quarta-feira, 30 de março de 2011

Morning Glory (2010)

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Manhãs Gloriosas de Roger Michell é uma simpática comédia com ligeiros toques dramáticos que conta na interpretação principal com Rachel McAdams secundada por duas lendas vivas do cinema como é o caso de Diane Keaton e Harrison Ford.
Becky Fuller (McAdams) é uma produtora no desemprego que aceita um trabalho num programa da manhã e tem como desafio conseguir revitalizá-lo. No entanto, aquilo com que ela não contava, era com o ainda maior desafio de conseguir lidar com os dois apresentadores do mesmo, Mike Pomeroy (Harrison Ford), um antigo pivot de noticiários que em nada se identifica com o conteúdo deste programa matinal e Colleen Peck (Diane Keaton), uma ex-miss agarrada aos seus caprichos e vontades, e que se odeiam mutuamente por serem totalmente opostos um ao outro.
Becky, que inicialmente faz tudo por tudo para aumentar as audiências do programa que agora produz, entra em total desespero quando percebe quase ser impossível conseguir criar alguma empatia entre os apresentadores e a sua equipa. Mas não desiste.
Ela que agora chegara a um novo canal de televisão, a uma nova equipa e a um novo programa investe tudo de si em detrimento da sua vida pessoal que parecia compôr-se graças a Adam Bennett (Patrick Wilson), e pensamos... será que esta prova vai ser superada?
Este argumento assinado por Aline Brosh McKenna toca em muitos dos temas que afectam uma boa parte das pessoas dos nossos dias. O desemprego e como ele pode afectar toda a vida de um indíviduo. A forma como ele pode cortar muitos dos sonhos e anseios que se sentem. A vontade da independência e do sucesso profissional, muitas vezes à custa de enormes sacrifícios que afectam, sem qualquer dúvida, a própria vida pessoal e sentimental.
E também, e talvez o principal de todos os temas, como um espírito, não tão "free" mas muito empenhado, pode tocar no coração e na sensibilidade dos demais (algo mais difícil mas que ainda muitos de nós pensamos poder ser possível), e conseguir criar um verdadeiro espírito de equipa, arrisco dizer até de família, entre aqueles que eram à partida impossíveis de conciliar.
Vencer pode ser dificil... seguir sonhos mais ainda... O risco é, por vezes, demasiado elevado... No entanto, no final, receber os lucros pessoais e sentimentais desses mesmos sacrifícios é uma recompensa que poucos podem dizer ter conseguido alcançar.
Interpretações consistentes dos três actores principais acompanhados de uma banda-sonora moderna e muito citadina dão um certo brilho a este filme que, tem na interpretação de Matt Malloy, alguns dos momentos mais hilariantes e bem conseguidos para um actor secundário que quase (deveria) passa despercebido.
Um muito bom filme de entretenimento que nos consegue pôr, a todos, bem dispostos e com uma leve sensação de tranquilidade. A não perder.
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"Mike Pomeroy: Do you know what you end up with? Let me tell you... Nothing..."
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7 / 10
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