Branca de Neve de Caroline Thompson é um telefilme que recria de uma forma algo diferente a intemporal história da Branca de Neves e dos Sete Anões (que aqui são mais seis que sete).
Quanto à história não vale a pena referir nada pois todos conhecem as aventuras dos sete anões que tudo fazem para proteger a integridade daquela princesa fugida de tão malvada madrasta. No entanto é importante referir que existem algumas modificações à história que tão habituados estamos a conhecer, nomeadamente no que diz respeito ao facto de serem realmente sete os protectores da jovem princesa mas que apenas seis são anões... sendo um sétimo um tanto... maior.
De referir ainda a presença do princípe que assume aqui outras formas e do próprio espelho que a malvada raínha "consulta" ter, neste telefilme, vida e personalidade próprias.
Apesar de não ser um filme mau é, no entanto, menor em relação às anteriores versões que foram feitas. A criativdade que aqui assume contornos bem vincados nos aspectos que referi anteriormente dão claramente uma nova perspectiva sobre esta história mas, ao mesmo tempo, retirar alguma beleza à mesma. Que se gabe a inovação mas a história perde no que à magia diz respeito.
A caracterização, apesar de em certos casos ser nova devido à inserção de personagens até aqui desconhecidas, está de parabéns. O mesmo se poderá dizer quanto ao guarda-roupa que mostra um elevado profissionalismo, mas também não seria de esperar outra coisa considerando que é com este género de filmes que este aspecto mais brilha. Os efeitos especiais que não são maus, revelam já mais no final um certo, atrevo-me a dizer, amadorismo ao colocar imagem real e ficcionada juntas notando-se claramente uma sobreposição de imagem.
Gostei de ver Miranda Richardson assumir-se, mais uma vez, como a vilã de serviço. Aprecio esta actriz até em todas as suas interpretações. Torna-as suas e sabemos que dali só vai surgir o melhor e ao fazer de vilã podemos realmente contar com o melhor de todo um filme. Igual elogio vai para Vera Farmiga que numa das mutações de Richardson assume ela o desempenho de vilã, numa rara mas muito enérgica e gélida personificação do mal pelo rosto desta tão angelical actriz. São realmente os pontos altos da representação deste filme.
Como uma breve apreciação final só posso dizer que este não será nem de longe aquele filme que todos irão apreciar. Para muitos desilude, e eu sou um desses, não por estar mal feito (que não está), mas por desconstruir uma história que todos conhecemos e gostamos, modernizando e levando-a por caminhos que não só não estão bem explorados como também não foram bem conseguidos. É simplesmente... diferente. Não pior... mas diferente. E o problema é que essa diferença não foi conseguida da maneira que poderia tornar este telefilme em algo bom, remetendo-o por sua vez para o mediano.
Na maioria dos aspectos técnicos até está bem conseguido mas isso não chega para se tornar num filme referência do género. Agradável, com elementos bem pensados mas muito longe do que poderia ter sido. Um típico filme de família sem muitas ambições.
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6 / 10
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