quinta-feira, 19 de abril de 2012

Il Mio Domani (2011)

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O Meu Amanhã de Marina Spada conta com Claudia Gerini numa interpretação que lhe rendeu a nomeação para o prémio David deste ano.
Este filme dá-nos a conhecer Monica (Gerini), uma mulher de carreira profissional bem sucedida, com uma vida aparentemente perfeita e que a nível sentimental se sente completa com a relação que mantém com o seu chefe (que é casado).
Monica trabalha, está ocasionalmente com o seu sobrinho que a adora, frequenta um curso de fotografia e vive, basicamente, uma vida isolada e sem grandes relações a nível pessoal. No fundo é uma mulher completa mas só.
Mas mesmo este comportamento de Monica, que nos pode parecer inicialmente frio e distante tem uma justificação. O abandono que sentiu por parte da sua mãe que partiu em busca de uma vida melhor com outro homem e noutro país, marcaram-na. As relações sentimentais e de afectos tornaram-se não algo de positivo para a sua vida mas sim motivos para que possa sofrer e ser, também ela, abandonada. Se as imagens e os momentos mais íntimos não chegassem para o percebermos, certamente mais tarde a relação que mantém com o seu chefe nos faria entender este aspecto.
O filme que acompanha claramente a transformação desta mulher através da imagem que temos dela enquanto citadina mas também através das referência ao seu passado enquanto jovem e adolescente numa pequena povoação do interior, também nos deixa uma ideia da sua actual cidade, Milão, e da sua constante evolução tão presente nas várias localizações da cidade que nos são mostradas e das suas obras arquitectónicas revelando assim que tanto a mulher como a cidade se encontra numa sistemática evolução. Ambas são mutáveis. Ambas procuram ser completas.
Para dar corpo a esta mulher numa transformação quase silenciosa não poderia estar uma melhor actriz do que Caudia Gerini. Com uma presença marcante e bastante carismática, Gerini consegue encarnar na perfeição esta mulher que num certo momento da sua vida percebe querer mais dela. Mais concretização pessoal em detrimento da profissional que, até então, havia ocupado o lugar principal de toda a sua vida e de todas as relações que estabelecia com os demais.
Este filme, que é profundamente intimista e mais de momentos, de percepções e de silêncios do que de elaborados diálogos, consegue aos poucos conquistar-nos. A mim conquistou (que já era fã), pela sua imensa capacidade expressiva que resume através do seu rosto todos os sentimentos que lhe passam pela alma. Não sei se será com esta interpretação que irá finalmente vencer o prémio máximo do cinema italiano, no entanto uma verdade seja dita, esta é uma interpretação que ficará como uma das suas mais marcantes, e tocantes.
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7 / 10
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