A Barriga de Mariana de Frederico Mesquita é uma curta-metragem portuguesa de ficção presente na Competição Oficial dá décima-quinta edição do IndieLisboa - Festival Internacional de Cinema Independente a decorrer na capital até ao próximo dia 6 de Maio.
Mariana (Mariana Pinheiro) está com o namorado (José Condessa) na casa de campo dos pais onde todos passam férias. No Verão que define a sua passagem da adolescência à idade adulta, Mariana descobre que está grávida. Será este o momento que define a sua relação com todos os demais?
Com um argumento também da autoria do realizador, A Barriga de Mariana recupera o Portugal interior do último ano já marcado pelas cicatrizes de um fogo que transformou toda a sua geografia. Da mesma forma que o país real se transformou, também "Mariana" está prestes a ter a sua prova de fogo ao descobrir a inesperada gravidez que terá de revelar a alguém do seu grupo estival. Filha de pais conservadores e com um namorado que se sente - mais do que ela - como um eterno jovem ainda a precisar de gozar a vida, a jovem "Mariana" encontra-se naquele inesperado limbo que coloca todos os jovens com as supostas decisões "por tomar" nas mãos. No entanto, enquanto essas decisões são, para uns, a escolha de que curso ou universidade a optar, para ela é a maternidade que que lhe bate à porta. Receosa da atitude dos pais e temerosa por um namorado que parece não estar preparado (ou querer!) a criança porvir, "Mariana" poderá ter de se transformar na inevitável adulta que, inexperiente, se prepara para ter uma vida igualmente inesperada nas suas próprias mãos.
Numa época de transformações inevitáveis - para "Mariana" e para o país como pano de fundo -, A Barriga de Mariana é portanto o retrato de uma jovem presa a noções pré-concebidas que fazem parte de uma educação mais conservadora que colidem com a irreverência natural de uma jovem que ainda não descobriu sequer o que é viver por si e que se prepara para uma maternidade onde será, forçadamente, responsável por outra vida que se avizinha. Colocando as duas noções em claro confronto emocional e psicológico, a curta-metragem de Frederico Mesquita não esquece de enquadrar a história com o Portugal de 2017 onde também predominou uma incerteza sobre o passado e o presente e as necessárias transformações que se adivinhavam para o país.
Sem nunca revelar o dia de amanhã de "Mariana", A Barriga de Mariana deixa o espectador na tal incerteza sobre aquilo que irá decidir a jovem - manter ou interromper a gravidez -, deixando claro que o seu confronto emocional é provavelmente aquilo que mais irá marcar a sua mais ou menos precipitada decisão. Ainda que sem grandes revelações sobre a história que, de forma geral, se assemelha a tantas outras do género, a curta-metragem de Mesquita revela, no entanto, uma certa sensibilidade na forma como expõe as incertezas de uma jovem que compreende estar a preparar-se para a perda... da criança porvir, de um namorado não preparado para assumir as suas responsabilidades ou ainda o apoio dos pais que não esperam uma surpresa que poderá pôr em causa os valores que pensam ter incutido na sua jovem e adolescente filha.
.Com um argumento também da autoria do realizador, A Barriga de Mariana recupera o Portugal interior do último ano já marcado pelas cicatrizes de um fogo que transformou toda a sua geografia. Da mesma forma que o país real se transformou, também "Mariana" está prestes a ter a sua prova de fogo ao descobrir a inesperada gravidez que terá de revelar a alguém do seu grupo estival. Filha de pais conservadores e com um namorado que se sente - mais do que ela - como um eterno jovem ainda a precisar de gozar a vida, a jovem "Mariana" encontra-se naquele inesperado limbo que coloca todos os jovens com as supostas decisões "por tomar" nas mãos. No entanto, enquanto essas decisões são, para uns, a escolha de que curso ou universidade a optar, para ela é a maternidade que que lhe bate à porta. Receosa da atitude dos pais e temerosa por um namorado que parece não estar preparado (ou querer!) a criança porvir, "Mariana" poderá ter de se transformar na inevitável adulta que, inexperiente, se prepara para ter uma vida igualmente inesperada nas suas próprias mãos.
Numa época de transformações inevitáveis - para "Mariana" e para o país como pano de fundo -, A Barriga de Mariana é portanto o retrato de uma jovem presa a noções pré-concebidas que fazem parte de uma educação mais conservadora que colidem com a irreverência natural de uma jovem que ainda não descobriu sequer o que é viver por si e que se prepara para uma maternidade onde será, forçadamente, responsável por outra vida que se avizinha. Colocando as duas noções em claro confronto emocional e psicológico, a curta-metragem de Frederico Mesquita não esquece de enquadrar a história com o Portugal de 2017 onde também predominou uma incerteza sobre o passado e o presente e as necessárias transformações que se adivinhavam para o país.
Sem nunca revelar o dia de amanhã de "Mariana", A Barriga de Mariana deixa o espectador na tal incerteza sobre aquilo que irá decidir a jovem - manter ou interromper a gravidez -, deixando claro que o seu confronto emocional é provavelmente aquilo que mais irá marcar a sua mais ou menos precipitada decisão. Ainda que sem grandes revelações sobre a história que, de forma geral, se assemelha a tantas outras do género, a curta-metragem de Mesquita revela, no entanto, uma certa sensibilidade na forma como expõe as incertezas de uma jovem que compreende estar a preparar-se para a perda... da criança porvir, de um namorado não preparado para assumir as suas responsabilidades ou ainda o apoio dos pais que não esperam uma surpresa que poderá pôr em causa os valores que pensam ter incutido na sua jovem e adolescente filha.
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