyeurista a que o realizador se propôs (e nos propõe), afastando-se de qualquer objectivo documental que revelasse ao espectador um olhar sério sobre as ditas relações, a intimidade, a sexualidade e até mesmo a vida de uma minoria sexual, limitando-se a estabelecer-se no domínio da porno-chachada e de um exibicionismo frio, seco e longe de qualquer sentimento sendo, na sua essência, um "documentário" onde tudo se apresenta mecânico, programa e, acima de tudo, excessivamente despropositado.
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