sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Minnie and Moskowitz (1971)

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Minnie and Moskowitz - Tempo de Amar de John Cassavetes em que se destacam nas interpretações principais a própria mulher do realizador, Gena Rowlands e o actor Seymour Cassel, é apregoado aos sete ventos durante o trailer que é um dos melhores filmes do ano.
Aquilo que eu posso dizer logo de imediato é que depois de ver o filme fiquei a pensar que se este é um dos melhores do ano, nem quero pensar como seriam os piores pois este é, de longe, um verdadeiro caos.
Ao longo de duas, quase intermináveis, horas acompanhamos as disfuncionais vidas de Minnie (Rowlands) e Seymour (Cassel). Duas vidas sem estabilidade, sem amor (se excluirmos os encontros ocasionais que ambos têm, ele com os casuais engates que faz em qualquer lado que páre, e ela com um homem casado e pai de filhos), e que estão, e são, completamente alienados de qualquer tipo de noção sobre o que será amar e ser amado.
Dito isto, aquilo que temos é apenas um pobre retrato de alguns destes encontros e da futilidade a que eles se resumem, uns culminando em pura situação de engate e outros em violência quer física quer verbal muito ao estilo de demarcação de território.
De Seymour Cassel não posso comentar muito pois é o único trabalho que lhe conheço. Apenas posso esperar que os outros que tem no seu curriculum não sejam tão alucinados e pobres como este retrato que aqui nos dá.
Já de Gena Rowlands, de quem já vi muitos trabalhos, confesso que fiquei francamente desiludido com aquilo que aqui assisti. Àparte do retrato de uma mulher sem qualquer rumo que apenas se rende no final destas duas penosas horas, todo o seu desempenho é, no mínimo, absurdo. O espelho de uma mulher que se limita a fazer um ou outro discurso mais "filosófico" e que se entrega a um conjunto de situações que enfim, a ninguém lembram. Espera desta actriz mais. Aliás, esperava muito mais.
Quanto aos aspectos técnicos do filme, independentemente de ser um "home-movie", é ainda assim igualmente pobre. Damos por nós a assistir a muitos planos interrompidos que passam bruscamente a outros cenários ou mesmo discursos entre duas personagens em que ficamos por momentos a olhar para os seus peitos e não para as suas caras e expressões.
Exceptuando uma ou outra cena completamente absurdas e que por isso nos fazem sorrir um bocado (pela decadência e não pela comédia que se note), todo este filme é um perfeito disparate e perda de tempo. Se isto foi "dos melhores do ano", dá que pensar se muitos filmes ditos série B não deveriam ser de facto OS melhores do ano.
Pobre, cansativo, repetitivo e em muitos momentos desgastante, este filme não é, nem sequer tem pretensões a ser um filme digno de registo ou sequer de ser lembrado. Dos mais pobres trabalhos de Cassavetes, senão mesmo o mais pobre.
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2 / 10
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