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Nossa Senhora dos Matadores de Barbet Schroeder é uma longa-metragem colombiana que mistura dois elementos bem explosivos na sua história. A violência e a pedofilia unem-se aqui numa mistura bem fatal que toma conta do filme do princípio ao fim.
Quando Fernando (Germán Jaramillo) um escritor de meia-idade regressa à sua Medellín natal depois do falecimento da sua irmã, reune-se com um grupo de velhos conhecidos numa casa onde o alcoól, a droga e o sexo com menores fazem parte de um estranho "convívio" como os próprios definem.
É nesta festa que Fernando conhece Alexis (Anderson Ballesteros), um desses jovens e por quem se apaixona começando os dois a viver juntos. A relação que funciona aos olhos de todos sem qualquer preconceito ganha contornos mais violentos quando Alexis mata indiscriminadamente todos aqueles que atentam contra o seu bem-estar, tal a facilidade com que armas e munições se encontram.
Quando Alexis é morto por um rival, Fernando parece perder o sentido da sua vida. Pelo menos até encontrar Wilmar (Juan David Restrepo), outro jovem rapaz que vai literalmente substituir Alexis. Aquilo que Fernando não sabe é que estes dois jovens por quem se apaixonou partilham muito mais do que aquilo que ele poderia imaginar.
Os dois perigosos pressupostos que compõem este filme não poderiam ser mais polémicos. Por um lado assistimos do princípio ao fim a uma violência sem limites numa cidade sem qualquer regra que pode atingir qualquer um dos seus habitantes pelo motivo mais insignificante de que possamos ter memória. Por outro, temos uma igualmente constante relação entre um adulto e um menor que são quase relegadas para segundo plano ao ponto de a certa altura quase nos parecerem "normais", devido à violência que não pára de presentear o ecrã. A certo momento, e enquanto espectadores, somos confrontados com este rebate de consciência que não poderá agradar a ninguém.
Não é um filme suficientemente relevante para que nos lembremos dele no futuro. Não tem tão pouco interpretações sólidas o suficiente para que possamos simpatizar com alguma das personagens retratadas, ao qual não ajuda o facto de estarmos a assistir a um grupo de pedófilos e marginais em plena "harmonia". No entanto tem uma estranha aliança entre os mesmos que nos faz refletir sobre o dia-a-dia podre de uma cidade onde só sobrevive quem se torna invisível.
Interessante do ponto de vista social, e da perspectiva que dá sobre a vida podre de uma cidade que já não tem ponto de salvação possível. Nem a cidade nem aqueles que nela vivem.
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4 / 10
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