terça-feira, 5 de julho de 2016

Accidents, Blunders & Calamities (2015)

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Accidents, Blunders & Calamities de James Cunningham é uma curta-metragem neo-zelandesa de animação onde um pai opossum (desconhecia que em português era utilizada uma variação do inglês), avisa através de um pequeno conto infantil, as suas duas jovens crias para os perigos de um mundo que os espera "lá fora"...
Num estilo muito próprio de comédia negra que não esconde o terror ou a sensação de perigo inerente ao conto per si, Accidents, Blunders & Calamities é uma elaborada animação que através de um crescendo de intensidade, cria no espectador a sensação de um clímax (in)esperado que o irá não só surpreender como principalmente desarmar.
Assim, e de A a Z, Accidents, Blunders & Calamities apresenta-nos as vítimas, um conjunto de pequenos insectos, répteis e mamíferos que, junto de uma aparente normal e tranquila convivência nos meios mais ou menos urbanos, encontram o seu trágico final às mãos - e pés - de um terrível e ameaçador predador... o Homem.
O espectador, encantado com uma óbvia excelência técnica desta curta-metragem e da respectiva animação que transforma todo o seu espaço natural num campo minado e repleto de minas e armadilhas, é alertado para toda uma realidade que está, normalmente, longe do seu real entendimento... aquele pequeno e diversificado universo de pequenos seres que partilham o mesmo espaço - os já referidos animais - e que face às aparentes distintas dimensões para com o Homem, se transformam em vítimas inconscientes das suas actividades diárias onde pés - principalmente - podem significar a extinção da espécie.
Com uma mais ou menos intencional mensagem ambiental e ecológica, Accidents, Blunders & Calamities reflecte não só sobre a eventual extinção destes pequenos seres mas também sobre os perigos que a mesma representa para todo um ecossistema que deles depende e que é lentamente destruído pela mão do Homem. Assim, sob a forma de um conto infantil que parece tudo menos ingénuo, esta curta-metragem de animação transforma-se num objecto negro, por vezes tenebroso, mas sempre com algum humor (negro) que tenta ilustrar que o mundo real é muito mais do que aquilo que os olhares desinteressados do Homem conseguem alcançar.
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8 / 10
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