terça-feira, 9 de junho de 2015

Maman (2013)

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Maman de Ugo Bienvenu e Kevin Manach é uma curta-metragem de animação francesa que leva o espectador ao interior de uma casa onde co-habitam pai, mãe e filho.
Por entre aquelas quatro paredes reina o silêncio. O silêncio de um desespero que os consome lentamente e de cuja comparação imediata serve o vapor que sai daquela panela ao lume.
A casa - como uma "máquina" - reduz-se à interacção necessária para poder funcionar diariamente de forma regular, evitando toda e qualquer outra forma de comunicação lançando todos os seus mecanismos - a família - para um estado de isolamento num espaço confinado. A "loucura" que aos poucos deles se apodera define, ao mesmo tempo, o espaço pertencente a cada um deles - ou pelo menos aquele onde melhor se sentem - afastando-os individualmente de uma notada tensa convivência. Num nervosismo constante, o espectador apenas se questiona para quando o momento que tudo irá fazer destronar.
Ainda que interessante pela construção da dinâmica - ou sua ausência - familiar, Maman é um retrato da mesma que necessitava de uma maior exploração dando a conhecer os antecedentes deste distanciamento - que apenas poderemos imaginar ou deduzir - e desenvolvendo os métodos e formas pelos quais cada um opta como forma de sentirem o seu "escape".
Forte pela forma como retrata a família, esta curta-metragem centra o seu nome numa personagem que divide o protagonismo com os demais delegando - (in)voluntariamente - as "suas" funções tidas como tradicionais, perdendo-se mutuamente com os outros elementos presentes - filho que dança às escondidas... pai que engoma em agonia... -, esquecendo que se é da "mãe" que pretende falar, a deixa sózinha numa cozinha que parece prestes a explodir.
Simpática - mas não memorável - Maman necessitava de um desenvolvimento superior àquele que lhe é conferido sendo, no entanto, um interessante relato sobre a "família" - mais ou menos moderna.
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6 / 10
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