Viagem à Lua de Georges Méliès que passou na Festa do Cinema Francês justamente antes da estreia d'O Artista, é a mais completa cópia encontrada até à data deste filme do realizador francês.
A história deste filme está quase intimamente ligada à história do próprio cinema. Porquê? Basta pensarmos... um grupo de membros de uma sociedade de geografia reune-se com o objectivo de planearem uma viagem à Lua.
Depois de uma grande discussão inicia-se a construção de uma enorme cápsula que será projectada por um gigante canhão e assim alguns desses homens conseguirem chegar à Lua.
Uma vez lá chegados, depois de acertarem exactamente num dos olhos da Lua, encontram não só um estranho território em nada convidativo e também uma estranha população agressiva e que não os quer lá. Depois de uma intensa fuga regressam à Terra, local de onde não deveriam ter saído. Ou deveriam?
É aqui que reside a tão grande semelhança entre esta viagem e o cinema. Uma viagem dita impossível mas que foi alcançada pelas vontades e caprichos de alguns, tal como o cinema retrata o sonho. O sonhos que tantos homens, tal como aqueles ali ficcionados, tiveram, têm e espero que venham a ter durante muitos e largos anos, em retratar isso mesmo... sonhos. Viagens. Desejos. Ânsias. Medos. Aventuras. Tudo aquilo que possa provocar conhecimento sobre o desconhecido. Sobre o diferente. Sobre o futuro, pois este é feito dos sonhos de hoje. E... Principalmente sobre nós próprios.
Ambientada com uma irrepreensível banda-sonora da autoria dos Air, esta curta-metragem que felizmente deixou de estar perdida é agora um perfeito filme sobre o sonho e a vontade humana, e de como ambos estão tão intimamente ligados.
Esta curta foi a perfeita abertura para uma grande noite.
.8 / 10
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