quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Edge of Darkness (2010)

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Fora de Controlo de Martin Campbell é um regresso algo interessante de Mel Gibson a grandes papéis que mostram que o homem afinal não está totalmente perdido nem gasto.
A espiral de decadência que começou com esse filme imenso, e infelizmente pouco apreciado, que foi A Paixão de Cristo que Gibson realizou, parece não ter tido fim até agora, altura em que nos presenteia com este filme e em que se fala numa potencial nomeação a Oscar de Melhor Actor, a primeira, lá para 2012.
Aqui Mel Gibson interpreta Thomas Craven, um polícia que assiste ao assassinato da sua única filha, pensando que o ataque se destinava a si, e que entra numa busca sem fim pelos factos que o trouxeram até esta situação. Craven descobre então que Emma (Bojana Novakovic), a sua filha, estagiária numa empresa nuclear e que planeava denunciar uma trama política e empresarial que envolvia armamento nuclear.
O que é que nos resta então depois disto? Uma descoberta quase constante de factos que cada vez mais incriminam os dirigentes da própria empresa bem como alguns políticos de destaque bem como a morte de todos aqueles que, de uma ou outra forma, estiveram envolvidos na tentativa de denúncia do que se passava dentro da mesma.
Como disse Mel Gibson acaba por ser o centro de tudo e de todos neste filme. Toda a trama até praticamente ao final, e não irei revelar os porquês, encontra-se com a sua presença, fazendo deste filme algo que gira em seu redor. A interpretação de Gibson, que não é a melhor da sua carreira, acaba por se tornar no entanto o motor para que tudo funcione desde as demais interpretaçoes até ao próprio argumento e claro as sucessivas sequências de acção e de perseguição que são ainda significativas.
Não é um filme maior, ou sequer daqueles que daqui a um dado número de anos nos iremos lembrar como sendo aquele pelo qual o trabalho de Mel Gibson se irá destacar, ele tem bem melhores e mais intensos. No entanto, este talvez seja recordado como aquele que lhe deu algum "alento" para poder recomeçar uma carreira recheada de bons trabalhos, e dois Oscars, e que já há alguns anos está quase como que "de molho". Não ata nem desata... e quando desata é para títulos e trabalhos que nos surpreendem mas... pela negativa.
Esperemos então que este simpático filme de acção com alguns sentidos momentos de drama seja o suficiente para que, a partir daqui, possamos vir a encontrar Gibson com um registo bem mais agradável e a viver os momentos de fama que, por esta altura, deveria estar a gozar e de uma forma descontraída.
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"Jedburgh: I don't know what it means to have lost a child, but I know what it means never to have had one.
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Thomas Craven: Yeah, got nobody left to bury you."
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7 / 10
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